sexta-feira, 19 de agosto de 2016


O monge estrangeiro não era outro senão o Arcanjo Gabriel


No ano de 980, produziu-se no Monte Athos o seguinte milagre: Nas proximidades do Skite do Pantocratos, em Karyes, onde se encontra o Santo Mosteiro do Todo Poderoso (Pantocrator), existia uma cavidade natural onde algumas celas monásticas eram edificadas. Uma era dedicada à Dormição da Mãe de Deus, onde um Staretz (ancião) vivia com seu discípulo.

Certo dia, este Ancião dirigindo-se à Vigília noturna, ordenou ao discípulo que ficasse na cela em vigília e oração. Ao anoitecer, um monge estrangeiro, desconhecido do jovem, bate-lhe a porta. Ele abre e convida-o a passar a noite na cela. Chegada a aurora daquele Domingo, eles levantam para celebrarem juntos o Ofício de Orthros (Matinas).

Na nona Ode do Cânone (parte do ofício citado) dá-se início ao antigo hino “Tu mais Venerável que os Querubins...”. O monge estrangeiro, no entanto, começa diferentemente e canta: “Verdadeiramente é digno e justo, que Te bendigamos, ó Bem-aventurada Mãe de Deus”, acrescentando em seguida “Tu mais venerável que os Querubins... ".

O jovem pede ao estranho que escreva o hino para ele também glorificar a Santíssima Mãe de Deus. Não havendo, no entanto, papel, o monge estrangeiro escreve o hino numa placa de mármore com o seu dedo e ordena ao jovem discípulo de glorificar sempre desta forma a Santíssima Mãe de Deus, desaparecendo subitamente. As letras ficaram gravadas sobre a pedra, como sobre a argila e o discípulo entende que o visitante era um Anjo de Deus.

Ao retornar à cela, o Ancião encontra seu discípulo. Este conta o ocorrido e mostra-lhe a placa (...).  A placa de mármore foi enviada à piedosa comunidade da Santa Montanha, em Constantinopla, ao Patriarca e ao rei. A partir de então, o Hino foi difundido e cantado por todos os Ortodoxos em honra à Santíssima Mãe de Deus.

O Ícone da Mãe de Deus foi transferido para a igreja do Pantocrator, onde permanece até hoje, no interior do Santuário, sob o Trono. A cela toma, desde então, o nome de “Axion Estin” (Hino Angélico “Verdadeiramente é digno e justo”) e o lugar foi nomeado “Adein” (cantar, louvar).

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