segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Hoje começa a novena a Nossa Senhora do Rosário


No dia 7 de outubro é a festa de Nossa Senhora do Rosário. Segundo a tradição, foi a própria Mãe de Deus que apareceu um dia a São Domingos de Gusmão (1170-1221), ensinou-lhe a rezar o Santo Rosário e lhe pediu que se propagasse esta prática, prometendo que muitos pecadores se converteriam e obteriam abundantes graças.

A poucos dias da grande celebração em honra a Nossa Senhora do Rosário, segue uma novena para pedir a sua intercessão:

Oração Inicial

Oh, Mãe e clementíssima Virgem do Rosário! Vós que plantastes na Igreja, por meio de vosso privilegiado filho Domingos, o místico remédio do Santo Rosário, fazei que abracemos todos tua santa devoção e obtenhamos seu verdadeiro espírito; De sorte que aquelas místicas rosas sejam em nossos lábios e coração, pelos pecadores, medicina, e pelos justos, aumento de graça. Amém.

Pedir aqui com confiança a graça que se deseja obter com esta novena.

Orações Finais

Rezar quatro Ave-Marias e Glórias em reverência às quatro ordens de mistérios do Santo Rosário.

Terminar com a seguinte oração:

Oh, Santíssima Virgem, Mãe de Deus, doce refúgio e esperança piedosa de todos os aflitos! Por aquela confiança e autoridade de Mãe com que podeis apresentar nossos rogos ao que é árbitro soberano de nosso bem, empenhai uma e outra em favor nosso. Consegui-nos o reformar com o Santo Rosário nossas vidas, estudando em tão doce livro a fiel imitação de vosso Filho Jesus, até que possamos adorá-Lo e amá-Lo por todos os séculos dos séculos. Amém.

Primeiro Dia

“Deus vos salve”

Quanto minha alma se alegra, amabilíssima Virgem, com as doces recordações que em mim desperta esta saudação! Enche-se de alegria meu coração ao dizer o “Ave-Maria”, para acompanhar a alegria que teve vosso Espírito ao escutar da boca do anjo, alegrando-me da eleição que de Vós fez o Onipotente para dar-nos o Senhor. Amém.

Segundo Dia

“Maria” nome Santo!

Dignai-vos, amabilíssima Mãe, selar com vosso nome a memória das súplicas nossas, dai-nos a esperança de que nos atenda benignamente vosso Filho Jesus, para que alcancemos o aborrecimento a todas as vaidades do mundo, firme amor a virtude, e ânsias contínuas de nossa eterna salvação. Amém.

Terceiro Dia

“Cheia sois de graça”

Doce Mãe! Deus Vos salve, Maria, sacrário riquíssimo em que descansou corporalmente a plenitude da Divindade: A vossos pés se apresenta desnuda minha pobre alma, pedindo a graça e o amor de Deus, com o que fostes enriquecida, fazendo-te cheia de virtude, cheia de santidade e cheia de graça. Amém.

Quarto Dia

“O Senhor é contigo”

Oh, Santíssima Virgem! Aquele imenso Senhor, que por sua essência fez todas as coisas, está em Vós e convosco por modo muito superior. Mãe minha, venha a nós o Senhor através de Vós. Mas, como tende vir a um coração de tão pouca limpeza como o meu Aquele Senhor que, para fazer de Vós sua habitação, quis com tal prodígio, que não se perdesse vossa virgindade sendo Mãe? Oh! Mora em nós tanta impureza, para que habite em nossa alma o Senhor. Amém.

Quinto Dia

“Bendita sois entre todas as mulheres”

Vós sois a glória de Jerusalém! Vós, a alegria de Israel! Vós, a honra do povo Santo de Deus! Obtende por vossa intercessão a nosso espírito a mais viva fé, para considerar e adorar com vosso Santo Rosário as misericórdias que em Vós e por Vós fez o Filho de Deus. Amém.

Sexto Dia

“Bendito é o fruto do teu ventre Jesus”

Choro, oh Mãe minha, que tenho eu feito tantos pecados, sabendo que eles fizeram morrer na cruz a vosso Filho. Seja o fruto de minha oração, que não termine nunca de chorá-los, até poder bendizer eternamente aquele puríssimo fruto de vosso ventre. Amém.

Sétimo Dia

“Santa Maria, Mãe de Deus”

Não permitais que se perca minha alma comprada com o inestimável preço do sangue de Jesus. Dai-me um coração digno de Vós, para que amando-vos, sejam minhas delícias obsequiar-vos com o Santo Rosário, adorando com ele ao vosso Filho, pelo muito que fez para nossa redenção e pelo que desejou, fazendo-te sua Mãe. Amém.

Oitavo Dia

“Rogai por nós pecadores”

Mãe de piedade! A Vós peço, Mãe do Rei soberano da glória: Vós sois minha Mãe. Alcançai-me humildade e plena confiança, pois deste modo, com o auxílio de Deus, a receber os favores da Divina misericórdia, pelos méritos de vosso Filho e Redentor nosso. Amém.

Nono Dia

“Agora, e na hora de nossa morte”

Estamos sempre prestes a perder a graça de Deus. Fazei com que não se aparte de minha memória ao último momento da vida, que haverá de ser decisivo de minha eterna sorte. Oh, Mãe de piedade! Concedei-me a esperança de morrer sob vossa proteção e no amor de meu Jesus. Amém.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/hoje-comeca-a-novena-a-nossa-senhora-do-rosario-69167

Ensine as crianças a serem felizes, não a serem ricas


Faça-as saber que o valor de uma pessoa não está no que ela tem ou deixa de ter do lado de fora, mas no que ela tem por dentro. Ensine-as a desenvolver boas estratégias e habilidades que as ajudem a compreender quem elas são no mundo.

