quinta-feira, 23 de maio de 2013

No dia 17 de Maio comemoramos o aniversário de Irmã Cassiana Gomes

Eu, Ir. Cassiana Gomes Cortez (Ana Gomes Cortez), nasci no dia 17 de maio de 1946, em Currais Novos, fui batizada na Matriz de Santana, no dia 23/05/46. Sou a 10ª de 11 irmãos. Tive uma infância e juventude feliz, vivida como uma sertaneja que topava tudo e todo tipo de trabalho da vida da roça, no “Sítio Liberdade”, município de Currais Novos. Sempre me orgulhei da minha Mãe, Teodora Ursina Gomes, mulher trabalhadora, honesta, caridosa e de muita fé em Deus, nos ensinou a ter devoção especial por Nossa Senhora e procurar sempre ajudar aos sacerdotes, o que sempre procurei fazer com muita dedicação, dai nasceu tantas verdadeiras e grandes amizades como, por exemplo, a com Padre Auzônio de Araújo Filho, de saudosa memória. Recebi a 1ª Eucaristia de Monsenhor Paulo Herôncio de Melo, na Missa do Lava-Pés na Quinta-Feira Santa, dia 7 de abril de 1955. Fui crismada por Dom Manoel Tavares de Araújo, durante a Festa de Cristo Rei de 1958. Cursei até a 3ª série primária, no Sítio Liberdade, em uma Escola da Prefeitura, tendo como professora minha irmã Aparecida. Fiz a 4ª série no Educandário “Jesus Menino”, como externa, morando na casa de um primo e Padrinho de batismo José Gomes Silveira, o Admissão fiz também no “Jesus Menino”,  mas como interna, neste período eu ajudava Ir. Elza na catequese das crianças da Mina Brejuí e em 2 bairros em Currais Novos. Como interna, também ensinava na 3ª série, de uma Escola que tinha no Educandário “Jesus Menino”, à noite para adultos carentes que trabalhavam durante o dia.  No internato, com a convivência diária com as Irmãs, nasceu em mim o desejo de ser Religiosa, mas guardei só para mim. Em 1964, quando voltei a morar no “Sítio Liberdade”, tive tempo para amadurecer a idéia de ir ou não para o convento. Em uma visita da Superiora Provincial, Madre Anunciada Caldas de Amorim ao “Jesus Menino”, eu falei com ela sobre minha vontade de ser Religiosa, logo ficou tudo acertado para eu ir, em fevereiro de 1965. Conforme combinado, no dia 2 de fevereiro de 1965, cheguei no Colégio das Neves, onde ficava também a Casa Provincial e a Casa de Formação, com o Juvenato – hoje, Aspirantado, o Postulandado e o Noviciado, eu ingressaria naquele dia no Postulantado, mas aconteceu que no final daquela manhã, recebemos a notícia de que a mala com todo o meu enxoval, que estava vindo de Currais Novos, tinha sido roubada. Então fiquei uma semana em Natal, na casa de um tio, na esperança que a mala apareceria, o que não aconteceu, voltei para casa no “Sítio Liberdade”, para providenciar novo enxoval, o que aconteceu rapidamente.
No dia 02/03/1965, eu estava chegando ao Postulantado para iniciar os meus passos de formação para ingressar na Vida Religiosa, na Congregação das “Filhas do Amor Divino”.  Naquele ano, como postulante eu era auxiliar de Ir. Josefa Ferro no Jardim da Infância do Colégio das Neves. Em 02/02/1966, foi o ingresso para o Noviciado, com a Vestição. Em 02/02/1968, os 1º Votos ou Votos temporários, para alegria da turma quem presidiu a Celebração Eucarística foi Dom Heitor de Araújo, na época Padre Heitor, Capelão do Colégio das Neves e nosso Professor de Direito Canônico no Noviciado. Em 02/02/1974 fiz os Votos Perpétuos.
Na minha caminha desde 1965 até hoje, foi a seguinte: O Postulantado e o Noviciado com as inesquecíveis Mestras Ir. Aquinata e Ir. Edwirges, que tanto contribuiram para a nossa formação espiritual e humana, através dos ensinamentos previstos para a formação. Assim como pelo exemplo e testemunho de vida, de Religiosas Autênticas que tanto nos edificavam e estimulavam, fortificando a nossa vocação.
 Depois dos Votos, foram 20 anos em Caicó, no Educandário “Santa Teresinha”, fui professora da: 3ª e 4ª séries em todas as matérias; matemática e história nas 5ª e 6ª séries e Educação Religiosa nas 7ª e 8ª séries; nos 10 últimos anos coordenei a Pré-Escola e assumi a Educação Religiosa da mesma; aos sábados à tarde dava Catecismo no Bairro Boa Passagem; às 3ª e 5ª feiras visitava a casa das Mulheres Marginalizadas, com alguns jovens e senhoras voluntárias; também durante os últimos 9 anos em Caicó fui Catequista das crianças das Aldeias Infantis SOS, Orientadora das Mães Sociais da Aldeia e era a única Mulher Membro da Diretoria da Aldeia. No Educandário “Santa Teresinha”, conclui o curso ginasial, fiz o Pedagógico no Estadual e o Curso de Pedagogia com Especialização em Administração Escolar e Orientação Educacional na UFRN Núcleo de Caicó. Também em Caicó eu era membro da Equipe de Catequese da Diocese.  E quando aluna da faculdade fazia parte da Pastoral Universitária. Tanto no período de Dom Manuel Tavares de Araújo, como no de Dom Heitor de Araújo Sales, como Bispos  da Diocese de Caicó, eu sempre procurava ajudá-los, quando solicitada. Assim como nos encontros do TLC, movimento dos Jovens na Diocese.
