segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Motu proprio: Arquivo Secreto Vaticano passa a se chamar Arquivo Apostólico Vaticano


Papa Francisco publicou uma Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio “A experiência histórica” assinada em 22 de outubro, com o qual muda a denominação do Arquivo Secreto Vaticano para Arquivo Apostólico Vaticano.

Francisco inicia a Carta explicando que a experiência histórica ensina que “toda a instituição humana, nascida com a melhor das tutelas e com vigorosas e fundamentadas esperanças de progresso, fatalmente tocada pelo tempo, e para permanecer fiel a si mesma e aos objetivos ideais da sua natureza, adverte a necessidade, não só de mudar a própria fisionomia, mas de transpor nas várias épocas e culturas os próprios valores inspiradores e realizar as atualizações que considera conveniente e às vezes necessária”.
Como nasceu o Arquivo
No documento o Papa escreve que “do núcleo documentário da Câmara Apostólica e da própria Biblioteca Apostólica (a chamada Bibliotheca secreta) nasceu no início do século XVII o Arquivo Pontifício que começou a se chamar Secreto (Archivum Secretum Vaticanum)” alguns anos depois. Com o tempo o Arquivo cresceu muito e logo começaram a chegar pedidos para consultar documentos de todas as partes do mundo. “Embora a abertura aos pesquisadores tenha ocorrido apenas em 1881 entre os séculos XVII e XIX inúmeras obras eruditas puderam ser publicadas com o auxílio de cópias fiéis de documentos ou autênticos que eram conservadas pelos prefeitos do Arquivo Secreto Vaticano”.

Com o decorrer dos anos este serviço à Igreja, à cultura e aos estudiosos de todo o mundo fez com que o Arquivo Secreto do Vaticano obtivesse grande estima e reconhecimento, principalmente pelas progressivas aberturas da documentação à consulta por parte de pesquisadores. A este propósito Francisco escreve que “a partir de março de 2020, tal abertura por minha disposição, se estenderá até o final do pontificado de Pio XII”.
Porquê atualizar o nome
Em seguida o Papa esclarece que há um aspecto que considera útil atualizar ulteriormente, reiterando as finalidades eclesiais e culturais do Arquivo. “Este aspecto – escreve Francisco – refere-se à própria denominação do instituto: Arquivo Secreto Vaticano”.
O Santo Padre explica que “Enquanto perdurou a consciência da estreita ligação entre a língua latina e as línguas que dela originam, não havia necessidade de explicar ou até mesmo justificar o título Archivum Secretum. Porém com as progressivas mudanças semânticas nas línguas modernas e nas culturas e sensibilidades sociais de várias nações, de modo mais ou menos marcado, o termo Secretum ao lado de Arquivo Vaticano começou a ser mal entendido, e interpretado de modo ambíguo, até mesmo negativo. Pois perdera o verdadeiro significado do termo secretum ligando-o ao conceito expresso pela palavra moderna “secreto”. O Papa afirma: “Isso é exatamente o contrário do que o Arquivo Secreto Vaticano foi e pretende ser, pois – como disse meu santo predecessor Paulo VI – este conserva ‘ecos e vestígios’ da passagem do Senhor na história”. E a Igreja não tem medo da história, aliás, ama-a, e gostaria de a amar mais e melhor, como Deus a ama!”.

Arquivo Apostólico Vaticano
Portanto escreve o Papa, “Solicitado nestes últimos anos por alguns estimados prelados, assim como pelos meus estreitos colaboradores, e depois de ter escutado o parecer dos superiores do Arquivo Secreto Vaticano, com este meu Motu Proprio decido que: de agora em diante o atual Arquivo Secreto Vaticano, sem modificações da sua identidade, da sua organização e da sua missão, seja denominado Arquivo Apostólico Vaticano”.

