quarta-feira, 12 de abril de 2017

A Virgem Maria chorou na paixão e morte de seu Filho Jesus Cristo e chora pela morte de cada um de seus filhos.

A escritora Ana Lígia Lira fez a experiência de compreender que a Santíssima Virgem Maria chorava com ela em um momento de profundo sofrimento em sua vida. Seu testemunho nos ajuda a compreender que a Mãe de Deus é também nossa Mãe e que ela se entristece quando estamos tristes, sofre quando sofremos, chora quando choramos. Nas linhas que se seguem, conheceremos essa experiência, que certamente nos ajudará a aproximar-nos de Nossa Senhora e de compreendê-la melhor, especialmente nos momentos de angústia e de sofrimento.

Nossa Senhora das Dores

Minha relação com Maria não foi nada fácil. Fomos por um caminho permeado por incompreensão, revolta, cobranças e lágrimas, muitas lágrimas.

Sou escritora e dediquei três anos de minha vida às pesquisas sobre as supostas[1] aparições de Nossa Senhora em um pequeno lugarejo do interior de Pernambuco, chamado Cimbres. Durante este período, não faltaram os testemunhos de milagres, livramentos e tantas outras coisas fantásticas que os devotos marianos me contavam. Eu ficava maravilhada com tudo aquilo. Era um mundo novo que se apresentava diante de meus olhos. Olhos que sempre foram incrédulos, como são os olhos daqueles que, como eu, se voltaram para a pesquisa e a ciência.

A primeira experiência com Nossa Senhora

Acontece que quando eu comecei a crer, a entrega foi completa. Eu me sentia toda de Maria e também sentia que ela era toda minha! Sentia-me tão protegida que achava que nenhuma dor me alcançaria, Maria era meu escudo e, como eu me dedicava tanto a ela, Maria estaria obrigada a poupar-me de todas as coisas que trazem sofrimento.
Você deve estar considerando: – Que pensamento ambicioso e interesseiro!
Sim, era! Mas é a pensar assim que muitas vezes somos conduzidos por certos pregadores que prometem quase que o Céu e a Terra para quem seguir tais regras, dedicar-se a tal ministério e por ai vai… O caso é que eles se esquecem de dizer que isso aqui não é o Céu. Se Maria passou (e ainda passa) por uma das maiores dores do mundo, porque nós não passaríamos por dor alguma? O que temos nós de ainda mais especiais do que a Mulher que gerou o Filho de Deus?

As mudanças com a experiência da morte do pai

Infelizmente chegou a pior notícia que eu poderia receber em minha vida: o assassinato do meu pai.

Meu pai era um agricultor devotíssimo de Maria. Os ladrões o mataram para roubar uma cabra. Lembro-me, como se fosse hoje, que durante o trajeto de 240 km que separam a cidade onde resido da cidade onde meu pai residia, eu chorava e perguntava por que Nossa Senhora teria permitido tal coisa acontecer.

Depois, soube que meus irmãos haviam encontrado o santo Terço e uma oração da Salve Rainha embaixo do travesseiro do meu pai. Isto ainda aumentou mais minha revolta. Eu virei minhas costas para Maria como se ela fosse culpada pelas atitudes provenientes do livre-arbítrio dos homens que, muitas vezes, os levam a serem servos de Satanás na Terra.
Minhas noites, a partir desta grande tragédia, resumiam-se a choro, lágrimas, revoltas e remédios controlados. Às vezes dopada, às vezes consciente, eu continuava perguntando por que Ela não impediu?! Porque não se atravessou na frente e deu também ao meu pai e nossa família a graça de um livramento?!



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