Na origem do
Santo Rosário temos as disposições da Providência de Deus e, ao mesmo tempo, a
ação de pessoas humanas, inspiradas pelo Espírito Santo. O Rosário nasce desse
admirável intercâmbio entre Deus e a humanidade. Desse modo, a divina
Providência dispôs da oração do Rosário conforme as necessidades de cada época
na história da salvação dos homens.
As orações da
Ave-Maria, do Pai-nosso e o Creio
Quanto à
origem mais remota do Santo Rosário, podemos dizer que este nasce no mistério
da Anunciação, com a saudação do arcanjo São Gabriel a Virgem de Nazaré: “Ave,
cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28). A oração tem sua continuidade
nas palavras inspiradas pelo Espírito Santo que saíram da boca de Santa Isabel:
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1, 42).
A segunda
parte da “Ave-Maria” foi definida no Concílio de Éfeso, na Ásia Menor, no ano
de 431, pelo Papa São Celestino I. Primeiramente o Santo Padre promulgou o
dogma maternidade divina, ou seja, definiu como doutrina da Igreja Católica que
“a Virgem Santíssima é verdadeiramente a Mãe de Deus, por ser a Mãe de Jesus
Cristo, que é Deus”[1]. Em memória desta
solene definição, o Concílio juntou à Saudação Angélica estas palavras simples,
mas muito expressivas: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores,
agora e na hora de nossa morte”[2].
O “Pai-nosso”
tem sua origem também nas Sagradas Escrituras e foi o próprio Verbo de Deus
encarnado que, a pedido dos discípulos, ensinou esta oração:
Eis como
deveis rezar: Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no
céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim
como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal (Mt 6, 9-13; cf. Lc 11, 2-4).
O “Creio” ou
“Credo”, que também é conhecido como “Símbolo dos Apóstolos”, tem esse nome
justamente porque tem a sua origem na fé ensinada pelos Apóstolos, nos
primórdios da Igreja Católica. Como não havia muitos escritos e a catequese era
precária, os fiéis eram instruídos a decorar o Símbolo dos Apóstolos como uma
forma de declarar formalmente a sua fé.
Os santos
recomendavam a todo povo de Deus que soubesse de cor o Símbolo dos Apóstolos:
“Todo cristão é obrigado a saber o símbolo dos Apóstolos de cor” ensinava Santo
Agostinho. “Quem não se empenha em aprendê-lo, torna-se gravemente culpado”
lembrava Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico. “Recitai todos os dias o
vosso símbolo, nas orações da manhã e da noite, a fim de refrescar a vossa fé”,
recomendava insistentemente Santo Agostinho. “O símbolo é a renovação do pacto
concluído com Deus no Batismo” dizia São Pedro Crisólogo; “é uma couraça que
nos protege contra os nossos inimigos”[3], explicava Santo
Ambrósio aos fiéis.
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