Concluindo, confirma que “deste modo a nova denominação coloca em evidência a estreita ligação da Sé Romana com o Arquivo, instrumento indispensável do ministério petrino e ao mesmo tempo sublinha a imediata dependência do Romano Pontífice”.
Via Vatican News


terça-feira, 22 de outubro de 2019

O Sínodo foi, está sendo e será um sinal de grande esperança para a Igreja no Brasil”, diz presidente da CNBB


Na reta final do Sínodo, na semana em que os padres sinodais avançam para a sistematização final do documento, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, concedeu, neste dia 22 de outubro, entrevista a jornalistas que estão atuando na cobertura do evento que se encerrará dia 27 no Vaticano. Dom Walmor informa que o Sínodo encontra-se num momento em que os grupos estão trabalhando muito, procurando corrigir, melhorar e ampliar o que está proposto, recuperando aquilo que é essencial e importante e também o que foi dito mas ainda não foi contemplado. “Vamos chegar não a um tratado ou um livro, mas a indicações muito concretas para que nós possamos, inspirados, fazer um novo caminho missionário na Amazônia e a partir da Amazônia na Igreja no Brasil”, disse.
Para dom Walmor, encontrar um novo caminho é um desafio porque exige de todos uma grande abertura à ação do Espírito Santo de Deus, muito diálogo e escuta mútua. O “momento é de esperança”, destaca o presidente da CNBB, para encorajar a Igreja no Brasil a se voltar para a Amazônia e a partir dela crescer em consciência missionária, num processo que envolve a todos os cristãos como batizados e enviados em missão.
O único caminho capaz de superar todas as polarizações e radicalizações, segundo dom Walmor Oliveira, é o enraizamento dos cristãos e da Igreja nos valores propostos pelo Evangelho de Jesus Cristo. “Se nós os cristãos pautarmos nossa vida a partir do horizonte do Sermão da Montanha, nós seremos ao mesmo tempo capazes de fazer discussões e de, sobretudo, nos deixar marcar pela força do Evangelho, do diálogo e do respeito”, disse. Dom Walmor reforçou uma defesa que o Papa Francisco vem fazendo sobre a superação de todas as formas de colonialismo na Amazônia. “Uma das coisas muito importantes é exatamente a necessidade, como lembrado, de superarmos todo tipo de colonialismo, todo tipo de tratamento inadequado à nossa Casa Comum, especialmente a Casa Comum que é a Amazônia por sua importância”, disse. Acompanhe, abaixo, a íntegra da entrevista.
Muitas discussões em torno do Sínodo, o processo pré-Sinodal foi intenso, extenso e de muita escuta. As duas primeiras semanas também de muito trabalho. Agora estamos na semana final. O que este Sínodo vai representar para a Igreja? Claro que ele é Pan-Amazônico, mas para o Brasil qual será o reflexo deste Sínodo para os próximos caminhos que devem ser percorridos? Com o senhor à frente da CNBB… O que o Senhor espera de resultados?

Dom Walmor Oliveira de Azevedo – O Sínodo foi, está sendo e será um sinal de grande esperança para o caminho missionário de toda a nossa Igreja no Brasil. E de modo muito especial, no desafio que a Igreja no Brasil tem de olhar para a Amazônia fazendo esse caminho como missão permanente na região, como precisamos na nossa Igreja. Portanto, é desafiador o caminho! Porque encontrar caminho novo é um desafio, particularmente, porque exige de todos nós uma grande abertura à ação do Espírito Santo de Deus, muito diálogo, muita escuta mútua e sobretudo o sentido bonito de que somos todos servidores na Igreja. É um momento de esperança profundamente desafiador, mas que nos encoraja e, sobretudo, nos pede que toda a Igreja no Brasil se volte para a Amazônia para a partir dela, em missão, fazer mais e assim crescermos na consciência missionária de que somos todos batizados e enviados em missão.
“É um momento de esperança profundamente desafiador que nos encoraja a crescermos na consciência missionária de que somos todos batizados e enviados em missão”.
O Brasil tem se polarizado em qualquer tipo de discussão, principalmente quando se entra no mundo político. Como fazer? Qual a preocupação da CNBB em fazer com que as discussões de Evangelização e pastoral também não se polarizem e os católicos compreendam o que têm se discutido e possam também receber de bom grado todas as decisões que vão ser tomadas?

