quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Vicariato Episcopal Urbano realiza assembleia pastoral

A assembleia pastoral do Vicariato Episcopal Urbano, composto pelas paróquias de Natal e grande Natal, acontecerá dia 29 de setembro, das 8h às 13h, no Centro Pastoral da Paróquia de Nossa Senhora da Candelária, no bairro da Candelária.

A finalidade é fazer uma avaliação das atividades pastorais, realizadas neste ano, com base no Marco Referencial e Plano Pastoral Arquidiocesano 2018. A reunião também é uma preparação para a 58ª Assembleia Pastoral Arquidiocesana.



Papa aos jovens: com Jesus, a vida tem sabor de Espírito Santo


A Igreja luterana Kaarli, na capital da Estônia, foi a sede do segundo compromisso do Papa Francisco: o encontro ecumênico com os jovens.
Antes de proferir seu discurso, o Pontífice ouviu o testemunho de três jovens e saudou os representantes das diversas confissões cristãs presentes no país.
Estes encontros, disse o Papa, tornam realidade o sonho de Jesus na Última Ceia: “Que todos sejam um só (…) para que o mundo creia” (Jo 17, 21).
Sínodo sobre os jovens
Francisco dedicou ampla parte do seu pronunciamento para falar da relação dos jovens com os adultos, marcada muitas vezes pela falta de diálogo e de confiança. O Papa citou o Sínodo sobre a juventude, que tem início semana que vem, para mencionar algumas questões que emergiram na consultação preliminar.
Entre elas, os jovens pedem acompanhamento e compreensão, sem julgamentos por parte dos membros das Igrejas.
“ Aqui, hoje, quero lhes dizer que desejamos chorar com vocês se estiverem chorando, acompanhar com os nossos aplausos e nossos sorrisos as suas alegrias, ajudá-los a viver o seguimento do Senhor. ”
Muitos jovens, porém, nada pedem à Igreja, pois não a consideram um interlocutor significativo na sua existência. Outros se indignam diante dos escândalos econômicos e sexuais contra os quais não veem uma clara condenação.
“Queremos dar-lhes resposta, queremos ser – como vocês mesmos dizem – uma ‘comunidade transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa’”, garantiu o Papa.
Vida com sabor de Espírito Santo
Ao vê-los assim reunidos a cantar, acrescentou Francisco, “uno-me à voz de Jesus, porque vocês, apesar da nossa falta de testemunho, continuam descobrimendo Jesus dentro de nossas comunidades. Onde está Jesus, a vida tem sempre sabor de Espírito Santo. Aqui, hoje, vocês são a atualização daquela maravilha de Jesus”.
Jesus continua a ser o motivo para estarmos aqui, recordou o Papa. “Sabemos que não há alívio maior do que deixar Jesus carregar as nossas opressões.” Citando uma cantora famosa da Estônia, que dizia que o “amor está morto”, Francisco afirmou que os cristãos têm uma palavra a dizer, algo para anunciar, com poucas palavras e muitos gestos.
Deus está conosco
“Estamos unidos pela fé em Jesus, e Ele espera que O levemos a todos os jovens que perderam o sentido da sua vida. Acolhamos juntos a novidade de que o próprio Deus traz Deus à nossa vida; uma novidade que incessantemente nos impele a partir, para ir aonde se encontra a humanidade mais ferida. Mas nunca iremos sozinhos: Deus vem conosco; Ele não tem medo das periferias.”
“O amor não está morto”, disse por fim o Papa; ele nos chama e nos envia para que a nossa vida cristã não seja um museu de recordações.
Via Vatican News


terça-feira, 25 de setembro de 2018

Representantes da Comissão Pastoral para o Laicato apresentam, em Roma, experiência do Ano Nacional do Laicato

