HOMENAGEM À MÃE
Por Maria de Lourdes Farias
Neste
momento, em perfeita harmonia comigo mesma, com o universo, com a vida
maravilhosa que me trouxe em um ventre pleno das bênçãos divinas e permanece
com o mesmo calor, mesma proteção, mesmo olhar cuidadoso, mesma condução segura
e, curvando-me diante de ti, minha mãe, Dona Rita Farias, elevo por meio de ti
à Mãe das mães o meu pensar, as minhas ações, os meus desejos, as minhas
ansiedades e, muito mais do que tudo, o meu infinito, profundo e imensurável
OBRIGADA...OBRIGADA...
Foi
em um 23/11, há exatos nove anos, parecendo-nos nove séculos, abriu-se o vácuo
da tua presença física entre nós. Na saudade lembramos, revivendo momentos
maravilhosos com a tua alegria de viver, tua espontaneidade, tua companhia tão
agradável, tua disponibilidade sempre e sempre, teu senso de humor
extraordinário, teu sorriso permanente, tua palavra de apoio, teu acolhimento
incondicional, teu zelo gostoso e defesa ferrenha a cada um de nós e a tua
capacidade de amar. . . simplesmente amar. . .
Hoje,
lendo "Os Infinitos do Amor" de José Luís Nunes Martins te encontrei
lá, minha mãe, em várias passagens, mas uma me prendeu a atenção: "...amar
é estar acima das paixões e dos apetites. Mesmo quando o amor nasce de uma
espontaneidade, resulta de um claro discernimento. O amor decorre de uma
decisão. De um compromisso. Constrói-se de forma consciente. Através do
heroísmo de alguém livre que decide ser o que poucos ousam..."
Está
aqui uma definição perfeita do que foste tu que desde a infância decidiste amar
sem medidas, sem impor condições, com atos que somente alguém que é capaz de
amar pode fazer: "dar-se inteiro em troca de nada". E tu te fizeste a
ti mesma a imagem de Deus pelo amor que sempre foi a tua lei, o teu caminho, a
tua vida desde sempre e para sempre.
Dói
em cada um de nós sentir a falta da presença visível deste teu porte altivo, do
teu olhar significativo, das tuas atitudes firmes, corretas, fortes e
verdadeiras assim como nos faz uma enorme falta a concretude da tua humildade
marcante, dos teus ensinamentos ora veementes, ora sutis e que serão para
sempre as nossas diretrizes, pois segundo ainda José L. N. Martins “A verdade é
que se todos os caminhos nos levam ao amanhã, só o do amor nos entrega à
eternidade”.
Caminhamos
pelos rastros indeléveis que deixaste no caminho de cada um de nós, teus
filhos, marcados pelo amor divinal que recebemos de ti no doce aconchego de
jamais afastar um só instante de nenhum de nós o teu cuidado, às vezes apenas
velado no silêncio amargo e torturante da solidão ou na tão dolorida e contínua
espera.
Faço
de todos nós, teus filhos, netos e bisnetos, as palavras da mana querida
Terezinha, uma de tuas filhas que num momento especial de contato contigo leu
na minha mente coisas que em forma de interrogações eu te falava dentro de uma
oração nascida sempre que a tua presença me vem acalentar: “Na última cena do
calvário eu te via passar pálida pelo sofrimento e dilacerada pela dor. Por que
Deus me reservou passagens pela vida e até marcou com ferro em brasa a minha
mente? Será que em outro caminho te encontrarei para te contar meus segredos
que também são teus? E com ar de companheira a ti me recostar e até dormir sem
ter que sonhar que já é dia e tenho que acordar? ”. Peço a tua bênção, mamãe,
para cada um de nós em particular. Sei e sabemos nós que tu velas."
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