terça-feira, 2 de maio de 2017


A modéstia santa de José




O nosso mundo é "voyeuriste". Tudo deve se mostrar e tudo deve ser dito permanentemente. O sucesso dos realities shows, o reinado da “extimité” (o que é contrário à intimidade), quando se exibe privacidade e estados de espírito nas redes sociais...
José, de maneira oposta, nos oferece o testemunho da modéstia. Modéstia feita de silêncio, de recato natural, de prudência e de recolhimento. José preserva a privacidade de seu filho adotivo: Jesus. Ele respeita a alteridade de Maria, sua esposa, no mistério de sua concepção virginal e de sua maternidade divina.
Esta modéstia de José não é nem a vergonha, que expressa um desgosto por si mesmo, nem a pudicícia, a dissimulação ou o puritanismo que afetaria um decoro, um recato altivo, orgulhoso. A modéstia de José é a garantia do mistério que floresce nele, o mistério de sua própria eleição. Ela é a mortificação dos sentidos, o antídoto da vaidade, a fonte de sua castidade, o retiro para suas orações. Há algo na Sagrada Família que jamais será totalmente cognoscível e controlável. Uma parte do segredo que reivindica um afastamento, no qual se aninham, e a liberdade de Deus, que o chama, e a liberdade da resposta: o Amém de Jesus e o Fiat de Maria.

 

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