A um único caminho e uma única possibilidade de superação de toda polarização e radicalização. E o Cristianismo sempre nos mostra. É nos voltarmos e nos enraizarmos nos valores do Evangelho de Jesus Cristo. Por isso, gosto sempre de citar e lembrar o Sermão da Montanha, de Mateus 13, 5-7, que se nós os cristãos pautarmos nossa vida a partir exatamente do horizonte do Sermão da Montanha, nós discutiremos, seremos capazes sobretudo de nos marcar pela força do Evangelho, do diálogo e do respeito.
Quando vemos polarizações e posicionamentos que vão na contramão da caridade fraterna e do respeito é preciso que todos os cristãos saibam que estes não são cristãos de verdade, dizem-se defensores de uma “verdade” que não é a Verdade do Evangelho, porque esta é diálogo, é amor fraterno, é solidariedade, é respeito a todas as pessoas. Por isso, nós como Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e como Igreja do Brasil, procuraremos sempre o caminho e o horizonte do Evangelho, o diálogo e o respeito, para que as nossas diferenças se tornem uma grande riqueza missionária.
“Há cristãos que se dizem defensores de uma “verdade” que não é a Verdade do Evangelho, porque esta é diálogo, é amor fraterno, é solidariedade, é respeito a todas as pessoas”.
Nós não podemos perder força, porque o mundo precisa de nosso testemunho, da nossa presença missionária e de nossa ajuda porque temos urgências que são muito grandes, como o sofrimento dos pobres, como o novo modo que devemos tratar a Casa Comum. Portanto, esse é o caminho: voltarmos ao Evangelho para nos dar, inclusive, equilíbrio pessoal e, sobretudo, um horizonte rico, inspirador e bonito para o caminho missionário que a Igreja tem que percorrer no coração do mundo.
Também já se começa nos trabalhos a fase final para a conclusão do documento do Sínodo da Amazônia. Como estão sendo os debates agora nos pequenos círculos? Representam o que os grupos estão propondo como documento?

Os grupos estão trabalhando muito. Estão procurando corrigir aquilo que está proposto no sentido de melhorar, ampliar e de recuperar aquilo que é essencial e importante, tenha sido dito mas ainda não contemplado, de corrigir as repetições de tal modo que possamos chegar não a um tratado e livro, mas a indicações muito concretas para que nós possamos, inspirados, fazer um novo caminho missionário na Amazônia e, a partir da Amazônia, na Igreja no Brasil. E claro também com influência sobre o mundo inteiro. É um trabalho árduo, exigente, conceitual, mas sobretudo precisa estar inspirado pela força bonita do Evangelho de Jesus Cristo, de uma espiritualidade muito profunda e de um comprometimento eclesial muito definido.
O Senhor acha que o que o Papa vem denunciando a respeito do colonialismo é ideológico e que é um problema para a Igreja no Brasil como um todo e não só na Amazônia?

Em primeiro lugar, minha experiência como representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil me enriquece pela convivência espiritual, pelo clima que aqui estamos vivendo. Dá-me a oportunidade de conhecer melhor a Amazônia, o que todos nós precisamos, particularmente toda a Igreja no Brasil. Nós estamos em um caminho muito bonito, procurando novos caminhos para a Amazônia que inspirarão também novos caminhos para Igreja. Sem dúvida que nós teremos resultados muito importantes e bonitos, apontando caminhos novos que temos que percorrer.
Não estamos falando de conferência específica para a Amazônia. Estamos falando do fortalecimento de instâncias e do comprometimento de instâncias, inclusive novas, para que possamos fortalecer o nosso caminho e nosso trabalho missionário na Amazônia. Uma das coisas muito importantes é exatamente a necessidade, como lembrado, de superarmos todo tipo de colonialismo, todo tipo de tratamento inadequado à toda Casa Comum, mas especialmente da Casa Comum que é a Amazônia por sua importância. O Sínodo vai se tornar, eu tenho certeza, para além de tudo, uma grande experiência que vai colocar a nossa Igreja no novo caminho, muito fiel aos seus princípios e valores, ao Evangelho de Jesus Cristo, às suas tradições, desdobrando tudo isso, com grande força, para que nossa Igreja possa dar conta da tarefa que nos é dada por Jesus Cristo de ir para o mundo inteiro, dar testemunho e fazer de todos seus discípulos e discípulas.
“Uma das coisas muito importantes é exatamente a necessidade, como lembrado, de superarmos todo tipo de colonialismo, todo tipo de tratamento inadequado à toda Casa Comum”.
Via CNBB


