“Estamos espremendo os bens do planeta. Espremendo-os, como se fosse uma laranja. Países e empresas do Norte enriqueceram explorando dons naturais do Sul, gerando uma ‘dívida ecológica’. Quem pagará essa dívida? Além disso, a ‘dívida ecológica’ é ampliada quando multinacionais fazem fora de seus países o que elas não têm permissão para fazer nos seus. É ultrajante. Hoje, não amanhã, hoje, temos que cuidar da Criação com responsabilidade. Rezemos para que os recursos do planeta não sejam saqueados, mas partilhados de forma justa e respeitosa. Não ao saque, sim à partilha.”
No vídeo de intenção de oração
para o mês de setembro, enquanto pede rezar pelos recursos do planeta, o Papa
Francisco denuncia o enriquecimento de países e empresas com a exploração do
meio ambiente, expressando, assim, a sua preocupação com a geração de uma
“dívida ecológica”. O convite para cuidar da Criação “hoje, não amanhã, hoje” e
“com responsabilidade” acontece nesta segunda-feira (31), véspera do Dia
Mundial de Oração pela Criação; no âmbito do #TempoDaCriação, celebrado de 1º
de setembro a 4 de outubro; e no 5º aniversário da Laudato si’.
A campanha pelo cuidado da
Criação, além do novo Vídeo do Papa, com a intenção de oração de Francisco
confiada a toda Igreja por meio da Rede Mundial de Oração do Papa (que inclui o
Movimento Eucarístico Jovem – MEJ), também reúne o trabalho de várias ONGs,
buscando a transformação social e procurando melhorar a vida dos mais
desfavorecidos.
O alerta para a dívida
ecológica
A mensagem do Papa Francisco
sobre o cuidado da Criação é contundente quando afirma que “estamos espremendo
os bens do planeta. Espremendo-os, como se fosse uma laranja”. É por isso que o
Pontífice encoraja todas as pessoas a tomarem consciência da grave “dívida
ecológica”, resultado da exploração dos recursos naturais e da atividade de
algumas multinacionais que “fazem fora de seus países o que não é permitido nos
seus.”
Um exemplo para a desproporção
dos recursos, segundo relatórios internacionais, é que quase um bilhão de
pessoas vão dormir com fome todas as noites. Isso acontece não porque não haja
comida suficiente para todos, mas por causa da profunda injustiça na maneira
como a comida é produzida e distribuída. Entre as causas estão: o aumento do poder
empresarial na produção de alimentos, a crise climática e o acesso injusto aos
recursos naturais, o que afeta a capacidade das pessoas de cultivar e comprar
alimentos.
A exploração de recursos
naturais não-renováveis, incluindo o petróleo, o gás, minerais e madeira, tem
sido frequentemente identificada como um dos fatores desencadeadores,
impulsionadores ou sustentadores de conflitos violentos em diferentes partes do
mundo.
A promoção da ecologia integral
O Pe. Frédéric Fornos, diretor
internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, declarou que, “nestes tempos
de pandemia, estamos mais conscientes, como o Santo Padre já disse várias
vezes, da importância de nossa Casa Comum, o que nos recorda a necessidade de
cuidar dos bens do planeta”. O padre lembrou que, em maio deste ano, Francisco
divulgou uma mensagem em vídeo para a Semana Laudato Si’ com o convite de
“responder à crise ecológica, ao grito da terra e ao grito dos pobres”.
O diretor, então, encorajou à
oração, junto com o Papa, e finalizou:
“Hoje, mais do que nunca, temos
que ouvir esse clamor e promover concretamente, com um estilo de vida pessoal e
comunitário sóbrio e solidário, uma ecologia integral. Vamos rezar por isso
porque é um caminho de conversão.”
Via Vatican
News
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