quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Via-Sacra de cinco dias das MÁRTIRES do DRINA

Tema: O caminho das Mártires, comparado ao caminho de Jesus e o nosso caminho

Cenário: Banner das Mártires, vela, uma cruz, quadro de Madre Fundadora,

frasco de água do Rio Drina ou água benta.

Dinamizadora: Estamos nos aproximando da Semana Santa. Somos convidadas a reviver a Paixão de Jesus Cristo, e unir-nos a tantas mortes e sofrimentos que acontecem bem perto de nós. Hoje vamos fazer uma caminhada para conhecer e celebrar a via-sacra de cinco dias das Mártires. O trajeto de Pale a Goražde, na Bósnia-Herzegóvina, a uma distância de 65 km.

Vamos percorrer este caminho, preparando-nos para Páscoa carregando também a nossa cruz. A Fundadora Madre Francisca Lechner insistia muito para que, de fato, cada cristão se preparasse bem para esta festa, a maior celebração da Igreja. Era costume que em cada casa e em cada quarto tivesse um crucifixo, e Madre Francisca primava por isso, para que cada dia se pudesse retomar a Cruz, com amor, lembrando desses sofrimentos, pois sem sacrifícios a fé fica fraca. Dizia a Madre Francisca: “Tudo por amor, nada sem amor”.

As cinco Mártires aprenderam do sacrifício diário a carregar a cruz, com dignidade e amor, por amor Àquele que as chamou. (Convidar alguém para carregar/erguer a cruz, o banner das Mártires e a vela, enquanto se canta).

Canto: Contigo eu vou Jesus de Nazaré,... (Livro “Divino Amor Encanta”, nº 24)

1ª Parada - O caminho das Mártires

Leitor 1: Quarta-feira, 10 de dezembro 1941. Por volta das 16 horas, o Convento “Casa de Maria, em Pale, foi atacado. As Irmãs e o Padre Meŝko foram tiradas à força e a casa foi saqueada. Tiveram que seguir a estrada que leva às montanhas, às hospedarias do monte Kalovit. Depois que os “četnik” haviam, rápida e brutalmente, arrancado as Irmãs do seu próprio Convento, o primeiro lugar onde as elas foram obrigadas a parar foi numa pousada, de uma família ortodoxa. Esta família defendeu as Irmãs e pediu ao comandante que as deixassem em liberdade. Mas eles reforçaram então a segurança em torno delas, dizendo que matariam quem as deixassem fugir. Elas receberam um leite quente para beber, mas ninguém tinha fome. Junto às Irmãs tinha um sacerdote esloveno, o Padre Meŝko, aquele que estava hospedado na casa delas no momento do saque da casa. Ali havia também um grupo de mulheres muçulmanas e croatas católicas, com alguns adolescentes e crianças. As mulheres foram encaminhadas para outra pousada bem perto dali. Depois da meia noite, as Irmãs e demais prisioneiras foram colocadas a caminho, para dirigir-se a Romanija, na região de Rakovac. Sempre acompanhados pelos soldados “četnik”. Era muito frio, fazia em torno de 20 a 25 graus centígrados negativos, durante o dia, à noite, era mais frio. Tudo estava coberto por uma alta camada de neve. O grupo que estava a caminho, várias vezes, caia, resvalava, machucava-se em ramos e galhos que lhe batiam nos rostos; sangue escorria-lhe pelo corpo, rachaduras se abriam na pele, devido à intensidade do frio.


Refrão: “Mártires do Drina, rogai por nós, intercedei a Deus por nós”.


Leitor 2: O caminho de Jesus: Jesus Cristo experimentou a dor causada pelas intrigas das autoridades judaicas e pela fraqueza de Pôncio Pilatos. Movidos por interesses pessoais, eles permitem que Jesus seja crucificado. Jesus experimenta a dor causada pela humilhação. Depois de maltratado e ferido pelos soldados, ele é obrigado a carregar a cruz. As Mártires do Drina sofreram a mesma humilhação, feridas e cansadas, foram obrigadas a caminhar em meio a montanhas e neve,...

Reflexão: Lembrar e rezar por pessoas que hoje são humilhadas, pela natureza que está sendo destruída, humilhada. Não cuidar da vida é humilhar.

Todas: Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz vós remistes o mundo.

Canto: Jesus, Jesus, de Nazaré, o teu semblante eu quero ter. Tal qual és Tu, eu quero ser, Jesus, Jesus, de Nazaré.


Pai-Nosso

 
2ª Parada

Leitor 1: Quinta-feira, 11 de dezembro de 1941. O grupo de prisioneiras estava na metade da montanha Rakovac, ainda não havia amanhecido, mas a aurora já apontava. Por um instante, o olhar de todos se voltou para trás, quando viram a casa “Convento de Maria” em fogo. Primeiro saquearam tudo e, depois, atearam fogo na casa. Elas caminharam sem parar todo este dia, quase ao anoitecer encontraram uma casa, mas esta estava cheia de criminosos e bêbados. O proprietário também não aceitou as Irmãs na sua casa. Então, elas tiveram que se proteger embaixo de uma cobertura fora da casa. Olhando para dentro desta cada, as Irmãs viram e reconheceram materiais e objetos que pertenciam a elas. Sob ameaças dos soldados, elas retomaram o caminho à noite, e foram separadas do outro grupo de mulheres. Estas retornaram cada qual para seu lar, com a ajuda de um comandante.

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus: Jesus começa a experimentar a dor causada pelo peso da cruz. Fragilizado pela violência, ele começa cair. Durante o caminho ele cai três vezes. As Mártires também caíram pelo cansaço, e sempre uma mão amiga que as ajudavam a levantarem-se. No caminho de Jesus, suas dores são amenizadas pela solidariedade de Maria e um grupo de mulheres. As dores das Mártires, que foram as mais visadas pelos soldados, são também amenizadas pelo grupo de mulheres, que caminhava com elas até esse momento.

Canto: Pela cruz tão oprimido, cai Jesus desfalecido /:pela tua salvação:/

Vê a dor da Mãe amada, que se encontra desolada /: com seu Filho em aflição:/

Pai-Nosso

3ª Parada

Leitor 1: Sexta-feira, 12 de dezembro 1941. As Irmãs caminharam a noite toda, a Irmã Berchmana já tinha seus 76 anos. O dia já apontava quando chegaram a uma casa onde foram acolhidas. O dono da casa tinha muitas crianças. As Irmãs foram recolhidas no sótão da casa aquecida. Em alguns momentos brincaram com as crianças. Ali comeram quase pela primeira vez. Por volta das oito horas chegaram dois oficiais e uma mulher. Estes entraram na sala e começaram o interrogatório das Irmãs e do padre. Entre as acusações diziam que as Irmãs teriam participado de um assassinato de duas crianças Servias, que elas teriam um telefone para passar as informações, em segredo, aos croatos da uštasa e que acolhiam esses revolucionários. Por volta do meio-dia, iniciaram novamente a caminhada rumo a Romanija. Caminharam sem parar por mais quatro horas. Ao anoitecer, encontraram uma casa, mas o pessoal que estava nela não aceitou a presença das Irmãs e do padre. Gritava nomes para elas e o padre. Por isso, continuaram o caminho e encontraram uma velha casa. Os guardas tiveram compaixão e permitiram que, numa sala, pudessem repousar sobre uma palha. Como estavam exaustas e quase sem dormir, adormeceram logo, mas foram logo acordados por um grupo de “četnik”, que invadiu a sala; acordadas, aguardam o amanhecer.

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus: As dores de Jesus no caminho da cruz são amenizadas pela solidariedade de pessoas como Simão Cireneu, que ajuda a carregar a cruz, Verônica, que enxuga o rosto, e de todos aqueles que levantam a cruz nas quedas. As Mártires do Drina também experimentam profunda solidariedade em cada gesto de acolhida, como: na família que as acolheu, nos gestos das crianças, na alimentação quente, em meio ao frio. Ao rezar, nesta parada, pensamos nos gestos de solidariedade que praticamos e recebemos. Como oferecemos solidariedade e como acolhemos este gesto?

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos,...

Pai-nosso

4ª Parada

Leitor 1: Sábado, 13 de dezembro. – A ordem foi retomar o caminho até Sjetlina, porém a Irmã Berchmana, com 76 anos, não conseguia mais ficar de pé. Decidiram que a Irmã permanecesse neste local, até que conseguissem outra forma de levá-la. As prisioneiras seguiram adiante, deixando a Irmã Berchmana para trás. Após caminhar cinco horas, chegaram a Sjetlina onde fica à sede do comando “četnik”. Neste local, o sacerdote Meško foi libertado, devido à intervenção de um conterrâneo que conhecia ele. No mesmo instante o Padre Meško recebeu um casaco. Infelizmente as Irmãs não tiveram a mesma sorte, mesmo que entre as cinco, duas também eram eslovenas e uma austríaca e não tinham nada haver com a guerra civil entre a Sérvia e a Croácia. As Irmãs novamente foram ouvidas uma a uma. Depois de serem interrogadas, afastaram a Madre Superiora Irmã Jula, das demais Irmãs. A acusação novamente era que elas tinham um telefone, no convento, e que em segredo informavam aos integrantes da uštasa, acerca dos movimentos “četnik” e, ainda, que eram as concubinas dos guerrilheiros da uštasa. Esta culpa seria perdoada se consentissem prestar os mesmos serviços aos “četnik”. As Irmãs não resistiram a esta acusação, caladas choravam e rezavam. As Irmãs pernoitaram numa saleta do alojamento onde funcionava o comando geral

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus. Jesus Cristo experimenta a dor causada pelo desrespeito extremo da sua dignidade humana. É humilhado, pois não acreditam na sua palavra, é entregue àqueles que o levaram à morte. As Irmãs Mártires experimentam a mesma dor do desrespeito da dignidade humana.

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos,...

Canto: Maria, Mãe dos Caminhantes,... (I Vol., nº 554)

Pai-Nosso

5ª Parada

Leitor 1: Domingo, dia, 14 de dezembro. – As Irmãs exautas e com dificuldade de caminhar foram colocadas num carro. Por volta de meio-dia chegaram a Prača. Todo o vilarejo, praticamente habitado de muçulmanos, reuniu-se em torno do carro e olhava, com espanto, para elas. O comandante do local ordenou que elas deveriam ir a Goražde, e que neste caminho nada deveria acontecer a elas, para que pudessem chegar vivas. Este trajeto foi feito a pé. Já era escuro quando chegaram num vilarejo chamado Brdo Bare. Pernoitaram numa casa de campo, onde puderam repousar e fortalecer-se. Aquela seria a última noite com vida. As Irmãs não se deram conta que estivesse surgindo a aurora do seu martírio final.

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus. Temos tantos motivos de confiar-nos a Jesus. Quanto bem ele fez. Chegou ao topo do caminho, no alto do Calvário. Nos últimos momentos não resistiu, mas assumiu a cruz com serenidade. As Mártires também olham a sua vida e perceberam que só haviam feito o bem. Com serenidade caminham ao encontro da morte, confiando na Providência Divina.

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos...

Canto: Ao pé da Cruz estava Maria,... (II Vol., nº 82)

Pai-Nosso

6ª Parada

Leitor 1: Segunda-feira, 15 de dezembro. Bem cedo partiram em direção a Goražde. Por volta das 16 horas, chegaram ao local e foram conduzidas ao quartel militar chamado Rei Petar Karadordevic. Ficaram no segundo andar (sem contar o térreo) e foram trancadas na última sala, a que dava para o Rio Drina. Junto a elas foram presos soldados croatos, capturados no caminho, no andar térreo. Depois de trancar elas na sala, os “četnik” foram jantar. As Irmãs respiravam aliviadas pensando que estavam chegando ao final e que poderiam repousar, recomeçar e, mais ainda, fazer algo para salvar vidas. Não se deram conta que ali, nesta sala, pouco mais tarde, elas estariam dando seu sim corajoso e o testemunho de fidelidade a Deus e aos votos religiosos. Os “četnik” ameaçam e queriam abusar delas, mas elas pularam pela janela, começando pela superiora Irmã Jula, e todas a seguiram. Assim foram ao encontro da morte, da dignidade e da fidelidade...

Refrão: Mártires do Drina, rogai por nós,...

Leitor 2: O caminho de Jesus. Jesus, chegando ao Calvário, foi crucificado juntamente com dois criminosos. Ele experimenta a dor causada pela violenta rejeição de sua proposta de salvação. Depois de dolorosa agonia, ele morre na cruz. As Mártires também experimentaram esta dolorosa agonia. Caídas, ainda com vida, foram cortadas pelos assassinos.

Refrão: Adoramos-te, Cristo, e te bendizemos,...

Canto: Salve cruz libertadora,... (II Vol., nº 57)

Pai-Nosso

Bênção Trinitária: (Cantada ao ser aspergido pela água do Rio Drina)

Envio: (Pode haver a aspersão com água do Rio Drina que todas as comunidades receberam, na convicção que as Mártires estão presentes em nós e nos alcançam as graças que necessitamos).

Oração

As Mártires nos obtenham a força do perdão, o amor em suportar as ofensas, o coração compassivo no carregar o peso dos nossos irmãos e irmãs que tropeçam sob o jugo do mal e do pecado. Ensinem-nos a amar com sinceridade, a servir com dedicação e humildade, a esperar com fidúcia. Alcancem para nós uma fé inquebrantável no poder sem confins do bem e no limitado poder do mal, para que creiamos na vitória do bem sobre o mal na própria vida, na vida do nosso próximo, na sociedade e no mundo.

As Mártires do Drina fixaram o seu olhar em Jesus, único Vencedor das forças do mal e por isto nada pode destruí-las. Também nós queremos aprender delas a elevar o nosso olhar continuamente para Jesus, que é o nosso Bem invencível, afim de que o mal que encontramos não nos engane e nem nos desencoraje.

Agradecemos ao Pai celeste porque no candelabro da Igreja Católica Ele elevará estas cinco velas - as suas prediletas - como cinco novas beatas. Somos felizes porque a Igreja as reconheceu como mártires exatamente porque souberam transformar em bênção as situações de sofrimento e de perseguição: em bênção para a vida da Igreja e também para cada uma de nós. (Mártires do Drina – Cinco velas, de Ir. M. Ozana Krajačić).

Bibliografia utilizada - Livro “As Mártires do Drina”

Roteiro elaborado por Irmã Nelsi Habitzreuther, FDC

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Sugestão: Onde possível, fazer uma caminhada com seis paradas. Em cada parada, pode-se fazer uma reflexão. Quando se chega à parada seguinte, colocar os símbolos sobre os panos ali já preparados).













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