sexta-feira, 29 de junho de 2018

Papa a novos cardeais: colocar-se aos pés dos outros para servir

O Papa Francisco presidiu, na tarde desta quinta-feira (28/06), na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Consistório Ordinário Público para a criação de catorze novos cardeais.
O Pontífice iniciou a sua homilia, com a seguinte passagem do Evangelho de Marcos: “Estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente deles.”
“O início desta passagem paradigmática de Marcos sempre nos ajuda a ver como o Senhor cuida do seu povo com uma pedagogia incomparável. No caminho para Jerusalém, Jesus não Se esquece de preceder os seus.”
Francisco frisou que “Jerusalém representa a hora das grandes resoluções e decisões. Todos sabemos que, na vida, os momentos importantes e cruciais deixam falar o coração e manifestam as intenções e as tensões que vivem em nós”.
“Tais encruzilhadas da existência nos interpelam e fazem surgir questões e desejos nem sempre transparentes do coração humano; é o que nos mostra, com grande simplicidade e realismo, o texto do Evangelho que acabamos de ouvir.”
Não aos ciúmes, invejas e intrigas
“Em contraponto ao terceiro e mais duro anúncio da Paixão, o Evangelista não teme desvendar alguns segredos do coração dos discípulos: busca dos primeiros lugares, ciúmes, invejas, intrigas, ajustes e acordos; esta lógica não só desgasta e corrói a partir de dentro as relações entre eles, mas os fecha e envolve em discussões inúteis e de pouca importância.”
“Entretanto Jesus não Se detém nisso, mas continua adiante, precede-os e diz-lhes vigorosamente: ‘Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo’. Com este comportamento, o Senhor procura centrar de novo o olhar e o coração de seus discípulos, não permitindo que discussões estéreis e autorreferenciais tenham espaço na comunidade.
Que adianta ganhar o mundo inteiro, se se fica corroído por dentro? Que adianta ganhar o mundo inteiro, se todos vivem prisioneiros de asfixiantes intrigas que secam e tornam estéril o coração e a missão? Nesta situação – como alguém observou –, poder-se-iam já vislumbrar as intrigas de palácio, mesmo nas cúrias eclesiásticas”, disse ainda o Papa.
A missão
“Não deve ser assim entre vós”: é a resposta do Senhor, que constitui primeiramente um convite e uma aposta para recuperar o que há de melhor nos discípulos e, assim, não se deixarem arruinar e prender por lógicas mundanas que afastam o olhar daquilo que é importante. ‘Não deve ser assim entre vós’: é a voz do Senhor que salva a comunidade de se fixar demasiado em si mesma, em vez de dirigir o olhar, os recursos, as expectativas e o coração para o que conta, a missão.”
“Deste modo, Jesus nos ensina que a conversão, a transformação do coração e a reforma da Igreja são feitas, e sempre devem ser, em chave missionária, pois pressupõem que se deixe de olhar e cuidar dos interesses próprios para olhar e cuidar dos interesses do Pai.”
“A conversão dos nossos pecados, dos nossos egoísmos não é nem será jamais um fim em si mesma, mas visa principalmente crescer em fidelidade e disponibilidade para abraçar a missão; e isto de tal maneira que na hora da verdade, especialmente nos momentos difíceis dos nossos irmãos, estejamos claramente dispostos e disponíveis para acompanhar e acolher a todos e cada um e não nos transformemos em ótimos repelentes por termos vistas curtas ou, pior ainda, por estarmos pensando e discutindo entre nós quem será o mais importante”, disse ainda o Papa.
“Quando nos esquecemos da missão, quando perdemos de vista o rosto concreto dos irmãos, a nossa vida fecha-se na busca dos próprios interesses e seguranças.”
E, assim, começam a crescer o ressentimento, a tristeza e a aversão. Pouco a pouco diminui o espaço para os outros, para a comunidade eclesial, para os pobres, para escutar a voz do Senhor. Deste modo perde-se a alegria, e o coração acaba na aridez.”
“’Não deve ser assim entre vós – diz o Senhor – (…) e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos’. É a bem-aventurança e o magnificat que somos chamados a entoar todos os dias. É o convite que o Senhor nos faz, para não esquecermos que a autoridade na Igreja cresce com esta capacidade de promover a dignidade do outro, ungir o outro, para curar as suas feridas e a sua esperança tantas vezes ofendida.
É lembrar que estamos aqui porque fomos enviados para ‘anunciar a Boa-Nova aos pobres, proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; para mandar em liberdade os oprimidos, para proclamar um ano favorável da parte do Senhor’.”
Colocar-se aos pés dos outros para servir a Cristo
Amados irmãos cardeais e novos cardeais! Estando nós na estrada para Jerusalém, o Senhor caminha à nossa frente para nos lembrar mais uma vez que a única autoridade crível é a que nasce do se colocar aos pés dos outros para servir a Cristo. É a que deriva de não esquecer que Jesus, antes de inclinar a cabeça na cruz, não teve medo de Se inclinar diante dos discípulos e lavar os seus pés.
Esta é a mais alta condecoração que podemos obter, a maior promoção que nos pode ser dada: servir Cristo no povo fiel de Deus, no faminto, no esquecido, no recluso, no doente, no toxicodependente, no abandonado, em pessoas concretas com as suas histórias e esperanças, com os seus anseios e decepções, com os seus sofrimentos e feridas. Só assim a autoridade do pastor terá o sabor do Evangelho e não será «como um bronze que soa ou um címbalo que retine» (1 Cor 13, 1).
Nenhum de nós deve se sentir ‘superior’ aos outros. Nenhum de nós deve olhar os outros de cima para baixo; só podemos olhar assim uma pessoa, quando a ajudamos a se levantar.
Testamento espiritual de São João XXIII
“Gostaria de recordar convosco uma parte do testamento espiritual de São João XXIII que, já adiantado no caminho, pôde dizer: «Nascido pobre, mas de gente honrada e humilde, sinto-me particularmente feliz por morrer pobre, tendo distribuído, segundo as várias exigências e circunstâncias da minha vida simples e modesta a serviço dos pobres e da Santa Igreja que me alimentou, tudo o que me chegou às mãos – em medida, aliás, muito limitada – durante os anos do meu sacerdócio e do meu episcopado.
Aparências de fartura encobriram, muitas vezes, espinhos ocultos de pobreza aflita que me impediram de dar mais do que eu gostaria. Agradeço a Deus por esta graça da pobreza, de que fiz voto na minha juventude, pobreza de espírito, como Padre do Sagrado Coração, e pobreza real; e por me sustentar para nunca pedir nada, nem lugares, nem dinheiro, nem favores, nunca, nem para mim nem para os meus parentes ou amigos» (29 de junho de 1954).”
Por Vatican News