Representantes da Comissão Episcopal Pastoral o para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) embarcam, nesta segunda-feira, 24 de setembro, para Roma onde participarão de um encontro promovido pelo Dicastério dos Leigos, Família e Vida sobre a “Promoção e Formação dos Fieis Leigos: Boas Práticas” de 25 a 28 de setembro desta semana.
Segundo o bispo de Caçador (SC), dom Severino Clasen, presidente da Comissão para o Laicato, 15 conferências episcopais da África, América do Sul, América do Norte, América Central, Ásia, Oceania e Europa foram convidadas para compartilhar suas experiências e refletir sobre os processos e indicativos para a formação de leigos. “Será uma possibilidade de dialogarmos com outras conferências encorajando-as para que valorizem o laicato como vem fazendo a CNBB”, disse.
Segundo a presidente do CNLB, Marilza Lopes Schuina, os representantes brasileiros vão apresentar em Roma: a) o Ano Nacional do Laicato no Brasil; b) a experiência do Centro Nacional de Fé e Política e das Escolas de Formação; c) formação organizada pelo Instituto de Pastoral Regional (IPAR), Regional Norte; e c) O processo de formação desenvolvido pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil, organismo de Comunhão Eclesial que busca o aprofundamento da vocação laical.
Dom Severino também informou que na quarta-feira, dia 26, os bispos terão uma reunião com o papa Francisco. “Manifestaremos nosso apoio ao papa e também teremos a oportunidade de falar o que está acontecendo no Ano Nacional do Laicato. Vamos mostrar ao papa que estamos com ele”, disse.
O Laudelino Augusto dos Santos, assessor da Comissão Episcopal Pastoral o para o Laicato da CNBB também integra esta comitiva que representará a conferência brasileira. Os representantes brasileiros também abordarão os vários “Cursos de Teologia” para leigos e leigas oferecidos por dioceses, regionais e faculdades.
Via CNBB

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Grande marcha pela vida será realizada no Brasil dia 30 de setembro

Marcha pela Vida, iniciativa popular de manifestação cívica e espontânea, surgiu nos primeiros meses de 2018 frente às tentativas de vários setores políticos que tentaram legalizar o aborto em vários países da América Latina.
A convocatória massiva das manifestações públicas foi bem clara: os povos não querem legalizar o aborto, querem políticas públicas para salvar a vida dos dois.
No Brasil, estes setores pró-aborto chegaram até driblar o sistema democrático para tentar impor essa prática através de la ADPF 442/2017 apresentada no Supremo Tribunal Federal e por isso, no dia 30 de setembro se fará uma manifestação massiva embora silenciosa e pacífica que começará às 15h na Avenida Paulista e caminhará até a Praça da Sé.
Convocatória aberta e popular
No Brasil se organizam todos os anos diversos atos em defesa da vida mas dessa vez, pela gravidade da situação, as pessoas se organizaram para fazer um ato maior e massivo e para incluir também a todas as pessoas interessadas; sejam religiosas ou ateas, sejam de igrejas ou de ONGs não confessionais.
Este objetivo de incluir pessoas do povo que apoiem a causa sem distinções tenta demonstrar que a defesa da vida humana não depende de uma crença específica, ela é intrínseca ao próprio ser humano e vai muito além de uma questão religiosa. Outras cidades do Brasil, que aderiram a esta convocatória, farão manifestações na mesma data ou dentro do mesmo mês.
A organização do evento está formada por voluntários de diferentes setores da sociedade e já está produzindo vídeos de artistas nacionais e internacionais para convocar o povo a través das redes sociais e veículos de mídia interessados em apoiar o evento. O desafio será tentar chegar a um milhão de pessoas.
A convocatória está aberta então para todas as pessoas interessadas em apoiar propostas alternativas ao aborto, que protejam a vida da gestantes em crise e a do bebê em risco e também exigir dos políticos que respeitem o sistema democrático existente no Brasil, ou seja que a questão do aborto não seja aprovada no STF e seja aprovado sim o projeto de lei 4754/2016 para coibir o ativismo judicial.
Principais objetivos e propostas
-Pressionar os poderes públicos a respeitarem a vida desde sua fecundação.
-Promover a divulgação das associações que oferecem orientação e apoio às gestantes em crise.
-Conscientizar à população da importância de se votar em políticos e partidos pró-vida, especialmente para o legislativo.
-Oferecer argumentos reais aos 14% dos brasileiros que são a favor do aborto ou sua descriminalização, mostrando que esse “procedimento” é um atentado a humanidade.
-Pedir cancelamento da ADPF 442/2017 que quer legalizar o aborto até a 12a semana do nascituro.
-Pedir a aprovação da PL (projeto de lei) 4754/2016 para coibir o ativismo judicial e impedir que o poder judiciário usurpe o poder legislativo.
-Não permitir que a marcha seja utilizada como ferramenta eleitoral.
Página da Marcha pela Vida Brasil no Facebook: https://www.facebook.com/marchapelavidabrasil
Via Aleteia

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Peregrinação prepara fiéis para a festa da padroeira de Natal

A partir desta segunda-feira, 17, mais de cem capelinhas com a imagem de Nossa Senhora da Apresentação vão visitar lares de fiéis e devotos, em preparação para a festa da padroeira da Arquidiocese e da cidade do Natal. A missa de envio das capelinhas acontecerá na Catedral Metropolitana, segunda-feira, às 19 horas, presidida pelo Padre Edmilson Lopes, da Comunidade Canção Nova.
A peregrinação das capelinhas acontece no período de 17 de setembro a 9 de novembro. No mesmo período, uma imagem da padroeira também peregrina por escolas, instituições governamentais e não governamentais.
A festa de Nossa Senhora da Apresentação será celebrada no período de 11 a 21 de novembro.

sábado, 15 de setembro de 2018

Mártires da Argélia serão beatificados em 8 de dezembro

8 de dezembro de 2018 é uma data que ficará na memória da Igreja argelina. O dia foi escolhido para celebrar na Basílica de Santa Cruz, em Oran, a beatificação de 19 mártires, religiosos e religiosas francesas assassinados na década de 1990, década sombria para a Argélia.
Os bispos argelinos falam em um comunicado de uma “grande alegria” e de uma “boa notícia”. Deve-se dizer que o caminho foi longo, pois a causa da beatificação foi aberta em 2006 em Argel.
Em janeiro passado o Papa aprovou a promulgação dos decretos de beatificação. Beatificação que será presidida pelo Cardeal Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, enviado pessoal do Papa Francisco.
Década sombria para a Argélia
21 anos após o assassinato, seis religiosas e onze monges, incluindo os 7 cistercienses de Tibhirine, tiveram seu martírio reconhecido.
Os monges de Tibhirine foram sequestrados em março de 1996 em seu mosteiro Nossa Senhora do Atlas, Argélia. Somente suas cabeças foram encontradas poucos meses mais tarde.
As seis religiosas, menos conhecidas do grande público, foram mortas nesta mesma década, em 1994 e 1995, em Argel.
Dom Pierre Claverie, Bispo de Oran, foi assassinado em 1º de agosto de 1996 com a explosão de uma bomba em frente ao bispado. Ele tinha 58 anos de idade. Um atentado que ocorreu logo após a visita à Argélia do ministro das Relações Exteriores da França, Hervé de Charette, que foi ao túmulo dos monges de Tibhirine.
“Que o exemplo deles nos ajude em nossa vida de hoje”, foram os votos dos bispos da Argélia, assegurando que essa beatificação será, para a Igreja e o mundo, um apelo para “construir juntos um mundo de paz e de fraternidade”. Um caminho para a Igreja da Argélia e todo o país, para virar esta página sombria da história.
Os novos Beatos
Esta beatificação diz respeito a um total de 19 pessoas consagradas, alguns deles bem conhecidos, como o irmão Christian de Chergé ou Dom Pierre Claverie. Os nomes dos outros religiosos e religiosas são menos familiares ao grande públicos.
Esses mártires que viveram a serviço do povo argelino serão homenageados em nome das milhares de vítimas, principalmente muçulmanas, da guerra civil dos anos 90.
Aqui a lista dos futuro Beatos, na ordem cronológica de seu assassinato:
08 de maio de 1994 em Argel: Irmão Henri Vergès, nascido em 15 julho de 1930 em Matemale, religioso marista e professor de francês e Irmã Paul-Hélène Saint-Raymond, nascida em 24 de janeiro de 1927 em Paris, religiosa francesa das Pequenas irmãs da Assunção.