Essa educação em valores e em emoções apoiará seus sucessos como pessoas e como sociedade. Assim, se uma criança sabe estabelecer limites e respeitar a si mesma, saberá fazer o mesmo com os demais.

Por isso, se quisermos colher, teremos que semear o campo e tentar evitar dar valor ou protagonismo a alguma coisa sem fazer valer princípios moralmente adequados.

Para isso poderemos aproveitar seu desconhecimento e não danificar sua inocência; por exemplo, para uma criança que ainda não compreende a administração do dinheiro, tem mais valor uma pequena moeda do que uma nota. Por quê? Porque as moedas a divertem, podem rodar, elas podem simular uma compra, etc.

Ou seja, as crianças ficam felizes com tudo aquilo que lhes proporcione carinho, diversão e apoio. Somos nós que ensinamos a elas que o valor está no preço e não nas intenções, nas possibilidades ou no carinho.

Como é evidente, geralmente fazemos isso sem querer, com o simples gesto de dar mais importância ou relevância a aquilo que julgamos mais importante, bonito ou divertido.

Em definitiva, o objetivo é que a criança compreenda que as pessoas são as que têm o protagonismo de sua vida, não seus pertences. Do mesmo modo, elas deverão entender que o importante por trás de tudo que tentam fazer é a intenção e o esforço.

Portanto, para alcançar tudo isso, temos que conseguir que entendam o que é o esforço, o que são as boas intenções.

Ser feliz tem pouco a ver com o material

É difícil não cometer erros pelo caminho quando vivemos em um mundo que se move muito bem quando se trata de dinheiro. Entretanto, partimos do princípio de que todos nós queremos que as nossas crianças sejam felizes.

Assim, como a felicidade real se consegue com carinho, com experiências compartilhadas, com amor e com compreensão, o essencial é que ajudemos as nossas crianças a dar tudo de si para que compreendam que as recompensas estão no seu interior.

Oferecemos a vocês algumas ideias simples para estimular que aprendam desde pequenos o valor das coisas:

1. Elaborar uma caixa de tesouros das ruas

É muito importante que a criança tenha uma caixa com coisas que lhe chamam a atenção nos seus passeios pela rua, pelo parque ou pelo bosque. Ou seja, a ideia é que elas possam ter um lugar para guardar aqueles pauzinhos, pedras, pinhas, folhas, flores que tenham chamado sua atenção e que lhes parecem atraentes.

Neste sentido, isto os ajuda não só no nível sensorial, mas também no cognitivo. Elas podem fazer artesanatos, construir contos ou histórias, inventar jogos… São luxos ao alcance de suas mãos.

2. Quando tiver que dar um presente, que seja manual

Estamos tão acostumados a ir à loja para comprar o que for, que já nem sequer fazemos postais ou cartões de aniversário. Os trabalhos manuais nos ajudarão a acabar com esse vício tão materialista, premiando sempre o esforço através da gratidão e da felicidade de outros.

3. Personalizar nossas coisas com um selo pessoal

Elaborando um selo pessoal conseguiremos que cada coisa seja única e insubstituível. Ou seja, quando um brinquedo se quebra, o que irá substituí-lo não poderá significar o mesmo.

Chaves para ensinar o valor do esforço

– A criança deve “merecer” os prêmios. Não é adequado comprar por comprar (ou dar por dar) simplesmente porque gostamos deles, porque eles nos pedem isso ou porque gostam daquilo. Cada coisa deve adquirir um significado positivo, além do material.

– Dê o exemplo. Se as crianças virem que você se esforça e que valoriza aquilo que tem, compreenderão que isso é algo positivo e o assumirão mais facilmente.

– Recompense seu esforço; ou seja, incentive o empenho e dê importância para cada pequeno ganho. Nesse sentido, devemos enfatizar cada pequena decisão através da qual elas assumam o esforço como a via para conseguir aquilo que querem.

– Assinale aquelas situações que forem mais claras nesse sentido e faça-o diariamente. Ou seja, simplifique os valores e coloque-os como protagonistas sempre que puder. Assim, a criança poderá se identificar com eles e isso as ajuda a transportar os aprendizados para elas mesmas.

– Sempre é positivo incorporar contos e histórias, pois são ferramentas muito úteis na hora de implementar valores. Eles as fazem refletir e adequar seus sentimentos a elas mesmas e ao mundo real.

Lembre-se de que, se não somos felizes com o que temos, também não seremos com o que nos falta, pois o verdadeiro valor e a melhor recompensa estão naquilo que pertence à nossa essência e que se guarda no armário do nosso coração.

Fonte: http://pt.aleteia.org/2016/01/20/ensine-as-criancas-o-valor-das-coisas-nao-o-preco/

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

No Dia Internacional da Paz, Francisco indica o caminho da fraternidade

 


O Papa Francisco assinala o Dia Internacional da Paz celebrado pelas Nações Unidas neste 21 de setembro com uma mensagem no Twitter.

“Devemos procurar uma fraternidade real, baseada na origem comum de Deus. O desejo de paz está profundamente inscrito no coração do homem e não devemos resignar-nos com nada que seja menos que isso.”

A fraternidade será o tema da encíclica que o Pontífice assinará no próximo dia 3 de outubro junto ao túmulo de São Francisco de Assis, cujo título é “Fratelli Tutti”.

