Nesta Semana tudo celebra o Mistério da Salvação, “Ele
tomou sobre si a nossas dores, Seu sangue derramou para nos resgatar das trevas
e por Suas chagas fomos sarados”. (Isaías 53 O Servo
sofredor). Quando celebramos a liturgia e de forma especial nesta semana A
Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, não estamos recordando, como num álbum
de fotos ou num filme de gravações de memórias passadas. A
espiritualidade das celebrações litúrgicas atualizam em nossa vida hoje o
Mistério que estamos celebrando, ou seja, estamos vivendo e recebendo as graças
eficazes do que estamos celebrando, rezando. Por isso,
celebrar a liturgia não é fazer uma simples memória, mas trazer para minha vida
hoje, atualizar, tornar novo, Aquilo que nos trouxe Jesus Cristo, seus gestos,
Palavras e principalmente o Amor que o levou a morrer por nós na cruz. (Cf. Jo
3,16) Quem garante tudo isso é o Espírito Santo e a intenção verdadeira da
Igreja que celebra os Mistérios de Cristo por sucessão apostólica. Isso quer
dizer, que recebemos de Cristo e dos Apóstolos.
A Santa Missa é a maior oração que podemos
fazer, pois Ela é a atualização da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Após
a comunhão, apesar da Igreja lotada estava rezando e contemplando O Mistério
que enchia meu coração. A Eucaristia, que o Sacerdote consagrou, do mesmo Jeito
e Palavras que fez Jesus na ultima ceia com os seus discípulos. Neste momento
meu coração triste e saudoso foi preenchido pela presença amorosa de Cristo que
derramava seu Sangue precioso sobre mim e ali eu vivi a realidade do amor de
Deus, que me resgatava daquele momento de tristeza e saudade. Cumpriu-se
a Palavra de Deus : “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap.
21, 5) essa é a promessa do Pai através da Paixão, Morte e Ressurreição que vai
se cumprir em sua vida! Sua mão ensanguentada tocou em mim.
Queremos convidar você a rezar e a viver a
liturgia desta Semana, clamando as mãos ensanguentadas de Jesus, Suas Santas
Chagas e experimentar a ressurreição e a Salvação. Apresentemos onde mais
precisamos que Jesus nos toque. É importantíssimo
participar das funções litúrgicas na sua paróquia e renovar sua fé e seu
batismo junto com a sua comunidade, por isso, procure saber os horários de cada
celebração.
O Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor abre solenemente a Semana Santa.
No século IV, já encontramos em Jerusalém notícias sobre uma celebração que
procurava recordar o mais exatamente possível à entrada histórica de Jesus de
Nazaré na cidade. Cristo que é saudado como Messias e Rei entra voluntariamente
para sua Paixão. A liturgia das palmas antecipa neste domingo, chamado de
páscoa florida, o triunfo da ressurreição, enquanto que a leitura da Paixão nos
convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa
de Cristo o Senhor.
Sentido do Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal é a
maior celebração das comunidades cristãs. A Páscoa é o centro do ano litúrgico,
fonte que alimenta a nossa vida de fé. Celebrar o Tríduo Pascal da paixão e
ressurreição do Senhor é celebrar a obra da redenção humana e da perfeita
glorificação de Deus que o Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a nossa
morte e ressuscitando, renovou a vida.
Quando teve início o Tríduo Pascal?
No final do século IV,
encontramos já organizado um tríduo pascal, que Santo Agostinho recomendava
vivamente a seus fiéis. Formavam, em princípio, o tríduo: a sexta-feira, o
sábado e o domingo. É no século VII que o tríduo se inicia com a “Ceia do
Senhor” na tarde da quinta-feira, com o que fica ele constituído pela
quinta-feira, pela sexta-feira e pelo sábado – aí incluída a vigília pascal. As
três datas formam uma unidade: a celebração do mistério pascal.
O que celebramos na Quinta-feira Santa?
O Senhor celebrara com
os seus a última ceia no contexto da páscoa judaica: a comemoração da passagem
de Israel pelo Mar Vermelho. Nesse dia, Cristo inaugura à nova Páscoa, a da
aliança nova e eterna, a de seu pão compartilhado e seu sangue derramado, a de
seu amor levado ao extremo e do mandato do amor para nós, a de sua passagem
pela morte à ressurreição, a Páscoa que devemos celebrar em sua comemoração.
Eucaristia, sacerdócio, mandato do amor e nova Páscoa do Senhor são o conteúdo
preciso da missa da Ceia do Senhor. O transporte das formas (hóstias)
consagradas à urna para a comunhão da sexta-feira inicia-se no século XIII. O
“monumento” (local físico) é elemento acidental e só encontra sentido em
vinculação com o mistério celebrado: agradecimento ao amor de Cristo e
oração-reflexão do mistério pascal.
O que celebramos na Sexta-feira Santa?
Como vem acontecendo há
muito tempo, hoje não se celebra a missa, tendo lugar à celebração da morte do
Senhor: o mistério que é celebrado é uma cruz dolorosa e sangrenta, mas ao
mesmo tempo vitoriosa e resplandecente. Trata-se de morte, a de Cristo, real e
tremenda; mas é passagem para uma vida ressuscitada e eterna. O amor de Deus,
que é vida, terá mais poder do que o pecado do homem, que é morte. A celebração
incorpora-nos à redenção de Cristo e a seu mistério de salvação universal: pela
morte à vida.
O que celebramos na Vigília Pascal?
Contamos com documentos do início do século III, que
apresentam alguns elementos desta celebração, tais como: jejum, oração,
eucaristia – e até batismo, com a bênção da “fonte batismal”. Vão-se
acrescentando depois novos elementos: o canto do Exulte, que se vê documentado
no século IV e a bênção do círio pascal, no século V. Pouco a pouco, foi-se
enriquecendo esta última, que deve ser “a celebração das celebrações” para
o cristão, e a que Santo Agostinho denominava “Mãe de todas as vigílias”. Assim
ouvimos com alegria: “Cristo ressuscitou, verdadeiramente, dos mortos”! Num
duelo admirável a morte lutou contra a vida, e o Autor da vida se levanta
triunfador da morte. Terminou o combate da luz com as trevas, combate histórico
de Jesus com os fariseus e todas aquelas pessoas que não acolheram o Reino de
Deus. Após as trevas brilhará o sol da Ressurreição!
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