RADICADAS NO PASSADO - RESPONDENDO AO PRESENTE- DELINEANDO O FUTURO
HOMILIA PROFERIDA PELO REVMº PADRE LUDGER THIER, OFM, NA MISSA DE ABERTURA DOS TRABALHOS DA COMISSÃO ENCARREGADA DE ADAPTAR AS CONSTITUIÇÕES AO NOVO CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO.
HOMILIA PROFERIDA PELO REVMº PADRE LUDGER THIER, OFM, NA MISSA DE ABERTURA DOS TRABALHOS DA COMISSÃO ENCARREGADA DE ADAPTAR AS CONSTITUIÇÕES AO NOVO CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO.
Sempre que se faz
alguma modificação na forma de vida de um grupo social, dá-se a isto o nome de
adaptação das tradições do grupo a novas circunstâncias, especialmente quando
se trata de comunidades religiosas. De modo geral, não é toda a forma de vida
que sofre alterações, mas somente parte dela. A forma de vida de uma Congregação
pode ser dividida em três funções ou serviços, que corresponde aos serviços da
Igreja: o serviço divino (liturgia), o serviço do anúncio (martyria), o serviço
da caridade (diaconia).
O caráter essencial
destes três serviços dentro de uma Congregação, isto é, como os três serviços
mencionados estão unidos entre si, e que conteúdo são particularmente
acentuados, constitui o específico da forma de vida.
A forma de vida de uma
Congregação é normalmente uma forma viva, que influencia a vida, a oração e a
ação da comunidade, sem que haja sempre necessidade de refletir sobre ela. A
forma de vida viva, também chamada tradição viva, conduz cada pessoa e toda a
comunidade – assim com um peixe é levado pela água.
Cada forma de vida,
cada tradição, está sujeita a um desenvolvimento, porque nenhuma forma de vida
existe num vazio social, mas num diálogo contínuo com o progresso civilizador,
cultural e teológico da humanidade e da Igreja. Quando se torna evidente em um
novo contexto histórico que determina forma de vida é demasiado estreita ou
exagerada, quando não se presta mais para formar ou aperfeiçoar comportamentos,
é chegado o momento de se refletir sobre ela e modifica-la de acordo com os
resultados dos estudos.
Muitas vezes este
processo de adaptação não é compreendido.
Não se trata de abolir algumas estruturas, leis, ou costumes da vida da
Congregação, mesmo que isto pareça ser assim algumas vezes. O primeiro passo a
ser dado é sempre definir de maneira nova, compreensível e exata, o essencial
da tradicional forma de vida. Assim esclarecido, será possível dar o segundo
passo, isto é, elaborar uma nova forma para os valores da tradicional, a fim de
realizar melhor os elevados ideais.
O trabalho que vocês
estão iniciando hoje tem como tarefa principal a requerida adaptação das leis
da Congregação às leis universais da Igreja. Mas é bom lembrar que a lei não é
composta apenas de formulas frias. Um ou outro acento ou adjetivo bem colocado
pode ser capaz de evocar posteriormente as estimadas tradições da Congregação. Grande
fidelidade à tradição é uma necessidade absoluta para o trabalho de modificação
da lei.
Durante o difícil
trabalho diário de confirmar e aperfeiçoar leis, procurarei apresentar cada
dia algumas palavras extraídas da
história centenária da Congregação de vocês, tomando em consideração
especialmente a palavra e a obra da Madre Francisca. Certamente, posso dar-lhes
apenas alguns fragmentos, mas espero que, com a ajuda de Deus, não será uma
tarefa inútil.
Possam vocês durante
estes dias viver, pensar e agir, envolvidas pela luz divina. – Somente a luz divina nos
garante a verdade, a santidade, a justiça e o amor.
Rezem diariamente e a
cada hora a fim de que esta luz divina possa envolvê-las constantemente, pois
as pequenas luzes da nossa razão têm básica e constante necessidade de perpétua
iluminação. Assim, possa o Senhor Deus ser a luz da nossa fé e do nosso
pensamento, do nosso querer e do nosso agir nestes dias e estar conosco. Amém.
Grottaferrata,
Roma
03. outubro.1984
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