terça-feira, 27 de setembro de 2011

A graça das mártires – Mártires do Drina

Lembramos as mártires. Sua vida e sua morte são de grande dureza, e por isso minhas palavras podem soar fortes. Mas também é verdade que a elas se dirigem as bem-aventuranças de Jesus. O evangelho a pouco proclamado no final de semana. E que para nós são - podem ser - uma benção: nos encorajam a nos entregar aos demais e a ter esperança, coragem que não se encontra, com essa força, em nenhuma outra parte, nem na liturgia nem na atividade da academia, nem em lugar algum.

No natal, dizemos que em Jesus de Nazaré “apareceu a benignidade de Deus”. Na semana santa, escutamos da boca de Pilatos que esse Jesus é “o homem verdadeiro”, “ele que carregou com a realidade por amor aos pequenos”. Daí o “ecce homo”. Ambas as coisas, a aparição de Deus e do humano em um mundo que vive na escuridão é uma boa notícia.


Altar das Beatas - Igreja Rainha do Santo Rosário
Isso é o que celebramos nesta semana que nos antecede a beatificação. As cinco Mártires do Drina nos levam em sua fé, da que podemos ter alguma notícia, ainda que seja caminhando em silêncio e na ponta dos pés. Berchmana, Jula, Bernadeta, Antonija, Krizina nos levam na sua, mas de maneira distinta. Eu, ao menos, não posso entrar até o fundo em seu mistério. Mas Deus sim as conhece, e elas - Deus sabe como - nos levam a Deus.

E contra toda ciência e prudência, as mártires geram esperança. Milhares de camponeses/as pobres, com familiares mortos, mulheres moças e sobretudo jovens se encontram nestas águas do Rio Drina na Bósnia. Peregrinos e peregrinas por estes dias de todos os lugares estão a caminho para celebrar uns com os outros, rezar e cantar. Jürgen Moltmann teorizou muito bem: “nem toda vida é ocasião de esperança, mas sim o é a vida de Jesus, quem, por amor, carregou sobre si a cruz”.
Termino. Quero agradecer sinceramente oportunidade que eu a Ir. Édina, Ir. Carla e Ir. Angelita tivemos de conhecer e vivenciar estes lugares. Permitiram-me fazer presente de algum modo o sofrimento e a esperança de um povo admirável e a memória das Irmãs da Província Divina Providência da Croácia e como não dizer a memória de toda a nossa Congregação.
Minhas palavras finais são:
“Descansem em paz M. Berchmana Leidenix, Krizina Bojanc, M.Jula Ivanišević , M. Antonija Fabjan e M. Bernadeta Banja, e também Ir. Adelaide filhas muito queridas de Deus. Que sua paz transmita aos vivos a esperança, e que sua lembrança não nos deixe descansar em paz”.
Estou rezando muito esta semana, leio e releio a vida dessas Mártires e encontro luzes. Luzes que quero partilhar também com VOCÊ MINHA IRMÃ FDC.

O Texto adaptado de Jon Sobrino
Ir. Nelsi



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