segunda-feira, 23 de maio de 2011

“Reverenda Mestra” Irmã Hedwiges Witkowska

Escrevo esta síntese biográfica não só para dizer da minha gratidão, como também na esperança que nossa Província conheça muitas outras Irmãs como nossa Irmã Hedwiges, para inundar com a luz de sua fé atenta e suave as nossas comunidades. Neste dia de sua transferência para a casa do Pai, rezo e rezarei por isso!


Não ha como não ser grata à “Reverenda Mestra” desde o nosso Noviciado, não há como não recordá-la. Como me ajudou o seu colo espiritual! Quando nos olhava e sorria serena com aquele Dom profundo de firmeza e misericórdia estampado no olhar e no sorriso único. Portanto, não há como calar-me diante do como viveu.


Aos 95 anos recebe a sua segunda e definitiva transferência: a primeira nos idos de 1939, veio da Áustria, como juniorista transferida para Brasil, para nunca mais voltar, aportando em Recife no dia 25 de fevereiro; a segunda, a eterna, sua mudança, para a Casa do Pai, hoje, 18 de maio de 2011.


Ao nascer, no dia 03 de agosto de 1917 recebeu o nome de Elizabeth Witkowska. Entrou na Congregação das Filhas do Amor Divino, no dia 11 de janeiro de 1932, em Viena.  Fez vestição no dia 28 de agosto de 1937 recebendo o nome de Hedwiges; os primeiros votos no dia 2 de fevereiro de 1939 e votos perpétuos no dia 25 de janeiro de 1945 em Açú. Foi Mestra de Noviças de 1950 a 1969, sendo que de 1967 a 1969 acumulou também a função de Mestra de candidatas.


Natural de Premls, um tempo pertencente à Polônia e depois das repartições políticas dos séculos XVIII e XIX sua cidade natal passou a ser conhecida como Weigelsdorf, Áustria. A sua nobre simplicidade, não fica atrás das conhecidas e históricas personalidades de seu país de orígem, tais como Copérnico, Chopin, João Paulo II, Maria Skłodowska depois de casada Marie Curie, Rosa Luxemburgo, que era de Zamosc, sudeste da Polônia, nossas duas Madres Gerais: Bonfilia Brzeska e Lucyna Mroczek, dentre outros e outras. Para nós, o seu significado também tem uma conotação bem especial: Trouxe, juntamente com as Irmãs: Aquilina Eibel, Armela Lechner e Fidélis Weninger o Documento que comunicava a criação das Províncias brasileiras. Portanto, chegou em nossa Província num momento histórico de significativas mudanças. Vivenciou os primeiros tempos da passagem de Vicariato, para Província; uma nova forma de organização canônica que se iniciava na Congregação. Ao chegar aqui, a Mestra de Noviças, a primeira, era a Ir. Josefina Gallas. Depois da criação da Província em 1938, dois anos mais tarde, em 1950 a casa Provincial foi tranferida de Açú para Natal juntamente com o Noviciado. Desde então até 1969 foi a formadora das jovens Irmãs, a segunda Mestra de Noviças da Província Nossa Senhora das Neves. Exerceu assim a sua missionariedade, além de Formadora das futuras Irmãs, como Mestra, foi também professora de latim, francês no Colégio Nossa Senhora das Neves, em Natal e violinista.


Faleceu em Emaús - Parnamirim/RN, na Vila Maria (residência das Irmãs idosas) a 1h00 do dia 18 de maio. O velório foi na Sede da PRONEVES - Emaús e o sepultamento no Cemitério do Alecrim às 16h00.


Sinto-me seguida pela sua oração, pelo seu olhar, tão cheio de ternura e tão premuroso. Certamente, de uma forma ou de outra o mesmo pode ser dito e confirmado por outras Irmãs ou pessoas que gozavam desta proximidade.


Agora, da memória de seu colo espiritual, da sua silenciosa, humilde e orante presença, ecoa e ecoará a eterna lição que jamais esqueceremos: “Quem não morre não vê Deus”. Irmã Hedwiges, muito obrigada!


                                                                                                                                                            Ir. Vilma Lúcia de Oliveira, FDC

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