Homilia do Papa Francisco acerta golpistas brasileiros
Em
uma homilia na qual tratou do assunto da unidade, o Papa Francisco criticou
nesta quinta-feira (17) o papel da mídia em difamar pessoas públicas a ponto de
levar a um “golpe de Estado”, afirmou a agência de notícias do Vaticano.
Francisco
citou o exemplo de Jesus, que no Domingo de Ramos foi recebido em
Jerusalém com aclamações de “Bendito o que vem em nome do Senhor”, mas, na
sexta-feira seguinte, as mesmas pessoas gritaram “Crucifiquem-no”.
“Essa
instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o transforma
em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde os primeiros tempos
até hoje”, disse o pontífice, segundo o Vatican News. “O que
aconteceu? Fizeram uma lavagem cerebral e mudaram as coisas. E transformaram o
povo em massa, que destrói. ”
Com
base na leitura do dia, do livro dos Atos dos Apóstolos, o papa comentou que
a união de fariseus e saduceus contra Paulo era uma “falsa
unidade”, pois, como o apóstolo, os fariseus acreditavam na ressurreição,
enquanto os saduceus, não. Porque “era sagaz”, Paulo expôs a divisão e
quebrou essa falsa unidade, e a assembleia que o condenava se dividiu.
“Criam-se
condições obscuras para condenar uma pessoa”, disse o Papa, ainda segundo o
Vatican News, acrescentando que esse método é muito usado hoje também “na
vida civil, na vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado”.
“A mídia
começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação
essas pessoas ficam manchadas”. Depois chega a justiça, “as condena e, no
final, se faz um golpe de Estado”.
Francisco
comparou essa ação à perseguição nas arenas, quando a multidão gritava para ver
lutas entre mártires ou gladiadores.
Não
é a primeira vez que o papa faz críticas à imprensa. Em janeiro, ele
condenou o “mal” das fake news (notícias
falsas), dizendo que jornalistas e usuários de redes sociais devem rejeitar e
desmascarar “táticas de serpente” manipuladoras que fomentam a divisão para
servir a interesses políticos e econômicos.
“Notícias
falsas são um sinal de atitudes intolerantes e hipersensíveis e levam apenas a
difusão de arrogância e ódio. Esse é o resultado final da mentira”, disse
Francisco, no primeiro documento do papa sobre o assunto, em que pede um
retorno da “dignidade do jornalismo”.
(FONTE: https://nossapolitica.net/2018/05/homilia-do-papa-francisco/)
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