Nesta aula do curso “Ensina-nos a
Orar”, Padre Paulo Ricardo nos explica como saber se progredimos na vida
espiritual. Primeiramente, veremos o que é progresso espiritual. Pois, podemos
nos enganar achando que progredimos espiritualmente porque sentimos
consolações. Ou, às vezes, podemos pensar que retrocedemos na vida espiritual
porque vivemos um tempo de aridez.
Num segundo
momento, veremos o que é o amor e como reconhecer se amamos de verdade. Pois,
se não sabemos o que é o amor, também não saberemos se estamos progredindo ou
não na vida espiritual. Por fim, veremos como reconhecer o nosso progresso
espiritual em tempos de aridez, de sofrimento. Dessa forma, saberemos como nos
portar diante da consolação e também da desolação.
Consolação é
progresso espiritual?
Nós, seres
humanos, somos uma mistura, uma forma de um animal viver junto com um anjo:
somos corpo e alma. E, muitas vezes, a nossa vida de oração não progride porque
ficamos apegados à parte física, à parte animal de nossa vida interior. Não é
porque uma coisa está dentro de nós que ela é necessariamente espiritual.
Existem
coisas, existem características, que os animais também têm. Por exemplo: quando
imaginamos a cena de Jesus no Horto das Oliveiras sofrendo, esta imaginação é
importante como método de oração. Mas, devemos saber que os animais também têm
imaginação.
Quando
sentimos um gosto, quando algo sensível toca a nossa sensibilidade e nós
realmente temos uma recompensa, isso é bom. Não estamos demonizando a
consolação. Mas, saibamos que, se sentimos alguma coisa, isso é mais ligado ao
corpo do que verdadeiramente à alma. Então, Deus quer que nós saiamos desses
espaços infantis, que passemos para o andar de cima, para realidades mais
elevadas, mais espirituais. E a porta de entrada para o crescimento espiritual,
que nenhum animal é capaz, é o amor. Mas, vamos entender direito o que é o
amor.
Assista ou ouça
programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Qual a diferença entre corpo, alma e espírito?”:
Em que
consiste o amor?
Os animais
conseguem ser contrariados. Se temos um animal que quer comer e alguém tira a
comida dele, ele fica com raiva, porque ele foi contrariado. Apesar de não
gostar, os animais aceitam ser contrariados. Mas, os animais não são capazes de
se contrariar. Somente nós, que somos humanos, temos alma, temos espírito,
conseguimos nos contrariar.
O amor
consiste em nos contrariar pelo bem do outro. Por isso, quando vamos rezar,
vemos que a nossa vontade, os nossos desejos, os nossos projetos estão sendo
contrariados e, mesmo assim, dizemos: “Sim, Senhor, eu quero vos agradar, não é
o que os meus projetos queriam, não é o que o meu pensamento colocou como sendo
o melhor”. Mas, diante dos fatos, diante das contrariedades, onde não há saída,
não tem solução. Por isso, nos conformemos com a vontade de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário