segunda-feira, 21 de abril de 2014

MENSAGEM DA SUPERIORA GERAL NO JUBILEU DA PRONEVES

Postado por Ir.Raimunda Ferreira.FDC

ACONTECEU NA PRONEVES

                             I ENCONTRO COM AS LIDERANÇAS DA PRONEVES-2014
                                                             Emaús, 03 e 04 de Abril


FIDELIDADE COMO EXPRESSÃO DO AMOR

Fidelidade à vida de oração

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,
Povos todos, festejai-o!
Pois comprovado é seu amor para conosco,
Para sempre Ele é fiel! (Salmo 116)

            O tema da fidelidade, comporta memória e caminho a percorrer, assim mostra aonde estamos situados no hoje da nossa existência. Então, vamos celebrar a memória do Amor Divino em nossa vida, renovando a disposição para continuar no caminho que é Jesus mesmo!
            A fidelidade denota a memória dos eventos passados no percurso que fizemos, constatando que Deus não nos abandonou. Nessa perspectiva, vamos considerar nossa vocação no conjunto da História da Salvação, a começar com as vocações bíblicas, os Patriarcas, com destaque para Abraão, Isaac, Jacó e o povo, que Deus preparou para receber o Salvador. Deus é amor, por isso ele só pode ser fiel!
            Na nossa história pessoal há passos ainda por serem dados, nossa missão não está terminada, os caminhos estão abertos. Mas, se “o caminho se faz caminhando”, revigoremo-nos para mantermo-nos firmes e fieis nessa “ida”, nessa “saída”, a que nos convoca o Santo Padre, Papa Francisco:

Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de “saída”, que Deus quer provocar nos crentes. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra (Gn 12,1-3). Moisés ouviu a chamada de Deus: “Vai! Eu te envio” (Ex 3,17). A Jeremias disse: “Irás aonde Eu te enviar” (Jr 1,7). Naquele “ide” de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova “saída” missionária. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho. (EvangeliiGaudium, Nº 20)

No texto da Exortação Apostólica acima, Papa Francisco explicita a exortação que é de Jesus “ide!” (Mt 28, 19-20), desde o apelo a uma pessoa (o chamado do Antigo Testamento) passando para um mandato comunitário, dirigido às Instituições eclesiais, à própria Igreja (próprio do chamado do Novo Testamento).
            Na mesma exortação, o Santo Padre adverte para a necessidade de não desvincular-se da memória (Tradição) em nome da missão, nem tampouco tomá-la como heroica tarefa pessoal. Assim recomenda:

Embora esta missão nos exija uma entrega generosa, seria um erro considerá-la como uma heroica tarefa pessoa, dado que ela é, primariamente e acima de tudo o que possamos sondar e compreender, obra de Deus. Jesus é “o primeiro e o maior evangelizador”. Em qualquer forma de evangelização, o primado é sempre de Deus, que quis chamar-nos para cooperar com Ele e impelir-nos com a força do seu Espírito. A verdadeira novidade é aquela que o próprio Deus misteriosamente quer produzir, aquela que Ele inspira, aquela que Ele provoca, aquela que orienta e acompanha de mil e uma maneiras. Em toda a vida da Igreja, deve-se sempre manifestar que a iniciativa pertence a Deus, “porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4,19) e é “só Deus que faz crescer” (1Cor 3,7). Esta convicção permite-nos manter a alegria no meio de uma tarefa tão exigente e desafiadora que ocupa inteiramente a nossa vida. Pede-nos tudo, mas ao mesmo tempo dá-nos tudo. (idem, 12)

E se é assim para perseverarmos em fidelidade ao Senhor, como expressão do Amor, cuja totalidade desdobra-se no lema fundacional, que pronunciamos todos os dias: “Tudo por Deus, tudo pelos pobres, tudo pela nossa Congregação”, somos convidadas a mergulhar na oração a fim de perscrutar qual é a vontade de Deus a nosso respeito e a respeito da missão que ele nos confiar. Mas, principalmente somos conduzidas a perguntar sobre a qualidade da nossa vida com Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Para tanto sejamos fieis à oração!

1.1 A vida de oração
  
            Oração é uma necessidade humana de cultivar a harmonia com o sentido mais pleno da vida, prerrogativa que somente Deus pode atender.
            Antes de mencionar sobre a qualidade dessa relação - homem e Deus - convém buscar compreender um ensinamento da Antropologia Cristã, que apresenta-nos um modelo antropológico que didaticamente esboça a dimensão noopsicossomática que somos. Veja a imagem tridimensional abaixo, demonstrando as três realidades simultâneas de nós mesmos: corpo, alma e espírito.

 Em grego os termos corpo, alma e espírito têm respectivamente a seguinte terminologia: soma, psique e nous. A reunião das três palavras gregas noopsicossomática denota as três dimensões do homem de modo unificado. Afinal já se perdeu muito tempo com a fragmentação das realidades, inclusive a humana. É chegado o momento de nos realizarmos integralmente, isto é, a formação humana precisa realizar-sede modo integral, alinhando harmoniosamente corpo, alma e espírito.
            Igualmente a saúde requer um equilíbrio que comporte as três dimensões do homem (corpo, alma e espírito). Enfim, a missão de cuidar da natureza confiada a nós pelo Senhor, requer antes de mais nada o cuidado especial com o sujeito que cuida. Urge cuidar do humano para que não se desumanize, pois a humanidade é um projeto em processo de aperfeiçoamento. Em outras palavras, por mais diplomas e reconhecimentos que tenhamos, não estamos prontos e precisamos cuidar da nossa formação humana integral, abrangendo corpo, alma e espírito.

1.2 Convite à oração

A oração é um cuidado essencial de realinhamento da vida noopsicossomática. Portanto, a oração deve contemplar: corpo, alma (mente) e espírito.
Então orar é uma necessidade vital do homem em busca de equilíbrio entre os sentidos, os sentimentos e o Sentido. Trata-se da integração entre corpo, alma (mente) e espírito, sendo por isso necessidade corporal, mental e espiritual. Pois:
A Corporeidade é o modo que temos de acessar o exterior, o mundo lá fora objetivamente e mecanicamente. Pelo mistério da Encarnação Jesus, o Filho de Deus assumiu em si a condição corporal “Tu me deste um corpo”
A Anima (alma/mente/psique) é a propriedade da vida no corpo que impulsiona a intersecção entre a vida interior e exterior, marcada pela energia da subjetividade. O Espírito Santo é a alma (anima, vida) da Igreja e cada fiel é templo do Espírito Santo.
O Espíritoé a sede do sagrado no homem. É espaço do Santo dos santos em nós. Lugar que só a Deus é reservado, onde nem anjos, nem demônios têm acesso (Edith Stein). É o Céu que trazemos conosco, o trono de Deus Pai, nossa participação com Deus.
·         
O percurso de interioridade nessas três dimensões do Eu, é um caminho de integração porque é o itinerário da UNIFICAÇÃO. Essas dimensões ganham correspondência com as três vias da Ascese e da Mística:

   Via vegetativa - percurso da vida, no qual estamos mais apegados às necessidades básicas da vida material e reféns das emoções, quando ainda nos arrastamos sobre a face da terra como animais irracionais e plantas – preocupados com as necessidades inferiores. Na espiritualidade é comparada com a fase do namoro (principiantes). Poderíamos dizer que seria o tempo da Pastoral vocacional, incluindo aspirantado e postulantado, quando estamos conhecendo a vida religiosa.
Via iluminativa – percurso intermediário da vida, no qual erguemos a cabeça em busca de iluminação, quando passamos a ser guiados pela razão. Fase do noivado (Proficientes). Aqui seria equivalente ao tempo do Noviciado até os Votos Perpétuos, num processo de crescimento e amadurecimento da consagração.
Via unitiva – percurso final da vida, quando nada mais nos satisfaz senão as verdades do Alto, numa busca de identificação com o próprio Deus. Fase do Matrimônio (Perfeitos). É o que se espera do passo marcado pelos Votos Perpétuos, coroado de martírio (via crucis) e os últimos tempos de vida terrena em preparação ao Matrimônio perpétuo com o Senhor eternamente no Céu.             
               