Dom Antônio Carlos visita o Educandário Jesus Menino




Na sua visita pastoral iniciada ontem a Currais Novos, o bispo diocesano de Caicó, Dom Antônio Carlos Cruz Santos esteve, acompanhado do padre Cláudio Dantas, pároco de Sant’Ana, nesta terça-feira (22), em visita ao Educandário Jesus Menino.
Ele foi recepcionado com as boas vindas, pela diretora do EJM, Irmã Marilda Tavares e as irmãs Inácia Lucia e Ana Maria. Presente, o padre Welson Rodrigues, vigário Geral da Diocese de Caicó e orientador espiritual do Jesus Menino.
Na sua fala aos alunos, Dom Antônio disse que os jovens do EJM, não são só cidadãos do futuro, mas sim cidadãos do presente, sempre se mirando nos ensinamentos de Jesus, na promoção do bem do próximo.



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Bispos falam sobre o Sínodo a padres do Brasil que estudam no Colégio Pio Brasileiro

Dezenas de padres brasileiros que estudam em Roma participaram nesta quinta-feira, dia 18 de outubro, do Quintais de Cultura sobre o Sínodo para a região Pan-Amazônica, realizado no Colégio Pio Brasileiro, na capital italiana. O evento foi uma oportunidade de ouvir as experiências de quatro bispos participantes do Sínodo e fazer perguntas sobre o encontro que será realizado no Vaticano até o dia 27 de outubro.
O arcebispo de Palmas (TO), dom Pedro Brito, foi aluno do Pio Brasileiro. Ele falou da alegria de estar de volta ao colégio e da satisfação de participar do Sínodo. Sobre a experiência nesses últimos dias no Vaticano, dom Pedro Brito destacou que os participantes entenderam o sentido de se converterem à sinodalidade, que significa caminhar juntos.
O Sínodo é marcado por respeito ao outro, ouvir todas as opiniões, dar atenção. Ouvimos quatro pessoas e silenciamos por quatro minutos para refletir. Você não vê uma palavra desrespeitosa, uma vaia”, esclareceu o arcebispo de Palmas.
Dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e arcebispo de Porto Velho (RO), afirmou que o Sínodo é uma benção: “é um momento de graça de Deus, não da nossa vaidade humana”. Dom Roque pediu a todos para rezarem pelo Sínodo, para que os padres sinodais cheguem a respostas, guiados pelo Espírito Santo, sobre quais são os novos caminhos a serem traçados na Amazônia para os povos da floresta.
Precisamos nos refazer como Igreja, celebrar a Liturgia em língua própria e entender a cultura local. Como as comunidades podem sobreviver na fé católica com duas ou três Eucaristias por ano? Precisamos resolver isso, é o que esperamos no documento final do Sínodo.”, explicou dom Roque.
bispo de São Gabriel da Cachoeira(AM), dom Edson Taschetto Damian, explicou que sua diocese é a mais indígena, mais isolada e uma das mais pobres do Brasil. Quando os indígenas ficaram sabendo que seria realizado o Sínodo para Amazônia, fizeram uma festa.
Eu estava presente quando houve o pedido ao Papa para a realização de um Sínodo para Amazônia. Isso aconteceu em novembro de 2016. No ano seguinte, o Papa Francisco já anunciou esse Sínodo. Imagine a alegria dos indígenas quando ficaram sabendo. Quando lemos o documento de trabalho do Sínodo para Amazônia ficamos muito satisfeitos pela qualidade do material, é um documento de estudo muito bem feito. Os povos indígenas leram o texto e afirmaram: ‘o Papa Francisco quer nos escutar’. Eles se viram contemplados”.
Dom José Belizário da Silva, arcebispo de São Luís do Maranhão, falou da importância de se ter uma Igreja com o rosto amazônico.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Comissão prepara Simpósio ‘Educação e Humanismo Solidário’