terça-feira, 26 de junho de 2018

Vida humana: Papa Francisco propõe uma visão global da bioética

O Papa Francisco concluiu sua série de audiências recebendo os participantes da Plenária da Pontifícia Academia para a Vida.
A Plenária se realiza no Vaticano de 25 a 27 de junho, sobre o tema “Iguais no nascimento? Uma responsabilidade global”.
Cardeal Elio Sgreccia
No início do seu discurso, o Pontífice agradeceu publicamente o empenho e a dedicação do Cardeal Elio Sgreccia, um dos maiores especialistas em bioética do mundo e presidente da Pontifícia Academia para a Vida no passado. Hoje, este cargo é ocupado pelo arcebispo Vincenzo Paglia.
Para Francisco, quando se fala de vida humana é preciso considerar a qualidade ética e espiritual da vida em todas as suas fases: desde a concepção até a morte. Mas não só a vida biológica: existe a vida eterna, existe a vida que é família e comunidade, existe a vida humana frágil e doente, ofendida, marginalizada, descartada. “É sempre vida humana”, reiterou o Papa.
A síndrome de Narciso
“Quando entregamos as crianças à privação, os pobres à fome, os perseguidos à guerra, os idosos ao abandono, não fazemos nós mesmos o trabalho ‘sujo’ da morte?”, questionou o Pontífice.
Excluindo o outro do nosso horizonte, a vida se fecha em si mesma e se torna bem de consumo. Como Narciso, acrescentou Francisco, nos tornamos homens e mulheres-espelho, que veem somente a si mesmos e nada mais.
Visão global da bioética
Por isso, é necessária uma visão global da bioética. Em primeiro lugar, explica o Papa, esta bioética global será uma modalidade específica para desenvolver a perspectiva da ecologia integral, própria da Encílica Laudato si’. Portanto, temas como a relação entre pobreza e fragilidade do planeta, a crítica ao novo para¬digma e às formas de poder, a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida.
Em segundo lugar, um discernimento meticuloso das complexas diferenças fundamentais da vida humana: do homem e da mulher, da paternidade da maternidade, a fraternidade, a sexualidade, a doença, o envelhecimento, a violência e guerra.
Defender a sacralidade da vida
Para Francisco, a sacralidade da vida embrional deve ser defendida com a mesma paixão que a sacralidade da vida dos pobres que já nasceram.
A bioética global, portanto, requer um discernimento profundo e objetivo da valor da vida pessoal e comunitária, que deve ser protegida e promovida também nas condições mais difíceis.
Todavia, observou o Papa, a regulamentação jurídica e a técnica não são suficientes para garantir o respeito à dignidade da pessoa.
A perspectiva de uma globalização que tende a aumentar a aprofundar as desigualdades pede uma resposta ética a favor da justiça. Por isso é importante estar atentos a fatores sociais e econômicos, culturais e ambientais que determinam a qualidade de vida da pessoa humana.
Destino último da vida humana
Por fim, é preciso se interrogar mais profundamente sobre o destino último da vida.
“A vida do homem, encantadora e frágil, remete além de si mesma: nós somos infinitamente mais daquilo que podemos fazer para nós mesmos.”
A sabedoria cristã, concluiu o Papa, deve reabrir com paixão e audácia o pensamento do destino do gênero humano à vida de Deus, que prometeu abrir ao amor da vida além da morte.
Por Vatican News

