A
partir de quinta-feira, 21, acontece no Vaticano o Encontro sobre a Proteção
dos Menores. O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) cardeal Sergio da Rocha, representará a CNBB. Ele
deve partilhar, na Santa Sé, algumas medidas preventivas para proteger as
crianças do abuso sexual na Igreja.
Para o presidente da CNBB, há,
hoje, “uma consciência maior a respeito da gravidade dos abusos de menores,
especialmente quando cometidos por clérigos, assim como, da necessidade de
justiça e de assistência às vítimas”.
Dom Sergio explica que o
assunto tem sido abordado nas reuniões dos bispos, em encontros de formação
para formadores de seminários, para presbíteros e religiosos. Aqui no Brasil,
por exemplo, a CNBB, ainda em 2011, refez as Diretrizes para a Formação dos
Presbíteros da Igreja no Brasil, ressaltando a importância da formação humano
afetiva na formação inicial e na formação permanente dos presbíteros. “O tema
tem sido abordado nos encontros para formadores, em nível regional e nacional”,
apontou o cardeal.
Para ele, as referências claras
do papa Francisco ao tema têm ajudado muito a tomar consciência da gravidade do
problema e da necessidade de ação enérgica para a sua superação e prevenção:
“Esperamos que o encontro que vai ocorrer no Vaticano possa nos oferecer
maiores orientações para aprimorar as iniciativas já existentes na superação e
prevenção dos abusos e de assistência às vítimas”.
O presidente da CNBB também
ressalta que o tema necessita receber mais atenção não somente na Igreja, mas
também na sociedade, “pela sua gravidade e pelos casos que ocorrem em outros
ambientes, como a família”. Segundo boletim epidemiológico do Ministério da
Saúde, divulgado em junho de 2018, num período de seis anos (2011-2017) foram
notificados 184.524 casos de violência sexual, sendo a maioria na residência da
vítima, correspondendo a 69,2% das ocorrências com crianças e 58,2% dos casos
em que adolescentes são vítimas.
Dentro da Igreja, alguns
desafios estão postos, como a maior atenção à formação humano-afetiva, a
necessidade de maior agilidade na apuração de casos de abusos e o contato com
as vítimas para diálogo e assistência.
Atuação da CNBB
Além da abordagem da temática
de formação humano afetiva dos futuros padres, a CNBB criou uma Comissão para
tratar dos abusos, para assessorar os bispos e suas dioceses, de acordo com o
cardeal Sergio. Outra iniciativa da Conferência Episcopal foi a elaboração do
texto “Cuidado pastoral das vítimas de abuso sexual”, que está sendo publicado,
após várias revisões e aprimoramento.
“Um primeiro texto foi redigido
em 2012 e enviado para a Congregação para Doutrina da Fé, do Vaticano. No final
de 2018, o texto foi aprovado pela Congregação para a Doutrina da Fé, embora
continue sujeito a modificações conforme a legislação canônica e civil”,
recorda dom Sergio.
“Aguardamos a reunião a ser
realizada no Vaticano para dar novos passos na abordagem desse problema que tem
causado tanto sofrimento, na Igreja, especialmente em alguns países”, espera o
cardeal.
O encontro no Vaticano
Na última terça-feira, o
organizador do encontro, padre Hans Zollner apresentou a dinâmica do encontro a
jornalistas no Vaticano. De acordo com o padre jesuíta, “será um encontro de
pastores que pela primeira vez enfrentarão a questão da proteção dos menores na
Igreja de maneira constante, levando em consideração estruturas e procedimentos
em nível mundial”.
O encontro contará com a
presença do papa Francisco. E terá os seguintes temas em cada dia:
– No primeiro dia, serão discutidas as responsabilidades pastorais e jurídicas do bispo
– No segundo dia, será a oportunidade de estabelecer a quem o bispo ou o superior de uma ordem deve prestar conta da sua ação em matéria e, portanto, definir as estruturas, procedimentos e métodos que possam ser concretamente aplicáveis.
– No terceiro dia será dedicado ao tema da transparência. “Transparência interna, naturalmente, mas também para com as autoridades estatais e com todo o povo de Deus”.
– No primeiro dia, serão discutidas as responsabilidades pastorais e jurídicas do bispo
– No segundo dia, será a oportunidade de estabelecer a quem o bispo ou o superior de uma ordem deve prestar conta da sua ação em matéria e, portanto, definir as estruturas, procedimentos e métodos que possam ser concretamente aplicáveis.
– No terceiro dia será dedicado ao tema da transparência. “Transparência interna, naturalmente, mas também para com as autoridades estatais e com todo o povo de Deus”.
Não foram divulgadas
informações sobre o quarto dia de encontro.
Via CNBB
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