Trata-se de um dos assuntos que o Santo Padre tem mais a peito, dedicando inclusive uma viagem apostólica para a assinatura, em Abu Dhabi, do Documento sobre a “Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da convivência comum”. Este texto foi assinado também pelo Grão Imame de Al-Azhar, Ahamad al-Tayyib.

 

Moldar a Paz Juntos
Neste dia 21 de setembro, as Nações Unidas escolheram como tema “Moldar a Paz Juntos”.

Em mensagem de vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a data é dedicada “a apelar às partes beligerantes em todos os lugares a depor armas e a trabalhar em prol da harmonia.”

Para o chefe da ONU, “à medida que a pandemia da Covid-19 continua a assolar o mundo, este apelo é mais importante do que nunca.”

Foi por isso que Guterres pediu um cessar-fogo global em março, um apelo que irá repetir na abertura da semana de alto nível da Assembleia Geral na terça-feira, 22.

Para ele, “o mundo enfrenta um inimigo comum, um vírus mortal que está causando imenso sofrimento, destruindo meios de subsistência, contribuindo para as tensões internacionais e agravando os já grandes desafios para a paz e a segurança.”

O secretário-geral também destaca dificuldades causadas pelas medidas de combate à pandemia. Segundo ele, nestes dias de distanciamento físico não é possível ficar próximos uns dos outros. Ainda assim, as pessoas devem permanecer juntas pela paz.

Juntos, conclui António Guterres, os cidadãos do mundo podem “construir um mundo mais justo, mais sustentável e equitativo.”

Via Vatican News Com informações da ONU News

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

CNBB LANÇA TEXTO-BASE DA CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO 2020

 


As diversas coletas e campanhas promovidas pela Igreja no Brasil são momentos de forte sensibilização e mobilização dos fiéis. Ocasião em que a Igreja chama atenção para a vivência da caridade no horizonte da fé cristã. São sinais de co-responsabilidade que manifestam o senso de pertença à comunidade ao mesmo tempo em que oferece os meios necessários para o alívio do sofrimento dos mais pobres.

“Em 2020 o modo de realização das coletas foram impactados pela pandemia da covid-19. O mundo mudou mas nossa missão continua, agora, mais necessária do que nunca. As perspectivas para os próximos meses e anos não são animadoras: aumento da fome, da miséria, do desemprego e de tantas outras situações diante das quais não podemos agir com indiferença e omissão” (Texto-base da Campanha).

Por esta razão a Coleta da Solidariedade e também a Coleta para a Evangelização serão realizadas de modo diferente esse ano. Não somente estas coletas mas também as coletas para os lugares santos e Óbulo de São Pedro sofreram alterações em seu modo de realização.

Neste sentido, o Texto-base da Campanha da Evangelização 2020 ajudará a refletir e a preparar para a realização destas coletas que ocorrerão no segundo semestre de 2020 e que são de fundamental importância para toda a Igreja. “Conscientes do momento difícil que vivemos em nossas comunidades, paróquias e dioceses, somos chamados a colaborar motivados pela generosidade de Cristo” (Texto-base da Campanha).

“É tempo de cuidar da Evangelização!” é o tema da Campanha para a Evangelização deste ano que será realizada em conjunto com a Coleta da Solidariedade. Motivados pelo lema: “Conheceis a generosidade de Cristo.” (2 Cor 8,9), a Igreja no Brasil quer renovar a co-responsabilidade na ação evangelizadora que também necessita de recursos. “Como Igreja somos comunidade que cuida dos pobres; uma comunidade que cuida do anúncio da Palavra; uma comunidade que cuida da vida!” (Texto-base da Campanha).

Uma Comunidade que Cuida dos Pobres, do Anúncio da Palavra e da Vida

A Igreja sempre procurou revelar o amor de Cristo por meio da caridade, essência da identidade cristã. Desse amor, nasceram ao longo da história inúmeras ações de cuidado tais como: hospitais, orfanatos, casas de acolhida, auxílio aos necessitados. “Assim, a Igreja se torna presença concreta junto aos pobres, sendo uma voz profética, de denúncia dos sinais de morte, característico de uma sociedade marcada pela indiferença e egoísmo” (Texto-base da Campanha). E para melhor organizar a caridade e servir a vida, em momentos de crise e calamidade, a Igreja sempre convoca todos os fiéis, e com eles homens e mulheres de boa vontade, a fim de unirem-se em torno da solidariedade fraterna em vista daqueles que mais sofrem.

O texto-base não deseja outro fim senão relembrar e redespertar o caminho da caridade vivido pela Igreja e ao mesmo tempo estimular e dá continuidade a inúmeras iniciativas de amor ao próximo, promovidas por meio de duas importantes campanhas realizadas na Igreja do Brasil: Campanha da Fraternidade e a Campanha para a Evangelização. Dessas campanhas, nasceram dois gestos concretos: a coleta da solidariedade, realizada no domingo de Ramos e a coleta para a Evangelização, realizada no 3º domingo do advento.

Coleta do Bem a ser realizada durante a solenidade de Cristo Rei (21 e 22 de novembro) será o grande gesto concreto da Campanha “É tempo de cuidar da Evangelização” que tem como objetivo mobilizar a comunidade, os homens e mulheres de boa vontade, a redescobrir a generosidade do amor de Cristo e revelá-la ao mundo por meio desse gesto concreto.

Com esses recursos, a Igreja continuará apoiando diversas iniciativas em favor da vida e da evangelização. Iniciativas que dão origem a belos processos de solidariedade, aliviam sofrimentos e cuidam da vida em plenitude. “É solidário o coração que ama. É solidário o coração que traz em si os mesmos sentimentos de Cristo. Generoso e solidário é o coração de quem não se cansa de fazer o bem” (Texto-base da Campanha).

Como será feito os repasses às (Arq)dioceses, prelazias e regionais?

Além do tradicional modo de contribuição durante as celebrações foi criada uma página para doações que será disponibilizada pelas redes sociais: doe.campanhas.cnbb.org.br.  É a digitalização das campanhas. O doador fará um pequeno cadastro e escolherá a melhor forma de fazer a doação: via boleto ou cartão de crédito. O desejo é favorecer ao doador concedendo a ela uma possibilidade a mais de participar.

O doador identificará qual o município de onde estará efetuando a doação. Estas informações são processadas e vinculadas ao SERVICO, sistema da CNBB que fará a identificação município-diocese. Feita a identificação será enviado um relatório a cada bispo apresentando os valores arrecadados e de quais municípios vieram. Em seguida o setor financeiro da CNBB fará o depósito devido a cada diocese e regional num prazo de até 21 dias após a doação.

Neste site será possível encontrar alguns testemunhos de onde os recursos estão sendo aplicados, bem como a prestação de contas de toda campanha. É um esforço em conjunto para a divulgação das ações da Igreja no Brasil de forma transparente a fim de que todos possam participar mas também acompanhar as ações de cuidado evangelizador da Igreja Católica no Brasil.

Este ano não haverá um envelope específico, porém, os envelopes enviados para a coleta da solidariedade que não foram utilizados, poderão ser distribuídos agora. Com isso, além de reforçarmos o cuidado ecológico reutilizando os envelopes da coleta da solidariedade, haverá uma economia significativa e, com estes recursos, continuam-se as obras de cuidado da Igreja no Brasil.

Participe conosco! É tempo de cuidar da Evangelização.



quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Francisco: o contemplativo tornar-se guardião do meio ambiente


“Para sair de uma pandemia, é preciso cuidar-se e cuidar uns dos outros. Temos de apoiar aqueles que cuidam dos mais frágeis, dos doentes e idosos. Existe o hábito de deixar os idosos de lado. De abandoná-los. É feio isso.” Estas foram as palavras iniciais proferidas pelo Papa Francisco na catequese da terceira Audiência Geral pública, desde o início da pandemia de coronavírus, realizada no Pátio São Dâmaso, nesta quarta-feira (16/09).

“Curar o mundo. Cuidar da Casa comum e atitude contemplativa” foi o tema deste encontro semanal em que o Pontífice ressaltou que os “cuidadores desempenham um papel essencial na sociedade de hoje, embora com frequência não recebam o reconhecimento nem a remuneração que merecem. O cuidado é uma regra de ouro da nossa condição humana e traz consigo saúde e esperança. Cuidar de quem está doente, de quem precisa, de quem é deixado de lado. Esta é uma riqueza humana e cristã”.


A contemplação cura a alma
Devemos dirigir este cuidado também à nossa Casa comum: à terra e a cada criatura. Todas as formas de vida estão interligadas, e a nossa saúde depende daquela dos ecossistemas que Deus criou e dos quais nos encarregou de cuidar. Por outro lado, abusar deles é um pecado grave que nos prejudica e nos faz adoecer. O melhor antídoto contra este uso impróprio da nossa Casa comum é a contemplação. Mas como! Não existe uma vacina para isso? Para a cura da Casa comum? Para não deixá-la de lado? Qual é o antídoto contra a doença de não cuidar da Casa comum?

Segundo o Pontífice, “quando não se aprende a parar a fim de admirar e apreciar o que é belo, não surpreende que tudo se transforme em objeto de uso e abuso sem escrúpulos. Um objeto que se usa e joga fora. No entanto, a nossa Casa comum, a criação, não é um mero ‘recurso’. As criaturas têm um valor em si e ‘refletem, cada uma à sua maneira, um raio da infinita sabedoria e bondade de Deus’. Este valor e este raio de luz divina devem ser descobertos e, para os descobrirmos, precisamos de silêncio, escuta e contemplação. A contemplação cura a alma”.


Trabalho não é sinônimo de exploração
Francisco disse que “sem contemplação, é fácil cair num antropocentrismo desequilibrado e soberbo, eu no centro de tudo, o que sobredimensiona o nosso papel de seres humanos, posicionando-nos como dominadores absolutos de todas as outras criaturas. Uma interpretação deturpada dos textos bíblicos sobre a criação contribuiu para esta interpretação errada, o que leva a explorar a terra a ponto de a sufocar. Explorar a criação. Este é o pecado. Acreditamos que estamos no centro, pretendendo ocupar o lugar de Deus, e assim arruinamos a harmonia da criação, a harmonia do desígnio de Deus”. E acrescentou:


Tornamo-nos predadores, esquecendo a nossa vocação de guardiães da vida. Sem dúvida, podemos e devemos trabalhar a terra para viver e para nos desenvolvermos. Mas trabalho não é sinônimo de exploração, e é sempre acompanhado pelo cuidado: lavrar e proteger, trabalhar e cuidar. Esta é a nossa missão. Não podemos pretender continuar crescendo a um nível material, sem cuidarmos da Casa comum que nos acolhe. Os nossos irmãos mais pobres e a nossa mãe terra gemem pelos danos e injustiças que causamos, e reclamam outro rumo. Pedem uma conversão, mudança de estrada. Cuidar também da terra, da criação.


“É importante recuperar a dimensão contemplativa. Olhar para a terra, a Criação como um dom, não como algo a ser explorado para o meu proveito. Quando contemplamos, descobrimos nos outros e na natureza algo muito maior do que a sua utilidade. Aqui está o centro do problema. Contemplar é ir além da utilidade de uma coisa. Contemplar o belo não significa explorar. É contemplar. É gratuito. Descobrimos o valor intrínseco das coisas que lhes foram conferidas por Deus. Como muitos mestres espirituais ensinaram, o céu, a terra, o mar, cada criatura possui esta capacidade icônica ou mística de nos reconduzir ao Criador e à comunhão com a criação”, disse o Papa.

Cada um de nós deve ser guardião do ambiente
Segundo o Pontífice, “a contemplação, que nos leva a uma atitude de cuidado, não significa olhar para a natureza de fora, como se não estivéssemos imersos nela. Estamos dentro da natureza! Fazemos parte da natureza! Pelo contrário, faz-se a partir de dentro, reconhecendo-nos como parte da criação, tornando-nos protagonistas e não meros espectadores de uma realidade amorfa que só se trataria de explorar”.

“Tem uma coisa que não devemos nos esquecer”, frisou o papa. “Quem não sabe contemplar a natureza e a criação, não sabe contemplar as pessoas em suas riquezas e quem vive para explorar a natureza, acaba explorando as pessoas e as trata como escravas. Esta é uma lei universal. Se você não sabe contemplar a natureza, é difícil que saberá contemplar as pessoas. A beleza das pessoas, o irmão , a irmã, todos nós.” A seguir, acrescentou:


Quem sabe contemplar, começará mais facilmente a trabalhar para mudar aquilo que produz degradação e danos para a saúde. Compromete-se a educar e a promover novos hábitos de produção e de consumo, a contribuir para um novo modelo de crescimento econômico que garanta o respeito pela Casa comum e o respeito pelas pessoas. O contemplativo em ação tornar-se guardião do meio ambiente. É bonito isso! Cada um de nós deve ser guardião do ambiente, da pureza do ambiente, procurando conjugar saberes ancestrais de culturas milenares com novos conhecimentos técnicos, a fim de que o nosso estilo de vida seja sustentável.


Relação fraterna com a criação
Contemplar e cuidar: eis duas atitudes que indicam o caminho para corrigir e reequilibrar a nossa relação de seres humanos com a criação. Muitas vezes a nossa relação com a criação parece ser uma relação entre inimigos. Destruir a criação para o meu benefício. Não podemos nos esquecer que isso se paga caro. Não nos esqueçamos o ditado espanhol: “Deus perdoa sempre, nós perdoamos às vezes, a natureza não perdoa nunca”. Hoje, li no jornal sobre as duas grandes geleiras da Antártica, perto do Mar de Amundsen. Estão prestes a cair. Será terrível, porque o nível do mar aumemntará e isso irá trazer muitas, muitas dificuldades e muito mal. E por que? Por causa do aquecimento, do não cuidar do meio ambiente, não cuidar da Casa comum. Por outro lado, quando temos esta relação – deixe-me dizer a palavra – “fraterna”: é uma figura; uma relação “fraterna” com a criação, nos tornamos guardiães da Casa comum, guardiães da vida e guardiães da esperança. Protegemos a herança que Deus nos confiou para que as gerações futuras possam desfrutá-la. E alguém pode dizer: “Mas eu vivo assim”. O problema não é como você administra hoje – isso foi dito por um teólogo alemão, protestante, bom: Bonhoeffer – o problema não é como você administra hoje; o problema é: qual será a herança, a vida da geração futura? Pensemos nas crianças, nos netos: o que deixaremos se exploramos a criação? Vamos proteger este caminho. Preservemos a herança que Deus nos confiou, para que as gerações futuras possam usufruir dela”, disse Francisco, acrescentando:


Penso de forma especial nos povos indígenas, com os quais todos nós temos uma dívida de gratidão, mas também de penitência, para consertar o mal que fizemos a eles. Mas penso também nos movimentos, associações e grupos populares que estão comprometidos em proteger o próprio território com os seus valores naturais e culturais. Estas realidades sociais nem sempre são apreciadas, às vezes são até impedidas, mas na realidade contribuem para uma revolução pacífica, a “revolução do cuidado”. Contemplar para curar. Contemplar para cuidar. Contemplar para proteger, proteger a Criação, os nossos filhos, netos e proteger o futuro. Contemplar para curar e proteger e deixar uma herança para a geração futura.


O Papa concluiu, dizendo que “não é necessário delegar a alguns a tarefa que compete a cada ser humano. Cada um de nós pode e deve se tornar um ‘guardião da Casa comum’, capaz de louvar a Deus por suas criaturas, contemplando-as e protegendo-as”.

Mariangela Jaguraba – via Vatican News

 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ: SOLENIDADE QUE EXPRESSA O AMOR SUPREMO DE DEUS PELO SEU POVO


Nesta celebração, se recorda a tradição da cruz encontrada por volta dos anos 300 em Jerusalém por Santa Helena, a dedicação das Basílicas do Gólgota e do local do sepultamento e ressurreição de Jesus

Nesta segunda-feira, 14 de setembro, a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Solenidade em que se recorda a tradição da cruz encontrada por volta dos anos 300 em Jerusalém por Santa Helena, a dedicação das Basílicas do Gólgota e do local do sepultamento e ressurreição de Jesus. Neste dia, também se faz memória da vitória de Heraclio sobre os persas em 630, dos quais foram arrebatadas as relíquias da cruz, solenemente transportadas para Jerusalém.

Em artigo publicado no portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG), dom Eurico dos Santos Veloso destaca que a Festa da Exaltação da Santa Cruz é fonte da santidade e símbolo da libertação, onde através da morte de Jesus na cruz, revela a vitória da Vida sobre o pecado, a morte e o mal.

Segundo dom Eurico, a essência principal da festa é recordar e vivenciar a Paixão de Jesus. “É exaltar a Cruz que condenou e esmagou o pecado em cada um de nós; é recordar dos cravos encravados nas mãos d‘Aquele que apagou o castigo do mal em cada um de nós. Afinal, todo aquele que olha a Cruz encontra Jesus Cristo que, ‘existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz’ (Fl 2,6-8)”, destaca.

O bispo cita o trecho de Jo 3,14-16 que fala que tudo isso foi realizado por Amor, com Amor e pelo Amor, pois “do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”.

Dom Eurico aponta ainda no artigo “que possamos reconhecer, verdadeiramente, a profundidade do amor de Jesus por nós e pela humanidade, inspirando através deste ato de Amor, replicar a entrega deste mesmo Amor pelos nossos irmãos através da redenção e felicidade”.



quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Especial coleta “Pró Terra Santa”, 13 de setembro

 


As ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”, uma ajuda que há séculos se destina aos cristãos do Oriente Médio. Para esta ocasião, acompanhados pelo Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, oferecemos-lhe um especial dedicado à história e às atividades da Custódia, que há mais de 800 anos se compromete a sustentar a presença cristã na terra de Jesus. Apresentamos um especial realizado por Christian Media Center.

Especial Coleta “pró terra santa”

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

“Preservar a história, guardar a história significa guardar a memória. O nosso é um tempo que vive muito no presente e, portanto, mesmo as pessoas, as escolhas que as pessoas fazem, ou mesmo as comunidades, os povos e nações, hoje tendem a esquecer a própria história, a perder as próprias raízes. A memória, a história, as raízes são fundamentais”.

História, raízes, memória: as da Custódia da Terra Santa remontam há mais de 800 anos. Quando São Francisco de Assis enviou seus frades para estabelecer a “Província de Além Mar”. Pouco depois, eles mesmos receberiam um mandato claro: guardar – em nome da Igreja Católica – os Lugares Santos, testemunhas da vida, morte e Ressurreição de Jesus.

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

Nós temos em nossos arquivos documentos muito preciosos: as bulas papais – incluindo a bula de 1342 com a qual o Papa Clemente VI, de Avinhão, na prática, estabelece a Custódia da Terra Santa -, mas também as bulas anteriores. Para nós têm um duplo valor: por um lado, remetem à nossa história, por outro, têm um valor muito concreto porque nos permitem documentar a nossa presença… também quando, às vezes, acontecem algumas disputas, que requerem a apresentação dos documentos que demonstram porque estamos aqui.

Um dos momentos chave desta longa história é representado pelo encontro de 1219 entre São Francisco e o Sultão do Egito Al Malek Al Kamel em Damietta, no Delta do Nilo. Enquanto a Quinta Cruzada se alastrava por todos os lados, esse diálogo pacífico entre dois mundos moldou profundamente o estilo dos frades da Custódia.

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

As indicações que Francisco dá são sucessivas ao encontro com Sultão. Sobretudo a primeira parte em que diz “não fazer litígios ou disputas” e de colocar-se à serviço de todos com uma clara identidade cristã, parece-me ser uma indicação que, para nós, ao longo destes oito séculos, realmente serviu como uma diretriz.

AS NOVAS GERAÇÕES

A educação e o crescimento das novas gerações são alguns dos campos aos quais a Custódia da Terra Santa dedica maior atenção. Uma atividade diária que se concretiza nas 15 escolas que dirige em 5 países, frequentadas por 11.000 alunos e 1.100 professores.

As escolas são instrumentos fundamentais para garantir à população local a possibilidade de acesso à formação cristã – de outra forma impossível de se encontrar nesta terra – mas ao mesmo tempo são lugares nos quais se vive o encontro com os alunos e professores de outras religiões e confissões cristãs.

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

“Em muitas de nossas escolas há um forte componente muçulmano, ainda assim é possível compartilhar, viver juntos. Com os cristãos de outras confissões fazemos juntos a hora da religião: e é uma hora da religião cristã, de uma perspectiva ecumênica, onde se busca também conhecer algumas diferenças e particularidades que uma Igreja tem em relação à outra”.

Fr. IBRAHIM FALTAS, ofm – Diretor das Escolas Terra Santa

“Há uma bela convivência e um belo diálogo ecumênico em nossas escolas. Vivemos essa convivência praticamente todos os dias”.

Um cuidado amoroso, dos franciscanos, que não negligenciam nem mesmo os alunos com necessidades especiais: eles são acolhidos nas escolas para que possam superar as suas dificuldades e dar um sorriso aos seus rostos.

A pandemia do Coronavirus não conseguiu impedir a atividade educacional franciscana. Por meio da educação a distância, os professores conseguiram transpor as barreiras do medo e por meio de sua competência continuaram dando aulas aos alunos, obtendo resultados realmente satisfatórios.

As Escolas Terra Santa cobrem todos os níveis escolares, do jardim de infância ao ensino superior. A maior parte dos estudantes continua então a própria carreira escolar na universidade.

Fr. IBRAHIM FALTAS, ofm – Diretor das Escolas Terra Santa

“Frequentemente temos alunos que entram com três anos de idade e seguem até concluir os estudos universitários. Também oferecemos muitas bolsas”.

