quarta-feira, 14 de março de 2012

Comemoração dos 85 anos do Educandário Nossa Senhora das Vitórias

Revma. Ir. Maricélia, fdc diretora, Revma. Ir. Judith. Revmas. Ir. Marly e Ir. Inês –diretoras do Colégio Nossa Senhora das Neves e Cônego  Monte, respectivamente, através das quais saúdo as demais Imãs do Amor Divinos. Autoridades aqui presentes, alunos ex-alunos, professores e ex-professores, funcionários e ex-funcionários, demais convidados a quem os cumprimento através da minha abnegável mestra IR. ERNESTINA que nesse ano de 2012 completou 70 anos de vida religiosa.

É para mim e minha família motivo de grande regozijo estar aqui hoje, reencontrar amigos, ex-professores e contemporâneos da nossa época. Ontem, 09 de Março, celebrávamos o octogésimo quinto aniversário de fundação dessa Casa Educadora. Sei que nós ouvimos por diversas vezes a belíssima história desse solo inebriante do saber, mas toda vez que ouvimos renovamos nosso amor por este solo sagrado, um bálsamo para nossa alma.

Nesse dia9 de Março de 2012, cumpria-se mais uma vez o desejo de homens ilustres dessa cidade de edificar na terra de São João Batista uma escola para educar os filhos do torrão de Sinhazinha Wanderley, deixando assim a grande fortuna do saber e a extraordinária abnegação das Irmãs Filhas do Amor Divino. Podemos assim dizer que, as Irmãs aqui chegaram por uma escolha Divina. Nossa cidade abençoada acolhe as primeiras irmãs provenientes do império Austro-húngaro, soba direção da grande missionária do Amor Divino, Ir. Teresina Werner, com a missão de tornar o Amor de Deus Visível no mundo, dessa forma as irmãs começavam a educar as primeiras jovens  em  1927.

Uma fundação só pode nascer após travadas, e vencidas  batalhas em busca de recursos para sua construção; daí muitas festas foram realizadas, barracas levantas, com humilde inscrição: “PEDE-SE UM AUXÍLIO PARA O COLÉGIO NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS. Traduzida de formal afável, pela saudosa Ir. Leônia Gurgel,  na bandeira oficial dessa instituição através da vitória dos cristãos, na batalha de Lepanto.

Não podemos esquecer a grande empreendedora desse colégio, Ir. Josefina Gallas – 1ª religiosa genuinamente brasileira, proveniente de Cerro Largo/RS, que por escolha, repousa nesse solo fértil ao lado de suas coirmãs.

Reviver o passado é reviver as alegrias que desfrutamos nessa casa, onde fomos alunos e/ou professores. Tamanha prova é, estarmos reunidos nessa festa maravilhosa. Peço licença aos presentes para fazer uma breve viagem no tempo:

Subir no banco encostado a sorveteria para comprar, a Maria Júlia, picolé de morango e coco queimado; olhar para o lado e ver Ir. Augusta dentro daquela casinha tão minúscula feita de madeira e pintada de vermelho, vendendo delicioso lanche: pororoca e chocolate batom; das visitas a biblioteca, onde não poderíamos de maneira alguma arrastar as cadeiras, pois a Ir. Letícia logo exclamava: “Não façam barulho” – era silêncio sepulcral; das visitas a Madre Cristina Vlastinik, que tinha seus aposentos logo ali atrás da capela; os verbos editados da boa Irmã Maria Soares: que não podia ouvir uma conversa paralelas que logo interrogava: quem quer dá pitaco? Pensar esquecer o caderno de verbo, nas sextas-feiras, era desafiar a lei da gravidade, porque, ela imediatamente dizia: “todo penso é torto”. Ah! Que saudades doces, que tempo bom, que bons ensinamentos de valores humanos e familiares. Sete de Setembro, dezesseis de outubro o Colégio vai marchar... Quem será que vai à frente? Quem será que vai ao fim da fila? A roupa de gala era impecável, as meninas com uma saia azul marinho plissada, blusa branca e uma admirável boina azul e nós meninos trajávamos calça azul, camisa branca manga longa com uma invejável gravata dependurada em nosso pescoço.  Lembrar Ir. Teresinha Tavares é recordar a sua acolhida nas nossas férias para os jogos de vôlei, futsal, espiribol eping-pong. A banda marcial também era dirigida por ela.

As lembranças são tantas que embalam nosso coração, tal como, quando cantávamos o hino oficial do colégio; das viagens ao sítio, das visitas ao São José, do jardim da capela, regado por Irmã Justina; dos ensaios na capela para as missas; da arrumação impecável da capela por Ir. Consolata; das aulas de religião de Ir. Anísia. Mas, quero nesse instante parabenizar e agradecer os grandes ensinamentos que a boa admirável mestra Ir. Ernestina nos ensinou. Faz-se necessário recordar as aulas de música, com a nota musical perfeitamente desenhada; os ensaios na capela; nosso hino nacional: errou! Ficava de 10 a 15 minutos num local onde o astro rei pudesse reinar sobre nós. Sua ordem era expressamente compreendia e atendida por todos. Não éramos loucos de contrariar suas ordens; classe barulhenta – o remédio era: lá vem irmã Ernestina, não ficava um fora do lugar. Na certeza de sua disciplina invejável, Ela afirmava: Batom não faz parte da farda... e logo retirava com um lenço branco  que trazia sempre com Ela, o batom que tornava mais vermelho os lábios das meninas, das nossas compras de santinhos, a Ir. Margarida, quando na ocasião cuidava de Madre Cristina e Irmã Josefina .

Hoje são momentos de festa, de Júbilo, de felicidade porque o Amor divino dedicado a nós, por nossas professoras e mestras ainda vive e borbulha em nosso coração de eterno ex-aluno e ex-professor. Prova é que hoje vemos, aqui, tanto quantos que viveram sob o manto da Virgem das Vitórias, através das incansáveis religiosas do Amor Divino.

Fico feliz em fazer parte dessa história: sou ex-aluno, ex-professor, autor de uma obra, Meus Sessentas Anos – Bodas de Diamante, que retrata toda a trajetória dessa casa, desbravadora do saber. Por isso, aqui também tem um pedaço de mim, aqui também tem um pouco do meu trabalho. Também sou Educandário.

Renovo, pois as nossas felicitações a todos as suas dirigentes, funcionários, colaboradores e em especial a Diretora Ir. Maricélia e Vice Ir. Judith e as demais irmãs.

Estamos certos de que o espirito e as raízes que animam está notável Casa Educadora, mantém viva na memória, daqueles e daquelas que souberam dispor dos seus a favor dos outros, continuarão a estender sua ação benéfica e profícua a novas gerações, bem como a projetar no futuro o destino dos homens, a sua vontade de partilha e sobretudo o seu exemplo.

Deixo registrado no mais íntimo dos corações as lembranças de todos aqueles e aquelas que nos fizeram agentes do Amor Divino, ensinando o bem, tornando-os alegres para conduzi-los ao céu.

Nossa imensa gratidão às abnegadas FILHAS DO AMOR DIVINO.

Parabéns Ginásio Nossa Senhora das Vitórias, parabéns Colégio das freiras, parabéns Educandário, e as Filhas do Amor Divino nossa imensa gratidão.

Muito obrigado!

Roberto Dias

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