segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Papa Francisco: não há paz sem a cultura do cuidado


Todos remando juntos no mesmo barco, cujo leme é a dignidade da pessoa e a meta, uma globalização mais humana.

Em síntese, esta é a ideia que o Papa Francisco expressa na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2021, celebrado em 1° de janeiro.

O texto foi publicado esta quinta-feira pela Sala de Imprensa da Santa Sé, cujo título é “A cultura do cuidado como percurso de paz”.

Solidariedade às vítimas da pandemia

A mensagem não deixa de analisar a marca deste 2020: a pandemia. A crise provocada pelo novo coronavírus “se transformou num fenômeno plurissetorial e global, agravando fortemente outras crises inter-relacionadas como a climática, alimentar, econômica e migratória, e provocando grandes sofrimentos e incômodos”.

O pensamento do Pontífice foi às pessoas que perderam um familiar ou uma pessoa querida ou a quem ficou sem emprego. E um agradecimento especial a quem trabalha em hospitais e centros de saúde, com um renovado apelo às autoridades para que as vacinas sejam acessíveis a todos.

Sou o guardião do meu irmão? Com certeza!

No longo texto, o Papa faz uma “gênese” da cultura do cuidado desde os primórdios da criação, como narram vários episódios bíblicos. No Antigo Testamento, talvez o mais emblemático seja a relação entre Caim e Abel, e a famosa resposta depois do assassinato: Sou eu, porventura, o guardião do meu irmão? “Com certeza”, responde o Papa sem pestanejar.

Já no Novo Testamento, Jesus encarna o ápice da revelação do amor do Pai pela humanidade. “No ponto culminante da sua missão, Jesus sela o seu cuidado por nós, oferecendo-Se na cruz e libertando-nos assim da escravidão do pecado e da morte.”

Esta cultura do cuidado se aprimorou na Igreja nascente com as obras de misericórdia corporal e espiritual, que no decorrer dos séculos ficaram visíveis em hospitais, albergues para os pobres, orfanatos, lares para crianças e abrigos para forasteiros.

O Cristianismo, portanto, ajudou a amadurecer o conceito de pessoa, a ponto que hoje podemos dizer que “toda a pessoa humana é fim em si mesma, e nunca um mero instrumento a ser avaliado apenas pela sua utilidade: foi criada para viver em conjunto na família, na comunidade, na sociedade, onde todos os membros são iguais em dignidade. E desta dignidade derivam os direitos humanos.”

Bússola para um rumo comum

Se o ser humano tem direitos, tem também deveres, como o cuidado dos mais vulneráveis e também da criação.

Para Francisco, todos esses princípios elucidados na mensagem constituem uma bússola para dar um rumo comum ao processo de globalização, “um rumo verdadeiramente humano”.

“Através desta bússola, encorajo todos a tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher tantas desigualdades sociais.”

Aqui o Papa chama em causa um “forte e generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas sociais, políticas e institucionais”.

Como converter nosso coração?

O Pontífice recorda que esta “bússola dos princípios sociais” vale também para as relações entre as nações. E pede o respeito pelo direito humanitário em conflitos e guerras. “Infelizmente, constata o Santo Padre, muitas regiões e comunidades já não se recordam dos tempos em que viviam em paz e segurança.”

“As causas de conflitos são muitas, mas o resultado é sempre o mesmo: destruição e crise humanitária. Temos de parar e interrogar-nos: O que foi que levou a sentir o conflito como algo normal no mundo? E, sobretudo, como converter o nosso coração e mudar a nossa mentalidade para procurar verdadeiramente a paz na solidariedade e na fraternidade?”

Mais uma vez o Santo Padre lamenta o desperdício de dinheiro com armamentos, quando poderia ser utilizado “para prioridades mais significativas”, relançando a ideia de São Paulo VI de criar um “Fundo mundial” com a utilização dos recursos da corrida armamentista para o desenvolvimento dos países mais pobres.

Outro elemento fundamental para a promoção da cultura do cuidado é a educação. Neste projeto, estão envolvidos famílias, escolas, universidades e os líderes religiosos. Francisco se dirige a quem trabalha neste campo “para que se possa chegar à meta duma educação «mais aberta e inclusiva”, fazendo votos de que neste contexto o Pacto Educativo Global “encontre ampla e variegada adesão”.

Não há paz sem a cultura do cuidado

Toda a mensagem do Pontífice, enfim, é estruturada para afirmar o princípio de que não há paz sem a cultura do cuidado.

“Neste tempo, em que a barca da humanidade, sacudida pela tempestade da crise, avança com dificuldade à procura dum horizonte mais calmo e sereno, o leme da dignidade da pessoa humana e a «bússola» dos princípios sociais fundamentais podem consentir-nos de navegar com um rumo seguro e comum. Como cristãos, mantemos o olhar fixo na Virgem Maria, Estrela do Mar e Mãe da Esperança.”

“Não cedamos à tentação de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis”, é o apelo final do Papa.

Via Vatican News

Como se preparar em família para o Natal


Todos comentamos que o tempo está passando rápido demais. Mas pode ser que nós temos feito coisas demais a ponto de não saborear cada momento de nossa vida. Fato é que, de repente, nos assustamos ao ver que o Natal novamente se aproxima. Enquanto o comércio só pensa em “terminar bem o ano” batendo recordes de vendas, nós temos a oportunidade de “começar bem o ano”, acolhendo Jesus em nosso meio. É por isso o ano litúrgico começa com o Advento, para que nos preparemos bem para acolhê-lo.

Um Natal nunca pode ser igual aos outros, pois o menino Jesus sempre tem algo muito novo, uma renovação interior, para trazer ao nosso coração.

O tema – Como se preparar em família para o Natal – provocou em mim uma boa reflexão, me fazendo pensar em nossa prática familiar nos anos anteriores e como poderíamos aprofundá-la neste ano. A Igreja nos insere no contexto do Advento com as leituras onde se destacam o apelo de João Batista, as profecias de Isaías e o grande sim de Maria, mas também com a cor utilizada nas celebrações, as músicas e a vivência da modéstia e silêncio, reservando para o dia de Natal nossa expressão de alegria. Mas como levar esta preparação para dentro de nossas casas?

Reconheço que não é muito fácil viver o Advento fora da igreja, pois a época do ano nos oferece “pratos cheios” para desviar nossa atenção, principalmente das famílias com filhos em idade escolar. O encerramento do ano letivo, estudos de recuperação, vestibulares, formaturas. Mas temos também as intermináveis compras de presentes de lembrancinhas de Natal e, em nosso país, os preparativos para as férias que acontecem em Janeiro.

Com o avanço do Advento e quanto mais se aproxima o Natal, mais profunda deveria ser a nossa reflexão e maior o tempo dedicado à preparação. Mas tem acontecido justamente o contrário. O Natal vai chegando e nossa correria vai aumentando. Esquecemos esse e aquele presentinho! E as dezenas de amigos ocultos? (nem sabíamos que tínhamos tantos amigos!) Já ia me esquecendo da ceia, da comilança, da bebida. A roupa? Não posso ir com a mesma roupa que fui no ano passado… Parece que estamos correndo para desarmar uma bomba relógio. E onde entra o Advento e Natal no meio dessa correria?

Caro amigo leitor, já faz algum tempo que esse ritmo popular de “tempo de Natal” muito me incomoda. Não aguento andar pelas ruas do centro, lotadas e com a Simone cantando “Então é Natal, a festa cristã…”, onde de cristão não tem nada, pois não passa de armação para nos sentirmos bem e comprarmos mais e mais.

Há alguns anos decidimos viver o Natal de forma diferente e quero partilhar isso com você. São coisas simples, porém desafiadoras, que temos feito contra a “correnteza” para viver melhor o Natal como novena com as crianças, a questão dos presentes, comemorações e amigos ocultos, tempo para os sacramentos (especialmente a confissão), as reuniões de família no dia 24 e 25, a vigília e dia do Natal etc. Como você vive estas questões em sua família? Estas atitudes, para minha família, são também respostas para a vigilância que nos é proposta no primeiro domingo do Advento: “Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer” (Mc 13,35).

André Parreira

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Hoje a CNBB promove a primeira live da Novena de Natal 2020


Tem início nesta quarta-feira, 16 de dezembro, a primeira live que a Editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Edições CNBB, promove como forma de ajudar as pessoas a celebrarem a Novena de Natal 2020 em seus lares. Os nove episódios, com cerca de 25 minutos cada, serão transmitidos em forma de lives de 16 a 24 de dezembro, através das redes sociais da Editora (@edicoescnbb) e da CNBB (@cnbbnacional), sempre às 20h. A transmissão também será feita pela Canção Nova, por meio da TV e rádio, às 17h30.

A Novena

A Novena do Natal de 2020, publicação da Edições CNBB, convida as comunidades a contemplar o primeiro pilar proposto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE): a Palavra de Deus. A temática da Novena de 2020 também está em consonância com a reflexão que será feita na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em abril de 2021.

A Novena convida-nos à catequese em nossas casas, a reunir todas as pessoas que estavam distantes. Com a ternura materna de Maria e o silêncio oblativo de José, acolhemos, protegemos, promovemos e integramos em nossa casa todas as famílias para a festa da Encarnação do Verbo de Deus. Com este livreto da Novena, vamos percorrer o caminho litúrgico do Advento na unidade eclesial, refletindo, com simplicidade doméstica, a chegada do Menino Deus que sempre vem ao nosso encontro para nos salvar e garantir a vida!

Conforme o bispo de Castanhal, no Pará, dom Carlos Verzeletti, a Novena de Natal 2020 convida-nos à catequese em nossas casas, a reunir todas as pessoas que foram distanciadas neste tempo longo da pandemia. “Com a ternura materna de Maria e o silêncio oblativo de José, acolhemos, protegemos, promovemos e integramos em nossa casa todas as famílias para a festa da Encarnação do Verbo de Deus. Nosso Deus está conosco! Ele está em nossa casa para ser o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida em abundância. Ele é a Palavra da Salvação!”

“No há nada mais prático e importante do que encontrar-se com Deus, do que apaixonar- se por sua Palavra, do que viver com Cristo, por Cristo e em Cristo. Apaixona-te! Permanece no amor! Tudo passará a ser diferente. Feliz Natal! Abençoado Ano Novo!”, afirma dom Carlos.

 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Arquidiocese realiza Assembleia de Pastoral de forma online

 


A 60ª Assembleia de Pastoral da Arquidiocese de Natal será realizada de forma online,  no próximo dia 18, das 9h às 17 horas. A assessoria será do Padre Espedito Caetano da Silva, coordenador de pastoral da Diocese de Patos (PB).

Para essa assembleia, que será dirigida pelo arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha, participarão os vigários episcopais, vigário judiciais, os coordenadores e articuladores de zonais, padres, diáconos permanentes, representantes dos religiosos e de comunidades de vida e membros do Conselho Pastoral Arquidiocesano.

Segundo a coordenação arquidiocesana de pastoral, alguns momentos da assembleia, como a parte de espiritualidade e a palestra de abertura, assim como os encaminhamentos, no final,  serão abertos para todas as pessoas que tiverem interesse em participar, transmitidos pelas páginas da Arquidiocese no Youtube e no Facebook, epelas páginas das paróquias no Facebook. Haverá momentos também exclusivos para os convocados para a assembleia, que participarão online, através da plataforma Meet.

 

Vaticano anuncia que começará a vacinar contra COVID-19 no início de 2021


O novo diretor da Diretoria de Saúde e Higiene do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Andrea Arcangeli, anunciou que a campanha de vacinação contra a COVID-19 neste território terá início nos primeiros meses de 2021.

Segundo informou o Vatican News, em 11 de dezembro, o “plano de vacinação, lançado pelo Fundo de Assistência à Saúde e pela Diretoria de Saúde e Higiene do Governatorato, afetará os cidadãos, os funcionários, mas também os familiares que dependem da assistência de saúde vaticana.

O convite, dirigido aos administradores do Estado da Cidade do Vaticano e da Santa Sé, é para conscientizar todos de que a vacina não é apenas para proteger a própria saúde, mas também a de outras pessoas, afirma o meio vaticano.

“Achamos muito importante que também na nossa pequena comunidade comece, o quanto antes, a campanha de vacinação contra o coronavírus. De fato, somente com uma ampla imunização podemos obter benefícios concretos, em termos de saúde pública, no controle da pandemia”, disse Arcangeli em uma entrevista ao Vatican News.

“Por isso, é nosso dever oferecer a todos os residentes, colaboradores e familiares a oportunidade de ser imunizados contra esta terrível doença”, acrescentou.

Sobre o tipo de vacina selecionada, comentou que “decidimos começar com a vacina produzida pela farmacêutica Pfizer, a primeira a ser introduzida em âmbito clínico, que se mostra eficaz aos 95%”.

“Atualmente, esta é a única vacina em fase de aprovação pelas autoridades no campo da saúde europeias e americanas. Como se sabe, a campanha de vacinação com este produto já começou na Inglaterra. Depois, outras vacinas poderão ser produzidas, com métodos diferentes, e utilizada, após avaliação da sua eficácia e total segurança”, explicou.

Arcangeli disse que “é compreensível que possa haver temores e rumores sobre uma vacina, desenvolvida em pouco tempo, mas os testes de segurança realizados são muito rigorosos e as autoridades no campo da saúde no mundo, antes de dar a autorização para a sua utilização no mercado, garantem com estudos específicos e rígidos”.

“Além do mais, devemos levar em consideração que todas as vacinas podem causar efeitos colaterais”, afirmou.

“Em relação à vacinação de menores de 18 anos ainda não foram feitos estudos que incluem esta faixa etária. Por isso, não foram incluídos no programa de vacinação. Mas, para os alérgicos, recomenda-se sempre uma avaliação médica antes de qualquer tipo de vacinação”, concluiu Arcangeli.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Via ACI Digital


quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

VATICANO LANÇA SITE DEDICADO À ENCÍCLICA “FRATELLI TUTTI” SOBRE A FRATERNIDADE E A AMIZADE SOCIAL


O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano lançou um site dedicado à última encíclica do Papa Francisco ‘Fratelli Tutti’, sobre a fraternidade e a amizade social, lançada em 4 de outubro de 2020.

O site tem como objetivo divulgar a mensagem de amizade e fraternidade humana, em três línguas e com atualizações constantes. A página entrou no ar nesta terça-feira, 1º de dezembro e pode ser acessada através do link www.fratellitutti.va

De acordo com o Dicastério, o site é um espaço interativo uma vez que, através do espaço ‘Iniciativas’, todas as contribuições que igrejas, comunidades e indivíduos queiram divulgar serão recebidas e compartilhadas para colocar em prática a mensagem contida na Encíclica.

Apesar da página estar disponível, por enquanto, em três idiomas – italiano, espanhol e inglês – ela possui diversos recursos também em outros idiomas, entre eles francês, português, árabe e chinês.

Em relação a conteúdo, o site traz uma introdução sobre a encíclica e o documento para download em diversos idiomas, reflexões com comentários e análises, notícias e recursos como infográficos e materiais de aprofundamento.