Um
sinal de esperança é a marca deixada pelo Papa Francisco em cada uma das
pessoas que participaram da audiência no Vaticano no último sábado (20). Uma
grande delegação formada por profissionais da saúde e sacerdotes que vieram da
área mais afetada pelo coronavírus na Itália, a região norte do país.
O milagre em meio à pandemia
Médicos e enfermeiros, em
particular, descritos pelo Pontífice como “artesãos silenciosos da cultura da
proximidade e da ternura”, se sentiram abraçados pelas palavras tanto de
reconhecimento pelo “serviço árduo e até heroico” feito durante a pandemia como
de encorajamento para seguir adiante. Ao final da audiência, o Papa motivou
esses “anjos” a canalizar a energia positiva para produzir frutos no futuro:
“E não se esqueçam que, com o
trabalho de vocês, de todos vocês, médicos, paramédicos, voluntários,
sacerdotes, religiosos, leigos, que fizeram isso, começaram um milagre. Tenham
fé e, como dizia aquele alfaiate, um teólogo já falecido: “eu nunca vi Deus
começar um milagre sem terminá-lo bem”. [Manzoni, Promessi sposi, cap. 24°].
Que termine bem esse milagre que vocês começaram!”
A enfermeira do Hospital Papa
João XXIII, da cidade de Bergamo, Barbara Valle, presente na audiência,
comentou as palavras de Francisco: “palavras muito bonitas, inclusive usar a
palavra milagre é realmente uma coisa muito forte. Esperamos que, olhando para
o futuro, mantenhamos essa experiência como algo que nos fortaleceu mesmo se
devemos continuar mantendo os comportamentos que temos que manter. Mas,
deixando para trás a provação, com todo o sofrimento que mesmo assim permanece
no coração que, depois, com o tempo, vamos reelaborando em sentido positivo,
nos deu uma grande força”.
As enfermeiras são mães
A enfermeira foi cumprimentada
pelo Papa ao final da audiência, com palavras de “ternura e esperança”, depois
da bênção e da foto em grupo: “devemos ser obedientes às disposições”, disse
Francisco, em referência às medidas de segurança por causa da pandemia. De
fato, além do distanciamento social durante todo o encontro, o Papa é quem foi
ao encontro dos presentes para saudá-los, um a um, “com gentileza, como se deve
fazer, como as autoridades disseram para fazer”, ressaltou o Pontífice.
“Quando ele se aproximou, disse
palavras muito bonitas. Eu disse que era uma enfermeira, junto com as outras
colegas, e ele nos disse que as enfermeiras são como mães que expressam
ternura. Depois, me contou uma anedota pessoal: disse que devia a sua vida à
uma enfermeira que lhe tinha dado uma dose a mais daquela recomendada pelo
médico.”
Gestos de proximidade
O médico do Pronto-Socorro do
Hospital Papa João XXIII, de Bergamo, Massimiliano De Vecchi, também presente
na audiência, falou da situação atual sob controle em relação aos meses
anteriores, apesar de ter vivido uma tragédia pessoal. De Vecchi chegou a
contar ao Pontífice que perdeu o pai, vítima da Covid-19: “percebi que o Papa,
naquele momento, rezou por ele. Foi um gesto de proximidade que me marcou
muito”, disse o médico.
“Das suas palavras me
impactaram mais quando enfatizou as boas coisas vividas e emersas durante essa
tragédia. O Papa nos recordou que, em meio a tanta dor, a tanto sofrimento,
existiram muitos gestos de proximidade, de solidariedade e que não devemos nos
esquecer disso, mas guardar tudo para o futuro.”
Via Vatican
News
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