quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Palavras sobre Sister Margareth no seu funeral ao final da Missa


Irmã Margareth Carolan nasceu no dia 11 de março de 1930 em Tullyallen, Drogheda, na Irlanda, e recebeu no o nome de Catherine, dado por seus pais, Joseph e Anne Carolan, no Batismo. Era a quarta dos seis filhos.
Hoje estamos felizes por ter sua irmã Ana conosco. (menção à presença de sua irmã consanguínea durante a Missa de corpo presente à Igreja Paroquial de Hunstanton, cidade onde Irmã Margareth residiu na Inglaterra).
Ela foi educada na Escola secundária St Philomena em idioma irlandês e recebeu o certificado validando seu inglês nativo, isto é, oriundo da Irlanda. (Vale ressaltar que o povo irlandês assim como o escocês, reivindica sua independência do Reino Unido, cuja supremacia é ainda monopolizada pela Inglaterra).
       Aconselhada pelo Mons. Wilson, em janeiro de 1949, ela entrou no Postulantado na Congregação das Filhas do Amor Divino em Long Eaton, onde a Província do Sagrado Coração de Jesus, na Inglaterra, tinha uma Comunidade   . Recebeu o hábito como noviça em agosto do mesmo ano em Swaffham. Dois anos depois, fez os Primeiros Votos no dia 28 de agosto de 1951 e foi enviada para o Colégio Digby Stuart para sua formação como professora primária. Trabalhou como diretora e professora  em Chesterfiel e Swaffham por 45 anos.
            Eu me lembro ter encontrado com ela em 1953, quando eu servia na Escola do Convento S. José nos meus poucos 8 anos de idade. Eu a temia porque regularmente ela me cobrava um uniforme em perfeito estado, mas, ao mesmo tempo, ela me olhava com tal ternura e beleza de uma religiosa, com seu alegre e simpático semblante. Ela era professora do 2º ano primário e gostava de ensinar crianças. Ela levava as crianças a aprenderem de modo engraçado. Mais tarde foi-lhe atribuída a função de professora de Biologia às turmas do secundário, o que, provavelmente, o fez em obediência. Eu estou certa que ela assumiu este desafio com alegria.
         Ela era uma Irmã jovem sempre bem-humorada e nos proporcionava aventuras através de passeios aos domingos à tarde. Algumas vezes íamos tão longe, que se tornava difícil retornar facilmente a tempo para as orações. Numa destas expedições, ela viu ao longe de Derbyshire a o altiplano de moorland, onde dizia desejar construir ali uma ermida. Isso muito me impressionou, como adolescente [...].
            Como uma jovem Irmã vibrante, tinha muitos amigos jovens. Ela começou com encontros de jovens em Chesterfield e mais tarde em Swaffham. Um dos seus ex-alunos de Chesterfield, voou de Isle of Man para visita-la quando soube da sua enfermidade. Ela tinha uma grande capacidade para se comunicar com os alunos e muitos estudantes estrangeiros se comunicavam com ela. Recentemente, em Zagreb na Croácia, Irmãs se admiravam que a cada dia à tardinha estudantes vinham conversar com Ir. Margareth e Ir. Thomas More (Provincial) durante o jantar. Ir. Margaret se lembrava do nome de cada um e sempre estava em contato com ele.
           Não só se lembrava dos nomes, mas também das fisionomias das Irmãs do mundo todo. Sua memória era excelente para fatos e lugares, particularmente os lugares estrangeiros que ela visitou como Provincial da Província Sagrado Coração. Ninguém podia duvidar dos nomes de lugares que ela citava.
            Irmã Margaret interessava-se por tudo que dizia respeito à Congregação e gostava de estar a par de tudo. Uma forte personalidade natural, ela frequentemente liderava e organizava encontros internacionais com outras Irmãs. Se fosse encarregada de falar, levava muito a sério e fazia o melhor que pudesse.
          Ela passou horas e horas, revisando traduções da Congregação. Uma maratona que participou com Ir. Josefa (Secretária Geral das FDC) foi a tradução do nosso livro de oração. O computador nunca foi “seu forte”, mas ela estava sempre em contato com Irmãs de muitas Províncias através de cartas manuscritas, mantendo a Prov. Sagado Coração da Inglaterra atualizada. 
        Ela era muito hospitaleira e as visitas eram sempre benvindas, particularmente padres. Tinha um grande amor pela Igreja e pelas missões, sendo sensível às necessidades dos pobres e excluídos. Ir. Margaret nos lembrava frequente as Missões de Rushooka, Uganda. Havia sempre um jarro cheio de uma coleta de  5 pounds (equivalente a R$ 5,00) para os visitantes inesperados.
            Ela era muito rigorosa com seus alunos e, inclusive com outros adultos, mas também consigo mesma. Muitas vezes eles ficavam surpresos com coisas que ela dizia que eles eram e nem ficavam magoados com suas palavras. Como diretora em Swaffham por seis anos e, em seguida em Chesterfield por dezoito, ela foi uma verdadeira e justa líder, além de boa administradora, respeitada por estudantes e professores.
            Sempre uma Irmã enérgica com uma grande capacidade de arrumar e limpar, seu hábito era impecável. Era disciplinada, persistente e perseverante com outras Irmãs e algumas sentiram dificuldade em seguir seu exemplo.
            Alguém mencionou que Ir. Margaret viveu uma vida simples que qualquer religiosa poderia viver, mas conservou o voto de pobreza tão bem, que nunca exigiu para si nenhum privilégio no seu trabalho. Eu não sei se ela possuiu um quarto particular, suas posses de maior valor foi um rádio, que avidamente escutava todas as madrugadas.
            Era uma pessoa de oração, observava todas as regras corretamente e esperava que os outros fizessem o mesmo. Amava sua vocação e ajudava outras Irmãs a também cultivá-la. Sua devoção especial era ao Sagrado Coração de Jesus, principalmente através de Santa Maria Margarida Alacoque, cujo nome, ela tomou com religiosa.
            Cantar era sua paixão nas peregrinações, na capela e nos encontros religiosos. Seu tom de voz sempre sobressaia em relação aos demais, trazendo vivacidade e alma nessas ocasiões.
       Ir. Margaret sofreu muitos males, mas suportou-as em silêncio e paciência, principalmente na sua última luta contra o câncer. Ela era muito reservada, dotada de alma independente e permanecia em completo controle até os últimos dias de sua vida, oferecendo o serviço de 60 anos dedicados ao Senhor.

