segunda-feira, 25 de maio de 2020

Fiéis de Santa Catarina celebram primeiro mês do retorno das missas presenciais


Pouco a pouco as missas com a presença de fiéis vai aumentando nas dioceses brasileiras e Santa Catarina é uma delas, onde, há quase um mês os fiéis podem participar das missas seguindo as orientações dadas pelas autoridades de saúde para seguir prevenindo o avanço da Covid-19 no país.
No próximo dia 25 de maio, a Paróquia São Luís Gonzaga, localizada em Brusque, Santa Catarina, é uma das que celebrará um mês de retorno das missas com a presença dos fiéis. Já bem perto de celebrar a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e a Festa do Padroeiro, Pe. Diomar Romaniv comemora a possibilidade de realizar as atividades litúrgicas com a participação das pessoas e avalia de forma positiva esse primeiro mês de celebrações na igreja matriz.
Segundo o pároco, as normas sanitárias impostas para diminuir do contágio do novo coronavírus não foram obstáculos para realizar a missa.
“Mesmo com um número reduzido de fiéis, a missa está sendo um momento profundo de encontro com Jesus. De maneira muito forte, sentimos a alegria, a paz e a esperança, que são dons do Ressuscitado. Há muitos testemunhos de alegria e emoção dos fiéis em poder receber a Eucaristia e ver a igreja aberta para a oração pessoal”, destacou.
Segundo o presbítero, desde o início, a retomada das celebrações estiveram marcadas pela serenidade, compreensão e colaboração dos fiéis.
“O atendimento na secretaria e as confissões também foram adaptadas para este momento, e tudo tem acontecido de forma serena”, pontou.
“Não tivemos nenhuma grande dificuldade para cumprir as orientações, ao contrário, algumas novas sugestões foram dadas e acolhidas para melhor cuidarmos da vida de cada um. De princípio achamos que viriam muitas pessoas e nossa maior preocupação era com o número limitado de fiéis autorizados para cada missa que era de 180, mas até agora também isso está bem controlado”, disse ainda o sacerdote.
O Governador do Estado de Santa Catarina autorizou a abertura das igrejas no dia 20 de abril e no dia seguinte a Arquidiocese de Florianópolis emitiu as orientações para as paróquias que quisessem voltar com as celebrações presenciais. De acordo com a arquidiocese, cada paróquia é livre para decidir se a igreja tem condição de seguir as normas sanitárias para que possa ser aberta. Entre as orientações a serem seguidas, estão: a ocupação da igreja não deve ultrapassar 30% da capacidade, é obrigatório o uso de máscara, de álcool gel e a igreja deverá ser continuamente higienizada.
“Não abrimos de imediato: durante a semana nos organizamos e retomamos as celebrações no sábado e domingo, 25 e 26 de abril. Primeiro estudamos todas as regras e avaliamos como cumpri-las; elaboramos uma série de orientações práticas para a limpeza e organização do templo, para a acolhida e orientação dos fiéis, e para as diversas funções na liturgia; enviamos essas orientações para a Polícia Militar que deu ciência e atestou nossos encaminhamentos”, afirmou.
“Quando retornamos com as missas meu coração se encheu de uma paz tão profunda, uma alegria e uma emoção que transbordava do coração. O Evangelho daquela celebração era o dos discípulos de Emaús (Lc 24,23-35) e foi significativo reconhecer o Ressuscitado presente na comunidade reunida, na fração do pão e na Palavra. As máscaras dos fiéis não permitiam ver o sorriso de cada um, mas os olhos cheios de lágrimas testemunhavam a emoção, a alegria e a gratidão de retornar à igreja e receber a Eucaristia”, disse padre Diomar.
O pároco contou que para celebrar o mês de maio, em agradecimento a intercessão de Nossa Senhora, foi organizado um jardim para Maria, no espaço dedicado a ela na igreja. “Muitas flores têm chegado e sempre, durante o dia, antes e depois das celebrações, as pessoas vão até este lugar para fazer seu momento devocional”.
A paróquia possui 12 capelas e as missas estavam acontecendo apenas na matriz, mas voltarão a ter lugar nas localidades entre os dias 30 e 31 de maio.
As celebrações continuam sendo transmitidas diariamente através das mídias sociais, e no sábado e domingo também pela televisão e emissoras de rádio da região. Continuam suspensas as ações pastorais, como catequese, e também as celebrações dos seguintes sacramentos: Batismo, Matrimônio, Crisma e Primeira Comunhão.
Padre Diomar destacou que as igrejas das comunidades voltarão a celebrar as missas presenciais providencialmente na Solenidade de Pentecostes. “É um tempo bonito, cheio de graças e bênçãos de Deus. Queremos acolher o dom do Ressuscitado, iluminados pela sua luz e conduzidos pela sua força, que é o Espírito Santo”, concluiu Pe. Diomar.
Via ACI Digital


quinta-feira, 21 de maio de 2020

O Papa: a missão é um dom gratuito do Espírito, não o êxito de estratégias


O anúncio do Evangelho é “uma coisa diferente de qualquer proselitismo político ou cultural, psicológico ou religioso”. A missão é um dom gratuito do Espírito e não pode ser confiada a “percursos sofisticados e trabalhosos de formação”, nem ser confiada a “sistemas eclesiásticos” que “parecem absorvidos pela obsessão de se promover a si mesmos e às suas iniciativas”, talvez “em chave publicitária”. Francisco volta a refletir sobre os fundamentos da missão cristã com uma mensagem às Pontifícias Obras Missionárias (POM), divulgada nesta quinta-feira (21/05), que deveriam ter se reunido em Roma para a assembleia geral anual, adiada devido à pandemia de coronavírus.

Fundamentos da missão

Francisco recorda que o “delineamento mais íntimo” da missão da Igreja é “o de ser obra do Espírito Santo, e não consequência das nossas reflexões e intenções”. Receber a alegria do Espírito “é uma graça” e também “a única força que podemos ter para pregar o Evangelho”. A salvação “não é consequência das nossas iniciativas missionárias, nem dos nossos discursos sobre a encarnação do Verbo”, mas “pode vir para cada um mediante o olhar do encontro com Ele, que nos chama” e, portanto, ser a consequência e o reflexo de alegria e gratidão. Anuncia o Evangelho que testemunha a obra de Outro.
Traços distintivos

Retomando-os da Exortação Evangelii gaudium, Francisco descreve os “traços distintivos da missão”. Primeiramente, a atração: “a Igreja cresce no mundo, não por proselitismo, mas por atração”, e “quando uma pessoa segue feliz Jesus, porque se sente atraída por Ele, os outros dão-se conta disso; e podem maravilhar-se”.
Outros traços distintivos são a gratidão e gratuidade, porque o “ardor missionário nunca se pode obter em consequência de um raciocínio ou de um cálculo” ou porque há uma obrigação nesse sentido, mas é “um reflexo da gratidão”. A seguir, a humildade, porque “se a felicidade e a salvação não são nossa possessão nem uma meta alcançada pelos nossos méritos, o Evangelho de Cristo só pode ser anunciado com humildade”, sem arrogância. Há também a característica do facilitar, não complicar: o trabalho missionário autêntico não acrescenta “pesos inúteis às vidas já afadigadas das pessoas”, e não impõe “percursos sofisticados e trabalhosos de formação para usufruir daquilo que o Senhor concede com facilidade”. Outros traços distintivos são a aproximação à vida real, porque a missão “alcança as pessoas sempre onde estão e como estão, nas suas vidas reais”. O “sensus fidei” do povo de Deus e a predileção pelos humildes e os pobres que “para a Igreja não é uma opção facultativa”.

