terça-feira, 24 de julho de 2018

Por que orar: “Senhor eu creio, mas aumentai a minha fé!”?

Agir pela fé é lutar contra o medo que nos paralisa e nos tira da luta!
A palavra de Deus diz que “o justo viverá pela fé” (Hab 2,4; Rom 1,17); e que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). Jesus repreendeu seus apóstolos várias vezes pela falta de fé deles. Ora, se eles, com Jesus presente, tiveram falta de fé, então, para nós também não é fácil; por isso precisamos pedir sempre: “Senhor, eu creio, mas aumenta minha fé!”.
A vida na fé é um abandono nas mãos de Deus, é o que Deus mais quer de nós. O Pai ama saber que o filho confia nele. Sem fé é impossível fazer a vontade de Deus; uma coisa depende da outra. E sem fazer a vontade de Deus não O agradamos.
Viver pela fé não é algo fácil, só é possível pela graça de Deus e muita perseverança na oração.
Viver pela fé é um exercício continuo de se confiar a Deus, especialmente nas horas mais difíceis. Especialmente nessas horas sentimos a nossa fraqueza, então, a fé nos socorre. Ao experimentar o socorro da graça São Paulo exclamava: “Tudo posso naquele que me sustenta” (Fl 4,13).
Quando ele pediu ao Senhor que o livrasse do “espinho na carne”, que ele dizia que era como “um anjo de Satanás a esbofetear-me”, o Senhor lhe disse: “Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela toda a minha força” (2Cor 12,7-9).
Também nós pediremos muitas vezes que o Senhor tire esse duro “espinho” de nossa carne, e o Senhor poderá nos dizer também: “ainda não”, mas não nos deixará faltar o auxílio da sua graça. Na fé temos que acreditar no que disse São Paulo: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (1Cor 10,13).
A Igreja coloca para nós, como “ícones da fé”, a Virgem Maria e Abrão. Ela entregou sua vida a Deus como alguém que entregue um cheque em branco assinado ao credor. “Faça-se em mim segundo a Tua vontade”. Ela não sabia de tudo que teria de sofrer por Ele! O parto numa gruta fria dos animais, uma fuga terrível para o Egito, a perda do Menino em Jerusalém, as ofensas e perseguições que Jesus sofreu, por fim, o Calvário doloroso… Mas não lhe faltou a graça de Deus. Esta é sempre proporcional ao tamanho da missão que Deus nos dá.
É nesta hora que temos de responder a Deus na linguagem da fé, e dizer como Jó à sua esposa: “Aceitamos a felicidade da mão de Deus; não devemos também aceitar a infelicidade?” (Jo 2,10). Ou ainda, quando perdeu todos os seus filhos e todos os seus bens, manteve-se fiel a Deus: “Nu saí do ventre da minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jo 1,21).
Caminhar pela fé, abandonar-se em Deus, é crer e aceitar de bom grado “toda” a vontade de Deus para a nossa vida, qualquer que ela seja, em qualquer situação, sem reclamar, sem lamuriar, sem blasfemar. O livro do Eclesiástico diz: “Aceita tudo o que te acontecer”, e ensina porque: “pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus pelo cadinho da humilhação” (Eclo 2,1-6).
As piores ervas daninhas de nossa alma são arrancadas por Deus pelo fogo das provações. Nesta hora é preciso repetir, para nós mesmos: “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rom 8,28), até que esta verdade impregne a nossa alma, tome conta dos nossos pensamentos, sentimentos e ações. É um exercício que precisa ser repetido por toda a vida.

Prof. Felipe Aquino

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