23 de outubro de 1994 em Bab El Oued: Irmã Esther Paniagua Alonso, nascida em 07 de junho de 1949 em Izagre, freira espanhola das Irmãs Agostinianas Missionárias e Irmã Caridad Alvarez Martin, nascida 09 de maio de 1933, em Santa Cruz de la Salceda, freira espanhola das Irmãs Missionárias Agostinianas.
Em 27 de dezembro de 1994, em Tizi Ouzou: quatro Padres Brancos, incluindo três cidadãos franceses: padre Jean Chevillard, nascido 27 agosto de 1925 em Angers, padre Alain Dieulangard, nascido em 21 de maio de 1919 em Saint-Brieuc, e o padre Christian Chessel, nascido em 27 de outubro de 1958 em Digne, e um belga, padre Charles Deckers, nascido em 26 de dezembro de 1924 na Antuérpia.
Em 03 de setembro de 1995, em Belouizdad: Irmã Angèle-Marie Littlejohn, nascida em 22 de novembro de 1933 em Túnis, religiosa francesa das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora dos Apóstolos, e a Irmã Bibiane Leclercq, nascida em 08 de janeiro de 1930 em Gazeran, religiosa francesas das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora dos Apóstolos.
10 de novembro de 1995 em Argel: Irmã Odette Prévost, nascida em 17 de julho de 1932 em Oger, religiosa francesa das Pequenas Irmãs do Sagrado Coração.
Em 21 de maio de 1996, próximo a Medéia, sete monges de Tibhirine (dois outros irmãos escaparam do sequestro).
Irmão Christian de Chergé: nascido em 18 de janeiro de 1937 em Colmar, padre cisterciense francês, prior da comunidade desde 1984, monge desde 1969, na Argélia desde 1971.
Irmão Luc Dochier: nascido em 31 de janeiro de 1914 em Bourg-de-Péage, monge cisterciense francês desde 1941, na Argélia desde agosto de 1946. Médico, viveu cinquenta anos em Tibhirine. Tratou todos de forma gratuita, sem distinção de religião.
Irmão Christophe Lebreton: nascido em 11 de outubro de 1950 em Blois, sacerdote cisterciense francês, monge desde 1974, na Argélia desde 1987.
Irmão Michel Fleury: nascido em 21 de maio de 1944 em Sainte-Anne-sur-Brivet, monge cisterciense francês desde 1981, na Argélia desde 1985. Membro do Instituto de Prado, era o cozinheiro da comunidade.
Irmão Bruno Lemarchand: nascido em 1º de março de 1930 em Saint-Maixent l’École, sacerdote cisterciense francês, monge desde 1981, na Argélia e no Marrocos desde 1989.
Irmão Célestin Ringeard: nascido em 27 de março de 1933 em Touvois, sacerdote cisterciense francês, monge desde 1983, na Argélia desde 1987.
Irmão Paul Favre-Miville: nascido em 17 de abril de 1939 em Vinzier, religioso cisterciense francês desde 1984, na Argélia desde 1989. Era responsável pelo sistema de irrigação do jardim do mosteiro.
1º de agosto de 1996: Dom Pierre Claverie, nascido em 8 de maio de 1938 em Argel, padre dominicano, bispo de Oran desde 1981.
Via Vatican News


sexta-feira, 14 de setembro de 2018



GRUPO MÁRTIRES DO DRINA INICIAM ATIVIDADES


O Grupo Mártires do Drina, do Juventude Amor Divino (JAD), em Assú, comemorou o seu primeiro mês de atuação no dia 12 de agosto. A atividade do JAD é difundir o carisma e espiritualidade das Filhas do Amor Divino para os jovens associados que se sentem chamados.



Os coordenadores, Pedro Otávio e Marinês Silva, estão engajados nesta missão que lhes foi dedicada com muito afinco e responsabilidade, bem como a Irmã Judith Farias que é uma incentivadora e apoiadora do movimento leigo. Com as bênçãos das Beatas Mártires do Drina, o entusiasmo dos envolvidos nesse projeto só cresce à medida que os dias se passam. 

