O nosso mundo é "voyeuriste". Tudo deve se mostrar e tudo
deve ser dito permanentemente. O sucesso dos realities shows, o
reinado da “extimité” (o que é contrário à intimidade), quando se exibe
privacidade e estados de espírito nas redes sociais...
José, de maneira oposta, nos oferece o testemunho da modéstia.
Modéstia feita de silêncio, de recato natural, de prudência e de
recolhimento. José preserva a privacidade de seu filho adotivo: Jesus. Ele
respeita a alteridade de Maria, sua esposa, no mistério de sua concepção
virginal e de sua maternidade divina.
Esta modéstia de José não é nem a vergonha, que expressa um desgosto
por si mesmo, nem a pudicícia, a dissimulação ou o puritanismo que afetaria
um decoro, um recato altivo, orgulhoso. A modéstia de José é a garantia do
mistério que floresce nele, o mistério de sua própria eleição. Ela é a
mortificação dos sentidos, o antídoto da vaidade, a fonte de sua castidade,
o retiro para suas orações. Há algo na Sagrada Família que jamais será
totalmente cognoscível e controlável. Uma parte do segredo que reivindica
um afastamento, no qual se aninham, e a liberdade de Deus, que o chama, e a
liberdade da resposta: o Amém de Jesus e o Fiat de Maria.
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