quinta-feira, 30 de abril de 2020

A oração especial do Papa pelas vítimas anônimas da pandemia

Francisco presidiu a Missa na Casa Santa Marta na manhã desta quinta-feira (30/04) da III Semana da Páscoa. Na introdução, dirigiu seu pensamento às vítimas do novo coronavírus:
Rezemos hoje pelos defuntos, aqueles que morreram por causa da pandemia; e também de modo especial pelos defuntos – digamos assim – anônimos: vimos as fotografias das valas comuns. Muitos ali…
Na homilia, o Papa comentou a passagem do dia do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 8,26-40) que conta o encontro de Filipe com um etíope eunuco, funcionário de Candace, desejoso de compreender quem era a pessoa descrita pelo profeta Isaías: “Ele foi levado como ovelha ao matadouro”. Depois que Filipe lhe explicou que se tratava de Jesus, o etíope se deixou batizar.
É o Pai – afirmou Francisco recordando o Evangelho de hoje (Jo 6,44-51) – quem atrai ao conhecimento do Filho: sem essa intervenção não se pode conhecer o mistério de Cristo. Foi o que aconteceu com o funcionário etíope, que ao ler o profeta Isaías tinha uma inquietude colocada pelo Pai em seu coração. Isso – observou o Papa – vale também para a missão: nós não convertemos ninguém, é o Pai que atrai. Nós podemos simplesmente dar um testemunho de fé. O Pai atrai através do testemunho de fé. É preciso pedir que o Pai atraia as pessoas a Jesus: são necessários o testemunho e a oração. Esse é o centro do nosso apostolado. Perguntemo-nos: dou testemunho com meu estilo de vida, rezo para que o Pai atraia as pessoas a Jesus? Ir em missão não é fazer proselitismo, é testemunhar. Nós não convertemos ninguém, é Deus que toca o coração das pessoas. Peçamos ao Senhor – foi a oração conclusiva do Papa – a graça de viver nosso trabalho com o testemunho e com a oração para que Ele possa atrair as pessoas a Jesus.
A seguir, a homilia transcrita pelo Vatican News:
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai”: Jesus recorda que também os profetas tinham preanunciado isto: “E todos serão instruídos por Deus”. É Deus quem atrai ao conhecimento do Filho. Sem isso, não se pode conhecer Jesus. Sim se pode estudar, inclusive estudar a Bíblia, também conhecer como nasceu, o que fez: isso sim. Mas conhecê-Lo interiormente, conhecer o mistério de Cristo é somente para aqueles que foram atraídos pelo Pai para isso.
Foi o que aconteceu a este ministro da economia da rainha da Etiópia. Vê-se que era um homem piedoso e que reservou um tempo, em meio aos muitos negócios que tinha a fazer, para ir adorar Deus. Um fiel. E voltava à pátria lendo o profeta Isaías. O Senhor pegou Filipe, enviou-o àquele lugar e depois lhe disse: “Aproxima-te desse carro”, e ouve o ministro que está lendo Isaías. (Ele) se aproxima e lhe faz uma pergunta: “Compreendes?” – “Como posso, se ninguém mo explica?”, e faz a pergunta: “De quem o profeta está dizendo isso?” Peço-te, suba no carro”, e durante a viagem – não sei quanto tempo, penso que ao menos duas horas – Filipe explicou: explicou Jesus (conf. versículos 26-35).
Aquela inquietude que este senhor tinha na leitura do profeta Isaías era propriamente do Pai, que atraia a Jesus: o tinha preparado, o tinha levado da Etiópia a Jerusalém para adorar Deus e depois, com essa leitura, tinha preparado o coração para revelar Jesus, a ponto que assim que viu a água disse: “Posso ser batizado”. E ele acreditou.
