A Imaculada
Conceição da Virgem Maria no mistério da Redenção em Jesus Cristo
A solenidade da Imaculada Conceição está em perfeita sintonia com
o espírito do tempo do Advento. Pois, enquanto a Igreja se prepara para a vinda
de Jesus Cristo, o Redentor da humanidade, é justo fazer memória daquela
Mulher, a Virgem Imaculada, que foi concebida sem qualquer mancha de pecado,
porque Deus Pai a escolheu para Mãe de seu Filho.
A vocação de Maria Santíssima está em um lugar de
evidência na história da salvação da humanidade. Pois, ela é o primeiro fruto
da redenção, porque foi preservada de toda mancha do pecado original, em
virtude dos merecimentos de Jesus Cristo. No entanto, o privilégio da Imaculada
Conceição não significa apenas a ausência do pecado, mas também e
principalmente a plenitude da graça, que nos foi revelada pelo Arcanjo São
Gabriel: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1, 28).
A Imaculada Conceição
e a plenitude da graça em Maria - Deus adornou a Virgem de Nazaré com
dons dignos da mais elevada missão concedida a uma simples criatura: ser Mãe de
Deus. Por isso, os Santos Padres chamavam a Mãe de Deus de “toda santa” e
“imune de toda a mancha de pecado”, visto que o próprio Espírito Santo a
modelou e fez dela uma nova criatura. Enriquecida, desde o primeiro instante da
sua Conceição Imaculada, com os esplendores de uma santidade singular, Nossa
Senhora é saudada pelo Arcanjo, da parte de Deus, como “cheia de graça” (Lc. 1,
28).
A saudação angélica: “Salve, ó cheia de
graça, o Senhor está contigo” (Lc 1, 28) constitui o mais válido testemunho da
Imaculada Conceição de Maria. Pois, a Virgem não seria “cheia de graça”, em
sentido pleno, se o pecado tivesse manchado a sua alma, ainda que fosse por
apenas um instante.
A Virgem Santíssima começou a sua
existência adornada de uma riqueza de graça muito mais abundante e perfeita do
que a que obtiveram os demais santos e santas até o fim de suas vidas. Ao
considerarmos a sua fidelidade absoluta e a sua disponibilidade total aos
desígnios de Deus, podemos intuir a sublimidade do amor e da comunhão de Maria
Santíssima com o Altíssimo, “levando vantagem a todas as demais criaturas do
céu e da terra”.
O texto evangélico que nos apresenta
Maria como a “cheia de graça” (Lc 1, 28) está em plena consonância com a carta
aos Efésios:
Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em
Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis, diante de seus olhos. No seu amor nos predestinou para sermos
adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre
vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida
por ele no Bem-amado (Ef 1, 3-6).
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