“Caminhos para uma formação humana e solidária” é o tema do primeiro Simpósio Educação e Humanismo Solidário, promovido pela Comissão Arquidiocesana Pastoral para a Cultura e a Educação, que ocorrerá dia 9 de novembro, no Centro Pastoral da Paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, no Conjunto Mirassol, em Natal. A programação iniciará às 8h30, com uma reflexão sobre as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Durante o dia, ainda serão realizadas mesas de diálogos para o tema central do evento, que será encerrado às 18h30, com a celebração da missa.
“O Simpósio tem como objetivo geral discutir as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja (2019-2023), com foco na educação e na cultura; as orientações da Congregação para a Educação Católica, com foco no humanismo solidário; e os objetivos da Pastoral da Educação à luz do documento de estudos da CNBB (n. 110), sobretudo no aspecto da relação da Igreja com o Estado e a sociedade”, explica o coordenador arquidiocesano da Comissão, Diácono Márcio Azevedo.  O público-alvo do Simpósio são educadores e estudantes da educação básica e universitária, de escolas católicas, e agentes de pastorais interessados nos temas da educação e da cultura.

Francisco: o remédio contra a hipocrisia é a autoacusação


A hipocrisia foi o tema da homilia do Papa Francisco na Missa desta manhã celebrada na Casa Santa Marta, sugerido pelo Evangelho do dia, que narra a história de Jesus que é convidado por um fariseu para jantar e é criticado pelo anfitrião, porque não havia lavado as mãos antes de estar à mesa.
E o Papa comenta: “Há uma atitude que o Senhor não tolera: a hipocrisia. É o que acontece hoje no Evangelho. Convidam Jesus para jantar, mas para julgá-lo, não para fazer amigos”.
A hipocrisia, continua ele, “é precisamente aparentar ser de um jeito e ser de outro”. É pensar secretamente de maneira diferente do que aparenta ser. E Jesus não suporta isso. E frequentemente chama os fariseus de hipócritas, sepulcros caiados.
O de Jesus não é um insulto, é a verdade. “Por fora, tu és perfeito, antes ainda, engomado precisamente com a concretude – diz ainda Francisco – mas por dentro és outra coisa”.
E afirma que “a atitude hipócrita vem do grande mentiroso, o diabo”. Ele é o “grande hipócrita” e os hipócritas são seus “herdeiros”:
A hipocrisia é a linguagem do diabo, é a linguagem do mal que entra em nosso coração e é semeada pelo diabo. Não se pode viver com pessoas hipócritas, mas elas existem. Jesus gosta de desmascarar a hipocrisia. Ele sabe que será precisamente esse comportamento hipócrita que o levará à morte, porque o hipócrita não pensa se usa meios lícitos ou não, vai em frente: calúnia? “vamos caluniar”; falso testemunho? “busquemos um falso testemunho”.
O Papa continua dizendo que alguém poderia objetar “que conosco não existe hipocrisia assim”. Mas pensar isso, é um erro:
A linguagem hipócrita, não diria que é normal, mas é comum, é de todos os dias. O aparentar de uma maneira e ser de outra. Na luta pelo poder, por exemplo, as invejas, os ciúmes fazem você parecer uma maneira de ser e, por dentro, tem o veneno para matar, porque a hipocrisia sempre mata, sempre, mais cedo ou mais tarde mata.
É necessário ser curado deste comportamento. Mas qual remédio, pergunta Francisco? A resposta é dizer “a verdade diante de Deus. É acusar a si mesmo:
Precisamos aprender a nos acusar: “Eu fiz isso, eu penso assim, maldosamente … sou invejoso, gostaria de destruir aquele …”, o que existe dentro, nosso, e dizer isso diante de Deus. Este é um exercício espiritual que não é comum, não é usual, mas procuremos fazê-lo: acusar a nós mesmos, vermo-nos no pecado, nas hipocrisias, na maldade que existe em nosso coração, porque o diabo semeia a maldade. E dizer ao Senhor: “Mas veja Senhor, como sou!”, e dizer isso com humildade.
Aprendamos a acusar a nós mesmos, repete o Papa, acrescentando “talvez algo muito forte, mas é assim: um cristão que não sabe acusar a si mesmo não é um bom cristão” e corre o risco de cair na hipocrisia. E recorda da oração de Pedro quando disse ao Senhor: afasta-te de mim, porque sou um homem pecador.
“Que nós aprendamos a nos acusar – conclui o Papa – a nós, a nós mesmos”.
Via Vatican News