E isso – que ninguém pode conhecer Jesus sem que o Pai o atraia –, isso é válido para o nosso apostolado, para a nossa missão apostólica como cristãos. Penso também nas missões. “O que você vai fazer nas missões?” – “Eu, converter as pessoas” – “Pare, você não vai converter ninguém! Será o Pai a atrair aqueles corações para reconhecer Jesus”. Ir em missão é dar testemunho da própria fé; sem testemunho você não fará nada. Ir em missão – e são bons missionários! – não significa criar grandes estruturas, coisas… e parar por aí. Não: as estruturas devem ser testemunhos. Você pode fazer uma estrutura hospitalar, educacional de grande perfeição, de grande desenvolvimento, mas se uma estrutura é sem testemunho cristão, seu trabalho aí não será um trabalho de testemunha, um trabalho de verdadeira pregação de Jesus: será uma sociedade de beneficência, muito boa – muito boa! – mas nada mais.
Se eu quero ir em missão, e digo isso se eu quero ir em apostolado, devo ir com a disponibilidade que o Pai atraia as pessoas a Jesus, e isso é feito pelo testemunho. Jesus mesmo o disse a Pedro, quando confessa que Ele é o Messias: “Feliz és tu, Simão Pedro, porque quem te revelou isso foi o Pai”. É o Pai que atrai, e atrai com nosso testemunho. “Eu farei muitas obras, aqui, ali, acolá, de educação, disso, daquilo outro…”, mas sem testemunho são coisas boas, mas não são o anúncio do Evangelho, não são lugares que dão a possibilidade que o Pai atraia ao conhecimento de Jesus (conf. Jo 6,44). Trabalho e o testemunho.
“Mas como posso fazer para que o Pai se preocupe em atrair essas pessoas?” A oração. E essa é a oração pelas missões: rezar para que o Pai atraia as pessoas a Jesus. Testemunho e oração caminham juntos. Sem testemunho e oração não se pode fazer pregação apostólica, não se pode fazer anúncio. Você fará uma bonita pregação moral, fará muitas coisas boas, todas boas. Mas o Pai não terá a possibilidade de atrair as pessoas a Jesus. E esse é o centro: esse é o centro do nosso apostolado, que o Pai possa atrair as pessoas a Jesus. Nosso testemunho abre as portas às pessoas e nossa oração abre as portas ao coração do Pai para que atraia as pessoas. Testemunho e oração. E isso não é somente para as missões, é também para nosso trabalho como cristãos. Eu dou testemunho de vida cristã, realmente, com o meu estilo de vida? Eu rezo para que o Pai atraia as pessoas a Jesus?
Essa é a grande regra para nosso apostolado, em todos os lugares, e de modo especial para as missões. Ir em missão não é fazer proselitismo. Uma vez… uma senhora – uma boa pessoa, se via que era de boa vontade – se aproximou com dois jovens, um jovem e uma jovem, e me disse: “Este (jovem), Padre, era protestante e se converteu: eu o converti. E esta (jovem) era…” – não sei, animista, não sei o que me disse, “e eu a converti”. E a senhora era boa: boa. Mas errava. Perdi um pouco a paciência e disse: “Escute-me, a senhora não converteu ninguém: foi Deus quem tocou o coração das pessoas. E não se esqueça: testemunho, sim; proselitismo, não”.
Peçamos ao Senhor a graça de viver nosso trabalho com testemunho e com oração, para que Ele, o Pai, possa atrair as pessoas a Jesus.
O Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual. A seguir, a oração recitada pelo Papa:
Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós!
Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo foi entoada a antífona mariana “Regina caeli”, cantada no tempo pascal:
Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!
Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!
Ressuscitou como disse. Aleluia!
Rogai por nós a Deus. Aleluia!
D./ Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia!
C./ Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!
Via Vatican News


segunda-feira, 27 de abril de 2020

Um reflexão sobre a Pandemia aos olhos da fé

Sabemos que todo mal que há no mundo tem a sua raiz primária no pecado original e também nos nossos pecados pessoais. São Paulo disse que “o salário do pecado é a morte” (Rom 6,23). Todo sofrimento, dor e morte entraram na história humana pelos pecados.
Como a humanidade é solidária, recebemos o bem e o mal que  todos realizam. Tudo de bom que precisamos recebemos do trabalho dos outros (alimento, roupa, aparelhos, etc.). Da mesma forma, os males da humanidade nos atingem, aos bons e aos maus. Cada pecado que cometemos faz aparecer em algum lugar uma semente de sofrimento.
Sabemos que Deus é Onipotente, Ele pode evitar que o mal nos atinja, mas permite que isso aconteça porque estabeleceu o mundo em leis que Ele respeita. Assim, por exemplo, Ele não pode suspender a lei da gravidade se alguém cai de um prédio, senão o mundo acabaria. Mas Deus nos deu inteligência, para discernir o bem do mal; liberdade, para escolher o bem; vontade, para praticar apenas o bem; e a consciência, que nos recomenda “fazer o bem e evitar o mal”. Então, se,  usando mal esses talentos que Deus nos deu, cometemos o mal, Deus permite que suas consequências nos atinjam para nossa correção e salvação. Os gregos já diziam que “mathos, phatos” (o sofrimento é escola).
Essa pandemia é resultado da desordem que o pecado original introduziu no mundo. Se Deus não impediu que ela se manifestasse é porque tem um desígnio de salvação atrás disso. Santo Agostinho disse que “se Deus não soubesse do mal tirar o bem, não permitiria o mal acontecer”. (O Livre Arbítrio, I, 1, 2)
Não podemos esquecer as graves e inúmeras ofensas que toda a humanidade tem feito a Deus, calcando aos pés as Suas santas leis, aceitando infelizmente o aborto, a eutanásia, o casamento de pessoas do mesmo sexo, pornografia, adultério, ideologia de gênero, além das profanações do sagrado de muitas formas. E vemos as crianças serem pervertidas na sexualidade. A pergunta que fica é essa: Até quando Deus vai permitiria tudo isso que leva a humanidade para o inferno?
Então, aqueles que amam a Deus, precisam dobrar os joelhos e pedir perdão a Deus pelos pecados de todos, desagravando o Senhor de tantas ofensas recebidas, e pedir que essa tormenta cesse.  Disse o profeta Oséias: “Vinde, voltemos ao Senhor, ele feriu-nos, ele nos curará; ele causou a ferida, ele a pensará. Ele nos dará de novo a vida em dois dias; ao terceiro dia ele nos levantará e viveremos em sua presença” (Os 6,1-2).
Precisamos atravessar essa crise, com fé e esperança, firmes no que diz São Pedro: “Deus de toda a graça, que nos chamou  em Jesus Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes sofrido um pouco, vos aperfeiçoará, fortificará e consolidará” (1Pe 5,10).
É um momento de meditarmos o que nos ensina a Carta aos Hebreus, sobre a correção divina aos homens:
“Estais esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s). Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige? Mas se permanecêsseis sem a correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos… Os primeiros nos educaram para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que este o faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade. É verdade que toda correção parece, de momento, antes motivo de pesar que de alegria. Mais tarde, porém, granjeia aos que por ela se exercitaram o melhor fruto de justiça e de paz.” (Heb 12,4-10)
A maioria dos homens só pensa em dinheiro e nos prazeres da vida e o progresso tecnológico têm nos cegado para os valores eternos. Este é o momento de parar, pensar, meditar e buscar a Deus de coração contrito.
Este é o momento de “sofrer na fé”, isto é, juntar os nossos sofrimentos aos de Cristo pela salvação do mundo, como disse São Paulo: “Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo no seu corpo que é a Igreja” (Col 1,24). Assim, os bons, embora sofrendo, darão sentido ao sofrimento, e ele será aliviado e suportado.
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 22 de abril de 2020

JMJ e Encontro Mundial das Famílias adiados por um ano

A pandemia do coronavírus fez com que os organizadores de dois dos próximos grandes eventos da igreja reformulassem os seus planos. Em comunicado, a Sala de Imprensa da Santa Sé explica que “devido à atual situação sanitária e às suas consequências sobre a deslocação e agregação de jovens e famílias, o Santo Padre, junto com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, decidiu adiar por um ano o próximo Encontro Mundial das Famílias, previsto para se realizar em Roma, em junho de 2021, e a próxima Jornada Mundial da Juventude, prevista para Lisboa, em agosto de 2022. Portanto, o Encontro Mundial das Famílias em Roma irá se realizar em junho de 2022, e a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, em agosto de 2023.
Via Vatican News

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Papa Francisco forma Comissão especial para o Covid-19


