Angelus: viver a Quaresma sem idolatrias, sem fazer da
alma um comércio
Na oração mariana deste domingo,
o Papa Francisco repetiu as palavras de Jesus no templo: Não façais da casa de
meu Pai uma casa de comércio!
"Não fazer da nossa alma e
da casa de Deus um comércio": foi a advertência que o Papa Francisco fez
antes de rezar com os fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro a oração mariana do
Angelus, neste domingo 04/03.
Neste III domingo da Quaresma, o
Pontífice comentou o episódio do Evangelho de João em que Jesus expulsa os
mercantes do templo de Jerusalém. Um gesto feito com firmeza, com a ajuda de um
chicote de cordas para derrubar as mesas. Nesta atitude aparentemente violenta,
Jesus diz: « Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio! »
Abusos e excessos - A ação de Cristo foi interpretada como típica
dos profetas, explicou o Papa, os quais com frequência denunciavam, em nome de
Deus, abusos e excessos. A questão que se colocou foi a da autoridade. De fato,
os judeus perguntaram a Ele: «Que sinal nos mostras para agir assim? ».
Os seus discípulos, por sua vez,
se serviram de um texto bíblico extraído do Salmo 69 para interpretar esta
atitude: «O zelo por tua casa me consumirá». "O zelo pelo Pai e por sua
casa levará Jesus até a cruz: o seu é o zelo do amor que leva ao sacrifício de
si, não aquele falso que pensa de servir Deus mediante a violência", disse
Francisco.
De fato, o “sinal” que Jesus dará
como prova da sua autoridade será justamente a sua morte e ressurreição:
«Destruí este templo – diz – e em três dias eu o levantarei ». Com a Páscoa de
Jesus, acrescentou o Papa, "tem início um novo culto, o culto do amor, e
um novo templo que é Ele próprio".
Para Francisco, a atitude de
Jesus nos exorta a viver a nossa vida não em busca de vantagens e interesses,
mas pela glória de Deus.
“ Somos chamados a ter sempre
presentes aquelas palavras fortes de Jesus « Não façais da casa de meu Pai uma
casa de comércio! » É muito feio quando a Igreja escorrega nesta atitude de
fazer da casa de Deus um mercado. Essas palavras nos ajudam a refutar o perigo
de fazer da nossa alma, que é morada de Deus, um lugar de comércio, vivendo na
busca contínua da nossa recompensa. ”
O Pontífice recorda que este
ensinamento de Jesus é sempre atual, não somente para as comunidades eclesiais,
mas também para os indivíduos, para as comunidades civis e para toda a
sociedade.
Não instrumentalizar Deus - De fato, disse ainda o Papa, é comum a
tentação de aproveitar de atividades benéficas, às vezes obrigatórias, para
cultivar interesses privados, quando não até mesmo ilícitos "É um grave
perigo, especialmente quando instrumentaliza o próprio Deus e o culto a Ele
devido ou o serviço ao homem", afirmou Francisco, que concluiu:
"Que a Virgem Maria nos
ampare no esforço de fazer da Quaresma uma boa ocasião para reconhecer Deus
como único Senhor da nossa vida, tirando de nosso coração e de nossas obras
toda forma de idolatria." (Poste by NLira)
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