1.3 Caminhos da oração

            Verdadeiramente a oração na vida humana só ocorre quando há envolvimento consciente. Passamos muito tempo meio dispersos e parece que apenas alguns momentos estanques são dedicados à oração. No entanto, o tempo vai passando e vamos nos dando conta que de fato “a oração é para a FDC, o viver na presença de Deus” (Constituições FDC). Já não dá mais para separar a vida com Deus da vida em oração. Ambas são uma mesma e só realidade.
            Mas é preciso aprender a priorizar e respeitar “um tempo”, um tempo que não me pertence, mas que é de Deus. Este é um exercício inicial para entendermos que todo o tempo é de Deus. Tudo é Kairós, tempo da Graça do Senhor. Esta é nossa luta – as batalhas do Senhor, orando e vigiando.
            Ocorre que há também o tempo das securas da alma, os momentos de desolação, quando devemos aprender com místicos como São João da Cruz e Teresa D’ávila que a oração não tem por parâmetro sentimentalismos e sentimentalidades. Mas é uma atitude decidida perante a vida, fazer opção por Deus.
            Quantas vezes o desalinhamento entre nossa vida exterior e interior gera desarmonia que atinge dentro e fora de nós. Quantas doenças são desenvolvidas por desmedidada física (vícios/pecados capitais), envenenamento emocional e angústias espirituais. Por essa razão somos convidadas a nos munirmos de defesas que a vida religiosa guarda no baú da sabedoria de quem vez da serenidade e do silêncio um caminho alternativo.
            A conexão com a natureza e o caminho da meditação nos devem predispor à contemplação. São condições iniciais para adentrarmos na Palavra de Deus que é fonte de vida. Escutar a Palavra e auscultar o que o Espírito Santo suscita requer silêncio interior que não tem tanto a ver com o barulho ambiente.
            O espirito de oração também nos impulsiona a observar o mundo ao redor, perscrutando os apelos do Senhor sobre o que Ele quer de nós.
            E sem sombra de dúvida, a vida de oração também nos defende dos perigos da alma e do corpo. Da vida de oração advêm os alertas a nos indicar o momento de “entrar” e de “sair de cena”. Quando é preciso fugir! Quantas vezes Jesus Cristo precisou sair sem ser notado na imediação dos perigos? Basta lembrar da sua infância, quando Deus enviou um anjo avisando a José que fugisse com a criança e a mãe para o Egito e lá ficasse até a morte de Herodes (Mt 2,13-14).
            E assim a Oração permeia a nossa vida a fim de que tudo o que vivenciamos seja integrado ou não ao que somos, mediante um discernimento sincero diante do Senhor, caminhando retamente à luz de sua Palavra, que instrui e guia nossos passos até que possamos dizer como São Paulo: “Já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim”.
                               
                                            Ir. Aurélia Sotero Ângelo. FDC

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Bíblia de Jerusalém.
Liturgia das Horas (Salmo 116)
RODRIGUES, Afonso SJ. Psicologia da Graça. São Paulo: Loyola, 1983.
STEIN, Edith. A ciência da cruz. São Paulo: Loyola, 1988.
TEPE, Valfredo. Antropologia cristã: diálogo interdisciplinar.Petrópolis: Vozes, 2003.
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELII GAUDIUM. Papa Francisco. Nº 198. São Paulo: Paulinas, 2013.

















Postado por Ir.Raimunda Ferreira.FDC

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Comemorando o 75º Aniversário da Província Nossa Senhora das Neves

Juntos, celebremos!

O histórico de 75 anos de vida consagrada, no âmbito da Província Nossa Senhora das Neves,
fecundada nos seus frutos pelo Amor Divino
e a Ele oferecidos nos concretiza a compartilhar com V. Sa. e digníssima família as intensas alegrias que haverão de aflorar nas comemorações que ocorrerão.

É nosso feliz desejo que todos possamos participar dos atos celebrativos constantes dos seguintes momentos:


Dia 05-04-2014:
09h00 - Confraternização (Irmãs)
17h00 - Bênção da Imagem de São Miguel
20h00 - Apresentação da Camerata de Vozes do RN
                          (Capela do Seminário – Emaús)



Dia 06-04-2014

10h00 - Celebração Eucarística



As Filhas do Amor Divino da PRONEVES terão seus sentimentos de felicidade redobrados com a sua presença
irmanando-se às nossas ações de graças
pelos 75 anos de Fundação desta Província.

Por todas as nossas Irmãs.


Irmã Ana Carla de Melo Silva, FDC

Superiora Provincial


Postagem feita Por Ir. Raimunda Ferreira. FDC