terça-feira, 16 de agosto de 2016

A Igreja Católica não pode ficar sem sacerdotes

Agosto, para a Igreja no Brasil, é o mês dedicado às vocações; somos convidados a rezar especialmente nessa intenção e a promover as vocações sacerdotais, religiosas e laicais, tão necessárias à vida de nossas comunidades e à missão da Igreja.
A Conferência de Aparecida nos recorda que a vocação fundamental e primeira de todos os cristãos é a de sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo. Pelo batismo, fomos chamados à fé em Deus por meio de Jesus Cristo e a sermos membros de Sua Igreja. Essa é a vocação de todos, grande graça e dignidade, que enche nossa vida de alegria e lhe dá uma orientação nova. Não se pode dizer, pois, que só alguns foram chamados, enquanto os demais não teriam recebido nenhuma vocação. Cada cristão católico recebeu a vocação para ser discípulo e missionário de Jesus Cristo.
Vocação do cristão
É bonito e inspirador pensar a vida cristã como ?vocação?, e isso significa que ela é bem mais que um conjunto de preceitos, doutrinas e obrigações morais. O cristão é chamado a estar com uma pessoa, com ninguém menos que Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem. Ser cristão é receber a grande ?bênção? da salvação por meio de Jesus Cristo; é olhar para ele, acolher a cada dia Sua palavra e olhar para Seu exemplo; é partilhar Seu desejo de que se realize o Reino de Deus neste mundo e no outro, que todos os seres humanos conheçam o amor misericordioso de Deus e recebam a salvação. Doutrinas, preceitos e deveres morais tomam novo sentido quando se passa a olhar a vida cristã desse modo.
Foi para isso, de fato, que Jesus chamou discípulos: para estarem em sua companhia e experimentarem a proximidade de Deus e a grandeza de seu amor. Como Mestre, instruiu-os na vontade de Deus e no caminho que leva à vida plena; ele próprio, como Filho de Deus e irmão da humanidade, apresentou-se como ?caminho, verdade e vida?, convidando os discípulos a seguirem seus passos, orientados por Sua Palavra. Depois, enviou-os em missão, para chamarem outros discípulos e formarem comunidades congregadas em nome d’Ele. Desde então, a Igreja nunca mais deixou de fazer o mesmo por meio da atividade missionária, da pregação do Evangelho e do testemunho de vida, congregando em comunidades de vida cristã aqueles que creram. E ainda hoje acontece o mesmo e queremos fazê-lo com renovada consciência e alegria.
Por Dom Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

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