O Papa
Francisco deixou, o Vaticano, na tarde de domingo (08/12), para fazer a
tradicional homenagem floreal a Nossa Senhora, aos pés do monumento a ela
dedicado, situado na Praça de Espanha, no centro de Roma.
Antes,
porém, Francisco foi à Basílica de Santa Maria Maior para um momento de oração
diante do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani.
Em sua
oração, feita aos pés do monumento dedicado a Nossa Senhora, o Papa citou “a
corrupção do coração que é impecável por fora, mas por dentro está cheio de más
intenções e egoísmos mesquinhos”. Deu graças a Deus por ter-nos dado uma mãe
cheia de graça, que nos recorda a vitória de Cristo sobre o mal.
“Quanto
precisamos ser libertados da corrupção do coração, que é o perigo mais grave!
Isso nos parece impossível, estamos tão acostumados, e em vez disso está ao
nosso alcance. Basta olhar para o teu sorriso de mãe, para a tua beleza
incontaminada, sentir novamente que não fomos feitos para o mal, mas para o
bem, para o amor, para Deus!”
Cristo
ressuscitado “quebra as correntes do mal, liberta dos vícios mais implacáveis,
dissolve os laços mais criminosos e amolece os corações mais endurecidos. E se
isso acontece dentro das pessoas, como a face da cidade muda! Nos pequenos
gestos e nas grandes escolhas, os círculos viciosos tornam-se virtuosos pouco a
pouco, a qualidade de vida torna-se melhor e o clima social mais respirável”,
disse o Papa referindo-se à cidade de Roma.
A
estátua de Nossa Senhora é obra do escultor Giuseppe Obici, que se encontra no
alto de um obelisco, projetado pelo arquiteto Luigi Poletti. O monumento foi
inaugurado em 8 de dezembro de 1857.
Segue, na
íntegra, a oração do Papa Francisco à Imaculada Conceição.
Maria
Imaculada,
Reunimo-nos em torno a ti mais
uma vez.
Quanto mais caminhamos na vida
aumenta cada vez mais a nossa
gratidão a Deus
por ter-nos dado como mãe a
nós, que somos pecadores,
Tu és Imaculada.
Entre todos os seres humanos,
tu és a única
preservada do pecado, como mãe
de Jesus
Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo.
Mas esse teu privilégio único
foi dado a ti para o bem de
todos nós, seus filhos.
De fato, olhando para ti, vemos
a vitória de Cristo,
a vitória do amor de Deus sobre
o mal:
onde abundava o pecado, ou
seja, no coração humano,
a graça transbordou,
pelo poder manso do sangue de
Jesus.
Tu, Mãe, nos lembra que, sim,
somos pecadores,
mas não somos mais escravos do
pecado!
O teu filho, com seu sacrifício,
quebrou o domínio do mal,
venceu o mundo.
O teu coração narra a isso a
todas as gerações
tão claro quanto o céu onde o
vento dissolveu todas as nuvens.
E então tu nos lembra que não é
a mesma coisa
ser pecador e ser corruptos: é
bem diferente.
Uma coisa é cair, mas depois,
arrependido, confessar-se
e levantar-se com a ajuda da misericórdia
de Deus.
Outra coisa é a conivência
hipócrita com o mal,
a corrupção do coração, que é
impecável por fora,
mas por dentro está cheio de
más intenções e egoísmos mesquinhos.
A tua pureza límpida nos chama
à sinceridade,
à transparência, à simplicidade.
Quanto precisamos ser libertados
da corrupção do coração, que é
o perigo mais grave!
Isso nos parece impossível,
estamos tão acostumados,
e em vez disso está ao nosso
alcance. Basta olhar para o teu sorriso de mãe,
para a tua beleza incontaminada,
sentir novamente que não fomos
feitos para o mal,
mas para o bem, para o amor,
para Deus!
Por isso, ó Virgem Maria,
hoje eu confio a ti todos
aqueles que nesta cidade
e em todo o mundo, são
oprimidos pela desconfiança,
pelo desânimo por causa do
pecado;
aqueles que pensam que para
eles não há mais esperança,
que suas culpas são muitas e
grandes demais,
e que Deus não tem tempo a
perder com eles.
Confio todos a ti, porque tu
não és apenas mãe
e, como tal, nunca deixa de
amar teus filhos,
mas tu és também a Imaculada,
cheia de graça,
e podes refletir dentro da
escuridão mais profunda
um raio da luz do Cristo
ressuscitado.
Ele, e somente Ele, quebra as
correntes do mal,
liberta dos vícios mais
implacáveis,
dissolve os laços mais
criminosos,
amolece os corações mais
endurecidos.
E se isso acontece dentro das
pessoas,
como a face da cidade muda!
Nos pequenos gestos e nas
grandes escolhas,
os círculos viciosos tornam-se
virtuosos pouco a pouco,
a qualidade de vida se torna
melhor
e o clima social mais
respirável.
Obrigado, Mãe Imaculada,
por nos lembrar que, pelo amor
de Jesus Cristo,
não somos mais escravos do
pecado,
mas livres, livres para amar,
de nos querer bem,
de nos ajudar como irmãos,
mesmo que diferentes de nós.
Obrigado porque, com a tua
candura, nos encoraja
a não ter vergonha do bem, mas
do mal;
nos ajuda a manter o maligno
longe de nós,
que com engano nos atrai para
si, nos espirais da morte;
nos dê a doce lembrança de que
somos filhos de Deus,
Pai de imensa bondade,
fonte eterna de vida, beleza e
amor. Amém.
Via Vatican News