 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Arquivo da Arquidiocese recebe material digitalizado

Em janeiro de 2017, a instituição americana Family Search firmou uma parceria com a Arquidiocese de Natal. A Family Search é uma organização que trabalha com pesquisas genealógicas. A parceria garante a digitalização dos arquivos da cúria metropolitana, bem como das paróquias que compõem o território arquidiocesano. Esse projeto, além de garantir a preservação das informações contidas nos documentos, permitirá o acesso a dados relevantes para a pesquisa de história das famílias.
Na manhã desta terça-feira, 11, o especialista em imagens digitais, Jorge Silva, que trabalha para a Family Search, entregou ao arquivo da Arquidiocese de Natal quatro Hds, com 198 mil imagens de registros de livros de batismo, crisma e casamentos. Em dezembro do ano passado, ele já havia entregue seis Hds ao arquivo. “Até o momento, já entregamos 697 mil imagens, resultado da digitalização do acervo do jornal A Ordem e de livros de cerca de 60% das paróquias da Arquidiocese”, conta Jorge. A previsão é que o trabalho seja concluído em janeiro de 2019.
Todo o material vai ficar disponível para consulta no site da instituição americana, no endereço www.familysearch.org.


Intolerância entre católicos nas redes sociais: palavra de um especialista

Moisés Sbardelotto, jornalista, doutor em Ciências da Comunicação e autor dos livros “E o Verbo se fez rede“(Paulinas, 2017) e “E o Verbo se fez bit” (Santuário, 2012) publicou artigo, esta semana, no periódico “Mensageiro de Santo Antônio” no qual faz uma denúncia sobre o modo como muitos católicos se comportam nas redes sociais digitais.
Intolerância, ódio e indiferença
Na primeira parte do artigo, ele constata: “Intolerância, ódio, indiferença. Discriminação, difamação, desinformação. Não, não se trata apenas daquilo que encontramos em boa parte dos grandes meios de comunicação. Também não se trata daquilo que circula nas redes sociais digitais em geral. Infelizmente, esse é o panorama das interações entre católicos e católicas em rede – ou, pelo menos, de indivíduos que assim se identificam“. E pondera: “A pessoa que está do outro lado da tela já não é um ‘irmão ou irmã na fé’, mas apenas alguém sobre o qual se descarregam toda a raiva e o rancor pessoais, camuflados de defesa da tradição, da doutrina e da liturgia, com citações artificiosamente pinçadas da Bíblia e do Catecismo. Nada nem ninguém estão acima desse ‘Tribunal da Santa Inquisição Digital’, nem mesmo o papa Francisco ou os bispos“.
Palavra da CNBB
O autor lembra que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na mensagem pública dada durante a última assembleia-geral, em abril deste ano, advertia: “vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB […] A liberdade de expressão e o diálogo responsável são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza, prudência, reverência e amor”. Apesar dessa palavra clara do episcopado, o autor considera que “cada vez mais, as redes sociais digitais convertem-se em patíbulos para a realização generalizada de novos ‘autos de fé’. Nessas ‘fogueiras digitais’, são condenados os supostos ‘hereges’ atuais, expressão-agressão que circula abundantemente em páginas e grupos católicos nas redes, dirigida contra todos aqueles que têm uma visão de Igreja diferente da do agressor. Esses ‘linchamentos simbólicos’ não ocorrem por determinação da hierarquia da Igreja, mas por decisão de grupelhos de leigos, que se arrogam o direito – e até o dever –, em nome da ‘sã doutrina’, de atirar a primeira pedra“.
Cibermilícias católicas
Sbardelotto continua: “Os atores que dinamizam esse triste fenômeno intracatólico já ganharam algumas definições, como os chamados ‘catolibãs’, ou seja, católicos-talibãs, que atuam com base na violência simbólica (mas nem por isso menos preocupante e hedionda). Pregam a exclusão de tudo o que seja ‘catolicamente diferente’ e de todos os ‘catolicamente outros’. Para tais extremistas, haveria apenas um único catolicismo, puro, cristalino, são e verdadeiro, sem nuances, bem delimitado e definido – pelos próprios esquemas e padrões mentais ou por documentos da Igreja de séculos passados“.
O autor informa que o teólogo e historiador italiano Massimo Faggioli denominou tais grupos de “cibermilícias católicas”, dada sua militância venenosa em prejuízo da comunhão eclesial. Para ele, essas cibermilícias “usam uma linguagem extremista de ódio em defesa da ortodoxia católica. Elas não veem isso nem como vício nem como pecado”. Ainda lembrando a contribuição de Faggioli, afirma que esso é grave, afirma porque pode originar uma eclesiologia que “humilha a Igreja, incluindo as suas lideranças institucionais que parecem impotentes perante a pressão social midiática”.
Papa Francisco
