sexta-feira, 10 de agosto de 2018

CNBB: brasileiros devem refletir sobre orientação do papa contra pena de morte

Os bispos brasileiros pediram aos católicos que reflitam sobre as orientações do papa Francisco contra a pena de morte, em um país cada vez mais inclinado por respostas rápidas e contundentes para a onda de violência, e às vésperas das eleições presidenciais de outubro.
A respeito da modificação feita na semana passada por Francisco no catecismo, declarando a pena de morte inadmissível, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) considerou que esse posicionamento tem uma implicação direta nas questões que agitam o país com mais católicos no mundo.
“No debate político sobre a adoção da pena de morte, os católicos recebem agora uma orientação clara e justa”, afirmou o secretário-geral da CNBB, Leonardo Steiner, em um e-mail enviado nesta segunda-feira à AFP.
“A pena de morte não é solução para os problema sociais, econômicos e políticos que vivemos”, enfatizou.
A abolição da pena de morte é uma cláusula pétrea (inalterável) da Constituição brasileira de 1988, apesar de continuar contemplada para casos de deserção em situações de guerra.
Mas o tema ganha força em meio a uma população exasperada pelo aumento da violência, que resulta em 60.000 mortes por ano.
Uma pesquisa do Datafolha de janeiro passado revelou que o apoio à pena de morte no Brasil cresceu de 47% em 2008 a 57%.
Segundo Steiner, “Francisco indica, mais uma vez, que a Igreja deve deixar-se guiar pela Evangelho: toda a pessoa humana é filho, filha de Deus. Ninguém pode retirar-lhe essa dignidade”.
“Por isso, a Igreja ensina, à luz do Evangelho, que a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa, e se compromete com determinação com sua abolição em todo mundo”, acrescentou.
Via Aleteia(AFP)

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Papa Paulo VI será canonizado

O papa Paulo VI, o pontífice que concluiu o Concílio Vaticano II, será canonizado em outubro, menos de dois meses depois da comemoração, nesta segunda-feira (6), do 40° aniversário de sua morte (1978), um ano que entrou para a história como o dos três papas, pois também foram designados para a função João Paulo I e João Paulo II.
– O lembramos com muita veneração e gratidão, à espera de sua canonização, em 14 de outubro – disse o papa Francisco perante milhares de fiéis de diversas partes do mundo reunidos na Praça São Pedro.
Giovanni Battista Montini, “o grande papa da modernidade”, em palavras de Francisco, nasceu em 26 de setembro de 1897 na cidade italiana de Concesio (norte) e foi ordenado sacerdote em 29 de maio de 1920.
Em 21 de junho de 1963, sucedeu à frente do pontificado o agora já santo João XXIII (1958-1963), que tinha convocado o Concílio Vaticano II (1962-1965).
De fato, um dos maiores desafios de Paulo VI foi concluir esse Concílio Vaticano II, que marcou ao mundo católico na segunda metade do século XX e que supôs a maior revisão da liturgia desde o Concílio de Trento.
Foi um religioso reformador e comprometido com os problemas dos mais necessitados, considerado um símbolo do diálogo e da reconciliação entre Igrejas, além de ser o primeiro com um pontificado viajante.

sábado, 4 de agosto de 2018

A santidade é a vocação do cristão

Desde a Antiga Aliança, Patriarcas, Deus chama o povo à santidade: “Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santos porque Eu sou Santo” (Lv 1,44-45).
O desígnio de Deus é claro: uma vez que fomos criados à sua “imagem e semelhança” (Gen 1,26), e Ele é Santo, nós devemos ser santos também. O Senhor não deixa por menos. A medida e a essência dessa santidade é o próprio Deus. São Pedro repete esta ordem dada ao povo no deserto, em sua primeira carta, convocando os cristãos a imitarem a santidade de Deus:
“A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1,15-16).
S. Pedro exige dos fieis que “todas as vossas ações” espelhem esta santidade de Deus, já que “vós sois, uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis o poder daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa” (1Pe 2,9).
Para São Pedro a vida de santidade era uma imediata conseqüência de um povo que ele chamava de “quais outras pedras vivas… materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo” (1Pe 2,5).
Neste sentido exortava os cristãos do seu tempo a romper com a vida carnal: “luxúrias, concupiscências, embriagues, orgias, bebedeiras e criminosas idolatrias” (1Pe 4,3), vivendo na caridade, já que esta “cobre a multidão dos pecados” (1Pe 4,8).
Jesus, no Sermão da Montanha chama os discípulos à perfeição do Pai: “Sede perfeitos assim como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
Essas palavras fazem eco ao que Deus já tinha ordenado ao povo no deserto: “Sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44).
Jesus falava da bondade do Pai, que ama não só os bons, mas também os maus, e que “faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos” (Mt 5,45). Jesus pergunta aos discípulos: “Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?” (46). Para o Senhor, ser perfeito como o Pai celeste, é amar também os inimigos, os que não nos amam. “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e vos maltratam” (44). E mais ainda: “Não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra” (39).
Sem dúvida não é fácil viver essa grande exigência que Jesus nos faz, mas é por isso mesmo que ao cumpri-las vamos nos tornando santos, perfeitos, como o Pai celeste.
Todo o Sermão da Montanha, que São Mateus relata nos capítulos 5,6 e 7, apresenta-nos o verdadeiro código da santidade. É como dizem os teólogos, a “Constituição do Reino de Deus”. Santo Agostinho nos assegura que:
“Aquele que quiser meditar com piedade e perspicácia o Sermão que nosso Senhor pronunciou no Monte, tal como o lemos no Evangelho de São Mateus, aí encontrará, sem sombra de dúvida, a carta magna da vida cristã” (CIC, Nº 1966).
É por isso que na festa de todos os Santos a Igreja nos faz meditar no Evangelho das Bem-aventuranças, que são o início, e como que o resumo, de todo o Sermão do Monte.
São Paulo começa quase todas as suas Cartas lembrando os cristãos do seu tempo de que são chamados à santidade. Aos romanos, logo no início, ele se dirige dizendo:
“A todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos…” (Rom 1,7).
Aos corintios ele repete: “à Igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Cristo Jesus chamados à santidade com todos…” (1Cor 1,2).
Aos efésios ele lembra, logo no início, que o Pai nos escolheu em Cristo “antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,5).
Aos filipenses ele pede que: “o discernimento das coisas úteis vos torne puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo” (Fil 1,10).
“Fazei todas as coisas sem hesitações e murmurações a fim de serdes irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus íntegros no meio de uma geração má e perversa” (Fil 2,14).
Para o Apóstolo a santidade é a grande vocação do cristão. Ele diz aos efésios:
“Exorto-vos pois (…) que leveis uma vida digna da vocação a qual fostes chamados, com toda humildade, mansidão e paciência” (Ef 4,1).
De maneira mais clara ainda ele fala aos tessalonicenses sobre o que Deus quer de nós:
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honestidade, sem se deixar levar pelas paixões desregradas como fazem os pagãos que não conhecem a Deus” (1 Tess 4,3-5).

Retirado do livro: “A Intercessão e o Culto dos Santos – Imagens e Relíquias”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018


Católicos boicotam novela da Rede Record

Ponto de contradição entre evangélicos e católicos, a sexualidade de Maria incomodou seguidores da Igreja Romana durante a exibição do capítulo desta quinta-feira, da novela Jesus, da Record. Para os católicos, Maria sempre foi virgem. Cristo foi concebido pela graça do Espírito Santo. Já os evangélicos creem que Maria teve outros filhos — pelas vias naturais — com o marido, o carpinteiro José. Nesta quinta, o folhetim bíblico mostrou o retorno de Maria e José à Galileia, depois do exílio no Egito, onde se refugiaram para salvar Jesus do infanticídio promovido por Herodes. 
Na cena, o casal carrega o messias e outras duas outras crianças, Tiago e José, refutando a ideia de que Maria se manteve intacta por toda a vida. Nas redes sociais, seguidores da fé católica criticaram a escolha dos roteiristas de abraçar a versão evangélica da personagem.
“Aquele Jesus é o Jesus da Universal, não é o Jesus das Escrituras; é o Evangelho segundo Edir Macedo e seus espúrios interesses”, escreveu o bispo Dom Henrique Soares da Costa em carta aberta no Facebook. “Quanto à Toda Santa Mãe de Deus, odiada pelos inimigos de Cristo e por Satanás, aquela Maria da Record, não tem nada a ver com ela! Um católico que assiste àquilo peca gravemente, pois denigre o que é de Deus, o que é sagrado, é coisa fina! Você veria um filme que denegrisse sua mãe e mentisse sobre sua família? ”
Popular nas redes sociais, Padre Paulo Ricardo publicou um vídeo de quase seis minutos em que explica as crenças católicas e ressalta: “Maria foi virgem antes, durante e depois do parto. A integridade física da Nossa Senhora não foi nunca tocada. Ela é a virgem intacta”.
Além do apego à virgindade da mãe de Jesus, o embate entre as duas crenças se dá por causa das diferentes traduções da Bíblia. A versão seguida pelos católicos diz que Tiago e José eram primos de Jesus, já que o aramaico tinha uma única palavra para irmão e primo. Porém, o Novo Testamento foi escrito em grego, língua em que as duas palavras possuem significados distintos.
Em matéria especial de VEJA, o tradutor e linguista português Frederico Lourenço explica as sutilezas da tradução da Bíblia, entre elas esta passagem. No fim do século IV, São Jerônimo, autor da Vulgata — a tradução latina das Escrituras que por séculos foi a única autorizada pela Igreja Católica —, cravou a ideia de que a palavra grega adelphoi seria vaga e assim poderia designar “primo”. Lourenço, que não segue nenhuma fé específica, não concorda com São Jerônimo e ressalta que adelphoi significa apenas “irmão”. 
(FONTE: https://www.msn.com/pt-br/tv/novelas/católicos-boicotam-novela-‘jesus’-em-defesa-da-virgindade-de-maria/ar-BBLs6gV?ocid=spartandhp)

Papa Francisco muda o parágrafo do Catecismo sobre a pena de morte

O Santo Padre recebeu em audiência, no dia 11 de maio p.p., no Vaticano, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luís Ladaria, durante a qual aprovou a nova redação do Catecismo da Igreja Católica (n. 2267), sobre a “pena de morte”.
O novo Rescrito do Papa, ou seja, a decisão papal sobre a questão da pena de morte, foi publicado na manhã desta quinta-feira, no Vaticano:
“Durante muito tempo, o recurso à pena de morte, por parte da legítima autoridade, era considerada, depois de um processo regular, como uma resposta adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum”.
No entanto, hoje, torna-se cada vez mais viva a consciência de que a dignidade da pessoa não fica privada, apesar de cometer crimes gravíssimos. Além do mais, difunde-se uma nova compreensão do sentido das sanções penais por parte do Estado. Enfim, foram desenvolvidos sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a indispensável defesa dos cidadãos, sem tirar, ao mesmo tempo e definitivamente, a possibilidade do réu de se redimir.
Por isso, a Igreja ensina, no Novo Catecismo, à luz do Evangelho, que “a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa, e se compromete, com determinação, em prol da sua abolição no mundo inteiro”.
Via Vatican News

Um padre é um dos sobreviventes de avião acidentado no México

O voo Aeroméxico 2431 caiu minutos após decolar do aeroporto Guadalupe Victoria, em Durango, no México, rumo à capital do país, com 99 passageiros e 4 tripulantes. Informações da imprensa local apontam 12 feridos em estado crítico, mas as redes sociais têm se referido ao acontecimento como “o milagre de Durango” porque, surpreendentemente, todas as 103 pessoas que estavam a bordo sobreviveram à queda do avião e ao incêndio que se iniciou em poucos minutos.
Entre os sobreviventes está um sacerdote católico: o pe. Ezequiel Sánchez, reitor do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe em Des Plaines, Chicago, nos Estados Unidos.
Uma testemunha que também escapou da morte no acidente relatou que viu o pe. Sánchez “fazer uma breve oração ao sair do avião” logo depois da queda.
Segundo o pe. Manuel Padilla, vice-reitor do santuário de Chicago, o pe. Sánchez “está bem e nos pede que rezemos por ele e pelos outros passageiros que estavam no avião“.
O pe. Ezequiel Sánchez, que sofreu uma fratura no braço e permanece hospitalizado, foi ordenado em 1995. Filho de pais mexicanos imigrantes, naturais de Durango, ele nasceu em Chicago e com frequência representa a comunidade católica local em reportagens e programas de televisão.
Via Aleteia

Pascom celebra 20 anos de história na Arquidiocese de Natal

Em 2018, a Pastoral da Comunicação completa 20 anos de história, na Arquidiocese de Natal. Desde o início do ano, a Pascom vem realizando atividades para comemorar as duas décadas de atuação. O Miss@o.Com – encontro de formação reunindo os agentes, por zonais, tem sido uma das atividades. Em cada encontro, a programação consta de palestra sobre a trajetória da Pascom e oficinas. Além disso, uma série de cards alusivos aos 20 anos, tem sido publicada nas redes sociais da Arquidiocese.
O ponto alto da comemoração será o encontrão com os agentes, dia 19 de agosto, das 8 às 17 horas, no Colégio Salesiano Dom Bosco, em Nova Parnamirim. Esse evento contará com a participação de Dom Edilson Nobre, ex-coordenador arquidiocesano da Pascom e atual bispo de Oeiras (PI), e da jornalista Márcia Marques, coordenadora da Pastoral da Comunicação, no Regional Nordeste 2, da CNBB. A missa de encerramento será presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha. Para participar do Encontrão, os agentes devem fazer inscrição, junto à coordenação arquidiocesana da Pascom, até o dia 10 de agosto. A taxa de inscrição, no valor de trinta reais, deve ser efetuada no ato da inscrição.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

FELIZ ANIVERSÁRIO

É tempo de rendermos graças a Deus pelo aniversário de Irmã Ana Carla de Melo Silva, FDC, Superiora da Província Nossa Senhora das Neves, comemorado hoje (1º de agosto) e cuja vida é pautada pelos ensinamento da Madre Francisca Lecher: fazer o bem, alegrar, tornar feliz e conduzir ao céu. 
Celebrar o aniversário é também uma maneira de agradecer a Deus pelo dom da vida e por nos proporcionar bons momentos, ao lado dessa mulher de coração grandioso e cheio dos dons da bondade, solidariedade e amor ao próximo.
Que Deus continue a derramar muitas bênçãos sobre ela e que possamos continuar desfrutando da sua companhia e da sua amizade.
Afinal, fazer aniversário É ter a certeza de que os sonhos se realizam; É reconhecer que amigos se importam com a nossa existência; É contar o tempo que se viveu e o que se deixou de viver. É aprender a valorizar o tempo; é tornar novo o que se fez velho; é fazer do novo o sempre; fazer aniversário é saber que só se nasce uma vez e isso nos mostra
Que o valor da vida é imensurável;

Revista A Ordem ganha título de ‘menção honrosa’ da CNBB

A revista A Ordem – especial Santos Mártires do Brasil ganhou a menção honrosa Irmã Dorothy Stang, dos Prêmios de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), edição 2018. A entrega dos vencedores aconteceu durante o 6º Encontro Nacional da Pascom, realizado de 19 a 22 de julho, em Aparecida (SP).
A revista
A Ordem é uma publicação mensal da Arquidiocese de Natal. Em outubro do ano passado, por ocasião da canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, a Arquidiocese publicou uma edição especial sobre os Protomártires do Brasil. A revista, com 60 páginas, conta com artigos, entrevistas, a história dos massacres, ocorridos em 1645, e reportagens sobre as celebrações de beatificação e de canonização. A edição especial pode ser adquirida na livraria da Catedral ou na sala do Setor de Comunicação da Arquidiocese de Natal, no valor de dez reais.

Você já parou para pensar em como Deus tem guiado sua vida?

Infelizmente, muitas vezes, nos perdemos pelos muitos caminhos deste mundo, porque, por orgulho ou por teimosia, insistimos em andar por onde queremos e não pelo caminho que Deus quer que sigamos.
O caminho de Deus pode não ser o mais fácil, ou o mais curto, mas com certeza, Ele nos leva pelos caminhos mais acertados. Como é desagradável em uma longa viagem errarmos o caminho! Incrível, como o lugar desejado nunca parece chegar.
A nossa vida na fé também é assim. Se não nos deixamos guiar por Deus, erramos o caminho, e nos atrasamos para alcançar o que tanto desejamos: a verdadeira felicidade.
É muito fácil rezar com o salmista o salmo 22:
“O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
Em verdes prados ele me faz repousar.
Conduz-me junto às águas refrescantes, restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome.
Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.
Preparais para mim a mesa à vista de meus inimigos. Derramais o perfume sobre minha cabeça, e transborda minha taça.
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias”.
No entanto, parece que não é tão fácil assim de viver. Será que estamos deixando que Deus nos guie? Qual voz temos escutado? A voz do nosso egoísmo, a voz do mundo ou a voz do nosso pastor?
Jesus disse: “Eu sou o bom Pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas” (Jo 10, 15). Para seguir o Pastor são necessárias duas coisas: Escutar sua voz e confiar, abandonar-se aos seus cuidados.
Para escutar a Deus é preciso intimidade com Ele. Será que temos buscado estar com o Senhor? Com que frequência? Como está a nossa vida de oração? Nossos ouvidos e coração estão atentos aos Seus chamados?
Para abandonar-se é preciso acreditar nisso: Deus nos conduz em nossa caminhada para Ele. É Ele mesmo quem realiza em nós a santificação; não temos poder para guiar a nossa santificação. Só Deus sabe o caminho que temos de trilhar para chegar nela; e Ele nos leva por esse caminho quando nos abandonamos confiantes em Suas mãos.
A nós cabe nos entregar dóceis em Suas mãos como o barro nas mãos do oleiro, como ovelhas nos braços do Pastor, como a criança que é leva pelo pai, segurando em sua mão; sem perguntar o que Ele está fazendo conosco. Isso é abandonar-se em Deus. Nós não sabemos o que precisamos, muito menos qual é o caminho melhor a seguir; só Ele sabe por que nos criou e teceu cada fibra de nosso ser no ventre materno, como diz o Salmo 138.
Padre Joseph Schrijvers, autor de um livro fabuloso intitulado “O Dom de si”, insiste nisso: “Viver cada instante o dom de si, é um ato de amor a Jesus a cada momento, acolhendo sem questionamento, o que o Artista divino está fazendo”. Precisamos aprender a nos abandonar nos braços do Pai a cada dia. É um exercício de fé.
Podemos comparar o abandonar-se em Deus com o que Michelangelo fazia com um bloco de pedra. Ele dizia aos seus alunos, ao ensiná-los a trabalhar com arte escultural: “Aí dentro tem um anjo, vamos colocá-lo para fora. Vamos tirar com o cinzel, carinhosamente, o que está sobrando”. E o mármore precisa ficar quietinho e aceitar todas as batidas do Artista. É a obra de Deus em nós. Só um coração que ama a Deus entende e aceita tudo isso.
Engraçado como até na gramática não costumamos usar “abandonar-se” como verbo reflexivo, ou seja, quando o sujeito pratica e recebe uma ação. Não é comum abandonar a si mesmo. No entanto, na caminhada na fé, a linguagem é diferente. A gramática de Deus é outra. Para fazermos a vontade de Deus, e não nos perdemos pelo caminho, é preciso abandonar a nós mesmos para confiar única e exclusivamente nas mãos de Deus que é Pai, é Pastor. Isso exige de nós atitudes de fé, confiança, humildade e perseverança, para que diante das muitas adversidades que enfrentamos na vida, não esmoreçamos; ao contrário, que possamos sentir a verdadeira paz de quem realmente acredita que Deus está cuidando de tudo. Pois um bom Pastor, jamais deixaria sua ovelha se perder.
Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Papa Francisco: eliminar do mundo os muros da divisão

O Papa Francisco enviou uma Mensagem, nesta sexta-feira (27/7), aos participantes da III Conferência mundial sobre “Ética teológica católica na Igreja”, que se realiza, até o próximo domingo (29/7), em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina. O tema dos trabalhos, que se iniciaram nesta quinta-feira (26/7), é “Um momento crítico para a construção de pontes: ética teológica católica, hoje”.
Em sua Mensagem, o Santo Padre recorda que, Sarajevo é uma cidade repleta de valor simbólico para o caminho de reconciliação e pacificação, depois dos horrores de uma guerra recente, que causou tantos sofrimentos aos seus povos.
Sarajevo, diz ainda o Papa, é uma cidade de pontes. Por isso, esta Conferência mundial quis inspirar-se neste símbolo para reconstruir, em um clima de divisões e tensões, novos caminhos de aproximação entre povos, culturas, religiões, visões da vida, orientações políticas.
O tema deste encontro, afirma Francisco, coloca-se em uma perspectiva, sobre a qual ele mesmo se referiu, várias vezes, ou seja, “construir pontes e não muros”. Trata-se de colher todos os sinais, sem renunciar à prudência, e mobilizar todas as energias para eliminar do mundo os muros da divisão e construir pontes de fraternidade.
Com efeito, os pontos focais da Conferência cruzam-se, no fundo, com este caminho de construção de pontes, em uma época crítica como a nossa.
O desafio ecológico, recordou o Papa, é colocado pelos conferencistas ao centro da atenção, porque contém aspectos que podem causar graves desiquilíbrios, não só entre o homem e a natureza, mas também nas relações entre as gerações e entre os povos. Tal desafio refere-se ao horizonte de compreensão da ética ecológica e da ética social.
Por isso, a referência que os conferencistas fazem em seu encontro sobre o tema dos migrantes e refugiados, é muito oportuna para Francisco porque é um tema muito sério, que leva a uma profunda reflexão ético-teológica, antes de sugerir ações pastorais adequadas e praxes políticas responsáveis e conscientes.
Em um cenário tão complicado e complexo é preciso uma liderança renovada, que ajude a descobrir um modo mais justo de viver no mundo, como participantes de um destino comum.
A ética teológica, afirma o Papa, oferece uma contribuição específica para que, nos cinco Continentes, haja uma rede de reflexão ética, em chave teológica, para encontrar recursos novos e eficazes para o drama humano, que seja acompanhado com cuidado misericordioso, diálogo e confronto.
Neste sentido, o Santo Padre citou seu documento “Veritatis gaudium”, onde propõe critérios sobre a importância do diálogo que está à base da abertura inter e transdisciplinar e indica a necessidade urgente de “tecer redes” entre as instituições que cultivam e promovem estudos eclesiológicos.
Francisco concluiu sua Mensagem fazendo um apelo aos conferencistas, que são cultores da ética teológica, encorajando-os a se dedicarem com afinco ao diálogo e ao lançamento de redes. Desta forma, poderão aprender a ser fiéis à Palavra de Deus, que nos interpela na história, e à solidariedade com o mundo, propondo meios e instrumentos para aliviar as feridas e fragilidades humanas.
Via Vatican News

Comissão da CNBB mobiliza cristãos na luta contra legalização do aborto

Mais uma vez, a legalização do aborto volta à pauta nacional em uma audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), para os dias 3 e 6 de agosto. Na ocasião, será debatida a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442.
Diante dessa realidade, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reafirma em nota a posição firme e clara da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”. Afirmação emitida pela presidência da CNBB na Nota Oficial “Pela vida, contra o aborto”, publicada em 11 de abril de 2017.
A CNBB apresentará sua posição, nesta audiência, no dia 6 de agosto, às 9h10, pelo Dom Ricardo Hoerpers, bispo da diocese de Rio Grande (RS) e pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco (SP).
Leia a nota na íntegra:
Brasília – DF, 25 de Julho de 2018
ABORTO E DEMOCRACIA
1.Um perigo iminente
Nos últimos anos, apresentaram-se diversas iniciativas que visavam à legalização do aborto no ordenamento jurídico brasileiro.
Em todas essas ocasiões, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fiel à sua missão evangelizadora, reiterou a “sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil” (CNBB, Nota Pela vida, contra o aborto, 11 de abril de 2017).
Unindo sua voz à sensibilidade do povo brasileiro, maciçamente contrário a qualquer forma de legalização do aborto, a Igreja sempre assegurou que “o respeito à vida e à dignidade das mulheres deve ser promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas”, lembrando que “urge combater as causas do aborto, através da implementação e do aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros, especialmente nas localidades mais pobres do Brasil” (Ibidem).
As propostas de legalização do aborto sempre foram debatidas democraticamente no parlamento brasileiro e, após ampla discussão social, sempre foram firmemente rechaçadas pela população e por seus representantes.
A desaprovação ao aborto, no Brasil, não parou de crescer nos últimos anos, mas, não obstante, assistimos atualmente uma tentativa de legalização do aborto que burla todas as regras da democracia: quer-se mudar a lei mediante o poder judiciário.
1. A ADPF 442
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 442, solicita ao Supremo Tribunal Federal – STF a supressão dos artigos 124 a 126 do Código Penal, que tipificam o crime de aborto, alegando a sua inconstitucionalidade. O argumento, em si, é absurdo, pois se trata de uma lei federal de 1940, cuja constitucionalidade jamais foi questionada.
O STF convocou uma audiência pública para a discussão do tema, a realizar-se nos dias 3 e 6 de agosto de 2018. A maior parte dos expositores representa grupos ligados à defesa da legalização do aborto.
A rigor, o STF não poderia dar andamento à ADPF, pois não existe nenhuma controvérsia em seu entendimento. Em outras palavras, em si, a ADPF 442 transcende o problema concreto do aborto e ameaça os alicerces da democracia brasileira, que reserva a cada um dos poderes da República uma competência muito bem delineada, cujo equilíbrio é uma garantia contra qualquer espécie de deterioração que degenerasse em algum tipo de ditadura de um poder sobre os outros.
O momento exige atenção de todas as pessoas que defendem a vida humana. O poder legislativo precisa posicionar-se inequivocamente, solicitando de modo firme a garantia de suas prerrogativas constitucionais. Todos os debates legislativos precisam ser realizados no parlamento, lugar da consolidação de direitos e espaço em que o próprio povo, através dos seus representantes, outorga leis a si mesmo, assegurando a sua liberdade enquanto nação soberana. Ao poder judiciário cabe fazer-se cumprir as leis, ao poder legislativo, emaná-las.
1.O aborto da democracia.
“Escolhe, pois, a vida”. O eloquente preceito que recebemos da Escritura, “escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19), agora, reveste-se de importância decisiva: precisamos garantir o direito à vida nascente e, fazendo-o, defender a vida de nossa democracia brasileira, contra todo e qualquer abuso de poder que, ao fim e ao cabo, constituir-se-ia numa espécie de “aborto” da democracia. As democracias modernas foram concebidas como formas de oposição aos absolutismos de qualquer gênero: pertence à sua natureza que nenhum poder seja absoluto e irregulável. Por isso, é imensamente desejável que, diante destas ameaças hodiernas, encontremos modos de conter qualquer tipo de exacerbação do poder. Em sua evangélica opção preferencial pelos pobres, a Igreja vem em socorro dos mais desprotegidos de todos os desprotegidos: os nascituros que, indefesos, correm o risco do desamparo da lei e da consequente anistia para todos os promotores desta que São João Paulo II chamava de cultura da morte.
1.Sugestões práticas.
O que fazer? Diante da gravidade da situação, pedimos a todas as nossas comunidades uma mobilização em favor da vida, que se poderia dar em três gestos concretos:
1.Uma vigília de oração, organizada pela Pastoral Familiar local, tendo como intenção a defesa da vida dos nascituros, podendo utilizar como material de apoio os encontros do subsídio Hora da Vida 2018, sobretudo a Celebração da Vida, vide página 41. Ao final da vigília, os participantes poderiam elaborar uma breve ata e endereçá-la à Presidência do Congresso Nacional, solicitando aos legisladores que façam valer suas prerrogativas constitucionais: presidencia@camara.leg.br, com cópia para a Comissão Episcopal para a Vida e a Família: vidafamilia@cnbb.org.br.
2.Nas Missas do último domingo de julho, os padres poderiam comentar brevemente a situação, esclarecendo o povo fiel acerca do assunto e reservando uma das preces da Oração da Assembleia para rezar pelos nascituros. A coordenação da Pastoral Familiar poderia encarregar-se de compor o texto da oração e também de dirigir umas palavras ao povo.
3.Incentivamos, por fim, aos fiéis leigos, que procurem seus deputados para esclarecê-los sobre este problema. Cabe, de fato, ao Congresso Nacional colocar limites a toda e qualquer espécie de ativismo judiciário.
Invocamos sobre todo o nosso país a proteção de Nossa Senhora Aparecida, em cuja festa se comemora juntamente o dia das crianças, para que ela abençoe a todos, especialmente as mães e os nascituros.
Dom João Bosco B. Sousa, OFM
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família Bispo Diocesano de Osasco – SP
Via Canção Nova

sábado, 28 de julho de 2018


COMUNICADO

Educandário Nossa Senhora da Vitórias

 91 anos de compromisso com a Formação Cristã


Estimado Pai! 

A Direção do ENSV, através da Coordenação de Esportes, já se prepara para a realização do torneio esportivo em homenagem ao Dia dos Pais, cujo tema será: Pai ENSV, Inspirando Amor através do Esporte. Este tema norteará nossas atividades no período de 01 à 10/08.
Assim sendo, estamos convidando-o a participar da reunião que realizar-se-à nesse dia 27/07 (sexta-feira), ás 19h30, na nossa escola, para definirmos a sua participação no evento.
Antecipe a sua inscrição marcando as modalidades as quais deseja participar.

( ) Futsal
( ) Judô
( ) Natação seguida de atividades com pai e filho(s)
( ) Vôlei
( ) Xadrez

O sucesso deste evento depende da sua participação!
Contamos com sua presença.

Atenciosamente,
A Coordenação de Esportes. 

terça-feira, 24 de julho de 2018

Por que orar: “Senhor eu creio, mas aumentai a minha fé!”?

