O nascimento de Jesus foi todo cheio de
dificuldades: a viagem longa de José e Maria grávida, a falta de uma casa para
a criança nascer, a gruta fria de Belém, uma situação de dificuldade e de
pobreza que já revela como era o reino messiânico: um reino sem honras nem
poderes terrenos, que pertence Àquele que depois disse: “O Filho do Homem não
tem onde reclinar a cabeça”(Lc 9,58).
São Lucas narra o nascimento de Jesus de maneira
simples: “Maria deu à luz e teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos
e recostou numa manjedoura…” (Lc 2,7). A ação da Virgem é o reflexo da sua
plena disponibilidade em fazer a vontade de Deus, já manifestada na Anunciação
com o seu “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
Maria viveu a
experiência do parto na pobreza: não pode dar ao Filho de Deus nem sequer
aquilo que as mães costumam oferecer a um recém-nascido; mas teve de colocá-lo
“numa manjedoura”, um “berço’ improvisado para o “Filho do Altíssimo”. O
evangelista diz que “não havia para eles lugar na hospedaria” (Lc 2,7). Isso
nos faz lembrar as palavras de São João: “Ele veio para os que eram seus, mas
não O receberam”(Jo 1,11), e mostra as recusas e ofensas que Jesus sofrerá na
sua vida terrena.
Na verdade é uma
rejeição não só ao Filho, mas também à Mãe, e mostra que Maria já está unida ao
destino de sofrimento do Filho e participante de sua missão redentora. A espada
de Simeão já está presente mesmo antes de ser anunciada por Simeão. Recusado
pelos “Seus”, Jesus é, então, acolhido pelos pastores, homens rudes e de má
fama, no entanto, escolhidos por Deus para serem os primeiros receptores da
“boa nova” do nascimento do Salvador.
Prof. Felipe
Aquino
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