Duas exigências fundamentais para quem quer servir a Deus
Deus escolheu Abraão para, a partir dele, gerar o Seu Povo, de onde
um dia nasceria o Salvador da humanidade. Para isso, Deus chamou Abraão da
Mesopotâmia, na cidade de Ur, na Caldeia, para uma longa viagem até a
Palestina, e fez com ele uma Aliança, um pacto.
Abraão tinha 90 anos, o Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo-poderoso. Anda
em minha presença e sê íntegro; quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao
infinito a tua descendência”. Abraão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe:
“Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos” (Gn
17,1-4). Foi uma Aliança decisiva para a salvação da humanidade.
Chama a nossa atenção a exigência marcante que Deus fez a Abraão:
“Anda na minha presença e sê integro”. São duas exigências fundamentais para
aqueles que querem servir a Deus e a quem Deus usa para realizar os seus santos
desígnios.
Deus não pode contar com quem não “anda em Sua Presença”, isto é,
quem não tem sintonia permanente com Ele; quem não ouve a sua Voz, suas
inspirações; quem não medita suas palavras e não faz silêncio para ouvir os
Seus chamados no meio da noite. “Anda em minha Presença”.
Deus é onisciente e onipresente, está presente em toda parte,
acompanha todos os nossos gestos, palavras e pensamentos. O salmista deixa isso
muito claro no Salmo 138, o da onisciência divina: “Senhor, vós me perscrutais
e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto.
De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso,
vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda me não chegou à
língua, e já, Senhor, a conheceis toda. Vós me cercais por trás e pela frente,
e estendeis sobre mim a vossa mão.
Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que
não posso atingi-lo. Para onde irei, longe de vosso Espírito? Para onde fugir,
apartado de vosso olhar? Se subir até os céus, ali estareis; se descer à região
dos mortos, lá vos encontrareis também. Se tomar as asas da aurora, se me fixar
nos confins do mar, é ainda vossa mão que lá me levará, e vossa destra que me
sustentará… Fostes vós que plasmastes as entranhas de meu corpo, vós me
tecestes no seio de minha mãe… conheceis até o fundo a minha alma. Nada de
minha substância vos é oculto, quando fui formado ocultamente, quando fui
tecido nas entranhas subterrâneas” (Sl 138,1-15).
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