Talentos a serem desenvolvidos

Olhando ao futuro, Francisco recorda que as Pontifícias Obras Missionárias “nasceram espontaneamente do ardor missionário manifestado pela fé dos batizados” e estão ligadas ao sensus fidei do Povo de Deus. As Obras Missionárias avançaram sobre os “trilhos” da oração e da caridade. Elas sempre foram estimadas pela Igreja de Roma e sua vocação nunca foi vivida e sentida como um caminho alternativo, uma pertença «externa» relativamente às formas comuns da vida das Igrejas particulares. Tornaram-se uma rede espalhada por todos os Continentes: “Uma pluralidade que pode proteger contra assimilações ideológicas e unilateralismos culturais”.

Armadilhas a evitar

O Papa enumera algumas patologias que pairam no caminho das Pontifícias Obras Missionárias. A primeira é a autorreferencialidade, com o risco de prestar atenção à sua autopromoção e celebrar as próprias iniciativas em chave publicitária. Depois, há a ânsia de comando, ou seja, a pretensão de “exercer funções de controle sobre as comunidades que deveriam servir”. Depois, a patologia do elitismo, “a ideia tácita de pertencer a uma aristocracia”. A seguir, o isolamento do povo, “visto como uma massa inerte, que precisa incessantemente de ser reanimada e mobilizada” (…) “como se a certeza da fé fosse consequência de um discurso persuasivo ou de métodos de preparação”. Outras armadilhas são representadas pela abstração e pelo funcionalismo, porque se aposta tudo na “imitação dos modelos mundanos de eficiência”.

Conselhos para o caminho

Francisco sugere às Pontifícias Obras Missionárias para salvaguardar ou redescobrir a sua inserção “no seio do povo de Deus”, imergindo-se na vida real das pessoas e entrelaçando-se com a rede eclesial de dioceses, paróquias, comunidades e grupos. Ele pede às POM para permanecerem ligadas “às práticas da oração e da coleta de recursos para a missão”, buscando também novos caminhos, mas sem “complicar o que é simples”. As Pontifícias Obras Missionárias “são e devem comportar-se como um instrumento de serviço à missão nas Igrejas particulares”: não servem “super-estrategas ou centrais dirigentes da missão (…) a quem delegar a tarefa de despertar o espírito missionário”. Elas devem trabalhar em “contato com inúmeras realidades”, sem nunca se esterilizar numa dimensão exclusivamente burocrática-profissional. Francisco pede para olhar para fora, para não se olhar no espelho, aliviando as estruturas em vez de sobrecarregá-las.

Doações

O Papa pede para não transformar as Pontifícias Obras Missionárias numa ONG voltada para a coleta de fundos. Se em algumas áreas, a coleta de doações falha, não precisa ser tentados a resolver “o problema «encobrindo» a realidade e apostando nalgum sistema de angariação mais eficaz, que vai à procura dos grandes doadores”. Em todo o caso, “é bom que o pedido de ofertas para as missões continue sendo feito prioritariamente a todos os batizados, inclusive apostando de maneira nova na coleta para as missões que se realiza nas igrejas de todos os países, em outubro, por ocasião do Dia Mundial das Missões.
No uso dos fundos arrecadados, é preciso levar “em conta as reais necessidades primárias das comunidades”, evitando “formas de assistencialismo” que alimentam na Igreja fenômenos de “clientelismo parasitário”. Não se deve esquecer dos pobres. As POM, “com a sua rede espalhada por todo o mundo, refletem a rica variedade do «povo de mil rostos»” e não devem impor uma determinada forma cultural junto com a proposta evangélica: “Pode ofuscar a universalidade da fé cristã a pretensão de estandardizar a forma do anúncio”. Francisco recorda que as Pontifícias Obras Missionárias são uma entidade autônoma e entre suas especificidades está o vínculo com o Papa. Francisco encerra sua mensagem lembrando as palavras de Santo Inácio, pedindo às POM para fazerem bem o seu trabalho “como se tudo dependesse de delas, sabendo que, na realidade, tudo depende de Deus”.
Via Vatican News

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Vaticano desinfeta as Basílicas Papais para evitar contágios de coronavírus