Agir pela fé é lutar contra o medo que nos paralisa e nos tira da luta!
A palavra de Deus diz que “o justo viverá pela fé” (Hab 2,4; Rom 1,17); e que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). Jesus repreendeu seus apóstolos várias vezes pela falta de fé deles. Ora, se eles, com Jesus presente, tiveram falta de fé, então, para nós também não é fácil; por isso precisamos pedir sempre: “Senhor, eu creio, mas aumenta minha fé!”.
A vida na fé é um abandono nas mãos de Deus, é o que Deus mais quer de nós. O Pai ama saber que o filho confia nele. Sem fé é impossível fazer a vontade de Deus; uma coisa depende da outra. E sem fazer a vontade de Deus não O agradamos.
Viver pela fé não é algo fácil, só é possível pela graça de Deus e muita perseverança na oração.
Viver pela fé é um exercício continuo de se confiar a Deus, especialmente nas horas mais difíceis. Especialmente nessas horas sentimos a nossa fraqueza, então, a fé nos socorre. Ao experimentar o socorro da graça São Paulo exclamava: “Tudo posso naquele que me sustenta” (Fl 4,13).
Quando ele pediu ao Senhor que o livrasse do “espinho na carne”, que ele dizia que era como “um anjo de Satanás a esbofetear-me”, o Senhor lhe disse: “Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela toda a minha força” (2Cor 12,7-9).
Também nós pediremos muitas vezes que o Senhor tire esse duro “espinho” de nossa carne, e o Senhor poderá nos dizer também: “ainda não”, mas não nos deixará faltar o auxílio da sua graça. Na fé temos que acreditar no que disse São Paulo: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (1Cor 10,13).
A Igreja coloca para nós, como “ícones da fé”, a Virgem Maria e Abrão. Ela entregou sua vida a Deus como alguém que entregue um cheque em branco assinado ao credor. “Faça-se em mim segundo a Tua vontade”. Ela não sabia de tudo que teria de sofrer por Ele! O parto numa gruta fria dos animais, uma fuga terrível para o Egito, a perda do Menino em Jerusalém, as ofensas e perseguições que Jesus sofreu, por fim, o Calvário doloroso… Mas não lhe faltou a graça de Deus. Esta é sempre proporcional ao tamanho da missão que Deus nos dá.
É nesta hora que temos de responder a Deus na linguagem da fé, e dizer como Jó à sua esposa: “Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade?” (Jo 2,10). Ou ainda, quando perdeu todos os seus filhos e todos os seus bens, manteve-se fiel a Deus: “Nu saí do ventre da minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jo 1,21).
Caminhar pela fé, abandonar-se em Deus, é crer e aceitar de bom grado “toda” a vontade de Deus para a nossa vida, qualquer que ela seja, em qualquer situação, sem reclamar, sem lamuriar, sem blasfemar. O livro do Eclesiástico diz: “Aceita tudo o que te acontecer”, e ensina porque: “pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus pelo cadinho da humilhação” (Eclo 2,1-6).
As piores ervas daninhas de nossa alma são arrancadas por Deus pelo fogo das provações. Nesta hora é preciso repetir, para nós mesmos: “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rom 8,28), até que esta verdade impregne a nossa alma, tome conta dos nossos pensamentos, sentimentos e ações. É um exercício que precisa ser repetido por toda a vida.

Prof. Felipe Aquino

Papa no Angelus: distantes de Jesus e de seu amor, nos perdemos

“Com Jesus ao lado se pode prosseguir com segurança, se podem superar as provações, se progride no amor a Deus e aos próximo. Jesus se fez dom para os outros, tornando-se assim modelo de amor e de serviço para cada um de nós”, disse Francisco.
“Sem a verdade, que é Cristo mesmo, não é possível encontrar a justa orientação da vida. Quando nos distanciamos de Jesus e de seu amor, nos perdemos e a existência se transforma em desilusão e insatisfação.” Foi o que disse o Papa Francisco na alocução que precedeu a oração do Angelus, no último domingo (22/07), na qual se deteve sobre à página do Evangelho proposta para a liturgia do dia.
O Evangelho (Mc 6,30-34), disse o Papa, nos conta que os apóstolos, após a primeira missão, voltam a Jesus e lhe falam “tudo aquilo que tinham feito e ensinado”. Após a experiência da missão, certamente entusiasmante, mas também cansativa, frisou Francisco, eles precisam de repouso.
O Pontífice ressaltou que Jesus se preocupou em assegurar-lhes um pouco de alívio, convidando-os a um lugar deserto onde pudessem recobrar as forças, mas que a multidão, tendo intuído para onde iam, correu chegando ao lugar antes deles, mudando assim o programa.
Flexibilidade e disponibilidade às necessidades dos outros
“O mesmo pode acontecer também hoje. Por vezes não conseguimos realizar nossos projetos, porque se dá um imprevisto urgente que acaba com nossos programas e requer flexibilidade e disponibilidade às necessidades dos outros.”
Nessas circunstâncias, exortou o Papa, “somos chamados a imitar aquilo que fez Jesus: ‘Tendo descido da barca, ele viu uma grande multidão, teve compaixão dela, porque eram como ovelhas sem pastor, e se colocou a ensinar-lhes muitas coisas’”.
Francisco destacou que o evangelista nos oferece aí um flash de singular intensidade, fotografando os olhos do Divino Mestre e seu ensinamento. “Observamos os três verbos deste fotograma: ver, ter compaixão, ensinar. Podemos chamá-los os verbos do Pastor.”
“O olhar de Jesus não é um olhar neutro ou, pior, frio e distanciado, porque Jesus olha sempre com os olhos do coração. E seu coração é tão tenro e repleto de compaixão, que sabe colher inclusive as necessidades mais escondidas das pessoas.”
Jesus Cristo, realização da solicitude e cuidados de Deus para com seu povo
Francisco frisou ainda que Cristo mostra com isso a atitude e a predisposição de Deus para com o homem e a sua história. “Jesus se apresenta como a realização da solicitude e cuidado de Deus para com o seu povo”, acrescentou.
O Papa quis evidenciar que o primeiro pão que o Messias oferece à multidão faminta e cansada é o pão da Palavra. “Todos nós precisamos da palavra da verdade, que nos guie e ilumine nosso caminho”, prosseguiu.
“Com Jesus ao lado se pode prosseguir com segurança, se podem superar as provações, se progride no amor a Deus e ao próximo. Jesus se fez dom para os outros, tornando-se assim modelo de amor e de serviço para cada um de nós.”
Francisco concluiu fazendo votos de que Maria Santíssima nos ajude a assumir os problemas, sofrimentos e dificuldades de nosso próximo, mediante uma atitude de partilha e de serviço.
Saudação a fiéis e peregrinos brasileiros
Dirigindo-se aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Papa fez uma saudação particular aos fiéis da Diocese de Rio do Sul – SC, e aos jovens da Diocese de Sevilha, na Espanha, além de grupos paroquiais e associações.
Via Vatican News

sábado, 21 de julho de 2018

Um católico a favor do aborto pode comungar?

Diante dos recentes casos de despenalização do aborto em países de maioria católica, como Irlanda, Colômbia, Chile e a possibilidade de que a mesma coisa aconteça na Argentina, surgiu a pergunta de se os fiéis que estão abertamente a favor desta prática podem receber a Eucaristia.
Para resolver esta dúvida, a Igreja emitiu vários documentos. Entre eles a carta “Dignidade para receber a Sagrada Comunhão: Princípios Gerais”, enviada em 2004 pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, aos bispos dos Estados Unidos.
A carta assinala que, no caso do grave pecado do aborto, “quando a cooperação formal de uma pessoa é manifesta (entendida, no caso de um político católico, como fazer campanha e votar sistematicamente por leis permissivas de aborto e eutanásia), seu pároco deveria reunir-se com ele, instruí-lo a respeito dos ensinamentos da Igreja, informando-lhe que não deve apresentar-se à Sagrada Comunhão até que termine com a situação objetiva de pecado, e advertindo-lhe que de outra maneira se lhe negará a Eucaristia”.
Além disso, adverte que um católico seria “culpável de cooperação formal no mal, e tão indigno para apresentar-se à Sagrada Comunhão, se deliberadamente votasse a favor de um candidato precisamente pela postura permissiva do candidato a respeito do aborto e/ou da eutanásia”.
Neste contexto, quando um fiel católico foi formado a respeito do ensinamento da Igreja sobre o aborto, mas ainda mantém a sua posição pública “com obstinada persistência”, ainda se apresenta a receber a Sagrada Comunhão, “o ministro da Sagrada Comunhão deve negar-se a distribuí-la”.
“Esta decisão, propriamente falando, não é uma sanção ou uma pena. Tampouco é que o ministro da Sagrada Comunhão esteja realizando um juízo sobre a culpa subjetiva da pessoa, senão que está reagindo ante a indignidade pública da pessoa para receber a Sagrada Comunhão devido a uma situação objetiva de pecado”, esclarece o texto.
Em agosto de 2008, o então Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica da Santa Sé, Cardeal Raymond L. Burke, explicou que os católicos, especialmente os políticos que apoiam publicamente o aborto, não devem comungar.
O Cardeal também se referiu à responsabilidade da caridade que os ministros da comunhão têm de negá-la caso a solicitem “até que reformem a própria vida”.
Católicos devem se opor ao aborto
No ponto 2 da carta do agora Papa Emérito Bento XVI, recorda-se o que foi estabelecido na Carta Encíclica Evangelium vitae, em relação às decisões judiciais ou leis civis que autorizam ou promovem o aborto, declarando que existe “uma grave e precisa obrigação de opor-se através da objeção de consciência”.
“No caso de uma lei intrinsecamente injusta, como aquela que admite o aborto ou a eutanásia, nunca é lícito conformar-se com ela, ‘nem participar numa campanha de opinião a favor de uma lei de tal natureza, nem dar-lhe a aprovação com o próprio voto’”, assinala no numeral 73.
Do mesmo modo, explica que os cristãos têm um “grave dever de consciência, a não prestar a sua colaboração formal em ações que, apesar de admitidas pela legislação civil, estão em contraste com a lei de Deus”.
Pecado do aborto
O aborto é um pecado grave, porque se trata de tirar a vida de um ser humano no ventre de sua mãe.
De acordo com o Direito Canônico, no cânon 1398, quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão automática (latae sententiae), que só pode ser absolvida pelo bispo da diocese e pelos sacerdotes autorizados por ele.
Por ocasião do Ano da Misericórdia em 2016, o Papa Francisco permitiu que os sacerdotes de todo o mundo absolvessem esse pecado. E, depois, com a Carta Apostólica Misericordia et misera, o Santo Padre estendeu esta permissão indefinidamente.
Por ACI Digital