O dia em que Santa Teresa D’Ávila venceu o demônio com o poder da água benta

Santa Teresa D’Ávila é uma religiosa, mística e Doutora da Igreja do século XVI, que em suas memórias relatou como, após uma longa experiência, aprendeu que “não há coisa de que os demônios fujam mais, para não mais voltar, do que a água benta”.
O que não é tão conhecido são as experiências que a levaram a essa conclusão, que a santa descreve em sua autobiografia, o “Livro da vida”.
“Eu estava certa vez num oratório e me apareceu, do lado esquerdo, uma figura abominável; percebi especialmente a boca, porque falava: era horrível. Parecia que lhe saía do corpo uma grande chama, muito clara, sem nenhuma sombra. Disse-me, aterrorizando-me, que eu me livrara de suas garras, mas que voltaria a elas”, revelou Santa Teresa no início do capítulo 31 de sua obra.
Em seguida, assustada, tentar espantá-lo com o sinal da Cruz. O demônio a abandonou, mas logo voltou. Isso aconteceu várias vezes, até que notou que tinha água benta perto: “Isso me aconteceu por duas vezes. Não sabendo o que fazer, peguei da água benta que ali havia e lancei-a para onde essa figura se encontrava. Ela nunca mais voltou”.
Em outro momento, Santa Teresa escreveu que o demônio esteve cinco horas a atormentando “com dores e desassossegos interiores e exteriores tão terríveis que pensei não poder suportar. As pessoas que estavam comigo ficaram espantadas e não sabiam o que fazer, nem eu a que recorrer”.
A santa admitiu que só encontrou alívio depois de pedir água benta e jogá-la no local onde viu um demônio perto. É na explicação desse fato que é dada a conhecer a sua citação mais famosa.
“A partir de muitos fatos, obtive a experiência de que não há coisa de que os demônios fujam mais, para não mais voltar, do que da água benta. Eles também fogem da cruz, mas retornam. Deve ser grande a virtude da água benta”, assinalou.
Mais tarde, assegurou que conheceu o consolo da alma depois de tomar a água, o que lhe gerou “uma espécie de deleite interior” que a confortava.
“Não se trata de ilusão nem de coisa que só aconteceu uma vez, mas sim de algo frequente que tenho observado com cuidado. Digamos que seja como se a pessoa estivesse com muito calor e sede e bebesse um jarro de água fria, sentindo todo o seu corpo refrescar. Penso em quão importante é tudo o que a Igreja ordena, e alegra-me muito ver que tenham tanta força as palavras que comunica à água benta para que esta fique tão diferente da comum”, continuou.
Santa Teresa D’Ávila conta muitas outras histórias sobre o poder da água bento no restante do capítulo.
Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Arquidiocese de Natal prepara Assembleia Pastoral


A 59ª Assembleia Pastoral da Arquidiocese de Natal vai ser realizada dias 6 e 7 de novembro, no Centro Pastoral da Paróquia de Nossa Senhora da Candelária, no bairro da Candelária. 

O objetivo é “construir, a partir das assembleias nos níveis paroquiais, zonais e de vicariatos e em comunhão com as novas diretrizes da CNBB, o novo Plano da Ação Pastoral da Arquidiocese de Natal para o quadriênio 2020-2023”. São convocados para participar da assembleia todos os padres, representantes da Comissão dos Diáconos, representantes dos religiosos, coordenadores e articuladores dos zonais, setores e comissões arquidiocesanas.

Irmã Dulce é santa: a fé faz milagres quando saímos de nós mesmos


Irmã Dulce é santa. A celebração litúrgica com o rito da canonização reuniu cerca de 50 mil pessoas na Praça São Pedro. Com o “Anjo bom da Bahia”, foram canonizados também João Henrique Newman, Josefina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, e Margarida Bays.
A cerimônia teve início com o rito da canonização: o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Becciu, acompanhado dos postuladores, foi o Santo Padre e pediu que se procedesse à canonização dos beatos.
O Cardeal apresentou brevemente a biografia de cada um deles, que foram então declarados santos. Seguiu a ladainha dos santos e o Pontífice leu a fórmula de canonização.
O prefeito da Congregação, sempre acompanhado dos postulares, agradeceu ao Santo Padre e o coral entoou o canto do Glória.
Invocar
Na homilia, o Papa Francisco comentou o Evangelho deste 28º Domingo do Tempo Comum, que narra a cura de 12 leprosos.
“A tua fé te salvou” (Lc 17, 19): este é o ponto de chegada do Evangelho de hoje, que nos mostra o caminho da fé. Neste percurso, afirmou o Papa, vemos três etapas cumpridas pelos leprosos curados, que invocam, caminham e agradecem.
Primeiro, invocar. Assim como hoje, os leprosos sofrem, além pela doença em si, pela exclusão social. No tempo de Jesus, eram considerados impuros e, como tais, deviam estar isolados, separados. Eles invocam Jesus “gritando” e o Senhor ouve o grito de quem está abandonado.
“Também nós – todos nós – necessitamos de cura, como aqueles leprosos. Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao celular, à opinião dos outros. O Senhor liberta e cura o coração, se O invocarmos. ”
A fé cresce assim, prosseguiu o Papa, com a invocação confiante. “Invoquemos diariamente, com confiança, o nome de Jesus: Deus salva. Repitamo-lo: é oração. A oração é a porta da fé, a oração é o remédio do coração.”
Caminhar
Caminhar é a segunda etapa. Os leprosos são curados não quando estão diante de Jesus, mas depois enquanto caminham.
“ É no caminho da vida que a pessoa é purificada, um caminho frequentemente a subir, porque leva para o alto. A fé requer um caminho, uma saída; faz milagres, se sairmos das nossas cômodas certezas, se deixarmos os nossos portos serenos, os nossos ninhos confortáveis. ”
Outro aspecto ressaltado pelo Papa foi o plural dos verbos: “a fé é caminhar juntos, jamais sozinhos”. Mas, uma vez curados, nove continuam pela sua estrada e apenas um regressa para agradecer. E Jesus então pergunta: “Onde estão os outros nove?”.
“Constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes. Quer crescer na fé? Ocupa-se dum irmão distante.”
Agradecer
Agradecer é a última etapa. Ao leproso curado, Jesus diz: “A tua fé te salvou”.
“Isto diz-nos que o ponto de chegada não é a saúde, não é o estar bem, mas o encontro com Jesus. ”
O ponto culminante do caminho de fé é viver dando graças. O Papa então questionou:
Nós, que temos fé, vivemos os dias como um peso a suportar ou como um louvor a oferecer? Ficamos centrados em nós mesmos à espera de pedir a próxima graça, ou encontramos a nossa alegria em dar graças? Agradecer não é questão de cortesia, de etiqueta, mas questão de fé.
Dizer “obrigado, Senhor”, ao acordar, durante o dia, antes de deitar, é antídoto ao envelhecimento do coração.
O motivo pelo qual agradecer hoje são os novos Santos, que caminharam na fé e agora invocamos como intercessores. Três deles, disse o Papa, são freiras, como Irmã Dulce, e mostraram que a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo.

Via Vatican News