O Vaticano começou um processo de limpeza e desinfecção específico e exaustivo das Basílicas Papais para permitir as celebrações a partir desta segunda-feira, 18 de maio, com a presença dos fiéis, minimizando o risco de contágios por coronavírus.
No dia 14 de maio os representantes das Basílicas Papais de Roma – São Pedro do Vaticano, São João de Latrão, São Paulo Fora dos Muros e Santa Maria Maior – realizaram uma reunião promovida pela Secretaria de Estado do Vaticano para estudar os aspectos da segunda fase da emergência sanitária causada pela pandemia de coronavírus na Itália.
Nesta segunda fase, espera-se que, a partir de hoje, 18 de maio, sejam retomadas as Missas com a presença dos fiéis. Embora seja uma medida que afeta as igrejas em território italiano, o Vaticano, como tem feito desde o início da crise, está coordenando suas medidas sanitárias com as autoridades italianas, de modo que estão se preparando para a participação dos fiéis nas Missas celebradas nas basílicas papais, de soberania vaticana.
Segundo um com comunicado divulgado pela sala de imprensa da Santa Sé, durante a reunião dos representantes das Basílicas Papais “compartilhou-se a necessidade de adotar medidas adequadas para garantir a segurança dos fiéis, como a medição de temperatura por meio de termoscanner pelo menos duas vezes em cada celebração festiva”.
O processo de desinfecção “envolve uma série de fases”, explicou Andrea Arcangeli, diretor adjunto da Direção de Saúde e Higiene do Governatorado da Cidade do Vaticano, ao Vatican News.
Antes de tudo, “é necessário fazer a solução clássica de limpeza com os habituais detergentes, sabões e água. Em seguida, é necessário usar as substâncias que são, como neste caso hoje, nebulizadas nas superfícies”.
“Tudo isso tem o objetivo de reduzir significativamente a quantidade de carga bacteriológica e viral em toda a superfície”, assegurou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Via ACI Digital

segunda-feira, 11 de maio de 2020

9 conselhos do Papa para preparar o casamento

Maio é tradicionalmente conhecido como Mês das Noivas e muitos optam por se casar exatamente neste período, quando as datas são bastante concorridas.
Mas, além da data do casório, outras questões são importantes para esse momento. Na exortação pós-sinodal “Amoris Laetitia”, o Papa Francisco dá nove dicas para preparar o dia do casamento:
1. Não se concentrem nos convites, vestido ou festa
O Papa pede para não focar, se concentrar nos inúmeros detalhes que consomem recursos econômicos e energia, porque os noivos chegam cansados no casamento, em vez de dedicar suas melhores forças para se preparar como casal para esse grande passo. “Esta mesma mentalidade subjaz também à decisão de algumas uniões de fato que nunca mais chegam ao matrimônio, porque pensam nas elevadas despesas da festa, em vez de darem prioridade ao amor mútuo e à sua formalização diante dos outros”.
2. Optem por uma celebração austera e simples
Tenham “a coragem de ser diferentes” e não se deixem devorar “pela sociedade do consumo e da aparência”. “O que importa é o amor que vos une, fortalecido e santificado pela graça”. Optem por uma celebração “austera e simples, para colocar o amor acima de tudo”.
3. O mais importante é o sacramento e o consentimento
Preparem-se para viver com grande profundidade a celebração litúrgica e perceber o peso teológico e espiritual do consentimento para o casamento. As palavras que dirão não se reduzem ao presente, mas “implicam uma totalidade que inclui o futuro: ‘até que a morte vos separe’”.
4. Deem valor e peso para a promessa que farão
O Papa recorda que o sentido do consentimento mostra que “liberdade e fidelidade não se opõem uma à outra, aliás apoiam-se reciprocamente”. Pensem os danos que produzem as promessas não cumpridas. “A honra à palavra dada, a fidelidade à promessa não se podem comprar nem vender. Não podem ser impostas com a força, nem guardadas sem sacrifício”.
5. Recordem que estarão abertos à vida
Lembre-se de que, um grande compromisso, como o que expressa o consentimento matrimonial e a união dos corpos que consume o matrimônio, quando se trata de dois batizados, só pode ser interpretada como sinal do amor do Filho de Deus feito carne e unido com sua Igreja em aliança de amor. Assim, “o significado procriador da sexualidade, a linguagem do corpo e os gestos de amor vividos na história dum casal de esposos transformam-se numa ‘continuidade ininterrupta da linguagem litúrgica’ e ‘a vida conjugal torna-se de algum modo liturgia’”.
6. O matrimônio não é de um dia, dura a vida inteira
Tenham em mente que o sacramento que celebrarão “não é apenas um momento que depois passa a fazer parte do passado e das recordações, mas exerce a sua influência sobre toda a vida matrimonial, de maneira permanente”.
7. Rezem antes de se casar
Cheguem ao casamento depois de terem rezado juntos, “um pelo outro, pedindo ajuda a Deus para serem fiéis e generosos”, perguntando juntos a Deus o que Ele espera de vocês.
8. O casamento é uma ocasião para anunciar o Evangelho
Recordem que Jesus iniciou Seus milagres nas boas de Caná: “o vinho bom do milagre do Senhor, que alegra o nascimento de uma nova família, é o vinho novo da Aliança de Cristo com os homens e mulheres de cada tempo”. Portanto, o dia do seu casamento será “uma preciosa ocasião para anunciar o Evangelho de Cristo”.
9. Consagrem seu matrimônio à Virgem Maria
O Papa também sugere que os noivos comecem sua vida matrimonial consagrando seu amor diante uma imagem da Virgem Maria.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