segunda-feira, 25 de junho de 2018

XVIII Congresso Eucarístico: “Dioceses estão todas motivadas”, diz dom Saburido

O XVIII Congresso Eucarístico Nacional acontecerá em Recife (PE), de 12 a 15 de novembro de 2020. O tema já foi escolhido: “Pão em todas as mesas”. Em entrevista ao portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o arcebispo de Olinda e Recife, dom Antônio Fernando Saburido, que é presidente do regional Nordeste 2 da entidade, falou sobre a preparação para o evento e do envolvimento das dioceses e arquidioceses de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Dom Fernando ainda recorda o lançamento de materiais do Congresso, como o hino oficial e a logomarca do 18° CEN, em um momento festivo, com apresentações culturais do Movimento Pró-criança, Instituto Dom da Paz e Orquestra Criança Cidadã, grupos pertencentes ou ligados à arquidiocese.

sábado, 23 de junho de 2018


Retorna ao Vaticano a carta de Cristóvão Colombo roubada

 Resolve-se o enigma internacional sobre a carta de Cristóvão Colombo roubada no Vaticano. A missiva do navegador e explorador italiano foi devolvida à Biblioteca Apostólica Vaticana pela embaixadora dos EUA junto à Santa Sé, Callista Gingrich.

No último dia 14, a diplomata, junto com representantes do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos e Investigações de Segurança Nacional, entregou a carta ao arquivista e bibliotecário dom Jean-Louis Brugues e ao prefeito, mons. Cesare Pasini.

Um best-seller de 1493 - A carta de Cristóvão Colombo é um relato sobre a descoberta da América, erroneamente considerada por ele como “as Índias”, escrita em 1493 ao rei Fernando e à rainha Isabel da Espanha. O texto foi traduzido em latim e várias cópias foram distribuídas em toda a Europa. A Biblioteca Apostólica Vaticana recebeu uma dessas edições, em 1921, como parte da “Coleção De Rossi” de livros e manuscritos raros.

No documento, de poucas páginas, o navegador genovês descreve os seres humanos, a fauna e a flora do Novo Mundo e como conseguiu alcançá-lo após 33 dias de navegação, em 12 de outubro de 1492. Colombo escreveu a carta no caminho de volta, em 1493, a bordo de “Nina”. Desembarcou em Lisboa, em 4 de março, e fez com que o material duplicado chegasse à corte espanhola.

Desses manuscritos em espanhol, nenhum traço foi preservado, daí o valor histórico e patrimonial das impressões em latim. A carta iniciou a circular entre os colecionistas numa época em que a imprensa começou a fazer parte dos hábitos cotidianos dos europeus.

A missiva, inicialmente mantida em segredo, foi impressa e difundida, permitindo que todos se conscientizassem da existência de um novo continente.

Uma nova viagem dos Estados Unidos - Em 2011, o Departamento estadunidense de Investigações de Segurança Nacional foi contatado por um especialista de livros e manuscritos que considerava falso o documento pertencente à coleção vaticana. Depois de informar o Vaticano sobre o possível roubo, os funcionários do departamento de segurança coordenaram a análise da carta feita por especialistas nesse setor, dentre os quais da Universidade de Princeton.

Mesmo não conhecendo o período exato em que a carta foi roubada, os agentes americanos conseguiram encontrar o original, comprado por Robert Parsons de um comerciante de livros de Nova York, em 2004, sem saber que tinha sido tirado sem autorização do Vaticano. A viúva de Parsons, Mary, aceitou depois renunciar e abandonar todos os direitos, o título e interesse pela carta.

Três cartas voltaram para “casa” - O Departamento de Segurança Nacional recuperou e restituiu três cartas de Colombo como parte das investigações sobre a venda ilícita de livros e manuscritos roubados. Além da carta de Colombo pertencente ao Vaticano, confiscou e devolveu cartas pertencentes à Biblioteca Riccardiana de Florença e à Biblioteca da Catalunha de Barcelona.

EUA devolverá carta de Colombo roubada da Biblioteca Apostólica - Não se sabe exatamente quando nem como foi roubada a carta escrita por Cristóvão Colombo em 1493, e substituída por uma cópia. Agentes estadunidenses descobriram que o original estava com Robert Parsons, um colecionador de antiguidades, em Atlanta (EUA).

A embaixadora dos Estados Unidos junto à Santa Sé, Callista L. Gingrich, devolverá ao Vaticano uma cópia impressa de uma carta escrita à mão por Cristóvão Colombo em 1493, na qual relatava aos reis católicos a descoberta do "Novo Mundo", e que havia sido roubada da Biblioteca do Vaticano.

A carta será entregue ao arcebispo Jean Louis-Bruguès O.P., arquivista da Biblioteca Vaticana e ao prefeito da Biblioteca Apostólica, Mons. Cesare Pasini, em cerimônia a ser realizada na Livraria do Vaticano no final da manhã desta quinta-feira, 14 de junho.

FONTE: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2018-06/eua-devolvera-carta-de-colombo-roubada-da-biblioteca-apostolica.html


Grupo da Casa Branca se reúne para estudar a bíblia



Pela primeira vez em pelo menos 100 anos, integrantes do gabinete presidencial dos Estados Unidos participam de um grupo que toda semana estuda a Bíblia. Todas as quartas, algumas das pessoas mais poderosas do mundo se reúnem em uma sala de conferências em Washington para aprender e falar sobre Deus.

O local dos encontros é mantido sob absoluto sigilo, por determinação do Serviço Secreto. Os nomes dos integrantes do grupo, contudo, não são considerados "segredo de Estado". O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, o novo secretário de Estado, Mike Pompeo, a secretária de Educação, Betsy DeVos; o de Energia, Rick Perry, e o secretário de Justiça, Jeff Sessions, por exemplo, são alguns dos que estudam a Bíblia juntos.

No total, 10 membros do gabinete de Trump participam do grupo. Nem sempre vão a todos os encontros, mas aparecem quando não têm compromissos já firmados.

Esse professor, o homem responsável pelos ensinamentos ao grupo de estudos da Bíblia mais influente dos EUA é Ralph Drollinger, um ex-jogador de basquete que se converteu pastor. Ex-jogador do Dallas Mavericks, Drollinger, hoje com quem podem ter conversas privadas após as sessões coletivas.

Esse professor, o homem responsável pelos ensinamentos ao grupo de estudos da Bíblia mais influente dos EUA é Ralph Drollinger, um ex-jogador de basquete que se converteu pastor. Ex-jogador do Dallas Mavericks, Drollinger, hoje co63 anos, se define como "apenas um jogador com joelhos ruins".

Drollinger cresceu em La Mesa, subúrbio de San Diego, na Califórnia. Quando criança, raramente ia à igreja. "Fui provavelmente umas 12 vezes", diz ele. Sempre me prometia ler a Bíblia. Mas toda vez que tentava, não fazia muito sentido para mim", diz o agora professor do seleto grupo de estudos da Bíblia. Foi no último ano da escola, depois de uma partida de basquete, que algumas animadoras de torcida o convidaram para estudar a Bíblia. Ele aceitou o convite e, desde então, Drollinger diz que o mundo dele mudou.

(FONTE: https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2018/04/10/como-funciona-e-quem-faz-parte-do-grupo-de-membros-da-casa-branca-que-estuda-a-biblia.htm


Sínodo dos Jovens: quem representará a Igreja do Brasil em Roma

O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, divulgou nesta semana, a lista de membros e suplentes eleitos para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que ocorrerá em Roma, de 4 a 25 de outubro deste ano, com o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
O cardeal Sergio da Rocha foi nomeado pelo papa Francisco como relator geral deste sínodo em novembro do ano passado. A figura do relator geral tem um papel de mediador, sendo responsável por introduzir e sintetizar os assuntos expostos pelos bispos durante a reunião do sínodo.
Os representantes do episcopado brasileiro foram escolhidos durante a 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em Aparecida (SP), de 11 a 20 de abril deste ano. São quatro membros e dois suplentes escolhidos para representar o Brasil na Assembleia Sinodal.
Os membros titulares são dom Vilsom Basso, bispo de Imperatriz (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude; Dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo de Jaboticabal (SP), que já foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, no período de 2011 a 2015; Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente para a Comissão Episcopal para os Ministério Ordenados e a Vida Consagrada. Dom Jaime coordenou o processo de elaboração do documento sobre a formação sacerdotal aprovado na 56ª Assembleia Geral da CNBB. O quarto membro é o bispo auxiliar da arquidiocese de Salvador, dom Gilson Andrade da Silva, que exerce a função de bispo referencial dos Ministérios e Vocações no Nordeste3.
Instrumento laboris – Ainda comemorando o lançamento do Plano IDE, com os cinco projetos de evangelização da juventude no Brasil, apresentado na reunião do Conselho Permanente da CNBB, e tendo em mãos o Instrumento Laboris do Sínodo, dom Vilson destacou a forma como está organizado o documento de trabalho da XV Assembleia Geral. “Acabamos de receber o documento ‘Os jovens a fé e o discernimento vocacional’. Ele tem três palavras especiais: reconhecer a realidade juvenil; interpretar, a partir de Jesus Cristo, da palavra e do magistério; e a escolher o caminho a trilhar”, disse.
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude tem a expectativa de que muita coisa bonita seja construída a partir deste Sínodo que vem para animar e iluminar a evangelização da juventude em todo o país e no mundo.
Para o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Comissão para Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, Dom Jaime Spengler, este Sínodo tem um grande desafio de neste contexto de mudança de época apontar caminhos que ajudem a juventude no seu discernimento vocacional e amadurecimento na fé. Dom Jaime destaca a participação da juventude no processo do Sínodo que, segundo ele, reflete-se no documento preparatório.
O primeiro suplente é o arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), dom João Justino de Medeiros, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação e Cultura; o segundo suplente é o bispo auxiliar de Belém (PA), dom Antônio de Assis Ribeiro.
Por CNBB