Sister M. Francis Ridler, FDC

TESTEMUNHO DA IRMÃ EMÍLIA BIRCK (da Província brasileira N. S. da Anunciação a serviço da Prov. Sagrado Coração, na Inglaterra)

Três dias antes  de falecer, Ir. Margaret que estava acamada, sempre de olhos fechados, não falava nem se alimentava, então abriu os olhos e disse: “Eu quero ver Jesus...” 
– silenciou e fechou os olhos novamente.
Outro fato marcante foi  que ela faleceu durante a  missa. A porta da capela e do seu quarto contiguo à capela estavam abertas  e ela faleceu quando o padre estava lendo o Evangelho  da festa de Maria Madalena e a  Sr. Thomas More (Provincial e Superiora)  que estava com Margaret  no quarto, também estava lendo o  mesmo evangelho. Então Ir. Margaret faleceu quando a Sr. Thomas More  lia a seguinte passagem: "Maria Madalena  foi cedo ao sepulcro onde ela  encontrou Jesus...” - e ai ela morreu.

Ir Emilia Birck, FDC.

TESTEMUNHO DE IRMÃ MARIA JUDITH VIEIRA DE FARIAS,FDC SOBRE SISTER MARGARET CAROLAN, FDC

            Durante o período que morei com Sister Margaret, posso dizer que aprendi muito com ela não só a língua inglesa de acento irlandês, mas também sua retidão, seu zelo pela vida espiritual, seu amor pela Congregação e pelos sacerdotes.
            Frequentemente aos domingos, ela convidava os padres da Paróquia e promovia um maravilhoso almoço, onde os padres encontravam a oportunidade para dialogar, conversar, trocar ideias e dar umas boas gargalhadas. Os padres também a procuravam para conversar nas suas dificuldades. Ela era um grande apoio para os sacerdotes.
 Muitas vezes iam até às 14h se divertindo naquele ambiente maravilhoso que proporcionava. Era muito exigente com as Irmãs, no que diz respeito à vida de oração. Aos sábados e domingos ela buscava no jornal um filme interessante para assistir com a comunidade. Gostava de fazer alegria às Irmãs e aos domingos, muitas vezes levava as Irmãs para passear ao ar livre e às vezes conhecendo lugares novos.
   Ela primava pelo inglês correto e corrigia com muito esmero.

Ir. Judith Farias, FDC.

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