sexta-feira, 5 de junho de 2009

Entrevista com Irmã Magna Lira que fez missão na Uganda - Africa

1. Irmã Magna, a Igreja que vive na história é por sua natureza.Missionária. A senhora acha que o estilo da Igreja fazer missão mudou? Como?R: É difícil definir ou generalizar a ação missionária da Igreja, visto que há unidade, mas não uniformidade. Diria que a Igreja não tem apenas um estilo de fazer missão, mas ela se adapta as diferentes realidades levando em conta o meio cultural, social e porque não dizer político-econômico.Todavia, fazendo uma retrospectiva da caminhada missionária da igreja, especialmente no Brasil, verificamos mudanças significativas: surgiram no decorrer da história muitos movimentos pastorais de sólido fundamento teológico e cunho social os quais fizeram diferença na ação missionária da Igreja. Foram movimentos como o da Juventude Católica (JAC, JEC, JIC, JOC e JUC), fundamentado na Doutrina Social da Igreja; como também, a Pastoral Operária; Pastoral da Terra e outros, embalados pela conflitante, mas frutuosa teologia da libertação...Hoje percebemos uma nova fase nos movimentos pastorais de nossa Igreja com características bem diversificadas dos movimentos e pastorais citados. Assim sendo, diria que de tempos em tempos a Igreja muda seu jeito de ser missionária, porque o povo muda a sociedade muda e a Igreja que estar atenta procura mudar a metodologia, porem mantendo o foco principal que é Jesus Cristo ontem, hoje e sempre...2. Os discípulos de Jesus descobriram que não foram eles que oEscolheram, mas foi o próprio que o chamou para conviverem com Ele e participar da missão. Como Jesus continua chamando hoje os discípulos dele para sua missão?R: O chamado hoje é tão convincente e forte como o foi no tempo de Jesus. Porque a razão do chamado para a missão nunca foi uma necessidade pessoal de Cristo, mas uma ação em prol da vida de todo ser. Em nossos dias, o chamado se concretiza através do despertar para ir ao encontro daqueles que sofrem em suas mais diversas realidades. É o compromisso cristão de comunhão universal e de profecia, baseados na esperança e na luta permanente por uma sociedade fraterna e com justiça social. 3. A senhora fez uma experiência além fronteira na Uganda (África). Qual foi sua dificuldade nesta missão?R: O mais difícil foi adaptar-me ao grande e diversificado universo cultural no qual estava inserida, pois fazia parte de um grupo internacional com 4 diferentes nacionalidades o qual formava a comunidade pioneira das Filhas do Amor Divino no continente africano. Partindo dessa diversidade para formar unidade enquanto comunidade religiosa e adaptar-me a cultura africana numa postura de respeito e acolhimento a tudo que é diferente de nossos princípios, foi a maior dificuldade da missão. É um aprendizado e um desafio que nos possibilita um novo olhar sobre nosso próprio mundo ético e cultural.4. A missão da Igreja origina-se intrínseca e essencialmente naSantíssima Trindade. Que comporta esta afirmação?R: A missão, antes de ser tarefa é comunhão e é vivida na inter-relação, no amor com Deus e os irmãos. João 17,21-23 nos diz: “Como tu Pai estás em mim, e eu em te, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhe dei a glória que me deste para que sejam um como nós somos um, eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade.” Aí se encontra o fundamento trinitário da missão da Igreja. É para viver essa comunhão que somos chamados à vida e enviados ao mundo.5. Estamos vivendo o mês missionário, como deve ser o missionário hoje?R: Hoje, como em todos os tempos, o missionário deve ser comprometido com a causa que abraçou, não tomando a missão como um empreendimento pessoal. É importante ter claro que o trabalho missionário vai muito além de uma ação social, política ou ideológica é um doar-se desprentecioso, mantendo os olhos fixos em Deus e nos princípios do Evangelho. É transfigurar-se, ou seja, tornar-se o que de foto devemos ser: o reflexo de Deus para os irmãos.6. Deixe uma mensagem para os leitores deste boletim informativo:R: Caros amigos leitores: Jesus, o missionário do Pai, veio para que todos tenham vida, e vida plena. Ele nos convida a cada dia como pessoas de sua confiança, a sermos seus colaboradores conforme seu projeto e para seu projeto, QUE É VIDA PARA TODOS. Seja missionário(a) em sua casa, em sua comunidade, em sua família... pois nenhum de nós pode esquivar-se do dever supremo que é anunciar Cristo a todos os povos tendo em vista que, ser missionário é “atravessar fronteiras”, em todos os sentidos:geográfico, sócio-político, cultural, religioso, etc.Torne Cristo presente no mundo pelo seu testemunho pessoal. Esse é seu primeiro desafio como missionário!

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