Neste domingo, a Igreja celebra o 3º Domingo do Advento. “E
nós o que precisamos fazer”? O terceiro domingo do Advento tem um sabor de
alegria. É o “domingo da alegria”, pedagogicamente colocado pela Igreja nesta
proximidade do Natal. É como quem está fazendo uma viagem e, depois de uma boa caminhada,
avista além da última curva da estrada o lugar para onde está viajando. Que
alegria! E esse lugar para onde vamos caminhando é o Natal. É o nosso encontro
com Deus, com o Messias, o Deus-conosco, que veio morar: em nossa terra:
“Alegrai-vos O Senhor está perto”.
A primeira leitura
nos diz: “Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila,
povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém!”(Sofonias
3,14). A segunda de hoje diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito,
alegrai-vos” (Filipenses
4,4). O Senhor quer que tenhamos em nossos lábios
sempre um sorriso! A alegria é própria de quem teve os seu
encontrou pessoal com Jesus Cristo, o Filho de Deus! O evangelho de hoje, nos
mostra novamente a pessoa de João Batista, que era um homem feliz, porque se
encontrou com Jesus! Na visita de Maria a sua prima Santa Izabel, Jesus já
estava no ventre de Nossa Senhora há mais ou menos 10 dias e já batiza Izabel e
João Batista que estava no ventre de sua mãe. Jesus, do ventre de Nossa
Senhora, batizou mãe e filho no Espírito! A alegria de João Batista vem do Espirito
Santo.
A alegria é tão grande que, a Liturgia, para bem
expressá-la, vai buscar uma página de Isaias, onde se fala da volta do exílio.
É como, se a Palestina, terra tradicionalmente árida como o deserto e a estepe,
se cobrisse de uma exuberante vegetação, e por toda parte brotassem as flores,
lembrando a majestosa, beleza do Líbano e do Carmelo. Só mesmo Isaias, grande
profeta e grande poeta, sabe dizer as coisas com tão cativante beleza.
Cristo vem transformar o mundo numa terra de paz e de verdadeira
alegria. Isaías o diz com expressões vigorosas. Prevê os cegos recuperando a
vista, os surdos recuperando o ouvido, os paralíticos readquirindo os
movimentos, e até os mortos ressuscitando.
E particularmente precioso no meio de tudo isso a Boa-nova
sendo anunciada aos pobres. Tudo isso está no Evangelho, no lugar onde Jesus
mostra aos discípulos de João Batista o que estava acontecendo ao redor dele.
Era a resposta concreta que dava a esses discípulos, que lhe vinham perguntar
se ele era o Messias ou se deviam esperar outro. Notemos que as curas e as
ressurreições anunciadas por Isaias são apenas sinais da ampla transformação
moral que a doutrina de Jesus, vivificada pela sua morte e ressurreição, vinha
realizar no mundo. A humanidade é como a terra árida do deserto, onde brotam os
espinhos do pecado e de toda a maldade. Sobre ela cai a chuva do céu trazida
por Jesus – gotejai, ó céus lá do alto, derramem as nuvens a justiça, e o mundo
se transforma. Tudo são flores de vida e de virtude.
Há um belo provérbio europeu que diz que os moinhos de Deus moem devagar. E é assim mesmo. Nós que vivemos num mundo caracterizado pelo ritmo da velocidade, da eletrônica, da informática, não sabemos mais descobrir como tudo o que se refere à vida, à saúde, à educação, ao cultivo do espírito tem que ser feito com respeitosa tranqüilidade. Uma árvore não cresce de repente. Uma criança não se educa de repente. Não se faz um santo de repente. E para sermos bem práticos não se reforça de repente uma sociedade, sobretudo quando nela cresceram e se desenvolveram longamente à corrupção e a irresponsabilidade. É preciso um trabalho persistente e confiante, onde todos colaborem. Com seriedade, com perseverança, com iluminada esperança.
E temos que dizer que esse é o trabalho que o cristianismo
se empenha em realizar ao longo dos séculos. E temos que reconhecer, sem falso
otimismo, que muita coisa melhorou no mundo. No relacionamento das pessoas, na
superação dos radicalismo, no reconhecimento dos valores de cada um, na
capacidade de diálogo, inclusive diálogo entre as nações, deixando cada vez
mais para trás o recurso à guerra como único caminho para se resolverem os
conflitos, no respeito à própria na natureza, crescendo sempre mais a
consciência de que é preciso defender os bens que são de todos, como a água, o
verde, e até o silêncio e a harmonia. E, se muita coisa continua errada – como
atestam os assaltos e as violências de todo tipo – é porque os homens não estão
aceitando a proclamação do Evangelho.
Não sabemos ser essa luz que ilumina pelo exemplo de
sabedoria: Não sabemos ser o sal que tempera a sociedade como sabor do ‘bem e
da virtude. Temos que aprender de são João Batista a não sermos caniços que o
vento dobra, nem criaturas enfatuadas de vaidade.
Peçamos juntos a Deus esta graça, de termos um encontro pessoal com Ele
neste Natal e que o Espírito Santo possa nos conduzir diariamente a esse
encontro pessoal com Jesus Cristo, fonte da verdadeira alegria!
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