No dia 20 de março de 2020, o Papa Francisco solicitou ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (DSDHI), a formação de uma Comissão, em colaboração com outros Dicastérios da Cúria Romana, para exprimir a solicitude e o amor da Igreja pela família humana diante da pandemia do Covid-19, principalmente mediante a análise e a reflexão dos desafios socio-econômicos e culturais do futuro e a proposta de diretrizes para enfrentá-los. Portanto, o Dicastério instituiu uma Comissão formada por cinco Grupos de trabalho:
O Grupo de trabalho 1, coordenado pelo DSDHI, é dedicado à escuta e ao apoio das Igrejas locais, em um serviço que as torne protagonistas das situações em que vivem, em cooperação com a Cáritas Internacional. O grupo tem a tarefa de colaborar positivamente com as iniciativas de caridade promovidas por outros setores da Santa Sé como a Esmolaria Apostólica, a Congregação para a Evangelização dos Povos e a Farmácia do Vaticano.
O Grupo de trabalho 2, coordenado pelo DSDHI, será responsável por pesquisas e estudos da pandemia, reflexões sobre a sociedade e sobre o mundo pós-coronavírus, particularmente nos setores do meio ambiente, da economia, do trabalho, da saúde, da política, da comunicação e da segurança. O Grupo fará seu trabalho em conjunto com as Pontifícias Academias para a Vida e a das Ciências, também com várias Organizações que já colaboram com o DSDHI.
O Grupo de trabalho 3, coordenado pelo Dicastério para a Comunicação, tem a tarefa de informar sobre os trabalhos dos Grupos e promoverá a comunicação com as Igrejas locais, ajudando-as a responder de maneira autêntica e plausível ao mundo pós-coronavírus.
O Grupo de trabalho 4, coordenado pela Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, apoiará a Santa Sé nas suas atividades e nas suas relações com os países e Organismos internacionais comunicando-lhes os resultados da pesquisa, do diálogo e das reflexões produzidas.
O Grupo de trabalho 5, coordenado pelo DSDHI, é responsável pelo financiamento para sustentar a assistência da Comissão para o Covid-19 às Igrejas locais e às organizações católicas, e a sua atividade de pesquisa, análise e comunicação.
Os objetivos dos cinco Grupos de trabalho, apresentados ao Papa em 27 de março de 2020, serão coordenados por uma Direção que responderá diretamente ao Santo Padre, formada pelo prefeito do DSDHI, Cardeal Peter K. A. Turkson, pelo Secretário Mons. Bruno-Marie Duffé e pelo Secretário Adjunto, Padre Augusto Zampini.
Via Vatican News


terça-feira, 14 de abril de 2020

AMOR DIVINO: Reverenciando a memória da Madre Francisca Lechner, no seu aniversário de Vida Eterna


FRANCISCA LECHNER nasceu na Alemanha, em Edling, de uma família simples que acima de tudo temia a Deus. Era a quarta filha, dentre as sete filhas no lar dos Lechner.

Desde a infância demonstrou uma personalidade firme com especial capacidade de liderança. Estudou com as Irmãs Escolares, formando-se professora.
Pressentindo um chamado divino para realizar algo em favor dos mais necessitados, saiu de sua terra natal e foi para Viena onde viu retratado nas jovens vindas do interior “os necessitados” que a esperavam. Mesmo diante de grandes dificuldades, não vacilou pois colocava em Deus toda a sua confiança.

Assim, com o objetivo de acolher estas jovens que chegavam do interior em busca de emprego na capital, totalmente desamparadas e entregues à própria sorte, preocupada também com a educação de meninas e com o desejo de amparar idosos, fundou a Congregação das Filhas do Amor Divino, no dia 21 de novembro de 1868.

MADRE FRANCISCA LECHNER foi uma mulher corajosa, que enfrentou o desafio do seu tempo;uma mulher inteligente, que reconheceu os problemas de sua época; uma mulher sábia, que encontrou caminhos para a solução destes problemas:uma mulher ativa, que fundou uma Congregação Religiosa para fazer o bem às pessoas necessitadas;uma mulher forte, que soube vencer as situações difíceis da sua vida; uma mulher intrépida, que assumiu todos os riscos com inabalável confiança em Deus;uma mulher segura, que não vacilava e nem hesitava na realização dos seus projetos;uma mulher orante, que cumpria a sua missão no diálogo com Deus; uma mulher feliz, que encontrou o sentido da sua vida. Deixou-nos o lema: TUDO POR DEUS, PELOS POBRES E PELA NOSSA CONGREGAÇÃO


quinta-feira, 9 de abril de 2020

Em sinal de união continental, CNBB realiza ato de consagração do Brasil a Nossa Senhora

O Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) realizará um ato de consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América, para “pedir-lhe a saúde e o fim da pandemia, colocando-nos sob seu olhar amoroso nestes momentos difíceis, em que ela pode abrir-nos as portas da esperança”. A iniciativa acontecerá no domingo de Páscoa, 12 de abril, às 12h (horário local), na Basílica Nacional do México.
“Ao contemplar a Mãe do verdadeiro Deus por quem se vive, fortaleçamos nossa fé, animemos nossa esperança e nos comprometamos com amor solidário, especialmente com aqueles que hoje experimentam enfermidade, dor, pobreza, solidão, temor e inquietude”, afirma o Celam.
Atendendo ao convite do Celam, de participar deste evento como sinal de união continental, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também realizará o ato e convoca todos a se unirem aos demais países da América Latina e Caribe, colocando-se aos pés da Bem-Aventurada Virgem Maria, consagrando o Brasil, rogando-lhe a intercessão para que a pandemia causada pelo coronavírus seja superada.
A Consagração a Nossa Senhora será transmitida no Domingo de Páscoa, 12 abril, ao vivo, às 14 horas (horário de Brasília), por todas as TVs de inspiração católica, rádios e redes sociais da CNBB.
Via CNBB

3 chaves para viver intensamente a Semana Santa

Com a celebração do Domingo de Ramos teve início a Semana Santa, o tempo mais importante do ano no qual os católicos recordam a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
Por isso, a fim de viver adequadamente estes mistérios, oferecemos aos fieis três chaves compartilhadas pelo Cardeal Norberto Rivera Carrera durante a Missa de Domingo de Ramos celebrada em 2016, quando era Arcebispo Primaz do México:
1. Escolher o personagem com cuja atitude queremos viver a Semana Santa
No relato da Paixão, afirma o Arcebispo, “nós estamos ali representados de alguma maneira” e se pode escolher o personagem com cuja atitude queremos viver a Semana Santa.
“Podemos tomar a túnica do Cireneu para nos aproximarmos de Cristo para ajudá-lo a carregar a Cruz, podemos tomar o lenço das mulheres que choram ao contemplar o condenado, podemos bater no peito como o centurião ou estar junto com Maria em silêncio aos pés da cruz ou, talvez, nos caia melhor a veste de Judas, de Pedro, de Pilatos ou daqueles que ‘contemplavam de longe’ esperando ver como terminaria a tragédia”.
2. Enxugar o pranto dos irmãos que sofrem
“Sabemos que a história da Paixão não terminou (…). A Paixão de Cristo se renova em todo discípulo de Jesus que é perseguido pela justiça. Nesta Semana Santa, façamos nossas as palavras de São Paulo: ‘O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja’. Saibamos converter nossa dor, aparentemente infecunda, em meio de redenção para nós e para os demais”.
O Cardeal Rivera propõe não se contentar “em recordar piedosamente a paixão histórica de Jesus, mas que nos esforcemos por mitigar ativamente as paixões próximas dos homens que cruzam nosso caminho”, enxugando “efetivamente o pranto dos homens que sofrem: ‘O que fizerem com qualquer um deles, fazem comigo’”.
3. Fé na Ressurreição
“A Semana Santa será incompleta se não se vive na fé e na esperança da Ressurreição (…). Toda nossa vida, em certo sentido, deve ser Semana Santa, perseguidos pela dor e pela morte, mas vivendo a alegria do triunfo definitivo que alcançaremos na ressurreição”.
“A narração da Paixão – disse o Cardeal – aparentemente  termina com a pedra que fecha o sepulcro, mas nós sabemos que a dor e a morte não são a última palavra, Jesus ressuscitou e está sentado à direito do Pai”.
Prof, Felipe Aquino

