quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Via-Sacra de cinco dias das MÁRTIRES do DRINA

Tema: O caminho das Mártires, comparado ao caminho de Jesus e o nosso caminho

Cenário: Banner das Mártires, vela, uma cruz, quadro de Madre Fundadora,

frasco de água do Rio Drina ou água benta.

Dinamizadora: Estamos nos aproximando da Semana Santa. Somos convidadas a reviver a Paixão de Jesus Cristo, e unir-nos a tantas mortes e sofrimentos que acontecem bem perto de nós. Hoje vamos fazer uma caminhada para conhecer e celebrar a via-sacra de cinco dias das Mártires. O trajeto de Pale a Goražde, na Bósnia-Herzegóvina, a uma distância de 65 km.

Vamos percorrer este caminho, preparando-nos para Páscoa carregando também a nossa cruz. A Fundadora Madre Francisca Lechner insistia muito para que, de fato, cada cristão se preparasse bem para esta festa, a maior celebração da Igreja. Era costume que em cada casa e em cada quarto tivesse um crucifixo, e Madre Francisca primava por isso, para que cada dia se pudesse retomar a Cruz, com amor, lembrando desses sofrimentos, pois sem sacrifícios a fé fica fraca. Dizia a Madre Francisca: “Tudo por amor, nada sem amor”.

As cinco Mártires aprenderam do sacrifício diário a carregar a cruz, com dignidade e amor, por amor Àquele que as chamou. (Convidar alguém para carregar/erguer a cruz, o banner das Mártires e a vela, enquanto se canta).

Canto: Contigo eu vou Jesus de Nazaré,... (Livro “Divino Amor Encanta”, nº 24)

1ª Parada - O caminho das Mártires

Leitor 1: Quarta-feira, 10 de dezembro 1941. Por volta das 16 horas, o Convento “Casa de Maria, em Pale, foi atacado. As Irmãs e o Padre Meŝko foram tiradas à força e a casa foi saqueada. Tiveram que seguir a estrada que leva às montanhas, às hospedarias do monte Kalovit. Depois que os “četnik” haviam, rápida e brutalmente, arrancado as Irmãs do seu próprio Convento, o primeiro lugar onde as elas foram obrigadas a parar foi numa pousada, de uma família ortodoxa. Esta família defendeu as Irmãs e pediu ao comandante que as deixassem em liberdade. Mas eles reforçaram então a segurança em torno delas, dizendo que matariam quem as deixassem fugir. Elas receberam um leite quente para beber, mas ninguém tinha fome. Junto às Irmãs tinha um sacerdote esloveno, o Padre Meŝko, aquele que estava hospedado na casa delas no momento do saque da casa. Ali havia também um grupo de mulheres muçulmanas e croatas católicas, com alguns adolescentes e crianças. As mulheres foram encaminhadas para outra pousada bem perto dali. Depois da meia noite, as Irmãs e demais prisioneiras foram colocadas a caminho, para dirigir-se a Romanija, na região de Rakovac. Sempre acompanhados pelos soldados “četnik”. Era muito frio, fazia em torno de 20 a 25 graus centígrados negativos, durante o dia, à noite, era mais frio. Tudo estava coberto por uma alta camada de neve. O grupo que estava a caminho, várias vezes, caia, resvalava, machucava-se em ramos e galhos que lhe batiam nos rostos; sangue escorria-lhe pelo corpo, rachaduras se abriam na pele, devido à intensidade do frio.


Refrão: “Mártires do Drina, rogai por nós, intercedei a Deus por nós”.


Leitor 2: O caminho de Jesus: Jesus Cristo experimentou a dor causada pelas intrigas das autoridades judaicas e pela fraqueza de Pôncio Pilatos. Movidos por interesses pessoais, eles permitem que Jesus seja crucificado. Jesus experimenta a dor causada pela humilhação. Depois de maltratado e ferido pelos soldados, ele é obrigado a carregar a cruz. As Mártires do Drina sofreram a mesma humilhação, feridas e cansadas, foram obrigadas a caminhar em meio a montanhas e neve,...

Reflexão: Lembrar e rezar por pessoas que hoje são humilhadas, pela natureza que está sendo destruída, humilhada. Não cuidar da vida é humilhar.

Todas: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz vós remistes o mundo.

Canto: Jesus, Jesus, de Nazaré, o teu semblante eu quero ter. Tal qual és Tu, eu quero ser, Jesus, Jesus, de Nazaré.


Pai-Nosso

 
2ª Parada

Leitor 1: Quinta-feira, 11 de dezembro de 1941. O grupo de prisioneiras estava na metade da montanha Rakovac, ainda não havia amanhecido, mas a aurora já apontava. Por um instante, o olhar de todos se voltou para trás, quando viram a casa “Convento de Maria” em fogo. Primeiro saquearam tudo e, depois, atearam fogo na casa. Elas caminharam sem parar todo este dia, quase ao anoitecer encontraram uma casa, mas esta estava cheia de criminosos e bêbados. O proprietário também não aceitou as Irmãs na sua casa. Então, elas tiveram que se proteger embaixo de uma cobertura fora da casa. Olhando para dentro desta cada, as Irmãs viram e reconheceram materiais e objetos que pertenciam a elas. Sob ameaças dos soldados, elas retomaram o caminho à noite, e foram separadas do outro grupo de mulheres. Estas retornaram cada qual para seu lar, com a ajuda de um comandante.

