O Santo
Padre presidiu na manhã de 03/10, na Praça São Pedro, à solene celebração da
Santa Missa por ocasião da inauguração do Sínodo dos Bispos, que se realiza no
Vaticano de 3 a 28 do corrente, sobre o tema: “Os jovens, a fé e o
discernimento vocacional”.
O Papa iniciou sua homilia com o trecho do Evangelho de São
João, que diz: “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará
tudo e recordará tudo o que Eu lhes disse”.
Desta maneira tão simples, – disse o Papa – Jesus oferece aos
seus discípulos a garantia de que o Espírito Santo os acompanhará em toda a sua
obra missionária. O Espírito do Senhor é o primeiro a guardar e manter sempre
viva e atual a memória do Mestre no coração dos discípulos e faz com que a
riqueza e beleza do Evangelho sejam fonte de constante alegria e novidade. E
Francisco exortou os presentes:
“No início deste momento de graça para toda a Igreja, em
sintonia com a Palavra de Deus, peçamos insistentemente ao Paráclito que nos
ajude a trazer à memória e reavivar as palavras do Senhor, que faziam arder o
nosso coração. Memória para que possa despertar e renovar em nós a capacidade
de sonhar e esperar. Os jovens serão capazes de profecia e visão, na medida em
que nós, adultos ou idosos, formos capazes de sonhar, contagiar e partilhar os
nossos sonhos e esperanças”.
Sonhos e
esperanças
O Santo Padre expressou seu desejo de que “o Espírito do Senhor
nos dê a graça de sermos Padres sinodais, ungidos com o dom dos “sonhos e da
esperança”, para podermos ungir os jovens com o dom da profecia e da visão;
possa dar-nos a graça de sermos memória atuante, viva e eficaz, que não se
deixa sufocar e esmagar pelos falsos profetas, mas levar a inflamar o coração e
discernir os caminhos do Espírito. E acrescentou:
“É com esta disposição de dócil escuta da voz do Espírito que
viemos aqui, de todas as partes do mundo. Hoje, pela primeira vez, estão
conosco também dois irmãos Bispos da China continental, a quem damos as nossas
calorosas boas vindas. Com a sua presença, a comunhão de todo o Episcopado, com
o Sucessor de Pedro, torna-se ainda mais visível”.
Dilatar
os corações
Ungidos com a esperança, – disse Francisco – começamos um novo
encontro eclesial, capaz de ampliar os horizontes, dilatar os corações e
transformar as estruturas, que hoje nos paralisam, dividem e afastam dos
jovens, deixando-os expostos às intempéries e órfãos de uma comunidade de fé
que os apoie, de um horizonte de sentido e de vida. A esperança interpela-nos,
destronca o conformismo e nos convida a trabalhar contra a precariedade,
exclusão e violência, às quais está exposta a nossa juventude. E falando dos
jovens, o Papa disse:
“Os jovens, fruto de muitas das decisões tomadas no passado,
exortam-nos a cuidar do presente, com maior esforço e com eles, a lutar contra
tudo aquilo que impede a sua vida de crescer com dignidade. Pedem-nos e exigem-nos
uma dedicação criativa, uma dinâmica inteligente, entusiasta e cheia de
esperança, e que não os deixemos sozinhos nas mãos de tantos traficantes de
morte que oprimem a sua vida e obscurecem a sua visão”.
Sob a
proteção de Maria
O dom da escuta sincera deve livre de preconceitos para
entrarmos em comunhão com as diferentes situações do Povo de Deus, sem cairmos
na tentação de certos moralismos, elitismos e de ideologias abstratas. E o Papa
convidou os Padres Sinodais, dizendo:
“Irmãos, coloquemos este tempo sob a proteção materna da Virgem
Maria, mulher da escuta e da memória, para que nos guie no reconhecimento dos
vestígios do Espírito, afim de que, entre sonhos e esperanças, possamos
acompanhar e encorajar nossos jovens para que não cessem de profetizar”.
Neste sentido, Francisco recordou que, ao término do Concílio
Vaticano II, os Padres Conciliares dedicaram a sua última mensagem aos jovens:
«A Igreja, durante quatro anos, trabalhou para um rejuvenescimento do seu
rosto, para melhor responder à intenção do seu fundador, Cristo, o eterno
jovem… É especialmente para os jovens que a Igreja acende, neste Concílio
Ecumênico, uma luz, que iluminará o futuro da juventude. A Igreja espera que a
sociedade respeite a dignidade, a liberdade, o direito sobretudo dos jovens».
Francisco concluiu sua homilia exortando os Padres Sinodais e
representantes da Igreja no mundo, a alargar seus corações, a escutar o apelo
do Povo de Deus e a colocar-se suas energias a serviço da juventude:
“Lutem contra todo o egoísmo. Rejeitem dar livre arbítrio aos
instintos da violência e do ódio, que geram guerras e suas consequentes
misérias. Sejam generosos, puros, respeitadores, sinceros. Construam, com
entusiasmo, um mundo melhor, que o dos seus antepassados. Padres sinodais, a
Igreja olha para vocês com confiança e amor.”
Via Vatican News
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