O Papa
Francisco celebrou na manhã desta quinta-feira (26/09) a missa na capela da
Casa Santa Marta e, na homilia, comentou a Primeira Leitura proposta pela
liturgia do dia, extraída do livro de Ageu.
Trata-se de um texto forte, em
que, através do profeta, o Senhor pede ao povo que reflita sobre o seu
comportamento e o mude para reconstruir a Casa de Deus.
Um povo que não confia e não
quer arriscar
Ageu, disse o Papa, buscava
agitar o coração do povo preguiçoso e resignado a viver como derrotado. O
Templo havia sido destruído pelos inimigos, tudo estava em ruínas e aquele povo
havia passado os últimos anos assim, até que o Senhor envia o seu eleito para
reconstruir o Templo”.
Mas o coração dessas pessoas
estava amargurado e não tinham vontade de trabalhar. Diziam: “Mas não, para
quê, talvez é uma ilusão, melhor não arriscar, vamos ficar assim …”. Aquelas
pessoas, prosseguiu, “não tinham vontade de se levantar, não se deixavam ajudar
pelo Senhor que queria resgatá-los”, com a desculpa de que o tempo certo ainda
não havia chegado.
E este é o drama dessas
pessoas, e também o nosso, quando somos tomados pelo espírito de tepidez,
quando vem aquela mornidão da vida, quando dizemos: “Sim, sim, Senhor, tudo
bem… mas com calma, calma, Senhor, vamos deixar assim … Amanhã eu faço!”, para
repetir o mesmo amanhã e amanhã adiar para depois de amanhã e depois de amanhã
adiar ainda… e assim, uma vida para adiar decisões de converter o coração, de
mudar de vida …
A mornidão espiritual é “a paz
dos cemitérios”
É uma tepidez, afirmou
Francisco, que muitas vezes se esconde atrás de incertezas e, enquanto isso, é
adiada. E assim muitas pessoas despediçam a sua vida e acabam “como um farrapo
porque não fizeram nada, só mantiveram a paz e a calma dentro de si”. Mas esta
é “a paz dos cemitérios”.
Quando nós entramos nesta
tepidez, nesta atitude de mornidão espiritual, transformamos a nossa vida em um
cemitério: não há vida. Há somente fechamento para que não entrem os problemas,
como essas pessoas que “sim, sim, estamos nas ruínas, mas não arriscamos:
melhor assim. Já estamos acostumados a viver assim”.
O Senhor pede hoje a nossa
conversão
O Papa advertiu que tudo isso
acontece também a nós “com as pequenas coisas que não vão bem, que o Senhor
quer que mudemos”. Ele nos pede a conversão e nós respondemos: amanhã. Eis o
convite à oração:
Peçamos ao Senhor a graça de
não cair neste espírito de “cristãos pela metade” ou, como dizem as velhinhas,
“cristãos de água de rosas”, assim, sem substância. Cristãos bons, mas que
trabalham tanto – semearam muito, mas colheram pouco. Vidas que prometiam muito
e, no final, não fizeram nada.
Que o Senhor nos ajude,
concluiu o Papa, a “nos despertar do espírito de tepidez” e a lutar contra
“esta anestesia suave da vida espiritual”.
Via Vatican
News
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