Católicos
boicotam novela da Rede Record
Ponto de contradição entre evangélicos e
católicos, a sexualidade de Maria incomodou
seguidores da Igreja Romana durante a exibição do capítulo desta quinta-feira,
da novela Jesus, da Record. Para os católicos,
Maria sempre foi virgem. Cristo foi concebido pela graça do Espírito Santo. Já
os evangélicos creem que Maria teve outros filhos — pelas vias naturais — com o
marido, o carpinteiro José. Nesta quinta, o folhetim bíblico mostrou o retorno
de Maria e José à Galileia, depois do exílio no Egito, onde se refugiaram para
salvar Jesus do infanticídio promovido por Herodes.
Na cena, o casal carrega o messias e
outras duas outras crianças, Tiago e José, refutando a ideia de que Maria se
manteve intacta por toda a vida. Nas redes sociais, seguidores da fé
católica criticaram a escolha dos roteiristas de abraçar a versão evangélica da
personagem.
“Aquele Jesus é o Jesus da Universal,
não é o Jesus das Escrituras; é o Evangelho segundo Edir Macedo e seus espúrios
interesses”, escreveu o bispo Dom Henrique Soares da Costa em carta aberta no
Facebook. “Quanto à Toda Santa Mãe de Deus, odiada pelos inimigos de Cristo e
por Satanás, aquela Maria da Record, não tem nada a ver com ela! Um católico
que assiste àquilo peca gravemente, pois denigre o que é de Deus, o que é
sagrado, é coisa fina! Você veria um filme que denegrisse sua mãe e mentisse
sobre sua família? ”
Popular nas redes sociais, Padre Paulo
Ricardo publicou um vídeo de quase seis minutos em que explica as crenças
católicas e ressalta: “Maria foi virgem antes, durante e depois do parto. A
integridade física da Nossa Senhora não foi nunca tocada. Ela é a virgem
intacta”.
Além do apego à virgindade da mãe
de Jesus, o embate entre as duas crenças se dá por causa das diferentes
traduções da Bíblia. A versão seguida pelos católicos diz que Tiago e José eram
primos de Jesus, já que o aramaico tinha uma única palavra para irmão e primo.
Porém, o Novo Testamento foi escrito em grego, língua em que as duas palavras
possuem significados distintos.
Em matéria especial de VEJA,
o tradutor e linguista português Frederico
Lourenço explica as sutilezas da tradução da Bíblia, entre elas esta
passagem. No fim do século IV, São
Jerônimo, autor da Vulgata — a tradução latina das Escrituras que por
séculos foi a única autorizada pela Igreja Católica —, cravou a ideia de que a
palavra grega adelphoi seria
vaga e assim poderia designar “primo”. Lourenço, que não segue nenhuma fé
específica, não concorda com São Jerônimo e ressalta que adelphoi significa apenas “irmão”.
(FONTE: https://www.msn.com/pt-br/tv/novelas/católicos-boicotam-novela-‘jesus’-em-defesa-da-virgindade-de-maria/ar-BBLs6gV?ocid=spartandhp)
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