O Vaticano divulgou a nova Encíclica do papa Francisco, "Laudato si -
sobre o cuidado da casa comum”. O texto trata da ecologia humana e o clima está
no centro das preocupações apresentadas pelo pontífice. Além disso, são
apontadas as problemáticas e desafios de preservação e prevenção, como também
aspectos da proteção à criação e questões como a fome no mundo, pobreza,
globalização e escassez.
Este é o primeiro documento escrito
integralmente pelo pontífice, que buscou inspiração nas meditações de São
Francisco de Assis, patrono dos animais e do meio ambiente. Em 2013, no início
do pontificado do papa Francisco, o primeiro documento publicado foi
"Lumen Fidei", que já tinha sido iniciado pelo papa emérito Bento
XVI.
Em consonância com a
encíclica do papa, em 2016, a Campanha da Fraternidade Ecumênica da CNBB terá
como tema “Casa comum, nossa responsabilidade”. A atividade será coordenada
pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).
Conversão ecológica
Ao final da Audiência
Geral da quarta-feira, 17, o papa Francisco disse que a Terra tem sido
maltratada e saqueada. “Esta nossa ‘casa’ está sendo arruinada e isso prejudica
a todos, especialmente os mais pobres. Portanto, o meu apelo é à
responsabilidade, com base na tarefa que Deus deu ao ser humano na criação:
'cultivar e preservar' o 'jardim' em que ele o colocou. Convido todos a acolher
com ânimo aberto este Documento, que está em sintonia com a Doutrina Social da
Igreja”, exortou Francisco.
O papa explicou que o
nome da Encíclica foi inspirado na invocação de São Francisco “Louvado sejas,
meu Senhor”, que no Cântico das Criaturas recorda que a terra pode ser
comparada com uma irmã e uma mãe.
A nova Encíclica é
composta por seis capítulos, são eles: “O que está a acontecer à nossa casa”,
“O Evangelho da criação”, “A raiz humana da crise ecológica”, “Uma
ecologia integral”, “Algumas linhas de orientação e ação” e
“Educação e espiritualidade ecológicas”.
Ao longo do texto, o
papa convida a ouvir os gemidos da criação, exortando todos a uma “conversão
ecológica”, a “mudar de rumo”, assumindo a responsabilidade de um compromisso
para o “cuidado da casa comum”.
“Deus, que nos chama a uma generosa
entrega e a oferecer-Lhe tudo, também nos dá as forças e a luz de que
necessitamos para prosseguir. No coração deste mundo, permanece presente o
Senhor da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos,
porque Se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a
encontrar novos caminhos. Que Ele seja louvado!”, disse Francisco ao final da
Encíclica.
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