domingo, 13 de fevereiro de 2011

As cinco Filhas do Amor Divino "Mártires do Drina"


Beatificação em Sarajevo
Bósnia-Herzegovina dia 24.09.2011

O martírio é a prova máxima do amor
assumido radicalmente e até as últimas consequências!

As cinco Irmãs Filhas do Amor Divino M. Jula Ivanišević - croata nascida em 1893; M. Berchmana Leidenix – austríaca nascida em 1865; M. Krizina Bojanc – eslovena nascida em 1885; Irmã M. Atonija Fabjan – eslovena nascida em 1907; M. Bernadeta Banja - húngara nascida na Croácia em 1912 formavam a comunidade  “Casa de Maria“, em Pale, cerca 15km de Sarajevo. Seu convento era chamado “abrigo dos pobres“ pelas obras de caridade realizadas para com as pessoas necessitadas, inclusive os ortodoxos que ali buscavam comida e conforto.
Com a guerra, em 1939, os trabalhos aumentaram e as Irmãs, continuavam a testemunhar o amor cristão, à luz do seu carisma. Com dedicação cuidavam os doentes, socorriam os pobres, os mendigos e refugiados que vinham das montanhas dos arredores, alimentavam as crianças da Escola Estatal, adjacente ao Convento e atendiam a todos sem distinção de crença ou de nacionalidade.
Ao término da guerra, em abril de 1941, com a proclamação do Estado Independente da Croácia, surge uma forte rebelião dos „cetnici”, contra o estado fundado. Segundo sua ideologia antirreligiosa e anti-católica, todos os católicos - sobretudo os sacerdotes e irmãs - deveriam ser eliminados, em piedade. Por isso, a partir de 1941, era perigoso viver em Pale. Diante das sugestões de abandonar o povo elas decidiram permanecer, no meio dele, para compartilhar sua sorte e continuar a testemunhar-lhes o Amor Divino. No dia 11 de dezembro de 1941, os „cetnici“ (sérvios) invadiram o Convento, capturaram as cinco Irmãs, saquearam e incendiaram o Convento. Então, elas foram obrigadas à marchar, durante 04 dias, pelos caminhos da montanha Romanija, com frio e na neve, sem veste adequada, com interrogatórios, ameaças e ofensas, até  Gorazde, cerca 65km. Irmã Berchmana, com 76 anos, não podendo prosseguir foi levada a Sjetlina e morta no bosque, dia 23 de dezembro.
As outras quatro Irmãs chegaram a Gorazde, na tarde de 15.12 e foram levadas a caserna, próxima ao rio Drina. À noite, os cetnici invadiram o seu quarto, com intenção de violentá-las, pediram que renunciassem à vida religiosa, garantindo-lhes a vida e prometendo trabalho e graduação militar. Elas, porém, resistiram fortemente e declararam que estavam prontas a morrer antes de trair a Deus e a própria consagração. Neste ínterim, Irmã Jula, para evitar o estupro, abriu a janela e convidou-as a segui-la. Com a invocação “Jesus, salva-nos!” lançou-se no vazio e as outras três fizeram o mesmo.
Os cetnici, sentindo-se derrotados, desceram a escada. Com raiva e ódio feriram as Irmãs, uma após outra, com muitíssimas facadas! Depois, chutaram seus corpos até às margens do rio Drina. Um soldado, também ferido por este grupo, viu como cada uma delas, antes de morrer, fez o sinal da cruz! A familia de Anto Baković, onde depois do massacre os „cetnici“ lavaram as facas ensangüentadas, foi  testemunha auricular de todo o ocorrido…
O martírio não se improvisa! Certamente a vida quotidiana vivida no amor fiel e despretensioso, com o olhar fixo em Jesus, foi/é a grande preparação para o AMOR TOTAL!

 Irmã Maria Dulce Adams, FDC
Irmã  M. Salere Wagner, FDC

Um comentário:

  1. Há muitos anos atrás ouvi essa história, mas não me lembrava dos detalhes. Gostei de atualizar minha memória!

    ResponderExcluir