O autor do artigo recorda que, recentemente, “o papa Francisco sentiu a necessidade de se pronunciar com autoridade sobre esse fenômeno. Em sua última exortação apostólica, Gaudete et exsultate [Alegrai-vos e exultai]: sobre o chamado à santidade no mundo atual, ele dedicou um parágrafo inteiro a esses pecados digitais: ‘Pode acontecer também que os cristãos façam parte de redes de violência verbal através da internet e vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo nas mídias católicas, é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama alheia. Gera-se, assim, um dualismo perigoso, porque, nestas redes, dizem-se coisas que não seriam toleráveis na vida pública e procura-se compensar as próprias insatisfações descarregando furiosamente os desejos de vingança. É impressionante como, às vezes, pretendendo defender outros mandamentos, se ignora completamente o oitavo: ‘Não levantar falsos testemunhos’ e destrói-se sem piedade a imagem alheia. Nisto se manifesta como a língua descontrolada ‘é um mundo de iniquidade; […] e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existência’ (Tg 3,6)” (GE, n. 115).
Sbardelotto considera que, assim, fica claro não se tratar de algo menor, mas, como afirma o papa Francisco, trata-se de verdadeiras “redes de violência” paradoxalmente internas ao catolicismo, embebidas por difamação, calúnia vingança, iniquidade, falsidade.
Prossegue, o autor: “Propaga-se uma igreja paralela digital, que não condiz nem com os tempos (para tais católicos, só vale aquilo que veio antes do Concílio Vaticano II), nem com os lugares (qualquer tentativa de inculturação da fé nas expressões populares ou periféricas seria inconcebível), nem com as pessoas (o papa Francisco seria um ‘antipapa’, e os bispos brasileiros, simplesmente ‘trezentos picaretas’). Uma Igreja em mudança em mundo em mudança gera incerteza e insegurança demais para eles. E, para buscar certezas e seguranças, onde melhor do que em um passado eclesial mítico e na letra envelhecida e enrijecida de doutrinas de antanho? ‘Sempre se fez assim’, afirmam, ‘e assim sempre deve continuar sendo feito’… Mas o papado de Francisco vai por outros caminhos. Ele pede uma ‘Igreja em saída’, em movimento, em missão“.
Sbardelotto lembra que o Papa Francisco, em uma homilia na Casa Santa Marta, no dia 24 de abril deste ano, comparou a Igreja a uma bicicleta: se ficar parada, cai. “O equilíbrio da Igreja”, afirmou, “está precisamente na mobilidade, na fidelidade ao Espírito Santo”.
Católicos extremistas
Já encaminhando para o seu final, a reflexão de Sbardelotto constata que “os católicos extremistas defendem o imobilismo e a fixidez de dogma e rito. Buscam ficar fora dessa ‘Igreja franciscana’. Constroem universos eclesiais paralelos, especialmente em rede. Assim, tais católicos se manifestam como verdadeiros ‘e-reges’, hereges da era digital. Fazem uma ‘livre escolha’ (em grego, hairesis) de aspectos do catolicismo que mais lhes agradam (mesmo que ultrapassados ou até fictícios) e das pessoas mais aptas, segundo eles, para comungar desse pseudocatolicismo. Tudo e todos os que não estão de acordo com a sua visão de Igreja devem ser excluídos. Tal exclusão, muitas vezes agressiva e violenta, é comunicada em rede como excomunhão (do latim, excomunicatio) dos supostos ‘hereges’, ou seja, de todos aqueles que se desviam desse imaginário eclesial. Para isso, opera-se uma ‘excomunicação’, uma comunicação de que a comunicação alheia (do papa, dos bispos, dos demais católicos) deve cessar ou não deveria nem existir“.
Sbardelotto explica: “‘Excomunicar’ é a comunicação voltada ao silenciamento ou ao aniquilamento de outra comunicação, para que o discurso próprio se torne único e dominante. ‘Excomunicando’ os próprios irmãos na fé, tais católicos vão corroendo a comunhão eclesial. Ao agirem comunicacionalmente como não cristãs, essas pessoas se autoexcluem da comunhão eclesial. ‘Excomunicando’, excomungam-se. A ‘autoridade digital’ desses católicos fundamentalistas não vem do saber teológico (academia) nem do poder eclesiástico (hierarquia), mas de um saber-fazer e de um poder-fazer midiáticos. Muitas vezes, trata-se de pessoas sem qualquer relevância ou reconhecimento acadêmicos ou hierárquicos. Mas que captaram muito bem as lógicas das mídias digitais (saber-fazer) e dominam seus meios e linguagens (poder-fazer). E assim vão conquistando visibilidade, notoriedade e autoridade sociais e eclesiais, atuando em rede como ‘inquisidores digitais’“.
Existe solução?
Sbardelotto lembra, por fim, que “tudo isso explicita o possível ‘fim de um mundo’ para a Igreja, marcado por declarações de autoridade institucional sobre a comunicação católica, como o imprimatur (‘imprima-se’, autorização da Igreja para a impressão de livros) e o nihil obstat (‘nada obsta’, permissão da Igreja para a publicação de livros). Mas tais ‘selos de garantia’ não fazem sentido em um ambiente ‘desordenado’ como o digital. Em rede, é o próprio indivíduo que se autocomunica como católico ou não, é ele mesmo quem atribui um ‘selo de catolicidade’ àquilo que lê, escreve, compartilha“.
O autor conclui: “Tertuliano, escritor eclesiástico da Igreja primitiva, testemunhava que os primeiros cristãos e cristãs viviam tão concretamente o ‘novo mandamento’ de Jesus, que os pagãos exclamavam, admirados: ‘Vejam como se amam!’ Não é bem isso que se vê hoje no ambiente digital”.
Via CNBB