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus: Jesus começa a experimentar a dor causada pelo peso da cruz. Fragilizado pela violência, ele começa cair. Durante o caminho ele cai três vezes. As Mártires também caíram pelo cansaço, e sempre uma mão amiga que as ajudavam a levantarem-se. No caminho de Jesus, suas dores são amenizadas pela solidariedade de Maria e um grupo de mulheres. As dores das Mártires, que foram as mais visadas pelos soldados, são também amenizadas pelo grupo de mulheres, que caminhava com elas até esse momento.

Canto: Pela cruz tão oprimido, cai Jesus desfalecido /:pela tua salvação:/

Vê a dor da Mãe amada, que se encontra desolada /: com seu Filho em aflição:/

Pai-Nosso

3ª Parada

Leitor 1: Sexta-feira, 12 de dezembro 1941. As Irmãs caminharam a noite toda, a Irmã Berchmana já tinha seus 76 anos. O dia já apontava quando chegaram a uma casa onde foram acolhidas. O dono da casa tinha muitas crianças. As Irmãs foram recolhidas no sótão da casa aquecida. Em alguns momentos brincaram com as crianças. Ali comeram quase pela primeira vez. Por volta das oito horas chegaram dois oficiais e uma mulher. Estes entraram na sala e começaram o interrogatório das Irmãs e do padre. Entre as acusações diziam que as Irmãs teriam participado de um assassinato de duas crianças Servias, que elas teriam um telefone para passar as informações, em segredo, aos croatos da uštasa e que acolhiam esses revolucionários. Por volta do meio-dia, iniciaram novamente a caminhada rumo a Romanija. Caminharam sem parar por mais quatro horas. Ao anoitecer, encontraram uma casa, mas o pessoal que estava nela não aceitou a presença das Irmãs e do padre. Gritava nomes para elas e o padre. Por isso, continuaram o caminho e encontraram uma velha casa. Os guardas tiveram compaixão e permitiram que, numa sala, pudessem repousar sobre uma palha. Como estavam exaustas e quase sem dormir, adormeceram logo, mas foram logo acordados por um grupo de “četnik”, que invadiu a sala; acordadas, aguardam o amanhecer.

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus: As dores de Jesus no caminho da cruz são amenizadas pela solidariedade de pessoas como Simão Cireneu, que ajuda a carregar a cruz, Verônica, que enxuga o rosto, e de todos aqueles que levantam a cruz nas quedas. As Mártires do Drina também experimentam profunda solidariedade em cada gesto de acolhida, como: na família que as acolheu, nos gestos das crianças, na alimentação quente, em meio ao frio. Ao rezar, nesta parada, pensamos nos gestos de solidariedade que praticamos e recebemos. Como oferecemos solidariedade e como acolhemos este gesto?

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos,...

Pai-nosso

4ª Parada

Leitor 1: Sábado, 13 de dezembro. – A ordem foi retomar o caminho até Sjetlina, porém a Irmã Berchmana, com 76 anos, não conseguia mais ficar de pé. Decidiram que a Irmã permanecesse neste local, até que conseguissem outra forma de levá-la. As prisioneiras seguiram adiante, deixando a Irmã Berchmana para trás. Após caminhar cinco horas, chegaram a Sjetlina onde fica à sede do comando “četnik”. Neste local, o sacerdote Meško foi libertado, devido à intervenção de um conterrâneo que conhecia ele. No mesmo instante o Padre Meško recebeu um casaco. Infelizmente as Irmãs não tiveram a mesma sorte, mesmo que entre as cinco, duas também eram eslovenas e uma austríaca e não tinham nada haver com a guerra civil entre a Sérvia e a Croácia. As Irmãs novamente foram ouvidas uma a uma. Depois de serem interrogadas, afastaram a Madre Superiora Irmã Jula, das demais Irmãs. A acusação novamente era que elas tinham um telefone, no convento, e que em segredo informavam aos integrantes da uštasa, acerca dos movimentos “četnik” e, ainda, que eram as concubinas dos guerrilheiros da uštasa. Esta culpa seria perdoada se consentissem prestar os mesmos serviços aos “četnik”. As Irmãs não resistiram a esta acusação, caladas choravam e rezavam. As Irmãs pernoitaram numa saleta do alojamento onde funcionava o comando geral

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus. Jesus Cristo experimenta a dor causada pelo desrespeito extremo da sua dignidade humana. É humilhado, pois não acreditam na sua palavra, é entregue àqueles que o levaram à morte. As Irmãs Mártires experimentam a mesma dor do desrespeito da dignidade humana.

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos,...

Canto: Maria, Mãe dos Caminhantes,... (I Vol., nº 554)

Pai-Nosso

5ª Parada

Leitor 1: Domingo, dia, 14 de dezembro. – As Irmãs exautas e com dificuldade de caminhar foram colocadas num carro. Por volta de meio-dia chegaram a Prača. Todo o vilarejo, praticamente habitado de muçulmanos, reuniu-se em torno do carro e olhava, com espanto, para elas. O comandante do local ordenou que elas deveriam ir a Goražde, e que neste caminho nada deveria acontecer a elas, para que pudessem chegar vivas. Este trajeto foi feito a pé. Já era escuro quando chegaram num vilarejo chamado Brdo Bare. Pernoitaram numa casa de campo, onde puderam repousar e fortalecer-se. Aquela seria a última noite com vida. As Irmãs não se deram conta que estivesse surgindo a aurora do seu martírio final.

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus. Temos tantos motivos de confiar-nos a Jesus. Quanto bem ele fez. Chegou ao topo do caminho, no alto do Calvário. Nos últimos momentos não resistiu, mas assumiu a cruz com serenidade. As Mártires também olham a sua vida e perceberam que só haviam feito o bem. Com serenidade caminham ao encontro da morte, confiando na Providência Divina.

