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bispos e 2 administradores apostólicos de seis regionais (Norte 1, Norte 2,
Norte 3, Noroeste, Nordeste 5 e Oeste 2) da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) divulgaram hoje, 4 de maio, a “Nota dos Bispos da Amazônia
Brasileira sobre a situação dos povos e da floresta em tempos de pandemia da
Covid-19”. No documento, assinado também pelo presidente da Comissão Episcopal
Especial para a Amazônia da CNBB, o cardeal Claudio Hummes, os bispos exigem
maior atenção dos governos federal e estaduais à região que tem demonstrado
dados preocupantes quanto ao avanço do coronavírus.
Os bispos apontam que os dados
são alarmantes. A região, segundo apontam, possui a menor proporção de
hospitais do país, de baixa e alta complexidades (apenas 10%). “Extensas áreas
do território amazônico não dispõem de leitos de UTI e apenas poucos municípios
atendem aos requisitos mínimos recomendados pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), em número de leitos e de UTIs por habitante (10 leitos de UTI por 100
mil usuários)”, diz o texto.
O documento alerta ainda para o
crescimento de 29,9% de desmatamento, em março deste ano, se comparado ao mesmo
mês de 2019. “Contribuem para esse crescimento o notório afrouxamento das
fiscalizações e o contínuo discurso político do governo federal contra a
proteção ambiental e as áreas indígenas protegidas pela Constituição Federal
(Art. 231 e 232)”, afirma a Nota.
O arcebispo de Belo Horizonte
(MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, manifestou-se hoje,
4 de maio, sobre a nota dos bispos da região Amazônica.
“Em profunda comunhão com os
bispos da Amazônia – em nota Sobre a Situação dos Povos e da Floresta em Tempos
de Pandemia da Covid-19 – , a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) reitera pedido às autoridades que concentrem esforços no
enfrentamento da Covid-19, especialmente com políticas públicas destinadas aos
mais pobres e vulneráveis.
Surpreende-nos que, enquanto a
região amazônica e tantos outros lugares sofrem com o colapso do sistema público
de saúde, sejam realizadas manifestações contra a ordem democrática. O caminho
deve ser sempre o do diálogo, do entendimento, da união de esforços para
debelar essa pandemia.
Os que professam genuína fé em
Jesus Cristo devem estar ao lado dos mais pobres, o que significa balizar a
própria vida a partir dos parâmetros da solidariedade. Para isso, o exercício
do poder não pode se configurar em caminho para autoritarismos, ataques ou
manipulações. A política deve ser nobre exercício para servir a sociedade, solidariamente.
Prevaleça o compromisso com o bem dos mais pobres, com a solidariedade e com a
democracia”.
Confira abaixo a íntegra do
documento que também toca em outros pontos como a realidade de indígenas,
quilombolas e ribeirinhos e o aumento da violência no campo.
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