domingo, 5 de agosto de 2012

O Colégio Nossa Senhora das Neves – 80 anos: Por Ir. Vilma Lúcia,FDC.



Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (Cora Coralina 1889 -1985). Com esta ideia e a imagem do Carvalho que caracteriza este jubileu ao homenagear o Neves, proclamamos a nossa Ação de Graças.    
Tanto pela sua trajetória histórica desde o nascimento da Congregação em 1868, à vinda das primeiras irmãs em 1920 para Serro Largo, RS e de lá em 1925 para Caicó RN, aos idos de 1932 quando vieram para a fundação do Neves, em Natal, na primeira e provisória sede ao lado do Cemitério do Alecrim, depois na atual localização e até o presente, como pela felicidade acima referida e certa identificação com o carvalho. Cada geração que passa e as que se mantêm na “ágora” dos seus espaços, formais e informais, não só efetivam a transferência do que sabem, mas no cultivo das relações aprendem o que ensinam e confirmam o empenho e a intrepidez, dos que fizeram e fazem esta Instituição a exemplo do velho Carvalho.   
Esta árvore, de madeira dura e nobre, faz-nos pensar na resistência do Amor do Divino ao tempo e às mais diversas dificuldades. O sentido faz referência à capacidade de resistir às grandes turbulências, sem comprometer o que é essencial, exatamente pela profundidade das raízes. Dizem os cientistas botânicos e Geólogos que esta árvore naturalmente é a que mais absorve as consequências de temporais. Quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte fica, suas raízes se aprofundam ainda mais, o seu caule se torna tão robusto que é difícil ser arrancando ou derrubado pelos vendavais.
A metáfora espelha a trajetória histórica do Neves. Encanta-nos o processo pedagógico marcado pela felicidade do saber transferido e do aprendizado daquilo que ensinou. Estimula-nos a robustez de suas raízes indicadoras não só dos índices de tempestades superadas, mas da performance assumindo desafios não como ameaças, mas como algo a ser vencido, pensado e administrado.  
Se de um lado agradecemos o brilho do sagrado refletido, ao longo da história, na luz emitida pelos olhares carinhosos, colos, abraços, silêncios atentos e respeitosos, respostas e ações conjuntas, afetivas e efetivas dos Educadores e Educadoras de outrora. Do outro vemos, nos Educadores de hoje a continuidade da leitura deste brilho no resgate da identidade perdida do ser humano diante da inflação da racionalidade e o conteudismo escolar, causa da atrofia de outras formas de conhecimento.
São provocadores os atuais questionamentos, em torno da Pedagogia como Ciência. Desafiantes as reflexões e propostas para a superação de uma pedagogia científica para uma pedagogia como arte. O momento suscita uma grande revisão do sistema educacional, que requer a retomada de uma nova percepção do humano integral, grávido de espiritualidade. Algo para alem dos exercícios de religiosidade.
Mas, não obstante as fragilidades, as resistentes “raízes Neves” mantém firme a fiel aliança com a figura histórica do Pedagogo, Jesus de Nazaré e ao carisma que Ele legou a Madre Francisca Lechner, Fundadora da Família que gerou esta Instituição. Aqui está o húmus que fecunda e sustém a vida da “árvore Neves” e a linfa que circula em seus ramos, folhas, flores e frutos. Seguramente, o Neves não se ocupa, apenas, com o despertar intelectual e profissional, mas com a magia do humano, a soberania do Sagrado vinculado não só às práticas de religiosidade, mas e principalmente à  espiritualidade do Filho do Amor Divino.
Por isso na poética frase de Cora Coralina e na imagem da solidez do Carvalho sintetizamos as alegrias de nossa Ação de Graças e as esperanças que comportam este jubileu em nossos corações e na “ágora” educacional da Província Nossa Senhora das Neves.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário