domingo, 27 de maio de 2018


Bispo de Leiria-Fátima surpreendido com a nomeação para cardeal




“Nunca me passou pela cabeça que iria ser nomeado cardeal. Fui apanhado completamente de surpresa”, disse aos jornalistas, António Marto, numa conferência de imprensa após ter sabido que foi hoje nomeado pelo Papa para o Conselho dos Cardeais.
“A minha recente nomeação para cardeal apanhou-me de surpresa um pouco antes de celebrar a eucaristia das 11:30 na Sé de Leiria”, reforçou António Marto.
Segundo o novo cardeal, a notícia foi recebida via ‘voice mail’, com uma mensagem deixada do “núncio apostólico, que tinha acabado de ouvir a nomeação dos cardeais através da televisão”.
António Marto revelou ainda que a emoção com que foi surpreendido obrigou-o a conter as lágrimas que lhe vieram aos olhos. “Tive de me dominar para não dar a entender nada àqueles que me rodeavam. É um serviço que a Igreja me pede e nunca o neguei, encontrei a tranquilidade de espírito nesta atitude da minha disponibilidade de colaborar com o Santo Padre nesta nova responsabilidade e neste novo serviço que ele me pede”, afirmou.
Refutando qualquer possibilidade de vir a ser papa – “nem ponho essa hipótese” – António Marto também não se vê a mudar para a Cúria: “Já não tenho idade para isso. Gostaria de terminar aqui o meu ministério episcopal. Nunca me subiu o poder à cabeça nem aspiro a lugares de poder. Para mim a autoridade é um serviço, e por isso é um dever. ”
A sua simplicidade e humildade, que salientou ao longo do seu discurso, leva-o a admitir que não se importaria de não usar os trajes de cardeal.
“Chegará o momento em que os cardeais se apresentem com mesma simplicidade com que o Papa Francisco se apresenta. Desejarei dizer isso ao Santo Padre, mas ele terá a última palavra”, afirmou, referindo-se ao uso de uma batina “sem aqueles vermelhos, sem aqueles chapéus cardinalícios”. “Acho que isso é dispensável. ”
António Marto afirmou ainda que não falou com o Papa Francisco, nem tenciona fazê-lo pessoalmente nos próximos tempos.
“Naturalmente que lhe escreverei uma carta a agradecer este ato de confiança pessoal e a pôr-me na disponibilidade para os serviços que ele pedir”, informou, ao referir que espera manter as suas funções na diocese de Leiria-Fátima.
Para o bispo de Leiria-Fátima, esta nomeação assentará em três aspetos que “se complementam”.
“Em primeiro, é um serviço que o papa pede para o ajudar no governo, no ministério do bispo de Roma e pastor da igreja universal. Ele precisa de conselheiros, que constituem o colégio cardinalíssimo”, começou por adiantar.
Outro aspeto será “uma maior ligação entre a sé de Pedro e as igrejas particulares”. Logo, “uma maior ligação entre a sé de Pedro e a diocese de Leiria-Fátima, para a qual “terá contribuído a celebração do centenário, em que o papa experimentou ao vivo o que significa Fátima para a igreja universal e para o mundo”.
“O terceiro aspeto é um ato de confiança pessoal do papa na minha humilde pessoa. Já estive em duas audiências com o santo Padre, conhece bem o que penso e sabe que tem em mim um apoiante na reforma que está a fazer na igreja: uma reforma na igreja mais evangélica, mais próxima, mais misericordiosa e nisso ele pode contar comigo. ”
António Marto admitiu ainda que esta nomeação poderá ser positiva para Portugal “quer a nível eclesial quer a nível diplomático”. 

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

O Espírito Santo, cujo advento celebramos no Pentecostes, veio nos recordar o que Jesus nos ensinou. O dogma fundamental em torno do qual todo o cristianismo gravita é este da Santíssima Trindade, de Quem tudo nos vem e a Quem todos os que receberam o sinete do Seu nome devem regressar. Depois de nos lembrar no decorrer do ano litúrgico o Pai Criador, o Filho Redentor e o Espírito Santo Santificador e Regenerador das almas, a Igreja recapitula hoje antes de mais nada, os elementos concernentes ao grande mistério em que adoramos a Deus uno em Natureza e trino em Pessoas.

Depois de celebrarmos a efusão do Espírito Santo, dizia S. Roberto no século XII, festejamos logo a seguir, no primeiro Domingo, a Trindade Santíssima; e é bem-feita esta escolha, porque logo depois da vinda do Divino Espírito começou a pregação da fé e com a pregação da fé a administração do Batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O dogma da Santíssima Trindade aparece constantemente na liturgia. É em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo que se começa e acaba a Missa e o Ofício e se conferem os sacramentos. Todos os salmos fecham pelo Gloria Patri, os hinos pela doxologia, e todas as orações concluem em termos cheios de devoção e de ternura para com as três Pessoas Divinas.

O dogma da Santíssima Trindade resplandece ainda nos nossos templos. Os nossos avós compraziam-se em simbolizá-lo na altura, na largura e no comprimento admiravelmente proporcionados das igrejas, no coro, nas naves, no trifório, nas três portas e, muitas vezes, até nas três torres. Sempre e em toda a parte, no mais pequeno pormenor da ornamentação, o número três tem lugar de honra, marca um plano refletido, um pensamento de fé na Santíssima Trindade.

A iconografia cristã também nos traduz, de diferente maneira, o mesmo pensamento. Até o século XII era vulgar representar o Pai por uma mão que saía dentre as nuvens do Céu e abençoar. Nos séculos XIII e XIV, começou a aparecer primeiramente a face e depois todo o busto. A partir do século XV começou o Pai a ser figurado por um ancião revestido das vestes pontificais. - Até o século XII a segunda Pessoa da Santíssima Trindade era figurada, com mais frequência, pela cruz ou pelo cordeiro, e ainda por um gracioso jovem no jeito do Apolo do paganismo. Do século XI ao XV, é o Cristo forte, já no vigor da idade, que nos aparece. 
A partir do século XVI entra o costumo de lhe pôr a cruz e de o representar frequentemente pelo cordeiro. - O Espírito Santo aparecia nos primeiros séculos sob a figura tradicional da pomba, tocando com as asas abertas na boca do Pai e na do Filho como argumento de sua precedência. A partir do século XI é na figura dum menino que o encontramos por vezes. No século XV a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, assume as proporções dum homem feito semelhante ao Pai e ao Filho, somente com a pomba na mão ou na cabeça, para se distinguir das outras Pessoas. Depois do século XVI a pomba volta a tomar o lugar exclusivo na representação do Espírito Santo. A geometria concorreu também para simbólica da Santíssima Trindade. O trevo teve, por sua vez, lugar de relevo na simbologia tradicional, e igualmente os três círculos enlaçados com a palavra unidade inscrita no lugar vazio pela intersecção. Foi ainda representada por uma cabeça com três faces distintas. Urbano VIII, porém, em 1628 proibiu reproduzir essa perigosa e ridícula interpretação do grande mistério do cristianismo.

A festa da Santíssima Trindade deve a sua origem ao fato de as ordenações do Sábado das Quatro Têmporas se celebrarem a tarde e se prolongarem até de manhã, não tendo o Domingo por este motivo liturgia própria. Como todos os Domingos são consagrados à Santíssima Trindade, celebra-se no primeiro depois de Pentecostes a Missa Votiva, composta no século VII em honra desse mistério. Façamos hoje, conformando-nos ao espírito da Liturgia, profissão de fé na Santíssima e Eterna Trindade, e na sua indivisível unidade. (D. Gaspar Lefebvre)

Papa Afirma: Não acreditamos em uma entidade distante, Deus é papai 

“O cristão não é uma pessoa isolada, pertence a um povo, esse povo que forma Deus. Não se pode ser um cristão sem tal pertença e comunhão: somos povo, o povo de Deus”: foi o que afirmou o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus neste domingo (27/05), na Praça São Pedro, na festa da Santíssima Trindade.

As leituras bíblicas de hoje – explicou o Santo Padre - nos fazem entender como Deus não queira tanto revelar que Ele existe, mas sim que é o 'Deus conosco’, perto de nós, que nos ama, que caminha conosco, é interessado em nossa história pessoal e cuida de cada um, desde os pequeninos até aos mais necessitados.

O Espírito Santo tudo transforma - "Ele e 'Deus lá no céu,' mas também 'aqui embaixo na terra'- continuou -. Portanto, não acreditamos em uma entidade distante, não, em uma entidade indiferente, não, mas ao contrário no Amor que criou o universo e gerou um povo, e se fez carne, morreu e ressuscitou por nós, e como o Espírito Santo tudo transforma e leva à plenitude ".

"São Paulo, que primeiro experimentou essa transformação realizada por Deus-Amor, nos comunica seu desejo de ser chamado Pai, ou melhor, 'papai', Deus é papai - disse o Papa -, com a total confiança de uma criança que se abandona nos braços de quem lhe deu a vida. O Espírito Santo - recorda o Apóstolo - agindo em nós faz com que Jesus Cristo não seja reduzido a um personagem do passado, mas que nós o sintamos próximo, nosso contemporâneo, e experimentemos a alegria de sermos filhos amados por Deus".

Ele sempre escolheu caminhar com a humanidade - "Deus caminhando conosco nos enche de alegria e a alegria é um pouco a primeira linguagem do cristão", disse o Pontífice. Então, a festa da Santíssima Trindade "nos faz contemplar o mistério de um Deus que incessantemente cria, redime e santifica, sempre com amor e por amor, e a cada criatura que o acolhe faz refletir um raio de sua beleza, bondade e verdade. Ele sempre escolheu caminhar com a humanidade e formar um povo que é bênção para todas as nações e para todas as pessoas, nenhuma excluída".

O Papa concluiu suas palavras pedindo a Nossa Senhora que “nos ajude a cumprir com alegria a missão de testemunhar ao mundo, sedento de amor, que o sentido da vida é precisamente o amor infinito, o amor concreto do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.


Reflexão para a Solenidade da Santíssima Trindade

 “Trindade é crer na Cruz, instrumento da nossa salvação”. 

Na primeira leitura temos o comentário do livro do Deuteronômio sobre a sabedoria de Deus, sua onipotência e sua bondade em escolher Israel como seu povo e a resposta que Israel deverá dar ao Senhor, através da observância dos seus mandamentos e assim ser feliz, juntamente com seus filhos.

No Evangelho, esse mesmo Deus reúne seus discípulos e os envia a toda a terra para batizar todos os povos e pregar sua doutrina, seus mandamentos, prometendo estar sempre com eles, todos os dias, até à consumação dos tempos.

Na segunda leitura, São Paulo diz aos Romanos que o Espírito Santo nos conduz, pois somos filhos de Deus, herdeiros de Cristo.

Deus, apesar de sua onipotência e onisciência, confia ao Homem a tarefa de continuar a missão de Jesus. O Senhor ama a Comunidade dos Cristãos e quer que ela visibilize a presença de Cristo no meio dos homens. Mas, Ele quer que a Igreja batize seus fiéis, em seu nome, e ainda em seu nome os instrua. Será a Comunidade a vincular o fiel ao Senhor e dar-lhe a missão de instaurar o Reino de Justiça, Paz e Amor, transmitindo a todos os ensinamentos do Mestre. 

Através da Igreja, Jesus Cristo permanecerá ao lado dos homens e continuará sendo o Emanuel, Deus Conosco. Por isso, a Igreja deverá evitar, conscientemente, toda e qualquer atitude de distinção de pessoas. Ela é a família de Deus. Portanto, a sua atitude com todos deverá ser de acolhida, de integração.

O modo de sermos Igreja, de acolhermos as pessoas, sejam elas quem for, marcará a autenticidade da nossa fé em Deus. Com esta acolhida veremos se o nosso Deus é o Pai de Jesus ou algum ídolo.

Fé em Deus e aceitação do outro, assim como ele é, expressam nossa adoração e serviço Àquele que não se envergonhou de ser um de nós e viver e morrer entre nós pecadores.

Crer na Trindade é crer que a Cruz, instrumento da nossa salvação, é feita por duas madeiras: amar a Deus e amar ao próximo. A haste, fincada na terra e apontando para o céu, é o amor e o serviço a Deus. A trave, sustentada pela haste, é o abraço amoroso e de serviço ao próximo. Nessa união de amor e de serviço a Deus e ao próximo, encontramos Jesus, Deus conosco, Deus Encarnado e nossa Salvação.

(Padre César Augusto dos Santos SJ - Cidade do Vaticano)

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Santa Sé debate novas políticas e estilos de vida na era digital

Com o tema “Debate sobre novas políticas e estilos de vida na era digital”, realiza-se em Roma, hoje e sexta-feira, 24 e 25 de maio, e no Vaticano, no sábado, dia 26, a Conferência internacional 2018 promovida pela Fundação Centesimus Annus – Pro Pontifice, por ocasião do 25º aniversário de sua instituição, em 1993, com um ato quirógrafo de São João Paulo II.
Na conclusão, audiência privada com o Papa Francisco
No sábado terá lugar uma sessão presidida pelo secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, na qual o Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, fará uma reflexão sobre o tema “Uma agenda cristã comum para o Bem Comum”. Ao término, os participantes terão uma audiência privada com o Papa Francisco.
Expoentes do mundo acadêmico
O evento internacional terá trinta e quatro conferencistas, provenientes de várias partes do mundo. Entre estes, expoentes da Pontifícia Academia para a Vida, da Fundação Vaticana Gravissimum Educationis, da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), da Conferência Europeia dos Sindicatos e um certo número de economistas engajados no trabalho acadêmico e dirigentes empresariais.
“Os temas fundamentais da economia, da solidariedade, da formação, da alimentação e da evangelização nortearão a Conferência internacional.”
A Conferência terá início com uma sessão que proporá várias contribuições de caráter interdisciplinar sobre quais são as prioridades e princípios de uma economia centralizada na dignidade e solidariedade entre as pessoas, lançando um olhar, ao mesmo tempo, para as “novidades” que hoje exercem maior impacto em nossa vida.
Formação dos jovens segundo as exigências atuais
Ademais, uma sessão de trabalho abordará o tema da formação refletindo sobre como esta pode ser voltada para preparar os jovens a inserir-se numa área de trabalho que atualmente e cada vez mais requer novas especializações e capacidades de renovar-se continuamente.
Nas considerações finais, os esforços de evangelização
Outra sessão introduzirá um tema de discussão – entre os que foram indicados pelo Papa Francisco – concernente à cadeia alimentar e à cultura “do descartável”. Evocando o momento voltado para os esforços de evangelização num mundo cada vez mais caracterizado por conflitos, a sessão conclusiva se concentrará nas considerações do prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni.
Por Vatican News

Papa: explorar o trabalhador é pecado mortal

Tomar distância das riquezas, porque estas nos foram oferecidas por Deus para doá-las aos outros. A este tema o Papa Francisco dedicou a missa celebrada na manhã de quinta-feira (24/04) na Casa Santa Marta.
Na memória de Nossa Senhora Auxiliadora, o Pontífice celebrou a missa na intenção do “nobre povo chinês”, que festeja a Virgem de Sheshan em Xangai.
Riqueza apodrecida
O Papa se inspirou Leitura de São Tiago apóstolo, que fala do salário não pago aos trabalhadores e o seu clamor que chega aos ouvidos do Senhor. Francisco destaca que Tiago usa expressões contundentes para falar aos ricos, sem meias palavras, condenando a “riqueza apodrecida”, como fez Jesus:
“Ai de vós ricos!”, é o primeiro ataque depois das Bem-aventuranças na versão de Lucas. “Ai de vós ricos!”. Se alguém fizer uma pregação assim, no dia seguinte nos jornais aparece: “Aquele padre é comunista!”. Mas a pobreza está no centro do Evangelho. A pregação sobre a pobreza está no centro da pregação de Jesus: “Bem-aventurados os pobres” é a primeira das Bem-aventuranças. E a carteira de identidade com a qual Jesus se apresenta quando volta ao seu vilarejo, a Nazaré, na sinagoga, é: “O Espírito está sobre mim, fui enviado para anunciar o Evangelho, a Boa Nova aos pobres, o alegre anúncio aos pobres”. Mas na história sempre tivemos esta fraqueza de tentar tirar esta pregação sobre a pobreza, acreditando se tratar de algo social, político. Não! É Evangelho puro, é Evangelho puro.
Dois senhores
Francisco convidou a refletir sobre o porquê de uma pregação assim “tão dura”. A razão está no fato de que “as riquezas são uma idolatria”, são capazes de “seduzir”. O próprio Jesus, explicou o Papa, disse que “não se pode servir a dois senhores: ou você serve a Deus ou às riquezas”: dá, portanto, uma “categoria de ‘senhor’ às riquezas, isto é, a riqueza “o pega e não o larga e vai contra o primeiro mandamento”, amar a Deus com todo o coração.
As riquezas vão também contra o segundo mandamento, porque destroem a relação harmoniosa “entre nós homens”, “estragamos a vida”, “estragamos a alma”. O Papa recordou a Parábola do rico – que pensava na “boa vida”, nas festas, nas roupas luxuosas – e do mendicante Lázaro, “que não tinha nada”.
Tiago sindicalista
As riquezas, reiterou, “nos levam embora a harmonia com os irmãos, o amor ao próximo, nos fazem egoístas”. Tiago reivindica o salário dos trabalhadores que cultivaram a terra dos ricos e não foram pagos: “alguém poderia confundir o apóstolo Tiago com um sindicalista”, afirmou Francisco. E na verdade, acrescentou, o apóstolo “fala sob a inspiração do Espírito Santo”. Parece uma coisa dos nossos dias, disse o Papa:
Também aqui, na Itália, para salvar os grandes capitais deixam as pessoas sem trabalho. Vai contra o segundo mandamento e quem faz isto: “Ai de vós!”. Não eu, Jesus. Ai de vocês que exploram as pessoas, que exploram o trabalho, que pagam de maneira informal, que não pagam a contribuição para a aposentadoria, que não dão férias. Ai de vós! Fazer “economias”, fraudar o que se deve pagar, o salário, é pecado, é pecado. “Não, padre, eu vou à missa todos os domingos e participo daquela associação católica e sou muito católico e faço a novena disso…”. Mas você não paga? Essa injustiça é pecado mortal. Você não está nas graças de Deus. Não sou eu que estou dizendo, é Jesus, é o apóstolo Tiago. Por isso as riquezas nos afastam do segundo mandamento, do amor ao próximo.
Rezar pelos ricos
As riquezas, portanto, têm uma capacidade que nos tornar “escravos”: por isso Francisco exorta a “fazer um pouco mais de oração e um pouco mais de penitência” não pelos pobres, mas pelos ricos.
Você não é livre diante das riquezas. Você para ser livre diante das riquezas deve tomar distância e rezar para o Senhor. Se o Senhor lhe deu riquezas é para distribui-las aos outros, para fazer em seu nome tantas coisas boas para os outros. Mas as riquezas têm esta capacidade de nos seduzir e nesta sedução nós caímos, somos escravos das riquezas.
Por Vatican News

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Diretor da Transparência Internacional fala a bispos sobre combate à corrupção

No final da manhã de ontem, 22/5, no primeiro turno de trabalhos da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o economista Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional no Brasil, falou aos bispos sobre os trabalhos da entidade e sobre o fenômeno da corrupção no mundo inteiro. Na exposição feita, ele apresentou dados sobre o Brasil e anunciou para o dia 28 de maio, em São Paulo (SP), o lançamento de uma campanha em combate à corrupção no país.
Exposição
No início, Bruno Brandão fez uma breve apresentação aos bispos sobre a origem e a natureza do trabalho da Transparência Internacional. Ele lembrou que a organização surgiu 1993 e foi fundada por um ex diretor do Banco Mundial, Peter Eligen. A ideia da necessidade de um trabalho internacional de avaliação sobre a corrupção veio do tempo que ele atuou no Banco quando cuidava do setor que enviava recursos financeiros para projetos de desenvolvimento na África e esses recursos acabavam nos bolsos de famílias abastadas.
Brandão também mostrou que Peter Eligen percebeu que o tema não costumava aparecer nos relatórios do Banco. Essa preocupação o fez iniciar um trabalho que hoje se encontra representado em 110 países do mundo, levando sempre uma abordagem apartidária e fazendo enfoques sistêmicos que mostram como há distorções no cumprimento original dos recursos públicos ou corporativos. Ele lembrou que um dos propósitos fundacionais da Transparência Internacional é fortalecer a sociedade civil.
No Brasil, a organização chamada de Transparência Brasil, esclareceu Brandão, já foi ligada à Transparência Internacional, mas decidiu, recentemente e de forma pacífica, tomar um caminho próprio. O diretor disse ainda que a organização que dirige no país faz estudos com foco na qualidade das leis, das instituições e levanta possibilidades de transformações sistêmicas, uma vez que a corrupção é um problema sistêmico.
Corrupção: problema ocultoO Diretor da Transparência Internacional no Brasil lembrou aos bispos, no plenário do Consep, que a corrupção é um fenômeno com enormes possibilidades de medida e de avaliação da intensidade por se tratar de um problema oculto e disse: “a corrupção que a sociedade fica sabendo é aquela que deu errado”.
Brandão, ainda na sua exposição, mostrou que o Brasil é um país que não tem leis para proteger as pessoas que denunciam corrupção e que sua organização evita tratar de casos concretos para permanecer na análise de fundo que pode levantar o problema de forma sistêmica. Apesar desse propósito, a Transparência Brasil elaborou algumas ferramentas que podem ajudar no estudo de problemas concretos de corrupção. A ferramenta mais conhecida e usada em mais de 180 países é o índice de percepção da corrupção.
Índice de percepção da corrupçãoO último levantamento do índice de percepção da corrupção mostra que o Brasil ocupa o 96º lugar. A lista é encabeçada por três países onde a corrupção é menos percebida, menos presente – Nova Zelândia, Dinamarca e Finlândia – e encerrada por três países onde se percebe mais corrupção no mundo: Síria, Sudão do Sul e Somália. Segundo Brandão, o Brasil caiu 17 posições no último ano.
Brandão lembrou que apesar dessa lista coincidir com países desenvolvidos com melhores índices e em desenvolvimento com piores índices, há uma constatação surpreendente. Considerando, por exemplo, o nível de corrupção envolvendo empresas e poderes públicos, percebe-se que países desenvolvidos que não praticam corrupção em suas sedes, exportam propina. A lista dos países que corrompem fora de seus é encabeçada por Holanda, Suíça e Bélgica.
Força da sociedade brasileira no combate à corrupçãoBrandão apresentou aos bispos um dado de esperança: 87% dos brasileiros, segundo pesquisa feita pela Transparência Internacional, acredita que o cidadão comum pode fazer uma diferença no combate à corrupção. Foi o melhor índice da pesquisa comparando o resultado em 77 países. E ressaltou:
  • 8 em cada 10 brasileiros acreditam que o cidadão comum pode fazer diferença no combate à corrupção;
  • 3 a cada 4 brasileiros concordam que é socialmente aceitável reportar corrupção;
  • 81% dos brasileiros se sentem pessoalmente obrigados a reportar corrupção;
  • 7% dos brasileiros passaria um dia inteiro em um tribunal para fornecer evidências de casos de corrupção.
Campanha “Unidos contra a corrupção”O diretor da Transparência Internacional terminou a exposição – que foi seguida de um amplo debate – convidando a CNBB e os bispos para participarem de uma campanha que será lançada na sede da organização, em São Paulo, no próximo dia 28, sábado, que tem como título: “unidos contra a corrupção”.
Para formatar essa campanha, a organização reuniu especialistas e fez consulta pública sobre a elaboração de “novas medidas para acabar com esse velho problema do Brasil”. A campanha será dirigida a toda a população e tem objetivo de colaborar com a formação para o voto consciente nas próximas eleições de outubro, por ser, segundo Brandão, sinal de compromisso com a democracia.
Por CNBB

Papa: com o Sacramento da Crisma ser sal e luz do mundo

Apesar do mau tempo, milhares de fiéis participaram com o Papa Francisco da Audiência geral desta quarta-feira (23/5).
Na Praça S. Pedro, os peregrinos ouviram o Pontífice iniciar um novo ciclo de catequeses, desta vez dedicado ao sacramento da Crisma, também chamado Confirmação, quando os fiéis recebem o dom do Espírito Santo.
Sal e luz do mundo
Aos seus discípulos, Jesus confiou uma grande missão: ser sal da terra e luz do mundo. “São imagens que nos levam a pensar no nosso comportamento, porque seja a carência, seja o excesso de sal comprometem o alimento, assim como a falta ou excesso de luz impedem de ver”, disse o Papa, acrescentando que somente o Espírito de Cristo nos dá o sabor e a luz que clareia o mundo.
Este dom é recebido justamente no Sacramento da Confirmação. “Confirmação porque confirma o Batismo e reforça a sua graça; assim também “Crisma” porque recebemos o Espírito mediante a unção com o “crisma” – óleo consagrado pelo Bispo – termo que remete a “Cristo”, o Ungido pelo Espírito.
Nada podemos sem o Espírito Santo
Renascer para a vida divina no Batismo é o primeiro passo, explicou o Papa, depois é preciso se comportar como filhos de Deus, ou seja, conformar-se ao Cristo que atua na santa Igreja.
“Sem a força do Espírito Santo não podemos fazer nada. Assim como toda a vida de Jesus foi animada pelo Espírito, assim também a vida da Igreja e de cada seu membro está sob a guia do mesmo Espírito.”
A carteira de identidade de Cristo
Francisco ressaltou o modo com o qual Jesus se apresenta na sinagoga de Nazaré, a sua a carteira de identidade, isto é, Ungido pelo Espírito. «O Espírito do Senhor está sobre mim; por isso me consagrou com a unção e me enviou a levar aos pobres o alegre anúncio » (Lc 4,18).
O “Respiro” do Cristo Ressuscitado enche de vida os pulmões da Igreja. Pentecostes é para a Igreja aquilo que para Cristo foi a unção do Espírito recebida no Jordão, isto é, o impulso missionário a viver a vida pela santificação dos homens, a glória de Deus.
Deixar-se guiar pelo Espírito
No momento de fazer a unção, explicou ainda Francisco, o bispo diz estas palavras: “Receba o Espírito Santo que lhe foi confiado como dom”.
“É o grande dom de Deus”, finalizou o Pontífice. “Todos nós temos o Espírito dentro, o Espírito está no nosso coração, na nossa alma. E o Espírito nos guia para que nos tornemos sal e luz na medida certa aos homens. O testemunho cristão consiste em fazer somente e tudo aquilo que o Espírito de Cristo nos pede, concedendo-nos a graça de o realizar.”
Por Vatican NewsApesar do mau tempo, milhares de fiéis participaram com o Papa Francisco da Audiência geral desta quarta-feira (23/5).
Na Praça S. Pedro, os peregrinos ouviram o Pontífice iniciar um novo ciclo de catequeses, desta vez dedicado ao sacramento da Crisma, também chamado Confirmação, quando os fiéis recebem o dom do Espírito Santo.
Sal e luz do mundo
Aos seus discípulos, Jesus confiou uma grande missão: ser sal da terra e luz do mundo. “São imagens que nos levam a pensar no nosso comportamento, porque seja a carência, seja o excesso de sal comprometem o alimento, assim como a falta ou excesso de luz impedem de ver”, disse o Papa, acrescentando que somente o Espírito de Cristo nos dá o sabor e a luz que clareia o mundo.
Este dom é recebido justamente no Sacramento da Confirmação. “Confirmação porque confirma o Batismo e reforça a sua graça; assim também “Crisma” porque recebemos o Espírito mediante a unção com o “crisma” – óleo consagrado pelo Bispo – termo que remete a “Cristo”, o Ungido pelo Espírito.
Nada podemos sem o Espírito Santo
Renascer para a vida divina no Batismo é o primeiro passo, explicou o Papa, depois é preciso se comportar como filhos de Deus, ou seja, conformar-se ao Cristo que atua na santa Igreja.
“Sem a força do Espírito Santo não podemos fazer nada. Assim como toda a vida de Jesus foi animada pelo Espírito, assim também a vida da Igreja e de cada seu membro está sob a guia do mesmo Espírito.”
A carteira de identidade de Cristo
Francisco ressaltou o modo com o qual Jesus se apresenta na sinagoga de Nazaré, a sua a carteira de identidade, isto é, Ungido pelo Espírito. «O Espírito do Senhor está sobre mim; por isso me consagrou com a unção e me enviou a levar aos pobres o alegre anúncio » (Lc 4,18).
O “Respiro” do Cristo Ressuscitado enche de vida os pulmões da Igreja. Pentecostes é para a Igreja aquilo que para Cristo foi a unção do Espírito recebida no Jordão, isto é, o impulso missionário a viver a vida pela santificação dos homens, a glória de Deus.
Deixar-se guiar pelo Espírito
No momento de fazer a unção, explicou ainda Francisco, o bispo diz estas palavras: “Receba o Espírito Santo que lhe foi confiado como dom”.
“É o grande dom de Deus”, finalizou o Pontífice. “Todos nós temos o Espírito dentro, o Espírito está no nosso coração, na nossa alma. E o Espírito nos guia para que nos tornemos sal e luz na medida certa aos homens. O testemunho cristão consiste em fazer somente e tudo aquilo que o Espírito de Cristo nos pede, concedendo-nos a graça de o realizar.”
Por Vatican News

Você sabia que São José de Anchieta dava ordens aos animais e eles o obedeciam?

Sua capacidade de mandar até sobre animais selvagens rendeu-lhe a o título de “primeiro Adão”. Em sua própria explicação, “o homem obediente a Deus tem todas as criaturas subjugadas”. Em dada ocasião, as pessoas saíram correndo de uma cobra. Ele, com toda a calma, tranquilizou-as e disse para a cobra: “Eu já não disse pra você parar de fazer essas maldades?”. A cobra abaixou a cabeça e foi embora… Isso acontecia praticamente todos os lugares pelos quais passava. Anchieta dominava onças e cobras – tinha “poder para pisar serpentes e escorpiões” (Sl 90,13), poder-se-ia dizer – e causava, com isso, a conversão de inúmeras pessoas.
Mais impressionante que seu poder com os animais, era sua extraordinária ação sobre os índios. Em Iperoig, sozinho, quando os índios irados se aproximavam para matá-lo, como vimos, eles imediatamente se detinham, olhavam para o seu rosto e desistiam de seu intento. Várias vezes, sertão adentro, índios selvagens se pacificavam tão somente com a sua presença.
Relatos juramentados e assinados narram que os pássaros guarás voavam sobre a canoa que Anchieta navegava muitas vezes, para protegê-lo do sol com sua sombra. Isto diversas vezes durante a travessia do canal de Bertioga e na Baía de Guanabara. As testemunhas contam as palavras que o Santo usava para falar com os pássaros na língua tupi.
Francisco da Silva, então menino de quatorze anos, depois sacerdote, narrou: “Eu vi nesta cidade do Rio de Janeiro, vindo em companhia do dito padre da Aldeia de São Lourenço, (…) em uma canoa, nos cercaram muitas baleias, de maneira que a canoa, nem para uma parte, nem para outra, podia passar, por estarem as baleias sobre a água… Então o padre disse: “não temais vós outros”. E dando uma benção às baleias, logo todas se foram ao fundo… E nós viemos embora todos” (Viotti, p. 208).
As pescas milagrosas
Os jesuítas formavam as povoações de índios catecúmenos vindo do sertão junto ao mar, porque facilitava a pesca. Eram milhares no tempo de Anchieta devido a seu trabalho como visitador e provincial. O seu biógrafo Pedro Rodrigues conta que um dia Anchieta chegou a uma aldeia do Espírito Santo onde os índios estavam tristes por não ter o que comer; e não era maré de peixe. Mas o Santo os levou todos ao mar; e toda a aldeia foi para a praia distante 15 km.
Anchieta perguntou que peixes queriam pescar, e eles responderam: “Guaramirim”. Anchieta indicou o lugar onde os peixes estavam e a pesca foi farta.
Pedro Leitão, depondo no processo de beatificação informativo da Bahia, em 1619, conta um fato semelhante, ocorrido em 1579.
Mesmo não sendo a época da conjunção da pesca por causa da maré, os pescadores foram ao local indicado pelo Santo e pescaram muitos peixes passando a rede uma vez só. Em 1583, houve a “pesca milagrosa de Maricá”, como foi declarado sob juramento pelos padres João Lobato e Pedro Leitão. Um dia, bem cedo, após a Missa, Anchieta perguntou aos pescadores que tipo de peixe eles queriam pescar. Então, para cada tipo de peixe que os pescadores diziam, o Santo indicava-lhes o local onde os encontraria. A pesca foi abundante, e muitos pássaros vieram e incomodavam assim os pescadores na tarefa de limpar e salgar os peixes. Anchieta então ordenou, na língua tupi, que os pássaros deixassem os pescadores trabalhar em paz, que depois eles receberiam a comida. E os pássaros se foram…!
Conheça outros milagres de São José de Anchieta no livro: São José de Anchieta – O Apóstolo do Brasil –
Retirado do livro: “São José de Anchieta – O Apóstolo do Brasil -“. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

domingo, 20 de maio de 2018


Comunidades religiosas são contra a eutanásia 

As oito comunidades religiosas representadas em Portugal assinaram uma declaração de compromisso onde manifestam a sua posição contra a legalização da morte assistida em qualquer das suas formas, seja suicídio assistido ou eutanásia, porque acreditam "que a vida humana é inviolável até à morte natural e perfilhamos um modelo compassivo de sociedade e, por estas razões, em nome da humanidade e do futuro da comunidade humana, causa da religião, nos sentimos chamados a intervir no presente debate sobre a morte assistida, manifestando a nossa posição à sua legalização em qualquer das suas formas, seja suicídio assistido, seja eutanásia", lê-se no documento.
Esta tomada de posição foi assinada no final de uma conferência sobre "Como cuidar com compaixão", organizada pelo Grupo de Trabalho Inter-Religioso para as questões de saúde, que teve lugar na Academia das Ciências de Lisboa, que contou com a presença do cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e com os restantes líderes religiosos - evangélicos, judeus, muçulmanos, hindus, ortodoxos, budistas e adventistas. O documento será entregue na Presidência da República e no Parlamento, antecipando a discussão e votação de quatro projetos de lei, do PAN, PEV, BE e PS, sobre a morte assistida, agendada para o próximo dia 29 de maio.
Este grupo, que tem feito um trabalho em conjunto desde setembro de 2009, assim que foi aprovada a Lei da Liberdade Religiosa, em unidades de saúde, refere no texto que assinou que "o debate em curso na sociedade portuguesa sobre a realidade a que se tem chamado morte assistida" convoca todos a realizarem uma reflexão e a oferecerem o seu contributo para enriquecer um processo de diálogo que necessita da intervenção da pluralidade dos atores sociais." Até porque, como foi defendido, "as tradições religiosas são portadoras de uma mensagem sobre a vida e a morte do homem, bem como sobre o modelo de sociedade que constituímos, e é legítimo e necessário que a apresentem, com humildade e liberdade."
As oito confissões religiosas - Aliança Evangélica Portuguesa, Comunidade Hindu de Portugal, Comunidade Islâmica de Lisboa, Comunidade Israelita de Lisboa, Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, União Budista Portuguesa e União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia - "conscientes de que vivemos um momento de grande importância para o nosso presente e o nosso futuro coletivo", declararam defenderem com esta posição "a dignidade daquele que sofre", "uma sociedade misericordiosa e compassiva" e os "cuidados paliativos", que são "uma exigência inadiável".
No texto defendem que "cada ser humano é único e, como tal, insubstituível e necessário à sociedade de que faz parte. (...) ", admitindo que "todo o sofrimento evitável deve ser evitado" e que "o caráter dramático do sofrimento e a dificuldade de que se reveste a elaboração de um sentido de viver" não é ignorado. Contudo, "a dignidade da pessoa não depende senão do facto da sua existência como sujeito humano e a autonomia pessoal não pode ser esvaziada do seu significado social."
Na defesa por uma sociedade compassiva, as confissões acreditam que "o sofrimento do fim de vida é, para cada pessoa um desafio espiritual e, para a sociedade, um desafio ético". E, hoje, "o morrer humano é um dos âmbitos em que este desafio nos interpela. O que nos é pedido não é que desistamos daqueles que vivem o período terminal da vida, oferecendo-lhes a possibilidade legal da opção pela morte." Esse, dizem, "é o verdadeiro sofrimento intolerável, que cria condições para o desejo de morrer". O que "nos é pedido é, pois, que nos comprometamos mais profundamente com os que vivem esta etapa, assumindo a exigência de lhes oferecer a possibilidade de uma morte humanamente acompanhada."
Quanto aos cuidados paliativos, as comunidades religiosas dizem que estes "são a concretização mais completa desta resposta que o estado não pode deixar de dar, porque aliam a maior competência científica e técnica com a competência na compaixão, ambas imprescindíveis para cuidar de quem atravessa a fase final da vida."

Michael Curry: o bispo que roubou a cena no casamento real

O líder da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, Michael Bruce Curry, citou o famoso discurso de Martin Luther King Jr. sobre o “poder redentor do amor” enquanto abençoava o casamento do príncipe Harry, do Reino Unido, e da atriz Meghan Markle, neste sábado, na Capela de São Jorge, em Windsor, na Inglaterra. O sermão foi o momento mais comentado no Twitter sobre o casamento real, que no total, recebeu cerca de 3,4 milhões de tuítes no mundo.
O reverendo, primeiro negro a ser eleito presidente da Igreja Episcopal americana, foi escolhido pelo casal para participar da cerimônia. O bispo nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, e frequentou escolas públicas em Buffalo, Nova York. Curry foi ordenado em junho de 1978, na Catedral de São Paulo da mesma cidade. 

Durante o sermão da manhã deste sábado, ele disse aos noivos que “o amor pode ajudar e curar quando nada mais pode”. Religioso, defensor das causas dos direitos civis, continuou: “Isso não é apenas para e sobre um jovem casal, com quem nos alegramos, é mais do que isso”.
Invocando os dias de escravidão nos Estados Unidos, ele disse que o amor se amplia em seu conceito, ajudando na perseverança daqueles que permaneceram em cativeiro por muito tempo. Curry ainda falou novamente do poder de mudança do amor. “Quando o amor é o caminho, nós realmente tratamos uns aos outros, bem, como se fôssemos uma família de verdade”, disse.


    
Papa anuncia nomes de 14 novos cardeais

A Igreja vai ganhar no próximo dia 29 de junho 14 novos cardeais. O Papa Francisco surpreendeu todos (inclusive os recém-nomeados) ao comunicar neste domingo (20/05), após a oração mariana do Regina Coeli, um novo consistório, sinal de universalidade da Igreja, “que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra”.
“ A integração dos novos cardeais na Igreja de Roma manifesta também a relação indissolúvel entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares espalhadas no mundo. ”
Eles são:
Sua Beatitude Louis-Raphaël I Sako, Patriarca de Babilônia dos Caldeus;
Dom Luis Ladaria, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé;
Dom Angelo De Donatis, Vigário-geral de Roma;
Dom Giovanni Angelo Becciu, Substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado e Delegado especial junto à Soberana Ordem de Malta;
Dom Konrad Krajewski, Esmoleiro apostólico;
Dom Joseph Coutts, Arcebispo de Karachi (Paquistão);
Dom António Augusto dos Santos Marto, Bispo de Leiria-Fátima (Portugal);
Dom Pedro Barreto, Arcebispo de Huancayo (Peru) e Vice-Presidente da REPAM, Rede Eclesial Pan-amazônica;
Dom Desiré Tsarahazana, Arcebispo de Toamasina (Madagascar);
Dom Giuseppe Petrocchi, Arcebispo de L’Aquila (Itália);
Dom Tomas Aquinas Manyo Maeda, Arcebispo de Osaka (Japão).
Além destes, Francisco nomeou também como membros do Colégio Cardinalício um arcebispo, um bispo e um religioso mais idosos (sem direito de voto em um eventual conclave) que se distinguiram por seu serviço à Igreja:
Dom Sergio Obeso Rivera, 86, Arcebispo emérito de Jalapa (México);
Dom Toribio Porco Ticona, 81, Prelado emérito de Corocoro (Bolívia);
Padre Aquilino Bocos Merino, 80, claretiano espanhol.


O sentido do Pentecostes

Para entendermos o verdadeiro sentido da Solenidade de Pentecostes, precisamos partir do texto bíblico que nos apresenta na narração: “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. Residiam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações que há debaixo do céu. Quando ouviram o ruído, reuniu-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua” (At, 2, 1-6). Essa passagem bíblica apresenta o novo curso da obra de Deus, fundamentada na Ressurreição de Cristo, obra que envolve o homem, a história e o cosmos.
O Catecismo da Igreja Católica diz que: “No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito” (CIC, n. 731).
Nessa celebração somos convidados e enviados para professar ao mundo a presença d’Ele [Espírito Santo]. E invocarmos a efusão do Espírito para que renove a face da terra e aja com a mesma intensidade do acontecimento inicial dos Atos dos Apóstolos sobre a Igreja, sobre todos os povos e nações.
Por essa razão, precisamos entender o significado da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: “O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d’Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito Divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas Divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos espírito e santo” (CIC, n. 691).
A Solenidade de Pentecostes é um fato marcante para toda a Igreja, para os povos, pois nela tem início a ação evangelizadora para que todas as nações e línguas tenham acesso ao Evangelho e à salvação mediante o poder do Espírito Santo de Deus.
O Papa Bento XVI fala sobre esse processo de reunificação dos povos a partir de Pentecostes: “Tem início um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e dispersas; as pessoas, muitas vezes, reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo, abrem-se à experiência da comunhão, que pode empenhá-las a ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade; por isso, a unidade é o sinal de reconhecimento, o ‘cartão de visita’ da Igreja no curso da sua história universal. Desde o início, do dia do Pentecostes, ela fala todas as línguas. A Igreja universal precede as Igrejas particulares, as quais devem se conformar sempre com ela, segundo um critério de unidade e universalidade. A Igreja nunca permanece prisioneira de confins políticos, raciais ou culturais; não se pode confundir com os Estados, nem sequer com as Federações de Estados, porque a sua unidade é de outro tipo e aspira a atravessar todas as fronteiras humanas” (Bento XVI, Homilia na Solenidade de Pentecostes, 23 de maio 2010). 
Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/o-sentido-do-pentecostes/