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos...

Canto: Ao pé da Cruz estava Maria,... (II Vol., nº 82)

Pai-Nosso

6ª Parada

Leitor 1: Segunda-feira, 15 de dezembro. Bem cedo partiram em direção a Goražde. Por volta das 16 horas, chegaram ao local e foram conduzidas ao quartel militar chamado Rei Petar Karadordevic. Ficaram no segundo andar (sem contar o térreo) e foram trancadas na última sala, a que dava para o Rio Drina. Junto a elas foram presos soldados croatos, capturados no caminho, no andar térreo. Depois de trancar elas na sala, os “četnik” foram jantar. As Irmãs respiravam aliviadas pensando que estavam chegando ao final e que poderiam repousar, recomeçar e, mais ainda, fazer algo para salvar vidas. Não se deram conta que ali, nesta sala, pouco mais tarde, elas estariam dando seu sim corajoso e o testemunho de fidelidade a Deus e aos votos religiosos. Os “četnik” ameaçam e queriam abusar delas, mas elas pularam pela janela, começando pela superiora Irmã Jula, e todas a seguiram. Assim foram ao encontro da morte, da dignidade e da fidelidade...

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus. Jesus, chegando ao Calvário, foi crucificado juntamente com dois criminosos. Ele experimenta a dor causada pela violenta rejeição de sua proposta de salvação. Depois de dolorosa agonia, ele morre na cruz. As Mártires também experimentaram esta dolorosa agonia. Caídas, ainda com vida, foram cortadas pelos assassinos.

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos,...

Canto: Salve cruz libertadora,... (II Vol., nº 57)

Pai-Nosso

Bênção Trinitária: (Cantada ao ser aspergido pela água do Rio Drina)

Envio: (Pode haver a aspersão com água do Rio Drina que todas as comunidades receberam, na convicção que as Mártires estão presentes em nós e nos alcançam as graças que necessitamos).

Oração

As Mártires nos obtenham a força do perdão, o amor em suportar as ofensas, o coração compassivo no carregar o peso dos nossos irmãos e irmãs que tropeçam sob o jugo do mal e do pecado. Ensinem-nos a amar com sinceridade, a servir com dedicação e humildade, a esperar com fidúcia. Alcancem para nós uma fé inquebrantável no poder sem confins do bem e no limitado poder do mal, para que creiamos na vitória do bem sobre o mal na própria vida, na vida do nosso próximo, na sociedade e no mundo.

As Mártires do Drina fixaram o seu olhar em Jesus, único Vencedor das forças do mal e por isto nada pode destruí-las. Também nós queremos aprender delas a elevar o nosso olhar continuamente para Jesus, que é o nosso Bem invencível, afim de que o mal que encontramos não nos engane e nem nos desencoraje.

Agradecemos ao Pai celeste porque no candelabro da Igreja Católica Ele elevará estas cinco velas - as suas prediletas - como cinco novas beatas. Somos felizes porque a Igreja as reconheceu como mártires exatamente porque souberam transformar em bênção as situações de sofrimento e de perseguição: em bênção para a vida da Igreja e também para cada uma de nós. (Mártires do Drina – Cinco velas, de Ir. M. Ozana Krajačić).

Bibliografia utilizada - Livro “As Mártires do Drina”

Roteiro elaborado por Irmã Nelsi Habitzreuther, FDC

*********************

Sugestão: Onde possível, fazer uma caminhada com seis paradas. Em cada parada, pode-se fazer uma reflexão. Quando se chega à parada seguinte, colocar os símbolos sobre os panos ali já preparados).













quarta-feira, 28 de setembro de 2011

RETIRO REALIZADO EM CAICÓ COM O GRUPO DOS ASSOCIADOS AMOR DIVINO:

 


 









TEMA: A PALAVRA DO SENHOR É VIVA E EFICAZ.

PREGADOR: PE. COSMO

O RETIRO FOI CONDUZIDO A PARTIR DO LIVRO DO ÊXODO, COM REFLEXÕES SOBRE SUBTEMAS COMO:

O POVO DE DEUS NO DESERTO;

O POVO DE DEUS DIANTE DA FOME;

A SEDE LEVA O POVO A TENTAR DEUS;

A ORAÇÃO E A LUTA VENCEM O INIMIGO;

FAMILIAS SE ENCONTRAM PARA UM PROJETO;

O CAMINHO DA PARTICIPAÇÃO

PASSA PELA DESCENTRALIZAÇÃO.

FICAMOS MUITO FELIZES COM A PREGAÇÃO DO PADRE COSMO. E NOS SENTIMOS CHEIOS DO ESPIRITO SANTO.

O AMOR DIVINO É DEMAIS!

Iraneide Dantas

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A graça das mártires – Mártires do Drina

Lembramos as mártires. Sua vida e sua morte são de grande dureza, e por isso minhas palavras podem soar fortes. Mas também é verdade que a elas se dirigem as bem-aventuranças de Jesus. O evangelho a pouco proclamado no final de semana. E que para nós são - podem ser - uma benção: nos encorajam a nos entregar aos demais e a ter esperança, coragem que não se encontra, com essa força, em nenhuma outra parte, nem na liturgia nem na atividade da academia, nem em lugar algum.

No natal, dizemos que em Jesus de Nazaré “apareceu a benignidade de Deus”. Na semana santa, escutamos da boca de Pilatos que esse Jesus é “o homem verdadeiro”, “ele que carregou com a realidade por amor aos pequenos”. Daí o “ecce homo”. Ambas as coisas, a aparição de Deus e do humano em um mundo que vive na escuridão é uma boa notícia.


Altar das Beatas - Igreja Rainha do Santo Rosário
Isso é o que celebramos nesta semana que nos antecede a beatificação. As cinco Mártires do Drina nos levam em sua fé, da que podemos ter alguma notícia, ainda que seja caminhando em silêncio e na ponta dos pés. Berchmana, Jula, Bernadeta, Antonija, Krizina nos levam na sua, mas de maneira distinta. Eu, ao menos, não posso entrar até o fundo em seu mistério. Mas Deus sim as conhece, e elas - Deus sabe como - nos levam a Deus.

E contra toda ciência e prudência, as mártires geram esperança. Milhares de camponeses/as pobres, com familiares mortos, mulheres moças e sobretudo jovens se encontram nestas águas do Rio Drina na Bósnia. Peregrinos e peregrinas por estes dias de todos os lugares estão a caminho para celebrar uns com os outros, rezar e cantar. Jürgen Moltmann teorizou muito bem: “nem toda vida é ocasião de esperança, mas sim o é a vida de Jesus, quem, por amor, carregou sobre si a cruz”.
Termino. Quero agradecer sinceramente oportunidade que eu a Ir. Édina, Ir. Carla e Ir. Angelita tivemos de conhecer e vivenciar estes lugares. Permitiram-me fazer presente de algum modo o sofrimento e a esperança de um povo admirável e a memória das Irmãs da Província Divina Providência da Croácia e como não dizer a memória de toda a nossa Congregação.
Minhas palavras finais são:
“Descansem em paz M. Berchmana Leidenix, Krizina Bojanc, M.Jula Ivanišević , M. Antonija Fabjan e M. Bernadeta Banja, e também Ir. Adelaide filhas muito queridas de Deus. Que sua paz transmita aos vivos a esperança, e que sua lembrança não nos deixe descansar em paz”.
Estou rezando muito esta semana, leio e releio a vida dessas Mártires e encontro luzes. Luzes que quero partilhar também com VOCÊ MINHA IRMÃ FDC.

O Texto adaptado de Jon Sobrino
Ir. Nelsi



sábado, 24 de setembro de 2011

Parabéns Ir. Teonas,FDC

É com grande carinho e atenção que os Associados, Juventude e Filhas do Amor Divino da PRONEVES festejam esse dia especial para Irmã Teonas e para todos aqueles que a admiram. Continue sendo essa pessoa forte e valente, pois o reino de Deus é dos corajosos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

QUANDO CÂMARA CASCUDO ESTEVE NO ENSV

Educandário Nossa Senhora das Vitórias
Fundado em 1927 e a visita ocorreu em 1934
No livro “Viajando o Sertão” (Imprensa Oficial- 1934) é composto por dezoito crônicas, que narram a viagem realizada por Luis da Câmara Cascudo, no período de 16 a 29 de maio de 1934, ao interior do Estado do Rio Grande do Norte. Cascudo faz esta viagem a convite do Interventor Federal Mário Câmara e ingressa na comitiva oficial composta por mais outras quatro personalidades ligadas a Educação, a Agricultura e Açudagem; Anfilóquio Câmara (Diretor geral do departamento de Educação), Antônio Soares Júnior (Prefeito de Mossoró), Alcides Franco (Chefe da segunda seção técnica do Serviço de Plantas Têxteis) e Oscar Guedes (inspetor do mesmo Serviço). Em 1934, Luis da Câmara Cascudo, ocupava o cargo de Chefe Provincial do Integralismo.


Câmara Cascudo
No relato sobre sua passagem por Açu Cascudo narra sua visita ao Educandário Nossa Senhora das Vitórias, na época Colégio.
“Pela manhã tivemos a linda festa do Colégio de Nossa Senhora das Vitórias. A vitória maior é viver aquelas freiras ilustres, quase todas nórdicas, num clima ardente como o do Açu. O Colégio é uma maravilha de ordem, disciplina, rendimento educacional e beleza de espírito. Sente-se que ali se trabalha para receber no outro Mundo paga maior.

Não quero citar nomes para livrar-me de esquecer algum. O programa da festa é moderno, com cânticos, danças ginásticas, declamações melo comentadas á órgão, saudações em conjunto. O Interventor não contem uma admiração que está em todos nós. Recebe, com o Anfiloquio, grande protetor do Colégio, ramos de rosas e palmas que não acabam. E o rubro Diretor Geral do Departamento de Educação, tremendo de gratidão puríssima, faz um discurso ótimo. Não ha nada como a emoção. Anfiloquio historía sua vida, alude a fatos, festas que recebera e termina fazendo um apelo à Divina Padroeira do Colégio, pedindo-lhe força e alegria para continuar sem desfalecimento seu programa de realização, tal qual mente lhe confiara o Interventor, palmas. Visitas às dependências. O salão de cultura física merece elogios. Levo meus parabéns a madre Cristina Vlastnik que sorri. Uma linda festa.”

Referências: Viajando o Sertão, Câmara Cascudo, Ed. Imprensa Oficial, 1934 1ª Edição.

Mensagem da Comunidade do NSV- Assu,RN


A Comunidade Nossa Senhora das Vitórias da Província Nossa Senhora das Neves, louva e agradece ao Senhor pelo testemunho heróico das Mártires do Drina, unida a todas que participarão desta solenidade no dia 24 de setembro de 2011 em Sarajevo- Bósnia.


Irmã M. Judith Vieira de Farias,FDC
Pela Comunidade Nossa Senhora das Vitórias- Assu,RN- Brasil

terça-feira, 20 de setembro de 2011

MENSAGEM DOS ASSOCIADOS, JUVENTUDE E INFÂNCIA AMOR DIVINO DA PROVÍNCIA NOSSA SENHORA DAS NEVES

Os Associados, Juventude e Infância Amor Divino da Província Nossa Senhora das Neves, unem-se em louvor, e ação de graças a toda a Congregação das FILHAS DO AMOR DIVINO pelo testemunho de santidade heróica das MÁRTIRES DO DRINA, reconhecido oficialmente pela Igreja no dia 24 de setembro de 2011.
                                                                                                                          Victo Rudá Bezerra Garcia

Mensagem de Ir. Marlene - Rushooka- África

Querida Ir. Marli!

Como estás? Se bem me lembro deves estar preparando para participar da solenidade de beatificacão das Mártires do Drina.

Aqui estamos trabalhando bastante como sempre. Gostaria de te dizer que a campanha que fizeram aí está beneficiando as mães gestantes. Elas estão indo bem contentes para casa com a sacola dos pertences para o parto. Também estamos pagando 3 exames para elas quando vêm pela primeira vez para o pre natal. Elas ficaram muito agradecidas com o "ekikionto"(presente em Runiankore) e a gente sempre explica de onde o presente vem. Elas pedem para transmitir o agradecimento e tambem dizer que vão rezar por todas as pessoas que contribuiram para que este presente chegasse a elas.

Em nosso nome também agradeco por este gesto missionário de ajudar para que os recen-nascidos tenham uma melhor qualidade de vida junto com as suas mães. Que Deus vos abençoe e abençoe o trabalho educativo que fazem.

Abracos para as Irmas e todas as pessoas conhecidas.

Com estima e carinho,

Ir. Marlene Webler

Associados Amor Divino de Caicó celebram Santo Agostinho com a comunidade Santa Terezinha



O dia de Santo Agostinho foi uma grande Festa, fizemos a celebração com as Filhas do Amor Divino e depois nos confraternizamos.

                                                                                                           Iraneide Dantas

Associados Amor Divino de Currais Novos/RN celebram Festa de Santo Agostinho

   
Os Associados Amor Divino de Currais Novos celebraram Santo Agostinho, Patrono da Congregação das Filhas do Amor Divino. A celebração aconteceu na capela da comunidade Jesus Menino, foi dirigida por Victo Rudá, AAD e Irmã Carmen, FDC. Seguindo as orientações da Assembleia dos Associados Amor Divino, seremos Fiéis ao carisma Amor Divino. "Fidelidade como expressão do Amor".



Associados Amor Divino realizam retiro: " Travessia - Passo a passo o caminho se faz".



No domingo 11 de setembro os Associados Amor Divino de Currais Novos estiveram em retiro no Educandário Jesus Menino. Pela manhã a reflexão foi pelo Diácono José Barreto. Logo mais à tarde, houve a Adoração ao Santíssimo Sacramento na Capela do EJM. O retiro será mensal.

Colégio Nossa Senhora das Neves recebe educadores no IV Congresso Regional de Educação das Escolas ProNeves

  



















Encerrou-se neste sábado (10), no auditório do Colégio das Neves, o IV Congresso Regional de Educação das Escolas ProNeves, que reuniu diversos representantes das instituições de ensino em torno da discussão sobre “A visão sistêmica e os desafios da educação no século XXI”, tema do encontro de 2011.

Durante os três dias de realização, os congressistas foram recepcionados com cafés da manhã, lanches e por uma turma de animadores que cantavam puxados pela melodia do piano na entrada do auditório. As palestras foram ministradas por convidados de representação nacional na área de educação, como Max G. Haetinger, que possui um vasto currículo de formação nacional e internacional.

O evento contou com a participação da equipe pedagógica do Colégio das Neves, que absorveu ao máximo as reflexões propostas sobre as novas estratégias de ensino para o melhor desenvolvimento dos jovens no mundo tecno-informacional em que vivemos. Além dos momentos de aprendizagem, os participantes também congregaram-se enquanto educadores cristãos, assistindo apresentações diárias feitas pelos próprios congressistas.

A iniciativa da Província Nossa Senhora das Neves, da Congregação das Filhas do Amor Divino, representa a reafirmação do compromisso e da dedicação das escolas ProNeves ao longo de toda sua trajetória na formação de cidadãos íntegros, críticos, ricos em conhecimento e participativos diante das necessidades e desafios emergentes na sociedade.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DNJ- DIA NACIONAL DA JUVENTUDE DO V ZONAL DA ARQUIDIOCESE DE NATAL

Que compreende as paróquias de:

SÃO JOSÉ DOS ANGICOS
SANTANA
SANTANA DOS MATOS
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
LAGES
SÃO PAULO APÓSTOLO
SÃO RAFAEL
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS 
AFONSO BEZERRA.

No dia 10 de outubro a partir das 15: 30h na cidade de Angicos
será celebrado o Dia Nacional da Juventude com uma
caminhada encerrando com a Santa Missa.

Convidamos todos os jovens para comemorar conosco o seu dia.

Pe. Antonio 

(Coordenador da pastoral da juventude do V Zonal)

Participe você também!

(Haverá espaço para uma mensagem dirigida aos jovens por parte das Filhas do Amor Divino)

Parabéns Irmã Nivalda

Além dos acontecimentos cívicos próprios  do dia 7 de setembro, as comunidades da Província Nossa Senhora Das Neves, familiares e amigos  rezaram pelo dom da vida de Ir. Nivalda,FDC. Nesta, em nome de todos os Associados Amor Divino e Juventude Amor Divino, quero expressar as felicitações e os votos de gratidão a Deus pelo dom que é a pessoa de irmã Nivalda. 

Mártires do Drina e o Brilho da Glória Pascal

Como é fecundo, então, olhar para o testemunho luminoso de quem nos precedeu no sinal de uma fidelidade até ao martírio! Se os seus clamores foram calados pelo mortal massacre, suas vidas são eloquentes e inspiradoras. Continuam vivas em Deus, no brilho da Glória Pascal, refletindo luz que ilumina a nossa história e os novos horizontes da missão.  
A memória das nossas Mártires faz referência à pessoa de Jesus Cristo, o primeiro a dar sua vida como sinal de amor. É do próprio Filho do Amor Crucificado, na expressão de nossa Fundadora a Serva de Deus Madre Francisca Lechner, que emana a força desta entrega no seguimento do Seu exemplo.  
O martírio é a encarnação suprema do Evangelho da esperança. O sangue dos mártires é uma semente. Afirma a propósito Tertuliano: Plures efficimur quoties metimur a vobis: sanguis martyrum semen christianorum.  Nós multiplicamo-nos todas as vezes que somos ceifados por vós: o sangue dos mártires é semente de novos cristãos" (Apol., 50, 13: CCL 1, 171). Assim, como a Igreja do primeiro milênio nasceu do sangue dos mártires, ao término do segundo milênio, a Igreja voltou a ser Igreja de mártires (João Paulo II, 7 de Maio de 2000, no Coliseu). Também nós, somos irmãs e de mártires, de tantas outras mártires, anônimas. 
Nesta direção, a Congregação das Filhas do Amor do Amor Divino, seguindo os mesmos passos da Mãe Igreja, enriquece esta memória fecunda, através de suas filhas, as Mártires do Drina, não com uma história de heroínas, mas de mulheres consagradas a Deus e aos outros numa aliança de sangue com o povo ao qual serviam. Compõem o relicário de nossa iconografia, ajudam-nos a perceber e a contemplar o como a cruz do Mestre e o martírio das discípulas tornam-se a última e definitiva revelação da santidade de Deus (Dives in Misericordia 7). Explicitam, com eloquência comunitária e solidária que anunciamos um Salvador que não se salvou si próprio. Este e não outro é o Mestre (Mc15,29-32).
São elas, nossas Irmãs: M. Berchmana Leidenix, austríaca, nascida em 1865, M. Krizina Bojanc, eslovena, nascida em 1885, M. Jula Ivanišević, croata, nascida em 1893, M. Antonija Fabjan, slovena, nascida em 1907 e  M. Bernadeta Banja, cidadã húngara, nascida na Croácia em 1912, constituiam a Comunidade “Casa de Maria”, no povoado de Pale, fundada em 1911, a 18 km de Sarajevo, na Bósnia, não sofreram por um simples crucifixo pregado na parede, mas pelo Crucificado nos crucificados de Pale, nas proximidades de Sarajevo.
Pale era um ponto de apoio para os viajantes que iam ou vinham de Sarajevo. E as irmãs atendiam aos que batiam à porta do Convento não só com alimentos, mas também com o abrigo, nos percalços da viagem. Com o passar do tempo, por causa do atendimento caridoso, das Religiosas, aos necessitados, sem distinção, os vizinhos ortodoxos começaram a chama-lo “Hospital dos Pobres”. 
Na Segunda Guerra Mundial a Bósnia, foi muito provada, pelos conflitos que se estabeleceram entre os sérvios, muçulmanos e católicos da Bósnia oriental. O Drina é um rio que estabelece o limite entre as duas partes e atualmente divide a Bósnia da Sérvia. Duas facções políticas viviam em atritos violentos: os četnik - membros da tropa armada do Estado da Sérvia era um grupo com conotação terrorista contra os povos não Sérvios; os uštasa eram os revolucionários da direita croata. Aqueles multiplicavam os ataques às populações civis católicas e muçulmanas. Estes, apoiados pelas forças armadas de ocupação ítalo-germânica, mantinham os campos de concentração onde sacrificaram a vida de milhares de opositores ao regime, mas também civis inocentes.
Em rápidas palavras, este era o contexto em que as Irmãs viviam e experimentavam a dor de um povo indefeso e inocente. Por isso, era perigoso viver em Pale. Diante das solicitações para deixarem o local, o povo, elas decidiram permanecer e compartilhar a sua sorte. Em 11 de dezembro de 1941, os soldados da milícia četnik prenderam as Irmãs, saquearam e incendiaram o Convento. Foram deportadas para Goražde, 65 km de Pale. Até lá enfrentaram uma caminhada de 04 dias, subindo e descendo montanhas por entre o frio invernal, e atrozes agressões. A Irmã Berchmana, 76 anos, como não estava conseguindo seguir o ritmo, com as quatro, foi assassinada pelo caminho no dia 13 de dezembro.  As outras chegaram a Goražde, na tarde do dia 15 de dezembro e foram para a Caserna dos militares, próximo ao Rio Drina.
Á noite, os četnik, invadiram o local onde as Irmãs estavam instaladas, tentando violentá-las, insinuando-as a renunciarem à Vida Religiosa e prometendo-lhes muitas vantagens. Ao resistirem, Ir. Jula para evitar o estupro, abriu a janela e convidou as coirmãs a segui-la dizendo: Jesus, salva-nos! E assim pularam de um segundo andar. Instigados por estas atitudes, ao encontrá-las, em seguida, feriram-nas mortalmente e depois aos chutes as jogaram no Drina, como narra Anton Bacovič, testemunha do ocorrido, juntamente com seus familiares.   
Em profundo e místico silêncio, recolho-me olhando para estas mulheres, heroínas da fé... E contemplo no Rosto Doloroso do Amor Crucificado o Brilho da Glória Pascal. Parafraseando o Teólogo Enzo Bianchi, realmente estas mulheres pertenciam a Outro, por isso, falam com divina eloquência, a linguagem da Cruz. Graças a pessoas assim que é possível acreditar que o Amor é mais forte do que o ódio, que a vida é mais forte do que a morte, porque só quem tem uma razão para morrer, tem uma razão para viver. Esta morte não foi sem sentido e o martírio é fecundo como dizia Tertuliano (Avvenire, 20/10/2010).
Esta fecundidade, neste tempo em que toda a Congregação se prepara para a Beatificação das Mártires do Drina, supõe também uma convocação para em e através de cada comunidade, ninguém permitir que o rosto pascal de nossa Província, seja ofuscado. Uma Província pascal significa Irmãs capazes de evoluir em humanidade e que se definem a si mesmas como peregrinas e missionárias do Reino de Deus, pela Palavra que conquista as mentes e o fascínio do amor misericordioso que vence os corações. Jesus é o Evangelho, Jesus é o modelo da humanidade plena.
Não é por ventura a missão da Igreja, da Congregação, da Província refletir a luz de Cristo em cada época da história e, por conseguinte, fazer resplandecer o seu Rosto diante das gerações do novo milênio? ( MI 16).
Que a fecundidade desta memória se enraíze em nossas vidas e floresça nos áridos sertões de nossa histórica geografia humana, clareando, realçando sempre mais, o Brilho da Glória Pascal, projetando nossos horizontes para tornar visível o nosso carisma.
A Ele, Gloria e Honra de toda a Congregação das Filhas do Amor Divino através de nossas Mártires, riqueza de Graças e Santidade para toda a Igreja.

Reação judaica à JMJ: fala David Hatchwell

Entrevista ao vice-presidente da Comunidade Judaica de Madri

MADRI, sexta-feira, 26 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – “Êxito absoluto”, “gente
saudável”, “energia positiva”, “retorno aos valores”: é com esta contundência que se
expressa, nesta entrevista, David Hatchwell, vice-presidente da Comunidade Judaica de Madri (www.cjmadrid.org), ao falar sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2011.

ZENIT: Você deu seu apoio à JMJ antes de que ela fosse realizada. Por que esta
aliança com um evento católico de envergadura?

Hatchwell: Quem pensa as mesmas coisas precisa estar junto. Os católicos, como outros grupos, têm direito de expressar-se, ainda que haja protestos contra isso. Têm direito a acreditar no que acreditam e, por este motivo, temos esta proximidade, porque nós, os judeus, sabemos bem o que significa ser menosprezados. Entendemos o que é ser deslegitimados e eu vivo isso constantemente. Sou muito sensível e não me preocupam somente, mas me incomodam as tendências a deslegitimar as pessoas. Uma pessoa pode não concordar com alguém, mas não deve haver ataques a coletivos de maneira injustificada e fora de contexto. Neste sentido, nosso apoio a um ato como a JMJ é claro. Comemoro o fato de que esta JMJ tenha se realizado e daí vem a proximidade com o evento.

ZENIT: Percebi que você gostou do encontro.

Hatchwell: Sem dúvida, esta viagem do Papa foi um êxito absoluto. É o maior acontecimento das últimas décadas, eu não me lembro de ter visto algo assim. Ver Madri com todo tipo de gente jovem nas ruas, pessoas muito sudáveis, com energia positiva, foi incrível, uma delícia. A avaliação só pode ser positiva. Todos os dias, na grande variedade de eventos que ocorreram, demonstrou-se que o que se queria era um momento espiritual muito potente, e isso aconteceu.

ZENIT: Houve críticas também.

Hatchwell: Foi só um incidente de poucas pessoas, quando do outro lado havia quase dois milhões. Infelizmente, alguns meios de comunicação descontextualizam e mostram o fenômeno marginal. Mas, para mim, foi um êxito absoluto. Do que li, me consta que uma empresa internacional – a Price Waterhouse Coopers – faz uma auditoria, o que me parece muito sensato por parte da Igreja, essa transparência. Além disso, as JMJ contribuíram muito para a cidade de Madri, e por isso não entendo essas tentativas de criticá-la. Muito além de informações de manchetes, o que está claro é que Madri esteve no mapa do mundo vários dias e isso foi muito positivo para a Espanha.

ZENIT: Que aspecto da mensagem do Papa mais chamou sua atenção?

Hatchwell: Sem dúvida, a mensagem foi muito importante, especialmente a reconexão com uma série de valores. Esse apelo transcende um credo específico, não somente mensagens cristãs, mas universais.
O Papa pediu aos jovens que sejam muito valentes com suas convicções. Estamos diante de um relativismo ético muito profundo, com uma tendência a tirar valor das coisas que muita gente tem como princípios básicos da sua educação. Nisso, estamos totalmente de acordo com o Papa: em uma sociedade moderna, são necessários valores para enfrentar o relativismo e continuar acreditando nas convicções morais que as pessoas têm. Outro aspecto chamativo da mensagem foi que não vivemos na tirania do indivíduo, não existe um “eu” absoluto, mas hoje há valores comuns coletivos espirituais e o serviço ao outro.

ZENIT: Esses valores são compartilhados entre judeus e cristãos?

Hatchwell: Absolutamente. Judeus e cristãos compartilham valores comuns troncais. Jesus era judeu e os primeiros cristãos também: daí os valores compartilhados que, sem dúvida alguma, continuam sendo os mesmos.

ZENIT: Desde o Concílio Vaticano II, as relações entre a Igreja Católica e o judaísmo
melhoraram substancialmente.