GEORGE HLEIS

“Eu terminei a universidade ano passado … ali mesmo, no Monte das Oliveiras”

O objetivo é claro: permitir que os cristãos locais estudem em sua própria terra, para evitar que decidam se mudar para o exterior para se formar e, depois, talvez, para viver.

Todos os anos, um total de 500 bolsas são concedidas, mantidas por dois programas diferentes que cobrem a totalidade ou parte das despesas escolares.
O público-alvo são os alunos com baixo nível de renda familiar que mantêm uma média de notas elevada.

Fr. PETER VASKO, ofm – Custódia Terra Santa – Fundação Franciscana para a Terra Santa

95% desses estudantes agora trabalham nos setores jurídico, médico, contábil e de engenharia. E quando vemos os jovens se profissionalizando e sendo verdadeiramente gratos à Custódia Franciscana, nosso coração se enche de alegria.

GEORGE HLEIS

Há muitos jovens que não gostam da situação atual, gostariam de ir para o exterior em busca de melhores oportunidades. Também pensei nisso, mas amo estar na terra onde Jesus viveu.

Fr. PETER VASKO, ofm – Custódia Terra Santa – Fundação Franciscana para a Terra Santa

É extremamente importante perceber que, se queremos que os cristãos fiquem aqui, devemos dar-lhes uma motivação, incentivos: essa motivação e esses incentivos surgem da possibilidade de acesso ao ensino universitário.

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

Entre as escolas há uma, a escola de música “Magnificat”, que tem a particularidade de ver juntos judeus, cristãos e muçulmanos. E isso ajuda a compreender ainda mais o valor que têm não apenas as escolas, mas também as artes, porque através da música se cria o diálogo, através da música e através daquele que o Papa João Paulo II chamou de “o caminho da beleza”, “o caminho da ‘arte’, se chega ao compartilhamento de valores e também ao fazer juntos, algo de muito belo.

Fr. ALBERTO PARI, ofm – Diretor da escola de música “Magnificat”

É um grande projeto da Custódia da Terra Santa, e é uma escola aberta a todos: a maioria dos alunos é cristã, mas também há muçulmanos e judeus. Temos a grande esperança de formar uma geração de músicos sem fronteiras.

UMA CASA PARA OS MAIS NECESSITADOS

As pedras e as pessoas, o azeite e a casa … e a gratidão em virtude da missão dos Frades franciscanos. Se em meados do século passado a Custódia da Terra Santa oferecia “pão e azeite” como ajuda quotidiana nas suas paróquias, hoje, por conta das diferentes necessidades da população, fornecer alojamento ou uma habitação para uma vida digna tornou-se um meio de manter viva a presença cristã na Terra Santa.

GRAZIELLA QAMAR – Moradora da cidade antiga de Jerusalém

“Esta casa é toda a minha vida. Esta casa é um lugar especial para mim e não poderia nunca deixá-la. Meu filho Musa tentou várias vezes me persuadir a ir morar fora do país, mas sempre respondi com recusa absoluta”.

A Custódia da Terra Santa oferece mais de 582 casas em Jerusalém – distribuídas dentro e ao redor da cidade antiga – Também 72 casas em Belém, abrigando cerca de 2.050 pessoas.

Até o momento são mais de 700 os pedidos de moradia, dos quais pelo menos 250 são urgentes.

Os frades franciscanos na Terra Santa não se limitam apenas a guardar e conservar as Pedras desses lugares, mas também cuidam das pedras vivas, isto é, dos cristãos locais e especialmente daqueles que se encontram em condições difíceis. Um exemplo desse compromisso é representado pela Casa da Criança de Belém, fundada em 2007, que hoje acolhe mais de 24 crianças e adolescentes que se encontram em condições particulares de vulnerabilidade social.

JOSEPH SAYEH – Belém

“Meu pai está doente, tem muitos problemas de saúde e não trabalha. Graças a Deus minha mãe encontrou um emprego recentemente. Nossa casa é muito pequena e todos juntos não cabemos nela, mas graças a Deus comemos, bebemos e estamos vivos”.

Os frades franciscanos vivem e trabalham em alguns dos contextos de crise mais difíceis do mundo, como a Síria. A Custódia da Terra Santa também está presente aqui, onde é ainda mais forte o empenho para estar junto da população – em particular a cristã – atingida pela guerra e por uma grave crise econômica, pelas perseguições e pelas dificuldades de ser minoria, que levam centenas de milhares de pessoas a fugir.

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

“É preciso também levar em conta o dar a vida: os frades ao longo da história o fizeram de muitas maneiras, o fizeram enquanto permaneciam em momentos difíceis de perseguição, em momentos de pandemia como os da peste e da cólera . Hoje nos encontramos em outro momento difícil, porque justamente para quem está na Síria o problema da guerra e da crise econômica também se soma o problema da pandemia”.

A falta de um bem essencial, como uma casa para morar, afetou nas últimas semanas a capital libanesa, Beirute, onde a terrível explosão de agosto que destruiu a área ao redor do porto gerou 300.000 desalojados. A Custódia, presente no Líbano com quatro conventos, está fazendo todo o possível para dar sua própria contribuição ativa à reconstrução.

Na Síria, desde 2017, a Custódia ajuda a população local a reconstruir ou reformar as casas atingidas pela longa guerra iniciada em 2011. O faz em pequenas cidades por meio dos párocos, e em particular em Aleppo em colaboração com a Associação Pró Terra Sancta. Já são 700 as casas reconstruídas.