segunda-feira, 6 de abril de 2020

O Papa reza pelos presos e pensa nos pobres: neles Jesus se identifica

O Papa Francisco presidiu a Missa na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, na manhã desta segunda-feira (06/04) da Semana Santa. Ao introduzir a celebração, rezou pelo problema da superlotação nos cárceres:
Penso num grave problema que existe em várias partes do mundo. Gostaria que hoje rezássemos pelo problema da superlotação nos cárceres. Onde há uma superlotação – muita gente ali – há o perigo, nesta pandemia, de que se acabe numa grave calamidade. Rezemos pelos responsáveis, por aqueles que devem tomar as decisões nisso, a fim de que encontrem um caminho justo e criativo para resolver o problema.
Na homilia, Francisco comentou a passagem do Evangelho de João (Jo 12,1-11) em que Maria, irmã de Lázaro, ungiu os pés de Jesus com um perfume precioso, provocando as críticas de Judas: este perfume – diz aquele que estava prestes a trair o Senhor – podia ser vendido e o rendimento dado aos pobres. O evangelista observa que disse isto não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era um ladrão, e ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. Jesus lhe responde: “Deixe-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura. Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis”. O Papa falou dos pobres: há muitos, em grande parte estão escondidos e não os vemos porque somos indiferentes. Muitos pobres são vítimas das políticas financeiras e da injustiça estrutural da economia mundial. Muitos pobres se envergonham por não ter meios e vão às escondidas à Caritas. Os pobres – recordou o Papa – os encontraremos nos juízo final: Jesus se identifica com eles. Seremos julgados sobre nossa relação com os pobres. A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:
Esta passagem se conclui com uma observação: “Os sumo sacerdotes decidiram matar também Lázaro, porque, por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus”. Dias atrás vimos os passos da tentação: a sedução inicial, a ilusão, depois cresce – segundo passo – e terceiro, cresce e se contagia e se justifica. Mas há outro passo: segue adiante, não se detém. Para eles não era suficiente matar Jesus, mas agora também Lázaro, porque era uma testemunha de vida.
Mas, hoje, gostaria de deter-me sobre uma palavra de Jesus. Seis dias antes da Páscoa – estamos propriamente muito perto da Paixão –, Maria faz este gesto de contemplação: Marta servia – como a outra passagem – e Maria abre a porta à contemplação. E Judas pensa no dinheiro e pensa nos pobres, mas não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão, e ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. Esta história do administrador infiel é sempre atual, estes sempre existem, mas também em outro nível: pensemos em algumas organizações de beneficência ou humanitárias que têm muitos funcionários, muitos, que têm uma estrutura muito rica e acaba chegando aos pobres quarenta por cento, porque sessenta por cento é para pagar o salário dessas pessoas. É um modo de apropriar-se do dinheiro dos pobres. Mas a resposta é Jesus. E aqui gostaria de deter-me: “De fato, os pobres, sempre os tereis convosco”. Esta é uma verdade: “De fato, os pobres, sempre os tereis convosco”. Os pobres existem. São muitos: há o pobre que nós vemos, mas esta é a mínima parte; a grande quantidade dos pobres é aquela que não vemos: os pobres escondidos. E nós não os vemos porque entramos nesta cultura da indiferença que é negacionista e negamos: “Não, não, não são muitos deles, não se veem; sim, aquele caso…”, diminuindo sempre a realidade dos pobres. Mas há muitos deles, muitos.
Ou mesmo, se não entramos nesta cultura da indiferença, há um costume de ver os pobres como decorações de uma cidade: sim, existem, como as estátuas; sim, existem, se veem; sim, aquela velhinha que pede esmola, aquele outro… Mas como (se fosse) uma coisa normal. Ter pobres é parte da decoração da cidade. Mas a grande maioria é de pobres vítimas das políticas econômicas, das política financeiras. Algumas estatísticas recentes fazem um resumo assim: há muito dinheiro nas mãos de poucos e tanta pobreza em muitos, em muitos. E essa pobreza é a pobreza de muita gente vítima da injustiça estrutural da economia mundial. E (há) muitos pobres que sentem vergonha de mostrar que não conseguem chegar ao final do mês: muitos pobres da classe média, que vão às escondidas à Caritas e de modo escondido pedem e se envergonham. Os pobres são muitos mais do que os ricos; muito, muito… E aquilo que Jesus disse é verdade: “De fato, os pobres sempre os tereis convosco”. Mas eu os vejo? Eu me dou conta desta realidade? Sobretudo da realidade escondida, aqueles que sentem vergonha de dizer que não conseguem chegar ao final do mês.
Lembro-me que em Buenos Aires me tinham dito que o prédio de uma fábrica abandonada, há anos vazia, estava sendo habitada por umas quinze famílias que tinham chegado naqueles últimos meses. Fui lá. Eram famílias com crianças e cada uma tinha ocupado uma parte da fábrica abandonada, para viver. E, olhando, vi que cada família tinha móveis bons, móveis da classe média, tinham a televisão, mas acabaram ali porque não podiam pagar o aluguel. Os novos pobres que devem deixar a casa porque não podem pagá-la, vão para lá. É aquela injustiça da organização econômica ou financeira que os leva a isso. E são muitos deles, muitos, a tal ponto que os encontraremos no juízo. A primeira pergunta que Jesus nos fará é: “Como vais com os pobres? Deste de comer? Quando estava no cárcere, o visitaste? No hospital, o visitaste? Assististe a viúva, o órfão? Porque ali era Eu quem estava”. E sobre isso seremos julgados. Não seremos julgados pelo luxo ou as viagens que fazemos ou pela ‘importância social que teremos. Seremos julgados pela nossa relação com os pobres. Mas se eu, hoje, ignoro os pobres, os deixo de lado, creio que (eles) não existem, o Senhor me ignorará no dia do juízo. Quando Jesus diz: “Os pobres, sempre os tereis convosco”, significa: “Eu estarei sempre convosco nos pobres. Ali estarei presente”. E isso não é ser comunista, esse é o centro do Evangelho: nós seremos julgados sobre isso.
Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo foi entoada uma antiga antífona mariana Ave Regina Caelorum (“Ave Rainha dos Céus”):
Ave, Rainha do céu; ave, dos anjos Senhora; ave, raiz, ave, porta; da luz do mundo és aurora. Exulta, ó Virgem gloriosa, as outras seguem-te após; nós te saudamos: adeus! E pede a Cristo por nós!
Via Vatican News