Hatchwell: Sabemos que, durante séculos, a relação entre a Igreja e o judaísmo não era em absoluto o que temos agora; melhorou há 40 anos. Eu me sinto privilegiado por viver hoje em dia, em um momento no qual a Igreja percebe de maneira totalmente diferente os judeus.

ZENIT: Os jovens judeus têm encontros como a JMJ?

Hatchwell: Encontros sim, mas não tão grandes. Há reuniões de jovens do mundo inteiro, da Rússia, Etiópia, Estados Unidos, nas quais se reúnem e compartilham valores comuns. Refletem sobre a vida, sobre o serviço ao outro, assumem responsabilidades. Os jovens são muito importantes na nossa tradição. Os idosos têm mais conhecimentos e experiência, mas o presente e o futuro é dos jovens: é preciso investir sempre neles para que conheçam a base da nossa tradição, vivam-na e possam transmiti-la, pois, se não fazemos esforços com as pessoas jovens, em 30 anos, os números podem mudar. É preciso dar um elemento cultural básico aos jovens. No meu caso, tenho a sorte de viver em um país democrático, onde tenho direito de observar meu culto; e ficaria feliz se meus filhos o seguissem assim como eu, meus pais e assim por diante. Quero mostrar-lhes que não são responsáveis somente pelo seu microcosmos, que tenham uma vida feliz e plena, com êxito, o que é bom, mas servindo os outros, não somente a comunidade judaica, mas que sejam boas pessoas, altruístas.

Neste sentido, cristãos e judeus, novamente, compartilham valores. Pensemos que o judaísmo nasce como a primeira religião monoteísta, em um momento em que não havia o direito à vida para todos; se a pessoa era escrava, não tinha os mesmos direitos, havia muitos sacrifícios humanos... Os direitos humanos são parte do DNA do judaísmo e foram configurando a sociedade atual, como o cristianismo também.

(Miriam Díez i Bosch)


Fonte: MADRI, sexta-feira, 26 de agosto de 2011 (ZENIT.org)

Bote Fé! JMJ Rio-2013: é a nossa vez!

Por Cardeal Odilo Scherer

SÃO PAULO, sexta-feira, 2 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) da Espanha mal terminou e já estamos envolvidos na preparação da próxima jornada, que acontecerá no Brasil em menos de dois anos! Mais exatamente de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro. Antes disso, porém, haverá os dias da pré-jornada, envolvendo, de alguma forma, o Brasil todo, com jovens vindos de numerosos países de todo o mundo, a serem acolhidos em nossas dioceses e paróquias. Na Espanha, vinham de 170 países!

De fato, a próxima Jornada já começa no próximo dia 18 de setembro, quando serão acolhidos os sinais da JMJ, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora em nossa cidade, como ponto de partida para sua peregrinação por todo o Brasil. Com a presença desses dois sinais da JMJ, as juventudes das dioceses e comunidades locais poderão se preparar para sua peregrinação, finalmente, ao Rio de Janeiro, em julho de 2013.

Para o dia 18 de setembro, está sendo preparado o evento chamado Bote Fé, no Campo de Marte, com cantores, celebrações, testemunhos e várias outras iniciativas e atrações,  para envolver a juventude e também os adultos e crianças, das 9h às 21h; a Cruz da JMJ será acolhida festivamente às 16h no local; em seguida, haverá a missa. É a hora de manifestarmos nossa fé, carinho e apoio à juventude. Paróquias, famílias, grupos, movimentos, pastorais, organizações juvenis, escolas, todos estão convidados! O êxito do evento dependerá do envolvimento de todos nós, católicos paulistanos e paulistas!

De fato, a preparação e a realização da JMJ-Rio 2013 será uma “tempo favorável”, uma graça especial para a juventude em nosso país. É ocasião para não se perder e para aproveitar desde o primeiro momento, que será, justamente, a acolhida da Cruz em São Paulo, no dia 18. Em seguida, ela permanecerá em nossa Arquidiocese por alguns dias, em várias igrejas e locais, para que muitos tenham a oportunidade de venerar esses sinais, que já emocionaram milhões de jovens nas jornadas.

Para nossa alegria, o papa Bento 16 já definiu o tema da JMJ-Rio 2013: “Ide, pois, fazei
discípulos entre todas as nações!”(Mt 28, 19); está na continuidade do tema da JMJ de”.
Madrid: Estar “firmes na fé, enraizados e edificados em Cristo”, deve levar espontaneamente e organizadamente a “fazer discípulos” de Cristo. A fé, quando verdadeira, não fica guardada somente para si, mas torna-se contagiosa! Está na continuidade também dos temas que movem a evangelização na América Latina, depois da Conferência de Aparecida (2007): “discípulos missionários de Jesus Cristo, para que, nele, nossos povos tenham vida”.

No final da JMJ de Madrid, o papa Bento 16 convidou os jovens a retornarem aos seus
170 povos diversos, para contar aos outros o que viram e ouviram durante aqueles dias
memoráveis... Não é diverso daquilo que Jesus mandou os discípulos fazerem, ao enviá-los em missão entre todos os povos. Os cristãos têm muito para anunciar aos povos! E também têm bons motivos para convidar outras pessoas para irem ao encontro de Cristo, deixando-se envolver e encantar por ele... A festa que está sendo preparada para o dia 18 de setembro, no Campo de Marte, já será uma boa ocasião para fazer isso!

Fonte: Publicado no jornal O SÃO PAULO, edição de 30/08/2011

Cardeal Odilo Pedro Scherer é arcebispo de São Paulo