segunda-feira, 22 de agosto de 2016






O título de Nossa Senhora Rainha está intimamente ligado com a realeza de seu Filho Jesus Cristo. O Papa Pio XI, na Carta Encíclica Quas Primas, recordou-nos um precioso ensinamento da Igreja a respeito da pessoa de Cristo: Ele é Rei do Universo. Justamente nesta realeza universal do Filho de Deus se fundamenta a tradição da Igreja de atribuir a Santíssima Virgem Maria o título de Rainha, cuja festa foi instituída pelo seu sucessor, o venerável Papa Pio XII. Ademais, esta tradição a respeito da realeza de Nossa Senhora tem suas raízes mais profundas nas Sagradas Escrituras.


Se Jesus, Deus feito homem, é o Rei, o Messias, profetizado e exaltado desde o Antigo Testamento, Maria é a Rainha Mãe, a figura maternal, que aparece junto dos reis nas Escrituras. O Povo de Israel conhecia as passagens a respeito da figura da Rainha Mãe. Por isso, os apóstolos e discípulos de origem judaica facilmente compreenderam a importância da figura da Mãe de Deus no desígnio divino da salvação e transmitiram esse conhecimento aos demais cristãos.

A origem bíblica da figura da Rainha Mãe

A figura da Rainha Mãe surge pela primeira vez na história do Povo de Deus na descendência da casa da Davi, nos reinados que o sucederam. Salomão, filho de Davi, ao ser entronizado como rei, determinou que sua mãe, Betsabé, sentasse à sua direita: “Betsabé foi, pois, ter com o rei para falar-lhe em favor de Adonias. O rei levantou-se para ir-lhe ao encontro, fez-lhe uma profunda reverência e sentou-se no trono. Mandou colocar um trono para a sua mãe, e ela sentou-se à sua direita” (1 Rs 2, 19).  Depois da morte de Salomão, houve uma divisão do Povo de Deus. O Reino do Norte se separou do Reino do Sul e, por isso, perdeu a descendência de Davi.



No Reino do Sul, também chamado de Reino de Judá, o rei sempre reinava juntamente com sua mãe. “Os 20 reis descendentes de Davi – que vieram após Salomão – sempre são lembrados junto com suas mães. Isso comprova a afirmação feita anteriormente: Sim, a Rainha Mãe é uma instituição típica da Casa de Davi”. Esta tradição estava tão enraizada na cultura do Reino de Judá, que a mãe do rei recebia um título próprio, em hebraico: gebirah, que significa Rainha Mãe. Este nome aparece nada menos que 13 vezes no Antigo Testamento, quando o texto diz respeito à Rainha Mãe. Esta tradição não era exclusividade do Povo de Israel. No Egito e em outros povos da região também havia esse costume. Dessa forma, compreendemos a importância da figura da Rainha Mãe para a história da humanidade e também para a interpretação correta das profecias sobre o Messias, o verdadeiro herdeiro do trono de Davi (cf. Lc 1, 32).




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