O que leva uma pessoa a chegar ao extremo de cometer suicídio?

Falar de suicídio, muitas vezes, é um tabu. Quais são, no entanto, os fatores e sentimentos que podem levar uma pessoa a cometer esse atentado contra a própria vida? O comportamento suicida surge em decorrência de doenças mentais e psicológicas, por isso é preciso identificar essas mudanças comportamentais desde o início. A família, os amigos ou pessoas próximas podem ajudar nesse processo de diagnóstico.
Segundo o doutor Rodrigo Assumção, psiquiatra, psicanalista, pós-graduado em Hebiatria e formado em Ciências da Religião, a depressão é o maior fator de risco para o suicídio. É preciso combater os fatores que desencadeiam a depressão com a ajuda de profissionais da saúde, além da espiritualidade, que auxilia no tratamento.

Sintomas e tratamentos quando o assunto é suicídio

cancaonova.com: Quais são as principais causas que levam alguém a cometer suicídio?
Dr. Rodrigo Assumção: Hoje, as principais causas de suicídio estão ligadas ao transtorno de humor, que é a depressão, esquizofrenia e bipolaridade, também o uso desenfreado de drogas. Estas têm o poder de mexer com o humor e a personalidade das pessoas, levando-as a um quadro de depressão e remorso.
Hoje, sabe-se, perfeitamente, que existe um gene do suicídio. Durante o Congresso Latino-americano no Chile, foi descoberto esse gene, e afirma-se existir um fator genético envolvido nisso.
O maior fator de suicídio é a depressão, por isso é preciso curar esse mal para diminuir seus indícios. Devemos tratar a depressão para diminuir o quadro suicida, pois temos de ir à raiz do problema e prevenir a doença, para que ela não aconteça, pois, se não tratada, a depressão pode desencadear comportamentos suicidas.