Moradora
“Após a explosão, todo o prédio desabou, não sobrou nada. Felizmente, naquele momento, não estávamos por perto. Não conseguimos tirar nada da nossa casa. Fugimos e alugamos outro apartamento”. “Estávamos em casa quando a parede caiu. Era uma hora da tarde… uma sexta-feira … de 2013. Logo após o desabamento fugimos. Agora estamos felizes, muito felizes”

SANTUÁRIOS E PEREGRINOS

Mas a primeira e fundamental missão dos franciscanos permanece sempre a mesma: guardar os Lugares Santos. São 80 os santuários presentes nas atuais fronteiras de Israel, Palestina, Jordânia e Síria.

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa</b.

“Nós devemos sempre lembrar aquele que é o mandato do Papa Clemente VI de 1342, que nos pede para estar nos santuários, para habitar nos santuários”.

Do Monte Nebo, lugar de onde Moisés contemplou a Terra Prometida …
…aos santuários da vida, paixão e morte de Jesus

Jerusalém é considerada o coração da Terra Santa

No Monte das Oliveiras, os Santuários da Paixão: o pranto e o lamento de Jesus sobre Jerusalém são celebrados na igreja do Dominus Flevit, que oferece uma das vistas mais significativas da Cidade Santa.

Poucos metros abaixo, ao lado do jardim das oliveiras, está a Basílica do Getsêmani, lugar da agonia de Jesus na Sexta-Feira Santa antes de ser preso.

Dentro das Muralhas de Jerusalém, os peregrinos repercorrem as XIV estações da Via Crucis. Uma prática iniciada pelos franciscanos em 1600 e que se repete todas as sextas-feiras até hoje.

Mas, para os cristãos, Jerusalém tem um coração: a Basílica do Santo Sepulcro, onde estão o Calvário e o Túmulo de Cristo.

A abertura da Basílica acontece bem cedo, às 4 da manhã: as três comunidades cristãs por ela responsáveis – a católica ou latina, representada pelos frades franciscanos, os ortodoxos gregos e os armênios – juntas abrem suas grandes portas: dia e noite celebram alternadamente nas diferentes partes da igreja e nos espaços comuns como o Túmulo e o Calvário.

No entanto, depois de anos de fortíssimo crescimento, em 2020 o número de peregrinos foi a zero devido à propagação do Coronavirus e o conseqüente fechamento das fronteiras: não há mais grupos em toda a Terra Santa, não há mais longas filas para acessar os santuários, que por muito tempo permaneceram fechados aos fiéis e que agora aparecem quase vazios … assim como as ruas das cidades.

Fr. SALVADOR ROSAS FLORES, ofm – Presidente Convento Santo Sepulcro

“A esperança sempre nos acompanhou, apesar de a porta estar fechada, a esperança de abri-la, de acolher de novo os cristãos, de mostrar os lugares santos, de os levar nós mesmos ao interior. Esta esperança permanece entre nós, entre nós frades, entre os cristãos. Devemos ser cautelosos, é claro, o Senhor muito nos recomenda. A esperança terá que ser enriquecida com o tempo”.

A pagar pelas consequências da pandemia está também a rede das “Casas Novas”, que são geridas pela Custódia criadas precisamente para acolher um número de peregrinos que continuaram a crescer nas últimas décadas.

Fr. IBRAHIM FALTAS, ofm – Diretor Casa Nova – Jerusalém

“Casa Nova, a casa dos peregrinos. A Casa Nova é o lugar preferido de todos os peregrinos que vêm visitar a Terra Santa, os Lugares Sagrados. Temos Casas em Jerusalém, Belém, Nazaré, Tiberíades, Tabor e Ein Karem, todas essas Casas Novas para os peregrinos que vêm aqui”.

Boa estrutura de recepção, quartos com banheiros, restaurantes. As instalações da Casa Nova de Nazaré e as demais, sempre ofereceram serviços de boa qualidade aos peregrinos. Após 11 de março, devido à pandemia se esvaziaram completamente.
Fr. CARLOS MOLINA, ofm – Diretor Casa Nova – Nazaré

“Isso significa que não houve receita financeira para a Casa Nova. Não haviam obras para a Custódia, nem para sustentar os Santuários, mas sobretudo não haviam mais rendimentos para os trabalhadores da Casa Nova”.

ELIANA GHAWALI – Gerente de reservas Casa Nova – Belém

“Este ano deveriam ter vindo muitas pessoas, tínhamos reservas feitas para todos os meses! Infelizmente em março tivemos que fechar por causa do coronavírus, e até agora a casa está fechada, não trabalhamos mais”.

Fr. SEVERINO LUBECKI, ofm – Diretor Casa Nova – Ein Kerem

“É claro que a estrutura não pode ser abandonada: deve ser mantida, deve ser limpa todos os dias, a manutenção de rotina deve sempre ser feita no interior”.

Fr. FRANCESCO PATTON, ofm – Custódio da Terra Santa

“Somos uma ordem mendicante, como franciscanos, assim São Francisco nos ensinou que devemos pedir com confiança e acolher com gratidão. Daquilo que recebemos, também prestamos conta. Porque todos os anos no site da Custódia, no site dos Comissários da Terra Santa, no site da Congregação para as Igrejas Orientais, é publicada a lista das obras que fazemos em grande parte graças à Coleta da Sexta-Feira Santa, ou Coleta Pró Terra Santa, que este ano se realiza no dia 13 de setembro. Por isso, todos os anos pedimos a ajuda, o apoio também econômico de todos os cristãos do mundo, e depois agradecemos o que os cristãos de todo o mundo nos dão como expressão da sua proximidade, da sua solidariedade e do seu amor”.

Via Vatican News