COVID-19: 65 bispos de 6 regionais da CNBB pedem atenção especial à região Amazônica

65 bispos e 2 administradores apostólicos de seis regionais (Norte 1, Norte 2, Norte 3, Noroeste, Nordeste 5 e Oeste 2) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgaram hoje, 4 de maio, a “Nota dos Bispos da Amazônia Brasileira sobre a situação dos povos e da floresta em tempos de pandemia da Covid-19”. No documento, assinado também pelo presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, o cardeal Claudio Hummes, os bispos exigem maior atenção dos governos federal e estaduais à região que tem demonstrado dados preocupantes quanto ao avanço do coronavírus.
Os bispos apontam que os dados são alarmantes. A região, segundo apontam, possui a menor proporção de hospitais do país, de baixa e alta complexidades (apenas 10%). “Extensas áreas do território amazônico não dispõem de leitos de UTI e apenas poucos municípios atendem aos requisitos mínimos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em número de leitos e de UTIs por habitante (10 leitos de UTI por 100 mil usuários)”, diz o texto.
O documento alerta ainda para o crescimento de 29,9% de desmatamento, em março deste ano, se comparado ao mesmo mês de 2019. “Contribuem para esse crescimento o notório afrouxamento das fiscalizações e o contínuo discurso político do governo federal contra a proteção ambiental e as áreas indígenas protegidas pela Constituição Federal (Art. 231 e 232)”, afirma a Nota.
O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, manifestou-se hoje, 4 de maio, sobre a nota dos bispos da região Amazônica.
“Em profunda comunhão com os bispos da Amazônia – em nota Sobre a Situação dos Povos e da Floresta em Tempos de Pandemia da Covid-19 – , a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reitera pedido às autoridades que concentrem esforços no enfrentamento da Covid-19, especialmente com políticas públicas destinadas aos mais pobres e vulneráveis.
Surpreende-nos que, enquanto a região amazônica e tantos outros lugares sofrem com o colapso do sistema público de saúde, sejam realizadas manifestações contra a ordem democrática. O caminho deve ser sempre o do diálogo, do entendimento, da união de esforços para debelar essa pandemia.
Os que professam genuína fé em Jesus Cristo devem estar ao lado dos mais pobres, o que significa balizar a própria vida a partir dos parâmetros da solidariedade. Para isso, o exercício do poder não pode se configurar em caminho para autoritarismos, ataques ou manipulações. A política deve ser nobre exercício para servir a sociedade, solidariamente. Prevaleça o compromisso com o bem dos mais pobres, com a solidariedade e com a democracia”.
Confira abaixo a íntegra do documento que também toca em outros pontos como a realidade de indígenas, quilombolas e ribeirinhos e o aumento da violência no campo.