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Mundo precisa de cristãos com coração de filhos e não de escravos

O Papa Francisco seguiu com suas catequeses sobre os Mandamentos e assinalou que o mundo não precisa de legalismos, mas de cristãos com o coração de filhos.
“Todo o cristianismo é a passagem da letra da Lei ao Espírito, que dá a vida”, sublinhou. “Jesus é a Palavra do Pai, não é a condenação do Pai”, explicou na Praça de São Pedro.
“Vê-se quando um homem ou uma mulher viveram esta passagem ou ainda não. As pessoas percebem se um cristão raciocina como filho ou como escravo. E nós mesmos recordamos se nossos educadores cuidaram de nós como pais e mães ou se só impuseram regras”.
Em sua nova catequese, afirmou que “na Bíblia os mandamentos não vivem por si mesmos, mas são parte de um relacionamento, o da Aliança entre Deus e seu povo”.
Francisco explicou que “a tradição hebraica chamará sempre Decálogo as Dez Palavras” e “o termo ‘decálogo’ quer dizer isso (palavras de vida) e tem forma de leis, mas são objetivamente mandamentos”.
O Papa explicou porque se usa na Escritura o termo “dez palavras” e não “dez mandamentos”. “A ordem – explicou – é uma comunicação que não requer diálogo. A palavra, pelo contrário, é o meio essencial da relação como diálogo. Deus Pai cria por meio da sua palavra, e o seu Filho é a Palavra feita carne. O amor nutre-se de palavras e assim a educação ou a colaboração. Duas pessoas que não se amam, não conseguem se comunicar”, mas “quando alguém fala ao nosso coração, nossa solidão termina”.
“Uma coisa é receber uma ordem, outra bem diferente é perceber que alguém fala conosco”, acrescentou.
Neste sentido, indicou que “um diálogo é muito mais do que a comunicação de uma verdade. Realiza-se pelo prazer de falar e pelo bem concreto que se comunica entre eles que se querem bem por meio das palavras”.
O Pontífice recordou que “o Tentador quer enganar o homem e a mulher sobre este ponto: quer convencê-los de que Deus os proibiu de comer do fruto da árvore do bem e do mal para mantê-los submissos”.
“O desafio é justamente este: a primeira norma que Deus deu ao homem, é a imposição de um déspota que proíbe e obriga, ou é o cuidado de um pai que está cuidando os seus pequenos e os protege da autodestruição?”, perguntou-se.
“A mais trágica entre as mentiras que a serpente diz a Eva é a sugestão de uma divindade invejosa e possessiva” e “os fatos demonstram dramaticamente que a serpente mentiu”, sublinhou.
“O homem está diante desta encruzilhada: Deus me impõe as coisas ou cuida de mim? Os seus mandamentos são somente uma lei ou contém uma palavra, para cuidar de mim? Deus é patrão ou Pai?”.
“Este combate, dentro e fora de nós, apresenta-se continuamente: mil vezes devemos escolher entre uma mentalidade de escravos e uma mentalidade de filhos. O Espírito Santo é um Espírito de filhos e o Espírito de Jesus”.
Francisco pontuou que “um espírito de escravos acolhe a Lei de modo opressivo e pode produzir dois resultados opostos: ou uma vida feita de deveres e de obrigações, ou uma reação violenta de rejeição”.
Por ACI Digital

Bispos analisam a conjuntura brasileira rumo ao processo eleitoral

Parte da segunda seção do primeiro dia da reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada na sede da entidade, em Brasília (DF) de 19 a 21 de junho, foi dedicada à uma análise de conjuntura do processo político brasileiro tendo em vista as eleições 2018. A análise foi desenvolvida pelo doutor em filosofia pela Unicamp e membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Pedro Gontijo.
Antes de entrar na análise das candidaturas e o que elas representam, o professor adjunto do Departamento de Filosofia do Programa de Pós-Graduação em Metafísica da Universidade de Brasília, apresentou as características das concepções de desenvolvimento em disputa no Brasil: o projeto neoliberal e o projeto “neodesenvolvimentista”. Este tomou corpo no país a partir de 2003 e significou maior presença do Estado como indutor da economia e maior reforço em políticas sociais.
“A Ponte para o Futuro”, projeto do PMBD implementado após o impedimento da presidenta Dilma Rousseff, na avaliação do professor, trata-se de um retorno da agenda neoliberal, expresso em políticas de privatizações e cortes sociais em curso no Brasil. Segundo o próprio Tribunal de Contas da União (TCU), a Emenda Constitucional nº 95 de 2016, que prevê que a despesa primária da União não poderá crescer em ritmo superior ao da taxa de inflação pelo período de 20 anos (2017-2036), levará o país à uma paralisia total já no primeiro semestre de 2024.
Projetos em disputa – O professor defende também que é importante analisar o comportamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que terá nova presidência ainda este ano, e do Legislativo brasileiro que atualmente tem uma representação distorcida que não contempla a diversidade da sociedade brasileira, além dos interesses pessoais dos políticos e de bancadas que se sobrepõem ao interesse público.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Revista A Ordem concorre a título de Menção Honrosa

A revista A Ordem – edição especial dos Mártires, da Arquidiocese de Natal, pode ganhar um título de “menção honrosa”, da CNBB. Para isso, conta com os votos dos internautas. Acesse e curta a imagem, no Facebook e/ou no Instagram, na página ‘Prêmios CNBB’:
1) acesse o link goo.gl/2ioBpv e curta a imagem, no Facebook.
2) em sua conta, no Instagram, vá à página @premioscnbb, procure a imagem com o nome da Revista A Ordem e clique em curtir.
Cada internauta, também pode convidar outros amigos a fazerem o mesmo, ou seja, curtir a imagem.

Reflexão sobre o Dia do Refugiado celebrado no dia 20 de junho, no mundo inteiro

Em 20 de junho, celebra-se o Dia Mundial do Refugiado, ocasião em que cada um é convidado a refletir sobre os atuais desafios dos refugiados no mundo. Um “refugiado” é uma pessoa que sofre perseguição pela sua raça, religião, grupo social ou opinião política e que se encontra fora do seu país, não podendo a ele retornar por força de perseguição. O Vatican News fez uma breve reflexão sobre este tema
Padre Arnaldo Rodrigues – Cidade do Vaticano
Não é de hoje que as pessoas caminham como peregrinos. Quando observamos o Antigo Testamento, vemos que neste mundo assumimos a condição de caminhantes – “Diante de ti não passamos de estrangeiros e peregrinos como todos os nossos pais; nossos dias na terra passam como a sombra...”. (1Cro 29,15). Assim grandes nações foram formadas, com os estrangeiros que constituíram novos povos e novas raças. E a todos Deus preparou-lhes um lugar – “Eles aspiram, com efeito, a uma pátria melhor, isto é, a uma pátria celeste. É por isso que Deus não se envergonha de ser chamado o seu Deus. Pois, de fato, preparou-lhes uma cidade…”. (Hb 11,16) – uma referência para que nunca esquecessem que aqui, embora estejam de passagem, possam criar as suas histórias e dar um rosto a um lugar.
Dia do refugiado
Na semana passada, de 12 a 14 de junho, aconteceu em Brasília o Seminário Internacional de Migrações e Refúgio. O Evento foi organizado pela Caritas Internacional – departamento caritativo da Igreja em todo o mundo – e teve como tema “Caminhos para a cultura do Encontro” . O evento contou com a presença do presidente da Caritas internacional, o Arcebispo de Manila, Filipinas, o Cardeal Luis Antonio Tagle.
Constantemente vemos nos noticiários, de modo mais explícito na Europa, o grande desafio do êxodo dos povos. Por um lado pessoas que buscam uma perspectiva melhor de futuro, escolhendo deixar seu país por um outro. Por um outro lado estão as centenas de milhares de pessoas que vivem o drama de serem obrigadas a deixar suas terras, histórias e sonhos, para escapar de um cenário de guerras, destruição e morte. Em todos os dois casos, há de se pensar que por trás deste cenário estão sempre pessoas: homens, mulheres, idosos, jovens e crianças.
No seu discurso ao Congresso Nacional nos Estados Unidos, o Papa Francisco relembrou a todos que neste continente “não temos medo dos estrangeiros, porque outrora muitos de nós fomos estrangeiros”. E recordou ainda que muitos de nós somos descendentes dos imigrantes. Afirmou também que “O nosso mundo está a enfrentar uma crise de refugiados de tais proporções que não se via desde os tempos da II Guerra Mundial. Esta realidade coloca-nos diante de grandes desafios e decisões difíceis.
Também neste continente, milhares de pessoas sentem-se impelidas a viajar para o Norte à procura de melhores oportunidades. Porventura não é o que queríamos para os nossos filhos? Não devemos deixar-nos assustar pelo seu número, mas antes olhá-los como pessoas, fixando os seus rostos e ouvindo as suas histórias, procurando responder o melhor que pudermos às suas situações. Uma resposta que seja sempre humana, justa e fraterna. Devemos evitar uma tentação hoje comum: descartar quem quer que se demonstre problemático. Lembremo-nos da regra de ouro: “O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles” (Mt 7, 12).
A imigração, como falamos anteriormente, tem suas raízes na busca de uma vida melhor por meio das expectativas criadas em relação a um determinado país, ou por uma necessidade maior que impulsiona um povo a necessariamente deixar sua terra em busca de outra. Ninguém deixa a sua história por livre vontade, pois na realidade todos desejamos dar continuidade ao que aprendemos de nossos antepassados, levando uma tradição por meio das gerações futuras.
Quando isto não acontece e tudo vem interrompido, o sentimento é de incerteza e muitas vezes de medo. É exatamente neste momento que somos convidados a ir ao encontro, conforme frequentemente nos fala o Papa. Ajudar estas pessoas a se inserirem na nova cultura, para que vençam o medo, criem novas expectativas e se sintam inseridas numa sociedade que crie condições à uma vida estável para quem chega e para quem é daquele local.
A Igreja Católica, maior entidade caritativa do mundo, é a primeira a buscar incansavelmente junto aos governos dos diversos países as condições de acolhida, mas também de criar caminhos de paz e prosperidade nas regiões de maiores conflitos, para que se evite ao máximo esta evasão desmedida. Sua preocupação, acima de tudo, será sempre a pessoa e sua dignidade enquanto filhos de Deus. Nosso papel enquanto membros também desta Igreja, primeiramente é de entender esta situação global, difícil e aparentemente caótica, depois compreender cada pessoa que possa aparecer diante de nós necessitada de acolhida, recordando que o outro é o próprio Cristo.
CNBB

Sínodo dos jovens: 7 palavras-chaves do Instrumento de trabalho

Um bilhão e 800 mil pessoas entre 16 e 29 anos, isto é, ¼ da humanidade, são os jovens do mundo. No Instrumento de Trabalho do próximo Sínodo sobre a juventude, publicado esta terça-feira (19/06), os padres sinodais poderão encontrar a descrição de sua variedade, suas esperanças e dificuldades.
Instrumentum Laboris é o momento de convergência da escuta de todos os componentes da Igreja e também de vozes que não pertencem a ela.
Estruturado em três partes – reconhecer, interpretar e escolher – o Documento busca oferecer as chaves de leitura da realidade juvenil, baseando-se em diferentes fontes, entre as quais um questionário on-line que reuniu as respostas de mais de 100 mil jovens.
Que querem os jovens da Igreja
Portanto, o que querem os jovens de hoje? Sobretudo, o que buscam na Igreja? Em primeiro lugar, desejam uma “Igreja autêntica”, que brilhe por “exemplaridade, competência, corresponsabilidade e solidez cultural”, uma Igreja que compartilhe “sua situação de vida à luz do Evangelho ao invés de fazer pregações”, uma Igreja que seja “transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa”. Enfim: uma Igreja “menos institucional e mais relacional, capaz de acolher sem julgar previamente, amiga e próxima, acolhedora e misericordiosa”.
Tolerância zero
Mas há também quem não pede nada à Igreja ou pede que seja deixado em paz, considerando-a um interlocutor não significativo ou uma presença que “incomoda e irrita”. Um motivo para essa atitude está nos casos de escândalos sexuais e econômicos, sobre os quais os jovens pedem à Igreja que “reforce sua política de tolerância zero”.
Outro motivo está no despreparo dos ministros ordenados e na dificuldade da Igreja em explicar o motivo das próprias posições doutrinais e éticas diante da sociedade contemporânea.
Sete palavras
Tudo isso se articula em sete palavras que o Istrumentum Laboris assim classificou:
1. Escuta: os jovens querem ser ouvidos com empatia.
2. Acompanhamento: espiritual, psicológico, formativo, familiar e vocacional.
3. Conversão: seja de tipo religioso, sistêmico, ecológico e cultural.
4. Discernimento: uma das palavras mais usadas no Documento, seja no sentido de uma “Igreja em saída” para responder às exigências dos jovens, seja como dinâmica espiritual.
5. Desafios: discriminações religiosas, racismo, precariedade no trabalho, pobreza, dependência de drogas e álcool, bullying, exploração sexual, corrupção, tráfico de pessoas, educação e solidão.
6. Vocação: repensar a pastoral juvenil.
7. Santidade: o Documento sinodal se concluiu com uma reflexão sobre a santidade, “porque a juventude é um tempo para a santidade”. Que a vida dos santos inspire os jovens de hoje a “cultivar a esperança” para que – como escreve o Papa Francisco na oração final do Documento – os jovens, “com coragem, tomem as rédeas de sua vida, almejem as coisas mais belas e mais profundas e mantenham sempre um coração livre”.
Por Vatican News

segunda-feira, 18 de junho de 2018


Nossa Senhora das Vitórias



La Rochelle, importante porto francês, de fundação medieval, tornou-se, no início da Idade Moderna, um poderoso reduto do protestantismo. O Rei Luís XIII e seu ministro, o Cardeal Richelieu, empreenderam, em 1627, o cerco da cidadela, com a finalidade de acabar com a revolta dos huguenotes. 

A empresa, porém, era bastante difícil, pois os revoltosos estavam apoiados pela Inglaterra e o monarca pediu, então, à sua esposa, a Rainha Ana da Áustria, para tomar
as devidas providências, de modo que, em todas as igrejas de Paris, fossem feitas orações públicas pelo triunfo de suas armas. Assim pois, todos os sábados, o Arcebispo, com o clero à frente, a corte e numerosos fiéis, rezava o terço, para pedir a Deus a derrota dos protestantes. Os capelães do exército promoveram, também, orações entre os soldados. Assim, a certas horas da tarde ecoavam, entre a tropa arregimentada, orações em louvor à Virgem Santíssima. 

Deus atendeu ao pedido do Rei e pouco depois, a praça forte se rendeu. Em testemunho da gratidão por essa vitória, Luís XIII lançou em Paris, a pedra fundamental de uma igreja que se chamou Nossa Senhora das Vitórias, como recordação da tomada de La Rochelle. 

O convento dos eremitas de Santo Agostinho, situado próximo desse templo, recebeu, pouco depois, um humilde camponês, conhecido pelo nome de Irmão Fiacre, encarregado dos mais rudes serviços do mosteiro, porém, grande devoto de Nossa Senhora. 

A Rainha da França, Ana da Áustria, casada há mais de 23 anos, havia perdido a esperança de dar um herdeiro ao trono francês. O humilde Irmão Fiacre, com pena da rainha, e das consequências que essa situação poderia trazer à monarquia, encarregou-se de suplicar a intercessão de Nossa Senhora e do seu Divino Filho. Certa noite, Maria Santíssima apareceu para o Frade, prometendo-lhe atender às suas preces, com a condição de que as novenas fossem rezadas nos santuários por Ela designados. Após 10 meses de orações, nascia a 5 de setembro de 1638, um menino, que seria mais tarde o Rei Luís XIV, o grande soberano, que emprestaria seu nome ao século XVII, conhecido como “Rei Sol”, um dos mais importantes monarcas da França. 

Em agradecimento, publicou-se um Edito oficial consagrando a França e a família real à Virgem Santíssima. Foi o famoso Voto de Luís XIII, celebrado ainda hoje, nas paróquias francesas. 

A igreja de Nossa Senhora das Vitórias, construída em estilo clássico, está coberta de ex-votos e sua iluminação é feita por lâmpadas votivas de milhares de velas, que atestam a veneração popular à Mãe Imaculada. Em sua fachada, foi gravada, em letras de outro, uma legenda de gratidão, por “tantas vitórias que lhe vieram do Céu, especialmente d’Aquela que arrasou a heresia”. 

No século XIX, por ocasião das aparições de Nossa Senhora a Catarina de Labourè, o cura da Igreja de Nossa Senhora das Vitórias fundou uma associação de orações, que reúne adeptos de todo o mundo, mostrando a intensa irradiação deste santuário. As principais festas são no Domingo da Septuagésima e o 4º Domingo de Outubro.

domingo, 17 de junho de 2018



É TEMPO DE FESTEJAR SÃO JOÃO
O mês de junho é dedicado a São João, ocasião em que se realiza uma festa pagã porque se acredita que o apóstolo de Jesus nasceu no mês de junho. Além disso, é o período em que se produz o solstício de verão no hemisfério norte e inverno no hemisfério sul. 

Durante o mês de junho, quando o sol está no seu ponto mais alto, tem-se o dia mais longo do ano nos países do hemisfério norte, e a partir de então, ele vai perdendo força e os dias se tornam mais curtos. É por isso que esta celebração é ligada a rituais como acender fogueiras e fogos para dar mais força ao sol. 

O fogo é o grande protagonista da Noite de São João, e tem duas simbologias: purificar os pecados e render culto ao sol. Em muitos países do mundo se festeja esse dia acendendo fogueiras na praia.

A fogueira ainda possui outro significado. Para os cristãos, a fogueira está relacionada ao nascimento de São João Batista. De acordo com os católicos, Santa Isabel acendeu uma fogueira para avisar à Maria, mãe de Jesus, do nascimento de seu filho, João Batista, no dia 24 de junho. Para os pagãos, a fogueira também serve espanta os maus espíritos.


A festa de São João é celebrada em muitos países ao redor do mundo desde a Europa a América do Sul. Em países como a Espanha, Paraguai, Bolívia, Chile, Peru, Venezuela e Brasil, a festa recebe o nome de Festa Junina e esta data se destaca no calendário anual desses países. 

No Brasil, a data é celebrada desde 1583. O costume foi trazido pelos portugueses e espanhóis, ainda como uma forma de agradecer pelas colheitas, mas também como uma maneira de homenagear os santos do mês de junho. A comemoração da safra se realizava com cantos, danças, fogos e comidas, integrando a religiosidade e a festividade, a devoção e a distração. Aos poucos, outros elementos foram sendo introduzidos nas festas juninas. A quadrilha, por exemplo, chegou ao Brasil no século 19, trazida pela corte portuguesa.