Em fevereiro de 1988 fui transferida para Taguatinga – DF, lá na Escola Profissional Doméstica, funcionava uma Pré-Escola, onde eu fui professora de uma turma de alfabetização e aos domingos pela manhã eu preparava, na Paróquia um grupo de jovens para a Crisma. Em Taguatinga morei apenas 10 meses, porque estava sempre com problema de saúde,  por causa do clima. Uma oportunidade maravilhosa que tive em Taguatinga, foi que naquele ano houve em Aparecida do Norte SP, um “Encontro Nacional da Legião de Maria” e eu fui agraciada por uma cortesia do coordenador de catequese da nossa Paróquia “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, foram 3 dias de muitas bênçãos, graças, orações e demonstrações de vivência de FÉ, só do Distrito Federal tinha 12 ônibus lotados.
 No ano seguinte 1989, fui transferida para o Patronato de Ponta Negra, uma Casa e Escola de Crianças Carentes, fundada por Dom Eugênio de Araújo Sales, fiquei como diretora e professora de Educação Religiosa. No Patronato, foi uma experiência nova e difícil, mas muito gratificante. E por morar no Patronato, que era vizinho ao Centro de Treinamento de Ponta Negra, local onde o Papa João Paulo II se hospedou, em outubro de 1991, quando veio para o Congresso Eucarístico em Natal, eu tive a graça de tomar a bênção a Ele 3 vezes. Em Ponta Negra participei com os catequistas da Paróquia “Cristo Ressuscitado”, de uma Semana Missionária, logo após o Congresso Eucaristíco, na Comunidade de Pium.
No dia 2 de dezembro de 1995 fui transferida para a Residência Episcopal, em Natal, no período do Arcebispado de Dom Heitor de Araújo Sales, novamente outra experiência nova, mas muito rica pela graça de poder conviver de perto com uma pessoa como Dom Heitor, que é um testemunho permanente de santidade. Em 19 de janeiro de 2004 fui transferida aqui para a Comunidade “Santo Agostinho”, em Emaús, onde continuo acompanhando Dom Heitor, procurando ajudá-lo no que é possível. Durante todo este tempo que acompanho Dom Heitor, muitas coisas boas aconteceram na minha vida, que  jamais pensei que pudessem acontecer comigo, mas foi tudo por graça de Deus e Bondade dele, Dom Heitor, como por exemplo, no ano 2000 a Peregrinação para a Beatificação dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, passamos em Lisboa, Fátima, Paris; em Roma – na Praça de São Pedro A Beatificação no dia 5 de março; Assis e Terra Santa, depois fui com Ir. Josefa Ferro até a  Áustria, para em Viena, conhecer o Berço da nossa Congregação, onde nossa querida fundadora e Serva de Deus Madre Francisca Lechner iniciou o seu trabalho, com a fundação da Congregação das Filhas do Amor Divino.  Além de ter conhecido também Lourdes e outros lugares especiais. Em 2011 participei da Peregrinação para a Beatificação das nossas Mártires do Drina, na Bósnia, momentos inesquecíveis e graças sobre graças, além de tantos outros, principalmente os aos pés da Virgem Maria , em Fátima.
Em todas as Casas da Congregação onde morei, me senti como em minha própria família e em todas elas, encontrei Irmãs como Madre Auxiliadora, Madre Anunciada, Ir. Benigna, Ir. Assunta, Ir. Osvalda, Ir. Sebastiana, Ir.Filomena, Ir. Estanilava e tantas outras, que me edificaram com suas vidas de Verdadeiras Religiosas . Na pessoa de Ir. Josefa Ferro, a quem tenho como minha Mãe Espiritual, pelo muito que ela me ajudou, desde que nos conhecemos, em 1965, homenageio todas as minhas Co-Irmãs, que sabem ser fiéis e se comportam no dia a dia como exemplo de Pessoas Consagradas.
Aos 67 anos, me sinto uma pessoa muito feliz e realizada, como Religiosa da Congregação das “Filhas do Amor Divino”, apesar das minhas falhas e limitações. Graças a Deus, sempre encontrei, no meu caminho, muita gente amiga, fora e dentro da Congregação, para me ajudar. A fé em Deus supera sempre as dificuldades da vida, quando a gente se coloca nas mãos Dele e sob a proteção de Nossa Senhora. Hoje só tenho é que agradecer a Deus tantas graças e as pessoas amigas.
Emaús, 17 de maio de 2013. 

                                                                         Ir. Mª Cassiana Gomes Cortez FDC

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