segunda-feira, 4 de maio de 2020

Orientações do Arcebispo a respeito das celebrações do Mês Mariano


MENSAGEM DO ARCEBISPO DE NATAL
DOM JAIME VIEIRA ROCHA
AO CLERO ARQUIDIOCESEANO
PARA O MÊS DE MAIO DE 2020
Caros irmãos Padres:
A cada ano, aguardamos com grande e feliz expectativa a chegada do mês de maio por seu especial caráter mariano. No último dia 25 de abril, por ocasião da festa litúrgica de São Marcos Evangelista, o Papa Francisco dirigiu-nos uma carta com o convite para vivenciarmos este novo mês em clima mais intenso de oração, especialmente em família, através da recitação do Santo Terço. Este é também o meu desejo: que na casa de todos os católicos que compõem a Arquidiocese de Natal haja um espaço e um tempo dedicados à Virgem Maria. Ela é a Mãe de Deus e de cada um de nós. A figura materna sempre esteve associada aos gestos de proteção e cuidado.
Neste momento de pandemia, tão delicado e desafiador, o que mais podemos desejar senão o colo da Mãe do Céu, cheio de ternura e tanto amor? Exorto-vos, portanto, caros padres, a motivar os fiéis de vossas comunidades a recitar todos os dias do mês de maio, sem cessar, o Santo Terço, seja individualmente, mas preferencialmente em família, reforçando, deste modo, a importância da Igreja doméstica. Onde for possível, encorajem os fiéis a organizarem em suas casas pequenos altares dedicados à Virgem Santíssima. Que toda a família se reúna no tempo e espaço a Ela dedicados como filhos que acorrem à mãe para dela receberem alento e segurança.
Por fim, peço que introduzam ao final da recitação do Terço as duas orações sugeridas pelo Papa Francisco, que se encontram anexas. Por bondade, peço que também façam chegar a todas as pessoas, especialmente as mais sofridas e abatidas de vossas comunidades, o meu abraço de Pastor, a minha bênção e a certeza de minhas preces. Mantenhamo-nos bem unidos através da oração e da comunhão fraterna. Que a Virgem da Apresentação, padroeira de toda a Arquidiocese de Natal, nos proteja e interceda por nós junto a seu Filho Jesus.
Natal, Memória litúrgica de Santa Catarina de Sena, 29 de abril de 2020.
Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal
ORAÇÕES SUGERIDAS PELO PAPA FRANCISCO
Oração a Virgem Maria (1)
Ó Maria,
Vós sempre resplandeceis sobre o nosso caminho
como um sinal de salvação e de esperança.
Confiamo-nos a Vós, Saúde dos Enfermos,
que permanecestes, junto da cruz, associada ao sofrimento de Jesus,
mantendo firme a vossa fé.
Vós, Salvação do Povo Romano,
sabeis do que precisamos
e temos a certeza de que no-lo providenciareis
para que, como em Caná da Galileia,
possa voltar a alegria e a festa
depois desta provação.
Ajudai-nos, Mãe do Divino Amor,
a conformar-nos com a vontade do Pai
e a fazer aquilo que nos disser Jesus,
que assumiu sobre Si as nossas enfermidades
e carregou as nossas dores
para nos levar, através da cruz,
à alegria da ressurreição. Amém.
À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus;
não desprezeis as nossas súplicas na hora da prova
mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

Oração a Virgem Maria (2)
«À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus».
Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção.
Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho.
Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança.
Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heroica e dai-lhes força, bondade e saúde.
Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica.
Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus.
Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e económicas com clarividência e espírito de solidariedade.
Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do género no futuro.
Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração.
Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a graça que Deus intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal.
Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém.