quinta-feira, 2 de junho de 2011

70 anos do martíro das Irmãs, Filhas do Amor Divino

POR QUE AS IRMÃS NÃO ABANDONARAM PALE?

Muitos, com propriedade, perguntaram-se: se naquele 1941, em pleno outono, era tão perigoso viver aos pés do Romanija por causa dos freqüentes combates, por que não foi providenciada a retirada em tempo, das Irmãs, daquele foco de guerra civil? Na verdade, a casa Mãe em Sarajevo havia sugerido as nossas Irmãs, naquele outono de 1941, a deixar Pale e a transferir-se para a cidade. Entretanto, as religiosas, como muitos milhares de católicos e muçulmanos inocentes mortos, não fugiram, porque não haviam feito nenhum mal a ninguém e julgavam que nada deveriam temer. Para as Irmãs, era inacreditável que os “cetnik” pudessem fazer-lhes mal. Por que justamente a elas, Irmãs que haviam sido verdadeiras “mães sérvias” para as crianças de Pale? As nossas religiosas repetiam, continuamente, que se queriam abandonar à Providência divina e à bondade dos seus vizinhos sérvio-ortodoxos, por elas beneficiados.
Até o prefeito de Pale, representante do novo governo croata, havia aconselhado as Irmãs a fugir. Até a ele as Irmãs responderam a mesma coisa, ou seja, que não haviam feito senão o bem a todos. Ainda neste episódio emerge o caráter crédulo do nosso povo e o seu estilo de não levar a sério o caráter indescritivelmente feroz destes saqueadores e assassinos que se diziam “soldados do rei Petar “Karadordevic”. As nossas Irmãs tinham uma lógica própria e a esta se prenderam.
Desde a sua fundação, o convento de Pale, como já foi dito, não serviu só a elas, as religiosas católicas, mas a todos sem distinção de fé e nacionalidade. Apenas Deus sabe quantas crianças sérvias estudaram naquela escola elementar e quantos brincaram nas gangorras do jardim infantil, divertimento um tanto raro naquela época, naquele lugar. Só Deus sabe quantos sérvios doentes foram curados pelas Irmãs católicas, quantos sérvios pobres e famintos vieram a elas e quantas lágrimas enxugaram, do rosto das mulheres sérvias porque, para as nossas Irmãs, a única “política” adotada era a de amar a Deus e ao próximo. Pessoas anciãs e respeitáveis, independentemente da fé ou nacionalidade a que pertencem, ainda hoje testemunham a bondade delas, bondade que, por sinal, adquiriu conotação proverbial, seja em Pale seja em Sarajevo.
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Fonte: As mártires do Drina, pag. 135



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