quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

"Não somos e nem queremos ser funcionários do divino”, disse o Papa ao clero mexicano

Nesta terça-feira, penúltimo dia de sua visita ao México, o Papa Francisco celebrou a santa missa no estádio Venustiano Carranza em Morelia, com a participação de cerca de 20.000 sacerdotes, religiosos, religiosas, religiosos e seminaristas. O Papa foi recebido pelo cardeal Alberto Suárez Inda, em meio a uma atmosfera de festa com gritos como “Nós te amamos, Papa, te amamos!” ou “Papa, amigo, eres bem-vindo!”
Em sua homilia, o Santo Padre disse que “a nossa vida fala da oração e oração fala da nossa vida”. “Ai de nós se não somos testemunhas do que vimos e ouvimos, ai de nós. Não somos e nem queremos ser funcionários do divino, não somos e nem queremos ser nunca empregados de Deus, porque somos convidados a participar da sua vida, somos convidados a entrarmos no seu coração, um coração que reza e vive dizendo: “Pai nosso”. Qual é a missão, senão dizer com nossa vida: “Pai nosso?”, acrescentou.
“Qual tentação pode vir-nos de ambientes muitas vezes dominados pela violência, a corrupção, o tráfico de drogas, o desprezo pela dignidade da pessoa, a indiferença perante o sofrimento e a precariedade?”, perguntou aos presentes.
“Confrontados com esta realidade podemos ser vencidos por uma das armas preferidas pelo demônio, a resignação. Uma resignação que nos paralisa e nos impede de não só de caminhar, mas também abrir caminho; uma resignação que não só nos assusta, mas que nos fecha nas nossas “sacristias” e aparentes seguranças; uma resignação que não só nos impede de anunciar, mas que nos impede de louvar. Uma resignação que não só nos impede de projetar, mas que nos impede de arriscar e transformar”, destacou o Pontífice.
“Faz-nos bem apelar nos momentos de tentação à nossa memória. Quanto nos ajuda olhar a “madeira” de que somos feitos. Nem tudo começou conosco, nem tudo terminará conosco, por isso, quanto bem nos faz recuperar a história que nos trouxe até aqui”, recordou.
“Pai, papai, abba, não nos deixes cair na tentação da resignação”, concluiu.

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