Papa
afirma: ir à Missa é como ir ao Calvário
Cidade do Vaticano (RV) - “Quando vamos à Missa é como se
fôssemos a um Calvário. (...) Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele
sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado”.
Na
Audiência Geral desta quarta-feira (22/11/2017), o Papa Francisco deu
prosseguimento ao ciclo de catequeses sobre a Missa, falando sobre a “Missa,
memorial do mistério pascal de Cristo”.
Mas,
essencialmente, o que é a Missa? - Perguntou Francisco aos cerca de 15 mil
fiéis presentes na Praça São Pedro à uma temperatura de 10°C. “A Missa é o
memorial do Mistério pascal de Cristo. Ela nos torna partícipes na sua vitória
sobre o pecado e a morte e dá significado pleno a nossa vida” - respondeu -
ressaltando, que para compreender o seu valor, devemos antes de tudo entender o
significado bíblico de “memorial”. E explicou:
“Este não é somente a recordação – o
memorial não é somente uma recordação - não é somente uma recordação dos
acontecimentos do passado, mas o memorial os torna de certo modo presentes e
atuais. Precisamente assim Israel entende a sua libertação do Egito: toda vez
que é celebrada a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo tornam-se presentes na
memória dos fiéis para que conformem a própria vida a eles”.
“Jesus,
com sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao Céu, levou a Páscoa ao seu
cumprimento”, completou. Assim, a Missa “é o memorial da sua Páscoa, de seu
“êxodo”, que realizou por nós, para nos fazer sair da escravidão e nos
introduzir na terra prometida da vida eterna. Não é somente uma recordação,
não, é mais do que isto: é fazer presente o que aconteceu há 20 séculos”.
Assim,
“a Eucaristia nos leva sempre ao ápice da ação de salvação de Deus: o Senhor
Jesus, fazendo-se pão partido por nós, derrama sobre nós toda a sua
misericórdia e o seu amor, como fez na cruz, renovando o nosso coração, a nossa
existência e o nosso modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos":
“Cada celebração da Eucaristia é um raio
daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado. Participar da Missa, em
particular no domingo, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados
pela sua luz, aquecidos pelo seu calor. Por meio da celebração eucarística, o
Espírito Santo nos torna partícipes da vida divina que é capaz de transfigurar
todo o nosso ser mortal. Na sua passagem da morte à vida, do tempo à
eternidade, o Senhor Jesus nos leva com Ele para fazer a Páscoa. Na Missa se
faz Páscoa. Nós, na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele nos
leva para frente, para a vida eterna. Na Missa nos unimos a Ele. Antes ainda,
Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele (...). Assim pensava São Paulo”.
O
seu sangue – completa o Santo Padre – “nos liberta da morte e do medo da
morte”: “Nos liberta não
somente do domínio da morte física, mas da morte espiritual que é o mal, o
pecado, que toma conta de nós cada vez que caímos vítima do pecado nosso ou dos
outros. E então a nossa vida é sujada, perde a beleza, perde o significado,
esmorece”.
Cristo,
pelo contrário “nos dá a vida novamente; Cristo é a plenitude da vida, e quando
enfrentou a morte, a aniquilou para sempre”: “A Páscoa de Cristo é a vitória definitiva sobre a morte,
porque Ele transformou a sua morte em supremo ato de amor. Morreu por amor. E
na Eucaristia, Ele quer nos comunicar este seu amor pascal, vitorioso. Se o
recebemos com fé, também nós podemos amar verdadeiramente Deus e o próximo,
podemos amar como Ele nos amou, dando a vida”.
E
“se o amor de Cristo está em mim – sublinhou o Papa – posso doar-me plenamente
ao outro, na certeza interior de que mesmo que o outro me fira, eu não
morrerei. Caso contrário, deverei defender-me”:
“Os mártires deram a sua vida justamente
por esta certeza da vitória de Cristo sobre a morte. Somente se experimentamos
este poder de Cristo, o poder de seu amor, somos realmente livres para nos doar
sem medo”.
E
esta é a Missa – enfatizou o Papa - entrar nesta paixão, morte, ressurreição,
ascensão de Jesus:
“E quando vamos à Missa é como se
fôssemos a um Calvário, é a mesma coisa. Mas pensem: se vamos ao Calvário -
pensemos usando a imaginação - naquele momento, nós sabemos que aquele
homem ali é Jesus. Mas, nós nos permitiremos ficar conversando, tirar
fotografias, fazer um pouco o espetáculo? Não! Porque é Jesus! Nós, certamente
estaremos em silêncio, no choro, e também na alegria de sermos salvos. Quando
nós entramos na Igreja para celebrar a Missa, pensemos isto: entro no Calvário,
onde Jesus dá a sua vida por mim, e assim desaparece o espetáculo, desaparecem
as conversas, os comentários, e estas coisas que nos distanciam disto que é tão
bonito que é a Missa, o triunfo de Jesus”.
Penso
que agora esteja mais claro – disse Francisco ao concluir – como a Páscoa nos
torna presente e atuante cada vez que celebramos a Missa, isto é, o sentido de
memorial”. (JE)
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