terça-feira, 18 de abril de 2017

A Rainha do Céu e os Santos Anjos

No início do tempo Pascal, meditemos sobre a presença da Rainha do Céu e dos Santos Anjos no mistério da redenção da humanidade.
A tradicional oração do “Angelus” é substituída, no tempo Pascal, pelo canto “Regina caeli” ou “Rainha do Céu”, que exprime a alegria da Santíssima Virgem Maria pela ressurreição do seu divino Filho Jesus Cristo. Deste modo, ela torna-se modelo da comunidade cristã que se “alegra” pela Páscoa do seu Senhor, fonte de autêntica alegria para todos nós que cremos. O Ressuscitado é a fonte e a razão última desta alegria espiritual.
A liturgia da Oitava de Páscoa repete constantemente: “Cristo ressuscitou como havia prometido”. Proclamamos também esta verdade da fé católica no “Regina caeli”, oração tão apreciada pela piedade popular.
A partir de hoje, Segunda-feira de Páscoa ou Segunda-feira do Anjo, no Vaticano se inicia o canto “Regina caeli” e esta é uma oportunidade de refletirmos sobre a participação destes seres angélicos no mistério da Redenção da humanidade. Além disso, nesta Segunda-feira do Anjo, prolongamento do dia da Páscoa, somos chamados a nos deter junto ao sepulcro vazio para meditar sobre a presença da Virgem Maria neste grande e prodigioso mistério que é a ressurreição de Jesus Cristo.

A presença dos anjos no mistério da Redenção
A Segunda-feira de Páscoa é tradicionalmente chamada a Segunda-feira do Anjo porque, no evento extraordinário da Ressurreição de Cristo, os anjos aparecem, ao lado das mulheres e dos Apóstolos, como protagonistas significativos. É precisamente um anjo que, do sepulcro vazio, dirige o primeiro anúncio da ressurreição às mulheres que ali estavam para completar o sepultamento do corpo de Jesus, conforme as tradições judaicas. Primeiramente, o anjo diz a elas: “Não vos assusteis!”, e acrescenta: “Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui” (Mc 16, 6).
Além da Ressurreição, os anjos estão presentes em todos os momentos mais importantes da vida do Filho de Deus humanado: os anjos anunciam o mistério do Seu nascimento (cf. Mt 1, 20; Lc 1, 26; 2, 9); guiam a fuga de Jesus, Maria e José para o Egito e o retorno da Sagrada Família à Nazaré (cf. Mt 2, 13.19); servem de conforto ao Senhor no final das tentações no deserto (cf. Mt 4, 11) e na hora da paixão (cf. Lc 22, 43); e, no fim dos tempos, estarão ao lado do Redentor no momento do juízo final de toda a humanidade (cf. Mt 13, 41).
A presença dos anjos no mistério de Cristo em nossas vidas
Os anjos estão ao serviço dos desígnios de Deus nos momentos fundamentais da história da salvação do gênero humano. Como enviados de Deus, eles são mensageiros da Sua vontade redentora. A presença dos anjos é vista nas Sagradas Escrituras e pela incessante fé da Igreja Católica como sinal de uma intervenção especial da Providência divina e como anúncio de realidades novas, que trazem consigo redenção e salvação para a humanidade.
A festa da Segunda-feira do Anjo prolonga a intensa alegria da Páscoa. Neste dia, a Liturgia repete: “Este é o dia feito pelo Senhor: alegremo-nos e exultemos!” (cf. Sl 117, 24). O anúncio pascal, que o mensageiro de Deus dirigiu às mulheres, é repetido a cada um de nós pelo nosso anjo da guarda: “Não temas! Abre o coração a Cristo ressuscitado”[1].
O Senhor coloca ao nosso lado o Seu anjo para acompanhar cada momento da nossa existência, com o Seu amor e com a Sua proteção, para que travemos o bom combate da fé (cf. 1 Tm 6, 12) e testemunhemos, sem temor nem hesitação, a nossa adesão total a Jesus Cristo, morto e ressuscitado para a nossa salvação.

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