Bispo propõem estes “sinais exteriores de fé” para viver a Semana Santa em casa

O Bispo do Funchal, (Portugal), Dom Nuno Brás, propôs alguns “sinais exteriores de fé” para que os católicos vivam a Semana Santa em suas casas, uma vez que as celebrações nas Igrejas não poderão ter a presença do povo, devido à quarentena pela pandemia do coronavírus COVID-19.

Assim, em uma nota pastoral sobre a Celebração da Páscoa, o Prelado sugeriu que, no Domingo de Ramos,  os fiéis coloquem na porta de suas casas “uma cruz (construída com madeira, com ramos de árvores ou com outro material), e que, no Domingo de Páscoa, a ornamentem com flores (se não for possível de outro modo, com flores de papel feitas pelas crianças)”.
Pediu ainda que enviem “para o Facebook da diocese uma fotografia da cruz gloriosa”.
Para o Sábado Santo, Dom Nuno convidou a que, às 22h, “coloquem numa janela de casa uma vela ou acendam as luzes da habitação”.
“Cada família, cada lar, não deixará certamente de procurar viver e celebrar a Páscoa como Igreja Doméstica”, assinalou o Bispo do Funchal, o qual convida todos a acompanharem a transmissão das celebrações pelos meios de comunicação e sugere ainda que sigam o subsídio  “Tríduo Pascal em Família”, produzido por Pe. Ricardo Figueiredo e publicado pela Editora Paulus.

Em sua nota pastoral, Dom Nuno Brás explicou que “a Páscoa é o centro das celebrações cristãs, o centro do ano litúrgico. Nela celebramos a morte e a ressurreição de Jesus, que tornou a nossa morte em esperança de vidaeterna, e celebramos, também, o nosso baptismo, quer dizer: a vida de Cristo ressuscitado que, por meio do Espírito Santo, dá vida divina à nossa existência”.

O Prelado recordou a pergunta feita pelos apóstolos a Jesus: “onde queres que façamos os preparativos para a Páscoa?”. “Estou seguro de que, este ano, a resposta que Jesus nos dá é: ‘em tua casa, com aqueles com quem vives este tempo de quarentena’”, respondeu.
Nesse sentido, assinalou que “nos tempos em que vivemos somos chamados a ser Igreja, mesmo e sobretudo em nossas casas, fazendo o bem, sendo responsáveis por todos, escutando a Palavra de Deus, assistindo às celebrações através dos meios de comunicação e comungando espiritualmente”.
Por fim, exortou a que, “como quer que seja, vivamos a Páscoa do Senhor, a Sua morte e ressurreição. Sejamos um testemunho credível de Jesus e ajudemo-nos todos uns aos outros a passar este momento difícil da nossa vida. Não nos afastemos de Deus. Não passemos estes dias sem celebrar a Ressurreição, a Sua e nossa vitória sobre a morte”.
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Francisco: na provação, não estamos sozinhos, confiemo-nos a Cristo

Jesus é o amigo fiel “que enche a nossa vida de felicidade, mesmo em tempos difíceis”, que “nos acompanha e nunca decepciona”. Nele e com ele não estamos sozinhos e na sua cruz, os nossos corações encontram “apoio e conforto no meio das tribulações da vida”. Assim, o Papa Francisco saúda os fiéis em várias línguas, conectados através dos meios de comunicação com a Biblioteca Apostólica Vaticana, no final da catequese da Audiência Geral desta quarta-feira (01/04).
Saudação em língua portuguesa
Eis a íntegra da saudação em língua portuguesa.
Amados ouvintes de língua portuguesa, a todos saúdo e convido a viver com a Igreja inteira, em pensamento e de coração, a próxima Semana Santa, que coloca diante dos nossos olhos a Cruz onde Jesus assumiu e suportou toda a tragédia da humanidade. Não podemos esquecer as tragédias dos nossos dias, porque a Paixão do Senhor continua no sofrimento dos homens. Que os vossos corações encontrem, na Cruz de Cristo, apoio e conforto no meio das tribulações da vida; abraçando a Cruz como Ele, com humildade, confiança e abandono filial à vontade de Deus, tereis parte na glória da Ressurreição.
O homem, com medo, confia-se à Misericórdia Divina
Aos poloneses, o Papa recorda que o homem de hoje vê “os sinais da morte” presentes na civilização e “vive cada vez mais com medo, ameaçado no núcleo de sua existência”. Nestes dias difíceis, “os seus pensamentos corram para Cristo: saibam que vocês não estão sozinhos. Ele os acompanha e nunca decepciona”. Confiem na Sua “Misericórdia Divina e na intercessão de São João Paulo II nas vésperas do 15º aniversário de sua morte”, que recordaremos nesta quinta-feira, 2 de abril.
Nos eventos da vida, descubra a Providência do Senhor
Aos alemães, o Papa Francisco recorda que, ao contemplar “a face do Senhor crucificado e morto por nós”, neste período de provação, podemos reconhecer “em sua cruz a fonte da verdadeira esperança e alegria, através da qual Ele venceu todo o mal”.
Aos ouvintes de língua espanhola, sua língua nativa, o Papa pede para descobrir a Providência do Senhor “nos acontecimentos da vida cotidiana”. E nos convida a lembrar, nesses momentos de provação e escuridão, “todos os nossos irmãos e irmãs que sofrem, e aqueles que os ajudam e acompanham com amor e generosidade”.
Obrigado, jovens milaneses, não percam a esperança em Jesus
Por fim, entre os fiéis de língua italiana, Francisco saúda em particular “os grupos que tinham feito reservas para estarem presentes hoje” na Audiência Geral, dentre eles “os jovens da profissão de fé da Diocese de Milão”. “Queridos jovens, mesmo que sua peregrinação a Roma seja apenas virtual, quase sinto a sua presença alegre e barulhenta, concretizada também nas muitas mensagens que vocês me enviaram”. O Papa agradece e encoraja os jovens milaneses a “viverem sempre a fé com entusiasmo e a não perder a esperança em Jesus, amigo fiel que enche a nossa vida de felicidade, mesmo nos momentos difíceis”. Que esses últimos dias da Quaresma possam favorecer “uma preparação adequada da celebração da Páscoa, levando cada pessoa a uma proximidade maior a Cristo”.
Via Vatican News