Canção Nova

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Papa: nestes tempos o Grande Acusador parece perseguir os bispos

Nestes tempos parece que o Grande Acusador está perseguindo os bispos e portanto, para eles é importante recordar que a sua força é ser homens de oração, saber terem sido escolhidos por Deus e permanecer próximos às pessoas.
Na homilia da missa celebrada esta manhã na capela da Casa Santa Marta, o Papa refletiu sobre esse ministério, inspirando-se no Evangelho de Lucas (Lc 6, 12-19) proposto pela liturgia do dia. A passagem narra que Jesus passa a noite em oração, e depois escolhe os Doze Apóstolos – ou seja, os “primeiros bispos” – e então desce para as planícies e está em meio às pessoas que vêm para ouvi-lo e serem curadas de doenças.
Cursos para bispos
Francisco fez esta reflexão sobre a escolha dos bispos como Jesus fez pela primeira vez, também à luz do fato de que, neste período em Roma, estão sendo realizados três cursos para bispos: um de atualização para os bispos que completaram 10 anos de episcopado – concluído nestes dias – um para 74 bispos que estão à frente das dioceses de territórios de missão – que portanto fazem referência à Congregação de Propaganda Fidei – e um com 130-140 bispos que pertencem à Congregação dos Bispos. Portanto, novos bispos: mais de 200 nesses dois cursos.
Homem de oração
O primeiro aspecto fundamental é ser homens de oração. A oração é, de fato, “a consolação que um bispo tem nos momentos difíceis” – observa o Papa – isto é, saber que “neste momento Jesus reza por mim”, “reza por todos os bispos”.
Nessa consciência, o bispo encontra aquela “consolação” e aquela força que o leva por sua vez a rezar por si mesmo e pelo povo de Deus. Esta é sua primeira tarefa. São Pedro também confirma que o bispo é um homem de oração quando diz: “Para nós, a oração e o anúncio da Palavra”. Ele não diz: “Para nós, a organização dos planos pastorais …”, enfatiza Francisco.
Um homem que se sente escolhido e é humilde
O segundo aspecto que o Papa ressalta é que Jesus escolhe os Doze e o bispo fiel sabe que não foi ele que escolheu:
O bispo que ama Jesus não é um galgador que segue em frente com sua vocação como se fosse uma função, talvez olhando para outra possibilidade de seguir em frente e de subir: não. O bispo se sente escolhido. E ele tem a certeza de ter sido escolhido. E isso o leva ao diálogo com o Senhor: “Você me escolheu, que sou pouca coisa, que sou pecador …”: tem humildade. Porque ele, quando se sente escolhido, sente o olhar de Jesus sobre a própria existência e isso lhe dá força.
Não fica distante das pessoas
Por fim, como Jesus no Evangelho de hoje, o bispo desce a um lugar plano para estar perto do povo e não se afasta:
O bispo que não permanece distante do povo, que não usa atitudes que o levam a estar distante do povo; o bispo que toca as pessoas e se deixa tocar pelas pessoas. Ele não vai procurar refúgio nos poderosos, nas elites: não. Serão as elites que irão criticar o bispo; o povo tem essa atitude de amor para com o bispo, e tem essa – por assim dizer – esta unção especial: confirma o bispo na vocação.
O Grande Acusador quer escandalizar as pessoas
Várias vezes durante a homilia o Papa reafirma que a força do bispo é precisamente ser “homem de oração”, “homem que se sente escolhido por Deus” e “homem em meio ao povo”:
É bom recordar, nestes tempos, em que parece que o Grande Acusador tenha se soltado e persegue os bispos. É verdade, existem, todos somos pecadores, nós bispos. Mas, procura desvendar os pecados, para que sejam vistos, para escandalizar as pessoas. O Grande Acusador que, como ele mesmo diz a Deus no primeiro capítulo do Livro de Jó, “vaga pelo mundo procurando como acusar”. A força do bispo contra o Grande Acusador é a oração, aquela de Jesus sobre ele e a própria; e a humildade de sentir-se escolhido e de permanecer próximo ao povo de Deus, sem ir em direção a uma vida aristocrática que lhe tira essa unção.
Rezemos hoje por nossos bispos: por mim, por estes que estão aqui e por todos os bispos do mundo.
Via Vatican News